A Profecia Da Babilônia 2
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1 TIM LAHAYE & GREG DINALLO O SGRDO NO ARARAT A ROFIA DA AILNIA LIRO TRADUÇÃO DOMINGOS FILHO DEDICADO À MEMÓRIA DO FAMOSO astronauta coronel James Irwin, que pisou na Lua em 1971. Sua fé em Jesus Cristo e na Bíblia levou o a buscar de maneira diligente durante a década de 1980 a sempre elusiva Arca de Noé, que muitos acreditam que um dia será encontrada no topo dos picos rochosos de Ararat, onde ela foi preservada em gelo por cerca de 5 mil anos — esperando que alguém como ele localize o que muitos espe- ram que seja “a maior descoberta arqueológica de todos os tempos”. INTRODUÇÃO ANTES MESMO DO GRANDE TERREMOTO DE 1840 , que apagou quase um terço das regiões superiores do monte Ararat, foram relatadas visões dos restos da Arca de Noé. Pessoas críveis deixa- ram registros nos quais afirmam tê-los visto, desde pessoas que habitam a área da montanha a exploradores profissionais. Há evidências consideráveis de que pelo menos 150 soldados da Rússia Branca os viram e examinaram em 1917, pouco antes da revolução bolchevique. A evidência da preservação dessa irrefu- tável prova da história bíblica de Noé e sua família, preservando a humanidade, pode bem ser a mais importante descoberta arqueo- lógica de todos os tempos. No entanto, quando reunimos todos os relatos, há um fio as- sustador que os costura e une. Deve haver uma força sinistra e oposta aos valentes esforços de todos os pesquisadores, algo que os impediu de até o presente ver a luz do dia. Mas acreditamos que a exploração ganha velocidade e que podemos ser, de fato, a geração que finalmente vai revelar a Arca de Noé aos olhos de todo mundo. Michael Murphy, renomado arqueólogo da série A profecia da Babilônia , vai conduzir neste livro a mais perigosa expedição realizada até o presente. Uma expedição que pode representar outro passo excitante na realização das profecias do fim dos tem- 4 pos... que Jesus Cristo previu que seriam como “os dias de Noé”. Alguém pode duvidar seriamente de que a sociedade de hoje é muito similar aos dias pré-diluvianos de Noé? 5 UMUMUM RESPIRE. ELE PRECISAVA DESESPERADAMENTE respirar. Mas sabia que se abrisse a boca para tentar aspirar o ar, morreria. Rangendo os dentes com muita força, Murphy abriu os o- lhos em vez da boca. E um par de olhos amarelos e animalescos o encarava. Uma mandíbula ávida ganhou foco em meio à névoa esverdeada, os dentes brancos e pontiagudos exibidos num gru- nhido silencioso. Murphy estendeu a mão, esperando que os den- tes a mordessem, mas o focinho canino desapareceu, sugado pela escuridão aquosa. Isso não era bom. Precisava levar ar aos pul- mões antes que explodissem. Voltando o rosto para cima, para a luz tênue, ele começou a se mover. Depois de alguns momentos de agonia durante os quais teve a horrível sensação de estar a- fundando, não emergindo, sua cabeça rompeu a superfície. Ele aspirou grandes porções de ar, tossindo e agarrando-se à estreita margem de pedra que se projetava da lateral do poço. Com a cabeça apoiada na rocha áspera, sentiu algo morno se mis- turando à água gelada. Sangue. Quando a dor o atingiu repenti- namente, um louco carrossel de pensamentos começou a girar no interior de seu cérebro. Laura . Nunca mais a veria. Ela nem saberia que havia mor- rido ali, naquele lugar remoto e esquecido por Deus. Nem saberia que seus últimos pensamentos haviam sido para ele. Então ele lembrou. Laura estava morta. Morrera em seus braços. 6 E agora se juntaria a ela. Com esse pensamento, seu corpo começou a relaxar, aceitando o destino, e ele se deixou escorregar de volta para a torrente. Não ! Não podia desistir. Não podia permitir que esse louco vencesse no final. Precisava encontrar uma saída. Mas, antes, tinha de encontrar aqueles filhotes. Agarrando a margem com as duas mãos, Murphy respirou fundo várias vezes para levar todo o oxigênio possível ao interior dos pulmões. Realizara muitos mergulhos em cavernas, e por isso sabia que era capaz de permanecer submerso por até dois minu- tos, se fosse necessário. Em circunstâncias ideais. No momento, lidava com os efeitos do choque, com a perda de sangue e com um frio que o fazia tremer, e ainda se ocupava de tentar encontrar dois filhotes de cachorro no meio da correnteza arrebatadora. Não eram circunstâncias ideais. Enquanto se deixava afundar no- vamente na água gelada, ele pensava, não pela primeira vez, em como havia conseguido se meter naquela confusão. Murphy percorria o caminho no interior da caverna e toma- va todo o cuidado, movendo o foco de luz da lanterna pelas pare- des escuras e úmidas, quando de repente sentiu que não pisava mais em argila, mas no que pareciam ser sólidas tábuas de madei- ra. Sempre alerta para os truques e as armadilhas, Murphy reagiu instintivamente como se acabasse de pisar em brasas incandes- centes. Mas, antes que pudesse saltar para o lado, a porta do alça- pão se abriu. Seu corpo mergulhou no vácuo e uma gargalhada familiar rompeu o silêncio, ecoando nas paredes rochosas como o ruído de um louco. 