Memória Das Comunicações No Brasil

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Memória Das Comunicações No Brasil OCTAVIO PENNA PIERANTI MEMÓRIA DAS COMUNICAÇÕES NO BRASIL Entrevistas 1ª Edição Brasília Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília – FAC/UNB 2019 Copyright © 2019 by FAC-UnB Capa Rafiza Varão Foto da capa Octavio Penna Pieranti FACULDADE DE COMUNICAÇÃO DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA – FAC UNB Endereço: Campus Universitário Darcy Ribeiro - Via L3 Norte, s/n - Asa Norte, Brasília - DF, CEP: 70910-900, Telefone: (61) 3107-6627, E-mail: [email protected] DIRETOR Fernando Oliveira Paulino VICE-DIRETORA Liziane Guazina CONSELHO EDITORIAL EXECUTIVO Dácia Ibiapina, Elen Geraldes, Fernando Oliveira Paulino, Gustavo de Castro e Silva, Janara Sousa, Liziane Guazina, Luiz Martins da Silva. CONSELHO EDITORIAL CONSULTIVO (NACIONAL) César Bolaño (UFS), Cicilia Peruzzo (UMES), Danilo Rothberg (Unesp), Edgard Rebouças (UFES), Iluska Coutinho (UFJF), Raquel Paiva (UFRJ), Rogério Christofoletti (UFSC). CONSELHO EDITORIAL CONSULTIVO (INTERNACIONAL) Delia Crovi (México), Deqiang Ji (China), Gabriel Kaplún (Uruguai), Gustavo Cimadevilla (Argentina), Herman Wasserman (África do Sul), Kaarle Nordestreng (Finlândia) e Madalena Oliveira (Portugal). COORDENADORA EDITORIAL Rafiza Varão P615 Pieranti, Octavio Penna. Memória das comunicações no Brasil : entrevistas / Octavio Penna Pieranti. – Brasília : Universidade de Brasília, Faculdade de Comunicação, 2019. 392 p.; 23 cm. Inclui bibliografia e índice. Modo de acesso: World Wide Web: https://faclivros.wordpress.com/category/livros/. ISBN 978-85-93078-39-2. 1. Entrevistas. 2. Políticas de comunicação. 3. Comunicação Pública. 3. Comunicação – Brasil – História. I. Título. CDU 070(09) DIREITOS CEDIDOS PARA ESTA EDIÇÃO PARA A FAC-UNB. Permitida a reprodução desde que citada a fonte e os autores. Agradecimentos Fruto de 14 anos de entrevistas, este livro não existiria sem aqueles que se dispuseram, de forma generosa, a vasculhar sua memória e revisitar temas controversos em conversas que, por vezes, demoraram algumas horas. São profissionais que abriram espaço em sua agenda, no fim de um dia de expediente normal ou em horário que seria destinado à família ou a outras atividades, para recontar a história das comunicações no Brasil, desde a década de 1960, e mais especificamente a trajetória das políticas públicas voltadas a esse setor. Elas e eles, sem exceção, ocuparam postos- chave na administração pública e/ou são personagens dos seus relatos; não falam, portanto, de fatos imaginados ou interpretados, e sim vividos. Os entrevistados neste livro compõem um painel muito representativo do setor, mas, ao escolher cada um, deixei de fora dezenas ou centenas de profissionais que contribuíram para as empreitadas ora narradas. Alguns deles são resgatados nos relatos dos entrevistados; outros, infelizmente e de forma injusta, permanecerão anônimos para o grande público. Ainda assim, quem trabalha na administração pública ou atua nos setores que se relacionam diretamente com ela sabe o quanto é difícil mobilizar “a máquina”. Realizar o que é contado nas próximas páginas, então, beira o impossível. Não por acaso, vários fracassos também compõem as narrativas. Reconheço o valor de quem, às vezes durante toda a vida, tentou construir políticas públicas de comunicação mais democráticas, justas e eficientes. Este livro é, de certa forma, o encerramento de um ciclo que compreendeu minha atuação no Mestrado, Doutorado e em pesquisa de pós-doutorado. Nessa trajetória tentei ouvir mais e interpretar, não me contentando com generalizações. Também passei a respeitar mais as divergências e as diferenças, as tensões entre os acontecimentos e a memória, as barreiras psicológicas e o esquecimento natural, a necessidade de preservar nossa história, a premência de avançar sem desconsiderar o passado. Inúmeros pesquisadores e profissionais, alguns dos quais entrevistados neste livro, contribuíram para isso. Cito um, na esperança de que represente todos: Professor Paulo Emílio Matos Martins, meu orientador no Mestrado e no Doutorado, amigo e um dos principais responsáveis pela minha formação como pesquisador. Pode parecer lugar comum o agradecimento à família. Mas, acredite, ela foi decisiva para dar o suporte e a tranquilidade para que eu chegasse ao fim deste livro. Como esta publicação é fruto de centenas de horas de entrevistas, leituras, viagens, transcrições e revisões, esse amparo foi fundamental. Portanto é ainda mais justo o agradecimento à minha esposa, aos meus pais e ao meu filho. ÍNDICE Prefácio ............................................................................................... 