O Teatro Em Comunidades Periféricas: Uma Trajetória Desenvolvida No Bairro Itinga (Joinville/Sc)
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC CENTRO DE CIÊNCIAS DA ADMINISTRAÇÃO E SOCIOECÔNOMICAS – ESAG CURSO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DISSERTAÇÃO DEMESTRADO O TEATRO EM COMUNIDADES PERIFÉRICAS: UMA TRAJETÓRIA DESENVOLVIDA NO BAIRRO ITINGA (JOINVILLE/SC) CRISTOVÃO PETRY FLORIANÓPOLIS/SC, 2016 CRISTOVÃO PETRY O TEATRO EM COMUNIDADES PERIFÉRICAS: UMA TRAJETÓRIA DESENVOLVIDA NO BAIRRO ITINGA (JOINVILLE/SC) Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Teatro da Universidade do Estado de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em teatro, área de concentração Teorias e Práticas Teatrais, na Linha de Pesquisa Teatro, Sociedade e Criação Cênica. Orientadora: Profa. Dra. Márcia Pompeo Nogueira FLORIANÓPOLIS, SC 2016 P498t Petry, Cristovão O teatro em comunidades periféricas: uma trajetória desenvolvida no bairro Itinga (Joinville/SC) / Cristovão Petry. - 2016. 214 p. ; 21 cm Orientadora: Márcia Pompeo Nogueira Bibliografia: p. 205-214 Dissertação (Mestrado) - Universidade do Estado de Santa Catarina, Centro de Artes, Programa de Pós-Graduação em Teatro, Florianópolis, 2016. 1. Teatro. 2. Teatro comunitário. 3. Cultura popular. I. Nogueira, Márcia Pompeo. II. Universidade do Estado de Santa Catarina. Programa de Pós-Graduação em Teatro. III. Título. CDD: 792 – 20.ed. Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Central da UDESC CRISTOVÃO PETRY O TEATRO EM COMUNIDADES PERIFÉRICAS: UMA TRAJETÓRIA DESENVOLVIDA NO BAIRRO ITINGA (JOINVILLE/SC) Dissertação apresentada ao Programa de Pós Graduação em Teatro como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Teatro. Banca examinadora: Orientadora: _______ _______________________ Prof. Dra. Márcia Pompeo Nogueira UDESC Membros: ______________________________ Prof. Dra. Marina Henriques Coutinho UNIRIO ______________________________ Prof. Dra. Fátima Costa de Lima UDESC FLORIANÓPOLIS, 29/06/2016 Dedico este trabalho a todas as pessoas que estiveram comigo nesta jornada. Aos integrantes da Equipe de Teatro 20V que participaram da primeira montagem da peça Flicts: Adriano Correia, Alessandro Agustin Cohen, Álida Terezinha Vieira, Cleuza Heiller, Elisângela Helena Kasprokiscz, Hélcio Decker, Marcelo Corrente, Raquel Gonzaga da Silva, Marcelo Corrente e Josiane Corrente. Aos integrantes do Grupo Cultural Itinerante: Augusta Corrente, Marcelo Corrente, Elisa Rocha e Michel Marques. Em especial a Samantha Agustin Cohen, que trilhou comigo boa parte desta história. Aos integrantes do Abismo Teatro de Grupo: Letícia Helena da Maia, João Vitor França, Isadora Dourado dos Santos, Marcos da Maia Vicente Júnior e Lausivan Grangeiro Corrêa. A Associação dos Moradores e Amigos do Bairro Itinga – Amorabi, a todas as diretorias que não desistiram das lutas comunitárias do bairro, em especial minha irmã Irene Petry Tomelin e ao cunhado Renato Tomelin que são espelhos em minha vida. A minha família: a companheira Patrícia Gbur Portela Petry, que acompanha e apoia há 18 anos minha vida no teatro; a filha Catarina e ao filho Caetano, que já fazem da Amorabi sua segunda casa e entram comigo no mundo da arte. A comunidade do bairro Itinga. Sem vocês, nada disso seria possível. AGRADECIMENTOS Agradeço a professora orientadora Márcia Pompeu Nogueira pela dedicação, competência e provocações que me estimularam a mergulhar nesta história. Á banca examinadora: Prof. Dra. Marina Henriques Coutinho, Prof. Dra. Fátima Costa de Lima e Prof. Dra. Vera Regina Martins Collaço pelas correções e contribuições necessárias para o aprimoramento da dissertação. As correções e ponderações da professora Marta Heinzelmann. Ás pessoas que cederam suas casas para que eu pudesse dormir e realizar algumas disciplinas como aluno especial: Emanuelle Carvalho e Juliana Alcântara, Letícia Helena da Maia e Leonardo de Matos, João França e Isadora Dourado dos Santos. Ao Marcos da Maia Vicente Júnior, pela ajuda nas traduções em inglês. Ás caronas que recebi. A minha mãe, Verônica Guesser Petry, que mesmo não entendendo muito de teatro, sempre valorizou minhas andanças pelo mundo cultural e social. A tradução é um trabalho dialógico e político. Tem igualmente uma dimensão emocional, porque pressupõe uma atitude inconformista, por parte do sujeito, em relação aos limites do seu próprio conhecimento ou da sua própria prática e a abertura para ser surpreendido e aprender com o conhecimento e prática do outro. Dilatado o campo das experiências, podemos avaliar melhor as alternativas que são hoje possíveis e disponíveis. Esta diversificação das experiências procura recriar a tensão entre experiências e expectativas, mas de tal modo que umas e outras aconteçam no presente. O novo inconformismo é o que resulta da verificação de que hoje e não