7 — Bem-vindo ao jogo, Murphy! Saia dessa, se puder! Enquanto caía, Murphy ainda tentava encontrar uma res- posta adequada. Mas tudo que produziu foi um grunhido abafado quando caiu no chão como um saco de cimento, perdendo todo o ar dos pulmões. O impacto o lançou para um lado, e sua cabeça se chocou contra uma saliência. Por um momento tudo se resumiu a uma escuridão sibilante. Depois ele se levantou, apoiou-se sobre as mãos e os joelhos, e os sentidos foram retornando, um a um. Sentia a argila úmida entre os dedos; podia senti-la na boca, tam- bém; reconhecia o cheiro típico de água estagnada; conseguia re- conhecer o contorno sombrio das paredes do poço onde caíra. E ouvia o lamento persistente do que parecia ser um... não, dois cãezinhos molhados, assustados e com frio. Ele se virou na direção do som e os viu, tremendo e enco- lhidos bem juntos sobre uma estreita saliência. Dois filhotes de pastor alemão. Murphy balançou a cabeça. Tentava sempre se preparar para qualquer coisa que pudesse vir de Matusalém, mas o que dois filhotes estariam fazendo no meio de um complexo de cavernas subterrâneas a quilômetros de qualquer outro lugar? Teriam se perdido e, de alguma forma, se afastado tanto da super- fície? Não acreditava nisso. Era mais provável que estivessem ali porque Matusalém os pusera ali. Os animais eram parte do jogo. Lutando contra o instinto natural de agarrar os apavorados animaizinhos e abraçá-los, dizendo aos dois que tudo ia ficar bem, ele se aproximou da saliência com cautela. Os filhotes pareciam indefesos. Mas isso não queria dizer que eram inofensivos. Nada nos jogos de Matusalém era inofensivo, e se ele os deixara ali para que Murphy os encontrasse, então havia algo de errado com eles. Só precisava descobrir o que era. 8 Nesse momento, o ruído de um gotejamento que até então havia sido registrado apenas pelo subconsciente de Murphy co- meçou a se tornar mais alto. Ele se virou na direção do som e, de repente, ele se transformou em um barulho assustador, enquanto uma imensa onda de água surgia por uma brecha estreita entre as rochas. Em um segundo a enchente já alcançava seus tornozelos, desequilibrando-o. Esquecendo os jogos mentais de Matusalém, ele continuou se aproximando da saliência rochosa, apoiou-se nela, resgatou os filhotes e colocou-os dentro da jaqueta. Os olhos examinavam as paredes do poço, tentando identificar qualquer coisa que o ajudasse a encontrar uma saída. A água já tocava seu peito. Os filhotes eram apenas uma distração, ele pensou com amargura, esforçando-se para manter-se em pé. Não notara o verdadeiro perigo até que fosse tarde demais. — Não se preocupem, amiguinhos, vou tirar vocês daqui — ele garantiu aos animais com mais confiança do que sentia. Então a torrente o tirou do chão e os cães, em pânico, começaram a se debater dentro de sua jaqueta. Lutando para manter a cabeça fora da água, ele sentiu que os filhotes escapavam e tentou segurá-los, mas os dedos encontraram apenas o líquido gelado, e logo ele foi submerso, girando descontrolado como uma peça de roupa na máquina de lavar. Murphy fechou os olhos e, enquanto os pulmões exigiam ar, tentou encontrar um local calmo em sua mente onde pudesse pensar. Precisava verificar suas opções. Logo a água alcançaria o nível da porta do alçapão, mas sabia que ela havia sido trancada para evitar a fuga. Sendo assim, tinha de escolher: procurava por outra saída sob a água ou tentava encontrar os filhotes antes que se afogassem? Se tentasse encontrar a saída sozinho, os filhotes estariam mortos quando os encontrasse. Se tentasse salvá-los 9 primeiro, provavelmente acabaria exausto demais para buscar a saída. Se é que havia uma saída. As opções não eram boas. A única esperança que ainda tinha era saber que aquilo era um jogo. E um jogo, por mais mortal que fosse, possuía suas re- gras. Mas não conseguiria deduzi-las enquanto os pulmões grita- vam por ar e o processo mental começava a tornar-se nebuloso pela falta de oxigênio. Ar. Precisava de ar. Depois iria atrás dos filhotes. Se ainda estivesse vivo depois disso, talvez Deus lhe desse alguma inspira- ção. Quando Murphy entrou no laboratório, ele deparou com uma jovem debruçada sobre a bancada de trabalho. Os cabelos negros presos num rabo-de-cavalo compunham um contraste acentuado com o avental branco, e ela analisava um fragmento de pergaminho com grande concentração.