7 Introdução .........................................................................................15 Euclides Quandt de Oliveira (Parte 1) .............................................19 Euclides Quandt de Oliveira (Parte 2) .............................................35 Ara Apkar Minassian ........................................................................53 Yapir Marotta ....................................................................................75 Higino Germani ................................................................................89 Murilo Ramos .................................................................................. 109 Renato Guerreiro ............................................................................. 127 Walfrido Rodrigues de Melo .......................................................... 143 José Eduardo Romão....................................................................... 169 Franklin Martins.............................................................................. 181 Tereza Cruvinel ............................................................................... 213 Marcelo Bechara .............................................................................. 243 Cezar Alvarez .................................................................................. 273 Ricardo Berzoini .............................................................................. 291 Luiz Azevedo .................................................................................. 303 André Figueiredo ............................................................................ 311 Lucia Bardi....................................................................................... 325 André Barbosa ................................................................................. 331 Arlindo Fábio .................................................................................. 351 Evelin Maciel ................................................................................... 365 Lista de siglas .................................................................................. 381 Prefácio Samuel Possebon1 A minha vida profissional como jornalista foi inteiramente dedicada à cobertura de temas relacionados às comunicações. Desde a estratégia empresarial dos grupos de mídia, passando pelo desenvolvimento dos mercados de conteúdo, o surgimento e desenvolvimento da Internet, as mudanças no cenário das telecomunicações dos anos 90 aos dias de hoje até todo o desenvolvimento das políticas setoriais nos últimos 25 anos, tudo isso sempre foi pauta, assunto de interesse, de pesquisa e amálgama de muitas das minhas relações de amizade e mesmo pessoais. Mas foi em 2001, ao ler pela primeira vez a dissertação “A Introdução de Novas Tecnologias de Comunicação no Brasil: tentativas de implantação do serviço de cabodifusão, um estudo de caso”, de Daniel Herz, defendida em 1983 na Universidade de Brasília, sob a orientação do professor Murilo César Ramos, que me dei conta que havia um campo bastante rico a ser explorado em pesquisas acadêmicas e na própria atividade jornalística setorial. Ali me deparava com o que eu gosto de chamar de “arqueologia” da comunicação, seja no campo das estratégias empresariais, seja no das políticas públicas. De maneira grosseira, é o termo que uso a este trabalho essencial aos cientistas sociais das comunicações e curiosos de se buscar nas fontes primárias do passado, seja em 1 Editor de Teletime e Tela Viva, jornalista especializado em comunicações desde 1994. É mestre em Políticas e Tecnologias de Comunicação pela Universidade de Brasília (UnB). 7 relatos dos atores ou em documentos, os elementos que permitiram reconstruir e entender as condições que nos trouxeram até o presente do ambiente setorial. O livro que se desenvolverá a seguir é um sítio arqueológico precioso para quem gosta desse tipo de trabalho, especialmente no campo das políticas públicas de comunicação. Quem conhece o autor, Octavio Penna Pieranti, sabe da sua capacidade invejável de registrar e analisar experiências no campo das políticas de comunicação. Seus seis livros até aqui são uma pequena prova deste talento, mas quando ele me procurou para prefaciar este projeto, nunca imaginei o que teria nas mãos. São dezenas de horas de entrevistas cuidadosamente preparadas e registradas que ajudam a recontar e a entender o que aconteceu no campo das políticas públicas de comunicações e telecomunicações ao longo de mais de 50 anos. São dezenas de relatos de alguns dos personagens que ocuparam papel central em vários momentos, e outros com posições nem sempre centrais, mas com uma visão privilegiada dos acontecimentos. Cada entrevista é um mergulho em um determinado tópico, em que se fica evidente a vontade do autor de, jornalisticamente, buscar as razões, as variáveis e a lógica por trás de determinados movimentos que ajudaram a formar o quadro atual das comunicações de uma maneira geral, mas com
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