SEVERINO CELESTINO DA SILVA -.:: Biblioteca Virtual Espírita
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VIANNA DE CARVALHO Tribuno de Icó AGRADECIMENTOS Alamar Régis Carvalho (PA), Antônio de Souza Lucena (RJ), Antônio Veríssimo Sobrinho (PE), Aparecido Belvedere (SP), Ary Bezerra Leite (CE), Benvindo da Costa Melo (CE), Berenice de Castro Neves (CE), Célio Alan Menezes (CE), Centro de Documentação- USE (SP), Círculo de Pesquisa Espírita (ES), Cléa Vasconcelos (CE), Cruzada dos Militares Espíritas (RJ), Divaldo Pereira Franco (BA), Federação Espírita do Estado do Ceará, Federação Espírita do Estado de Mato Grosso, Federação Espírita do Estado de Sergipe, Francisco de Assis Almeida Barros (RJ), Francisco Rolim de Freitas (CE), Gertrudes Costa Sales (CE), Gilberto Cardoso (CE), Humberto Vasconcelos (PE), Jany Júnior (MT), João Batista Cabral (SE), João Carlos Neto (CE), João Elmadan Machado Maia (CE), João Vianney Campos (CE), Jorge Brito (DF), Jorge Hessen (DF), José Varella Neto (RJ), Lacordaire Abraão Faiad (MT), Leilah, Leonardo e Leônidas de Carvalho (CE), Madalena Figueiredo (CE), Maria Augusta Guimarães dos Reis (CE), Mário Caúla Bandeira (CE), Miguel Porfírio de Lima (CE), Milton Borges dos Santos (CE), Nícia Cunha (MT), Nilton Sousa (CE), Paulo Eduardo Mendes (CE), Renato de Carvalho (CE), Ruy Kremer (RJ), Sílvia Lomberti Melho- rança (MT), Sylvia Schoch Santana (RJ), Ubiratan Machado (RJ), Venícius Wagner Nogueira de Moura (CE), Walda Mota Weyne (CE), Zelito Nunes Magalhães (CE) e Zêus Wantuil (RJ). APRESENTAÇÃO Temos acompanhado a trajetória dos esforços empregados por nosso caríssimo Luciano na pesquisa sobre a vida e obra do grande tribuno espírita Manoel Vianna de Carvalho. Figura ímpar no nosso movimento espírita brasileiro, que, sabendo usar os recursos possibilitados pela vida nômade dos militares, levou a palavra consoladora do espiritismo para todos os rincões brasileiros por onde esteve. Luciano vem a tempo registrar, historicamente, a obra espírita de Vianna, valorizando a presença desse baluarte da palavra evangelizadora dos tempos novos em nossa terra. Esse exemplo de vida espírita que foi Vianna de Carvalho deve falar alto aos corações de todos os que militam nas fileiras da doutrina consoladora, pois que ele levantou a bandeira de sua fé, enfrentando a sociedade de sua época, falando desassom- bradamente sobre a causa dos espíritos, fundando instituições espíritas de grande significado para a doutrinação e para a caridade. Como ninguém, usou conhecimentos para a desobses- são dos obsediados, doutrinação dos espíritos inferiores, maus e doentes, orientando médiuns iniciantes e perturbados, alertando as almas dos homens mais renitentes a procurarem os caminhos de Deus através da fé raciocinada. E justo, pois, que sua biografia venha a lume, como uma fagulha que acende a esperança nos corações necessitados de diretrizes para o bem. Com essa tarefa da qual o Luciano nos incumbe, a de apresentar esta revisão histórica, sentimo-nos honrado, por ter tido a chance de participar com algumas singelas contribuições e de poder estar aqui, de próprio punho, exaltando o valor, talvez nem sempre compreendido, de um trabalho que vem avivar a memória de um dos mais dedicados heróis da novel revelação de Deus aos homens, que é a doutrina espírita. Caro leitor, receba este trabalho em seu acervo intelectual, certo de que está de posse de um verdadeiro resgate histórico que vem, novamente, levantar a bandeira da esperança através do exemplo vivo do verdadeiro cristão que foi Vianna de Carvalho. Para ele, Vianna, a nossa mais sincera gratidão, pelo seu legado de lutas na seara redentora, ao encetar o bom combate, ao cumprir a sua missão e encerrar a sua carreira de luz e realb zações profícuas junto ao coração humano. Ao Luciano, nossos votos de muito progresso espiritual, e de que possa utilizar-se sempre mais de seus talentos de pesquisador para trazer às nossas lembranças mais dados das realizações cristãs nos campos fecundos da paz, da esperança e da caridade, à luz da nossa sã doutrina. L. Palhano Jr. PREFÁCIO "Eu não sabia”, diz um infante ao escultor, “que dentro daquele bloco de pedra estava esse cavalo bonito que você tirou”. Talvez dessa alegoria possamos extrair a essência do trabalho do memorialista. A pedra bruta é a ação da natureza que faz o caminho inverso da jóia que está inserida em si mesma na figura do "cavalo bonito”. O tempo que esquece aquele que lhe deu a vida petrifica a memória que o artífice-historiador luta para extrair de seu estado condensado. Derrubar a barreira que separa o presente do passado, garimpar segredos que a memória teima em esquecer é mais que o simples evocar de curiosidades, mas a reconstrução da fisionomia dos acontecimentos que nos permitirão compreender os homens de outrora, as filigranas dos acontecimentos históricos e projetar nossas ações do futuro. Se nos posicionarmos mais despretensiosamente, ao menos nos servirá de deleite. Árdua, mas gratificante, é a tarefa do memorialista. Seu combustível são as pérolas que ele vai buscar no fundo do oceano. Ao mergulhar nas águas do esquecimento, ele não sabe exatamente o que vai