amanhã seria possível viver num mundo muito melhor. A possibilidade de um futuro melhor não está assim, num futuro distante, mas na reinvenção do presente, ampliado pela enorme diversidade de saberes e práticas e tornado coerente pelo trabalho da tradução. Boaventura de Souza Santos RESUMO A presente dissertação propõe uma análise do trabalho social e cultural de uma comunidade periférica no Brasil localizada no bairro Itinga, zona sul de Joinville/SC. São quase 25 anos de atividades culturais atravessando diversas fases e envolvendo muitas pessoas. Em muitos momentos, esta é uma abordagem de dentro pra fora, pois se trata de uma sistematização de experiências e análise da produção feita a partir da vivência pessoal do autor. Em outros momentos o olhar será complementado através do encontro com pessoas que fazem parte desta jornada, do material documental coletado e das referências bibliográficas. A Associação dos Moradores e Amigos do Bairro Itinga (Amorabi) e o Abismo Teatro de Grupo são os espelhos desta trajetória que mantém vivo ainda hoje um projeto solidário, e muitas vezes solitário, de arte e cultura num lugar distante, onde os direitos sociais ainda não estão garantidos. A análise destes materiais representa uma nova reflexão desta história ampliando o horizonte de seu significado. Palavras-chave: Teatro comunitário; Teatro político; Teatro popular; trabalho cultural; Comunidades periféricas. ABSTRACT This thesis proposes an analysis of the social and cultural work of a peripheral community in Brazil located at Itinga neighborhood, south side of Joinville / SC. It's nearly 25 years of cultural activities through various stages and involving many people. In many instances, this is an inside out approach, because it is a systematization of experiences and analysis of the production made from the author’s personal experience. At other times the point of view is complemented by the encounter with people who are part of this journey, by the collected documentary material and by bibliographic references. The Association of Residents and Friends of Itinga neighborhood (Amorabi) and Abyss Theater Group are the mirrors of this trajectory that keeps alive today a solidarity, and often solitary, art and culture project in a distant place, where social rights are not yet guaranteed. The analysis of these materials is a new reflection of this story expanding the horizon of meaning Key words: Community Theatre, Political Theatre. Popular Teatre, Cultural work; Peripheral communities SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................. 19 2 A COMUNIDADE DO ITINGA...................... 25 2.1 CONHECENDO O BAIRRO.......................... 25 2.2 VER, JULGAR, AGIR: FORMAÇÃO POLÍTICA E COMUNITÁRIA NO BAIRRO........................................................ 47 3 O TEATRO NO ITINGA................................ 59 3.1 20V E AS PRIMEIRAS CENAS.................... 59 3.2 DO ITINERANTE PARA A AMORABI: FORTALECENDO A TRAMA........................ 71 3.3 JOGANDO-SE NO ABISMO E CONSTRUINDO UM GRUPO....................... 153 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................... 195 REFERÊNCIAS............................................. 205 19 1 INTRODUÇÃO Ser cidadão não é viver em sociedade, mas transformá-la. (Augusto Boal) No ano de 2010 tive a oportunidade de frequentar como aluno especial de Mestrado a disciplina Práticas Teatrais e Comunidade, ministrada pela professora doutora Márcia Pompeo Nogueira1, no Programa de Pós- graduação em Teatro da Universidade do Estado de Santa Catarina. Pude aprimorar meus conhecimentos e intercambiar ideias sobre teatro e comunidade, já que vivencio uma experiência concreta de arte na comunidade através da Associação dos Moradores e Amigos do Bairro Itinga – Amorabi e do Abismo Teatro de Grupo. Percebi que há muitos grupos de teatro em comunidades e que este pequeno trabalho desenvolvido pela Amorabi, encontra ressonâncias em vários outros locais periféricos do mundo. Ou seja, existe uma comunidade de teatro comunidade. Inicialmente, pretendia estudar quatro grupos que desenvolvem um trabalho de teatro comunitário: Associação Comunitário Monte Azul, favela Monte Azul, zona sul de São Paulo/SP; Instituto Pombas Urbanas, bairro Cidade de Tiradentes, zona leste de São Paulo/SP; Cia. Marginal, favela da Maré, zona norte do 1 Professora do CEART/UDESC, doutora em Drama pela Universidade de Exeter, Inglaterra. 20 Rio de Janeiro/RJ; e Amorabi, zona sul de Joinville/SC. Na Amorabi faríamos um olhar de dentro pra fora, pois se tratava de um projeto que conhecíamos e procuraríamos sistematizar as experiências vividas, sua estrutura e produção. Nas outras comunidades, faríamos um olhar de fora pra dentro, pois seriam refletidas a partir do encontro com os grupos e dos materiais coletados. Nas considerações, teríamos um