A Comunicação Pública E a Cobertura Do Impeachment De Dilma Rousseff
Total Page:16
File Type:pdf, Size:1020Kb
DEYSE A. MOURA Autora VALQUÍRIA MARIA PASSOS KNEIPP Colaboradora A COMUNICAÇÃO PÚBLICA NO RÁDIO E A COBERTURA DO IMPEACHMENT DE DILMA ROUSSEFF Um estudo de caso sobre A Voz do Brasil Natal, 2020 Reitor José Daniel Diniz Melo Vice-Reitor Henio Ferreira de Miranda Diretoria Administrativa da EDUFRN Graco Aurelio Camara de Melo Viana (Diretor) Helton Rubiano de Macedo (Diretor Adjunto) Bruno Francisco Xavier (Secretário) Conselho Editorial Graco Aurélio Câmara de Melo Viana (Presidente) Judithe da Costa Leite Albuquerque (Secretária) Adriana Rosa Carvalho Anna Cecília Queiroz de Medeiros Cândida de Souza Fabrício Germano Alves Francisco Dutra de Macedo Filho Gilberto Corso Grinaura Medeiros de Morais José Flávio Vidal Coutinho Josenildo Soares Bezerra Kamyla Álvares Pinto Leandro Ibiapina Bevilaqua Lucélio Dantas de Aquino Luciene da Silva Santos Marcelo da Silva Amorim Marcelo de Sousa da Silva Márcia Maria de Cruz Castro Marta Maria de Araújo Martin Pablo Cammarota Roberval Edson Pinheiro de Lima Sibele Berenice Castella Pergher Tercia Maria Souza de Moura Marques Tiago de Quadros Maia Carvalho Secretária de Educação a Distância Revisão de ABNT Maria Carmem Freire Diógenes Rêgo Cristiane Severo Secretária Adjunta de Educação a Distância Edineide Marques Ione Rodrigues Diniz Morais Revisão Tipográfica Coordenadora de Produção de Materiais Didáticos José Correia Torres Neto Maria Carmem Freire Diógenes Rêgo Rosilene Paiva Coordenadora de Revisão Capa e Diagramação Aline Pinho Dias Saulo Olivier Dutra Ubarana Coordenador Editorial Luiza Fonseca José Correia Torres Neto Gestão do Fluxo de Revisão Edineide Marques 978-65-5569-003-3 SOBRE A AUTORA Deyse A. Mou ra Paulista, de Marília-SP, mudou-se para Natal-RN, em 2005, para estudar Comunicação Social. Em 2009, formou-se em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, tendo passado, em sua trajetória profissional, por emissoras de rádio da capital potiguar e assessorias de imprensa. Especializou-se em Assessoria de Comunicação e Marketing pela Universidade Potiguar, em 2013, e se tornou mestra em Estudos da Mídia pela UFRN, em 2017, defendendo a dissertação que culminou neste livro. Atualmente, desenvolve atividades na área de apresentação, locução e design instrucional (área na qual se especializou pelo Centro Universitário Senac em 2019) na Secretaria de Educação a Distância da UFRN e está em processo de doutoramento (PhD) em Média-Arte Digital pela Universidade Aberta de Portugal. À minha mãe , Darci Ribeiro Moura e ao meu pai, Amador NascimentoMoura. AGRADECIMENTOS A educação nunca é um caminho fácil. Demanda esforço e coragem optar pelo caminho da pesquisa, do estudo e da busca pelo conhecimento. Por isso, meus agradecimentos pela reali- zação desta obra – um desdobramento da minha dissertação de mestrado – direcionam-se àqueles que, desde o início, incenti- varam-me, de alguma maneira, a seguir por este caminho. Sem o apoio e o incentivo dessas pessoas, eu não teria compreendido que é possível ter prazer na pesquisa, tampouco vislumbraria que somos capazes quando nos permitimos ir além. Pode soar clichê, mas para quem está apenas preocupado em sobreviver, o ato de estudar, às vezes, pode se configurar como um artigo de luxo, ao qual poucos podem ter acesso. Nesses momentos, são necessárias outras vozes que nos digam “Não, estudar não é luxo”. Pode ser, sim, em alguns contextos, mas é justamente nesses que o estudar se torna ato de resis- tência. Quem estuda, mesmo sem poder, resiste a um sistema que lhe diz diariamente que isso não é para ele(a). E vai servir de exemplo para outras pessoas – que também acreditavam que não poderiam ou não deveriam estudar – a fim de que compreendam que sim, elas podem e elas devem. Foi nesses moldes que iniciei e venho construindo a minha recente e tímida trajetória acadêmica: aceitando que sim, eu posso e devo ocupar esses espaços e dar a mim mesma a chance de contribuir com o mundo, mostrar o que penso e do que sou capaz. Obrigada aos que me auxiliaram nesse processo de auto- descoberta, o que levou à publicação deste livro. Espero que ele possa esclarecer e inspirar pessoas. APRESENTAÇÃO Quando comecei a ler a dissertação de Mestrado em Estudos da Mídia da pesquisadora Deyse Moura, sob orientação da Profa. Dra. Valquíria Maria Passos Kneipp, tive a oportunidade de mergulhar em um dos mais importantes trabalhos acadê- micos da atualidade sobre a questão das emissoras públicas no Brasil. Meu argumento é pautado no conjunto de conceitos e na metodologia aplicada durante a pesquisa, bem como na parceria observada entre orientanda e orientadora. Por isso, durante a banca de defesa do trabalho, uma decisão foi unânime entre os membros da banca: a pesquisa precisava ser publicada. A dedicação da professora Valquíria Maria Passos Kneipp aos seus orientandos é uma marca conhecida há muitos anos, desde os tempos em que lecionou na Universidade Anhembi- Morumbi (UAM), na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) e na Universidade de São Paulo (USP), onde também começou a sua carreira como pesquisadora. Assim, a construção