encontrar, mas a obstinação transforma as adversidades no incentivo que o fará ligar o que foi e o que está por vir. Restabelecendo os caminhos da lembrança, o recordador reconstrói os fios do destino, reergue as marcas do tempo e engendra a compreensão da substância social da história. Tornou-se lugar-comum afirmar-se que o “brasileiro não tem memória”, talvez por isso ainda surpreenda quando um livro biográfico venha a lume mostrar o retrato de uma personalidade e sua época. No caso presente, a surpresa maior é verificar que o major Manoel Vianna de Carvalho, protagonista de carreira militar brilhante, teve esta ofuscada diante da profícua atividade de divulgador espiritista, que poderia ser apagada pela esteira do tempo não fosse a oportuna iniciativa de Luciano Klein Filho em biografá-lo. Alinhado aos grandes pioneiros do espiritismo na Pátria do Cruzeiro, só agora, com este exaustivo trabalho do historiador Luciano, podemos ter a real dimensão de sua importância para a implantação da consoladora doutrina dos espíritos em nossa terra, visto que, até então, de muito poucas e pálidas passagens tínhamos conhecimento de Vianna. Encontramo-nos na era da reprodutibilidade técnica, quando meios como o vídeo, o CD-ROM, a fotografia, o gravador, o computador e outros permitem armazenar quantidades incomensuráveis de dados e informações em pequenos espaços e por um número incalculável de pessoas. Esses recursos são recentes e seus efeitos comparáveis, na história da humanidade, à invenção da imprensa por Guttemberg. No futuro, a tarefa do historiador será, sem dúvida, facilitada, mas não extinta. Os registros estarão mais facilitados, o material à disposição mais farto, a internet permitirá que ele economize as solas de seus sapatos. Mas lanço aqui uma reflexão: essa tecnologia toda não tornará a tarefa do memorialista muito fria, distante da análise e da compreensão do passado? O conforto do gabinete permitirá, no futuro, o envolvimento do recordador com o objetivo de sua pesquisa? Estará ele exposto a essa vulnerabilidade gostosa, a essa cumplicidade sadia entre o preser- vador da memória e seu biografado? Foram reflexões como estas que nos surgiram durante a leitura deste Tribuno de Icó. E não estamos nos referindo aos méritos das pesquisas e das minúcias a que desceu seu autor. Elas, naturalmente, valorizam o trabalho. O que estamos a nos referir é à simbiose agradável que sentimos como leitor entre biógrafo e biografado, ao entrosamento e à afinidade que surge entre um e outro a cada página que o livro avança. Luciano apodera-se de lembranças da vida edificante de Vianna de Carvalho e transporta-as com emoção e leveza para o papel, sem que estas se transformem em meros registros de armazenamento do passado. E assim a viagem ao passado deste pioneiro do espiritismo no Brasil se torna uma reconstituição afetiva e, ao mesmo tempo, utilíssima para quem sabe dar valor à preservação de sua memória. Conforme nossa citação inicial, auguramos que “o cavalo bonito que o Luciano tirou do bloco de pedra” não seja o último, porque o movimento espírita carece de historiadores, e o acesso à essência do passado, à experiência de nossos precursores, não deve ser visto como adoração aos mesmos, mas um recurso a mais na divulgação da doutrina espírita. Prossiga, Luciano, prossiga. Eduardo Carvalho Monteiro SOB AS LUZES DO ESPIRITISMO Quando um arauto do bem, que se propôs a encarnar no mundo dos homens para assumir as acerbas tarefas da divulgação das verdades eternas contidas no Evangelho do Cristo, adotando as luzes do espiritismo como roteiro certo e seguro, transpondo todos os obstáculos, vencendo as etapas de cada serviço delineado e programado, cumprindo integralmente toda a missão que lhe foi confiada, volta ao mundo espiritual, as potestades celestes se movimentam, acima da compreensão humana, para receber, em júbilos, aquele que ganhou o seu galardão imortal, que acumulou o tesouro do céu, que os ratos não roem, a ferrugem não consome e os ladrões não roubam. Oh, felicidade das felicidades, que existe muito além do pensamento corriqueiro dos homens, que se esquecem dos seus heróis e de seus homenageados. Por isso é que, quando o homem de bem, pregador do cristianismo redivivo, exemplificador e testificador do Cristo, é, de alguma forma, lembrado no meio da sociedade humana, nós, os espíritos seus amigos, que testemunhamos os seus esforços e também sofremos os mesmos trabalhos, nos reunimos para agilizar na mente do pesquisador todas as nuanças possíveis a serem lembradas, os bons exemplos que induzem à paz e à verdade. Falamos aos ouvidos de muitos que parecem tirar das reminiscências mentais imagens e conversas úteis que fazem referência aos feitos heróicos do vencedor; outros, ouvindo nossas vozes, abrem velhos baús e, sem saber porquê, catam documentos esclarecedores envelhecidos pelo tempo e que, como por uma espécie de ‘milagre’, acabam nas mãos do pesquisador atento. Assim fazemos, não para acicatar vaidades, mas para que a presença da personificação do bem, do exemplo da caridade reviva novamente entre os homens, apontando rumos novos aos corações necessitados de ânimo e coragem moral.