Esquinas Uma Pesquisa Sobre a Cor Na Fotografia Brasileira Contemporânea Vol
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Esquinas uma pesquisa sobre a cor na fotografia brasileira contemporânea vol. I Esta pesquisa contou com o apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa desde que citada a fonte. Catalogação na publicação Serviço de Biblioteca e Documentação Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo Grimaldi, Maura Castanheira Esquinas : uma pesquisa sobre a cor na fotografia brasileira contemporânea / Maura Castanheira Grimaldi – São Paulo : M. C. Grimaldi, 2012. 186 p. : il. Dissertação (Mestrado) – Escola de Comunicações e Artes / Universidade de São Paulo. Orientador: Marco Garaude Giannotti 1. Arte contemporânea 2. Cor 3. Ensaio fotográfico 4. Fotografia I. Título II. Giannotti, Marco Garaude CDD 21.ed. – 770 Esquinas uma pesquisa sobre a cor na fotografia brasileira contemporânea vol. I Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais, área de concentração Poéticas Visuais, da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do título de Mestre em Artes Visuais, sob a orientação do Prof. Dr. Marco Garaude Giannotti. Maura Castanheira Grimaldi São Paulo, Outubro de 2012 Banca Examinadora __________________________________ __________________________________ Prof. Dr./ Instituição Assinatura __________________________________ __________________________________ Prof. Dr./ Instituição Assinatura __________________________________ __________________________________ Prof. Dr./ Instituição Assinatura São Paulo, ___ de _____________ de 2012 à memória de minha avó Zezé, com todo o carinho... Agradecimentos Gostaria de agradecer a todos aqueles que colaboraram de alguma forma com esta pesquisa, em especial: ao apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP; aos entrevistados Anna Mariani, Luiz Braga, Cássio Vasconcellos, Marcos Ribeiro, Gibo Pinheiro e Rodrigo Naves; à orientação de Marco Garaude Giannotti, por todos estes anos de acompanhamento; à orientação de Carlos Alberto Fajardo; ao auxílio e às críticas dos professores e membros da banca Helouise Costa e João Musa; às conversas e à parceria de Samuel de Jesus; à companhia de Marcílio Bueno nas muitas madrugadas pela cidade de São Paulo; à ajuda e aos ensinamentos de Tunas e Gibo Pinheiro; à colaboração e aos cafés de Helena Meidani; ao suporte incondicional da minha família; à minha nova família, Silvia, Mari e Monique; à parceria da Futxeca pelos bons momentos; às amigas Flora Leite e Marina Fagali; às queridas Deusa e Fátima pelo compromisso e talento; à companhia mais fiel nestes poucos anos como artista de minha avó Zezé, e aos nossos almoços intermináveis. Resumo GRIMALDI, Maura Castanheira. Esquinas: uma pesquisa sobre a cor na fotografia brasileira contemporânea. Dissertação (Mestrado) - Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo 2012. Para compreender a relação entre cor e fotografia, investiguei seus aspectos técnicos e poéticos. Aprofundando-me na pesquisa de importantes fotógrafos que trabalham com a cor, realizando uma série de entrevistas com os artistas estudados e especialistas na área e construindo uma prática artística pessoal, procuro mostrar nesta dissertação como a cor adquire autonomia, tornando-se elemento estrutural da obra. palavras-chave: arte contemporânea, cor, ensaio fotográfico, fotografia. Abstract GRIMALDI, Maura Castanheira. Corners: a research about color in the contemporary Brazilian photography. Dissertação (Mestrado) - Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo 2012. To understand the relationship between color and photography, I investigated the technical and poetical aspects. Deepening in the researches about important photographers that work with color, making a series of interviews with the artists that had been studied and professionals from the area and building an artistic personal practice, I try to show in this dissertation how the color acquires autonomy becoming a structural element of the work. keywords: color, contemporary art, photography, photographic essay. Sumário Vol. I Esquinas - Relato do processo de trabalho 15 Esquinas, 2010-2012 29 Vol. II Breve introdução: cor e fotografia 79 O caso brasileiro: 89 1 Anna Mariani, a memória da cor 91 1.1 Entrevista Anna Mariani 103 1.2 Entrevista Rodrigo Naves 111 2 Luiz Braga, a poética da cor 117 2.2 Entrevista Luiz Braga 127 3 Cássio Vasconcellos, a experimentação da cor 137 3.2 Entrevista Cássio Vasconcellos 149 3.3 Entrevista Marcos Ribeiro 157 3.4 Entrevista Gibo Pinheiro 165 Referências 175 Esquinas Relato do processo de trabalho 15 Esquinas Relato do processo de trabalho 01. Eu ainda cursava a graduação em