coletiva torna-se fundamental para a viabilidade de trabalhos acadêmicos de fôlego, como a recente publicação sobre a Trajetória da Televisão no Rio Grande do Norte – a fase analógica - Volume 1 (UDUFRN, 2017). Durante uma conversa posterior à defesa, Valquíria destacou o talento e a ousadia da pesquisadora Deyse Moura que, mesmo sem se desvencilhar da vida profis- sional, debruçou-se na coleta de dados e, posteriormente, na confecção da dissertação. Ao receber o convite para fazer a apresentação do livro A comunicação pública no rádio e a cobertura do impeachment de Dilma Rousseff: um estudo de caso sobre A Voz do Brasil fiquei apreensivo e, ao mesmo tempo, honrado por estar sendo integrado ao projeto. Apreensivo pela responsabilidade de realizar a Apresentação do livro e honrado por ser lembrado pelas pesquisadoras. Antes de apresentar o livro, peço licença para destacar a grande contribuição desta obra para a ciência, principalmente para a pós-graduação em comunicação, no caso particular, dos Estudos da Mídia. Não falo só do conteúdo, mas do planejamento da pesquisa que foi acordado entre as autoras. A integração foi a diferença do trabalho, construído a quatro mãos. Afinal, estamos falando de comunicação e nada melhor do que o diálogo e a convivência, parafraseando o pensamento de David Bohm, na construção do conhecimento. Os capítulos iniciais esclarecem sobre algumas correntes na área de estudo, principalmente em torno de conceitos sobre comunicação pública, jornalismo e rádio. Questões relacionadas aos diversos conceitos de comuni- cação; à relação do jornalismo com o interesse público; ao agendamento de notícias; ao empoderamento dos editores; aos critérios de noticiabilidade; às características e técnicas do radiojornalismo, que são contextualizadas pelas autoras, facilitando o entendimento, mesmo dos leigos no assunto. Assim, os dois primeiros capítulos conduzem a um guia para a leitura do trabalho, sendo fundamentais, principalmente aos estudantes e aos profissionais de comunicação que necessitam de referências introdutórias, como autores e obras. A história do programa A Voz do Brasil é recuperada no capítulo seguinte, mostrando a importância desse produto midiático não somente aos estudos em Ciências da Comunicação mas também a sua influência no processo político e cultural da sociedade brasileira. As influências e o poder do rádio são revelados nesse momento, como observado durante a apre- sentação da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Além disso, são fomentadas discussões sobre transmídia e crossmídia tão atuais nos estudos contemporâneos nessa área. A cobertura do impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff é o ápice do trabalho, não somente pela apresentação e discussão dos resul- tados mas também diante da luta em defesa da democracia no Brasil, ponto destacado em vários momentos do livro. “Bastaria colocar acima de qualquer interesse o cidadão e suas demandas por informação e o interesse geral” é a frase marcante desta publicação da Editora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (EDUFRN) que, por seu conteúdo, consolida a tradição do livro na cultura acadêmica brasileira. O livro precisa ser lido com carinho, assim como foi realizado pela autora, justamente para os que apreciam o universo da comunicação como uma ferramenta essencial de conquista, como relevou Bertolt Brecht em um dos trechos do clássico A Teoria do Rádio (1927-1932): “Portanto, a favor das inovações, contra a renovação! Mediante ingerências contínuas, inces- santes, para melhor utilização dos aparatos no interesse da comunidade, temos de estremecer a base social de tais aparatos, discutir seu emprego no interesse dos menos privilegiados”. Prof. Dr. Luciano Victor Barros Maluly Programa de Pós-graduação em Ciências da Comunicação da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. PREFÁCIO Voz de doutrinação infrutífera Os pesquisadores da Comunicação Social devem receber com entusiasmo o aparecimento deste livro de Deyse Moura, A comunicação pública no rádio e a cobertura do impeachment de Dilma Rousseff: um estudo de caso sobre A Voz do Brasil. O tema da obra não é outro que não o mais antigo programa do rádio brasileiro, que, oportunisticamente, reveste-se das aparências e do aspecto de um programa tipicamente jornalístico, mas é o oposto de jornalismo. Vamos ser mais precisos: A Voz do Brasil tem hoje duração de 60 minutos divididos entre os três poderes da República – e mais uns quebrados que vão para o Tribunal de Contas da União e talvez outros caronistas. Fiquemos com o que mais importa: os 20 minutos diários que cabem ao Poder Executivo, que é o governo federal. Este é, na verdade, o núcleo que identifica a natureza desse programa tão longevo. A Voz do Brasil, antes chamada de A Hora do Brasil, nasceu nos anos 1930 para dar voz à ditadura do Estado Novo, a ditadura Vargas, e hoje, nos 20 minutos do Poder Executivo, um pouco dessa origem autoritária ainda respira – embora por instrumentos. Os horários destinados à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal constituem uma espécie de jogral um tanto caótico com as falas disparatadas dos parlamentares das duas casas.