Artes Plásticas quando de fato iniciei minha prática com filmes 120mm. Em Aos domingos nublados tudo está fechado1, já apareciam as 1 Trabalho de conclusão do curso (TCC) de primeiras esquinas. Tratava-se de um livro de artista que elaborei no fim daquele ano, com artes plásticas na ECA-USP, em 2009. sete fotografias de fachadas industriais da cidade de São Paulo, sem nenhum indício de figura humana. Fig. 01 e 02: Fotografias da sérieAos domingos nublados tudo está fechado, 2009. Ao lado desse trabalho, fiz um conjunto de seis fotografias chamadoAos domingos noturnos2 2 Também parte do TCC, esse trabalho em que a luminosidade e a distorção cromática pareciam se sobrepor ao interesse pela participou da exposição Justapostos, no Paço das Artes, organizada pelos formandos do arquitetura – mais evidente no trabalho anterior. Mesmo não retratando especificamente curso de graduação em Artes Plásticas do nenhuma esquina, a série já descrevia um contexto urbano inóspito, à noite. CAP/ECA/USP. Fig. 03 e 04: Fotografias da sérieAos domingos noturnos, 2009. 17 3 Idem Fechando a tríade de trabalhos, Quando vou em vão3 expunha onze fachadas urbanas em 6cm x 6cm, dispostas linearmente no espaço expositivo, de forma a estabelecer um ritmo na transição de uma imagem para outra. Fig. 05 : Registro da série Quando vou em vão no espaço expositivo, 2009. Fig. 06 e 07 : Fotografias da sérieQuando vou em vão, 2009. Creio que citar esses três trabalhos é condição para entender como surgiu, lentamente, o ensaio finalEsquinas , pois todos pareciam apontar inúmeras questões que seriam abordadas futuramente. 02. Durante julho de 2010, ainda no primeiro ano do mestrado, para me aprofundar no tema da cor na fotografia, participei de um curso de laboratório analógico em cor pela técnica C-print, oferecido pelo International Center of Photography, em Nova York. Nesses trinta dias de concentração nas atividades de laboratório, surgiu o primeiro conjunto intencional de esquinas noturnas. Foi nesse momento que passei a afinar a escolha de determinadas condições de trabalho, como o tipo de papel e a película fotográfica que usaria. Fig. 08 a 10: Fotografias da sérieAs esquinas que dobrei, 2010. C-Print. De volta dos EUA, ainda experimentei outras possibilidades, inclusive porque, do segundo semestre de 2010 até o fim de 2011, dispus da estrutura de um laboratório comercial em São Paulo que cedeu gentilmente seu espaço para o desenvolvimento de minha pesquisa. Fiz outros ensaios usando ora filmes 135mm, ora 120mm. Também variei a sensibilidade das películas, suas marcas, o tipo de exposição e de revelação, o tipo de papel, as dimensões, os recursos de ampliação como flashadas de diferentes sensibilidades etc. 03. Em novembro de 2010, tive a oportunidade de participar da exposição Grupo Cor – intervenções no subsolo do Paço das Artes, que integrou o evento comemorativo Paço das 18 Artes – 40 anos. Na ocasião, ainda não havia concebido de fato a obra Esquinas, mas os trabalhos expostos já faziam referência a fotografias que eu usaria mais tarde, como foi o caso de Pedro, Paulo e Paulo. Fig. 11 a13: Pedro, Paulo e Paulo, 2010. Tríptico fotográfico. C-Print. Duas dessas fotos voltaram a aparecer em Esquinas. Ao lado desse tríptico, também apresentei a obra Léa & Maura, duas fotos de um mesmo lugar que faziam uso do registro arquitetônico para tocar na questão da temporalidade. Fig. 14: Registro da obra Léa & Maura no espaço expositivo, 2010. Díptico fotográfico. C-Print. Fig. 15 e 16: Léa & Maura, 2010. Díptico fotográfico. C-Print. 04. Ao longo de 2011 testei mais possibilidades fotografando esquinas em outras cidades, com diferentes condições de luz, em diferentes horas do dia, com e sem a presença de figuras humanas. Fig. 17: Central, 2011. C-print. Fig. 18 a 20: Fotografias sem título, 2011. C-Print. Escolhas 05. A primeira decisão – e de onde surgiu a estrutura da obra – foi selecionar o equipamento. Ao optar por uma câmera Rolleiflex, equipamento que eu vinha utilizando desde 2009, pude estabelecer uma nova relação de olhar e de corpo com a paisagem que eu captava. Seu formato, semelhante a uma caixa por cuja parte superior o fotógrafo vê a imagem através de 19 um vidro despolido, me permitia mantê-la na altura do meu centro de gravidade, e não mais na altura dos olhos. Acredito que essa condição particular da câmera despertou uma nova maneira de lidar com a imagem e foi determinante para as escolhas que se seguiram. Meu corpo foi reinserido no momento fotográfico. Era preciso me movimentar para enquadrar a imagem, até porque as lentes da Rolleiflex eram lentes fixas 80mm. Por causa do formato da câmera, era inviável fotografar as ruas de dentro do carro – meio pelo