Textos Finalistas

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Textos Finalistas TEXTOS FINALISTAS 2 — POEMA TEXTOS FINALISTAS m sua 6a edição, a Olimpíada de Língua Portuguesa envolveu mais de 42 mil escolas, de quase 90% dos mais de 5 mil municípios do Brasil. Participaram educadores, estudantes e instituições das 27 unidades da federação. EForam mais de 85 mil professores inscritos. Os números falam por si só: mostram o tamanho da mobilização que acontece até chegarmos aqui, nos 172 estudantes finalistas que têm suas produções partilhadas nesta coletânea. Depois das etapas Escolar, Municipal e Estadual, esta publicação coroa a Etapa Semifinal e traz uma saborosa amostra desse concurso, que ainda tem sua etapa final – a Nacional. É muita história para contar. Em prosa, em verso, em palavra de opinião, de recordação e, agora também, em imagem e som. O percurso todo da Olimpíada é entremeado por oficinas apoiadas pelos Cadernos do Professor (disponíveis em www.escrevendoofuturo.org.br), por recursos didáticos, cursos on-line, encontros, atividades culturais, eventos formativos e ações de reconhecimento. Essa série de iniciativas, voltadas a professores e alunos do 5o ano do Ensino Fundamental (EF) ao 3o ano do Ensino Médio (EM), sustém um propósito norteador: contribuir para a melhoria do ensino e da aprendizagem da leitura e escrita nas escolas públicas de todo país. A Olimpíada integra as ações desenvolvidas pelo doutora em Letras e pesquisadora na área das literaturas Programa Escrevendo o Futuro, criado em 2002 pelo Itaú africanas e afro-brasileira, ela cria sua obra com base Social e pelo CENPEC – Centro de Estudos e Pesquisas no que chama “escrevivência”, que define como escrita em Educação, Cultura e Ação Comunitária –, tornando- que nasce do cotidiano, da experiência pessoal e das -se política pública em 2008, por meio da parceria com lembranças. Sua escrevivência, portanto, não poderia ser o Ministério da Educação. mais inspiradora aos participantes da Olimpíada, que são Após um período de redesenho, a 6a edição chega instigados a partir do tema “O lugar onde vivo”. com duas grandes novidades. Uma delas é o gênero À medida que leva os alunos para perto de suas Documentário, que propõe a alunos de 1o e 2o anos comunidades, “O lugar onde vivo” estimula a sensação de do EM criar uma produção audiovisual. Os gêneros das pertencimento, o desenvolvimento do olhar crítico e um edições anteriores se mantêm: Poema, para o 5o ano conhecimento mais aprofundado da realidade local – além do EF; Memórias literárias, para 6o e 7o anos do EF; de ser matéria-prima inesgotável de criação! Crônica para 8o e 9o anos do EF; e Artigo de opinião, O convite para esquadrinhar seu próprio canto Brasil para o 3o ano do EM. afora (e Brasil adentro) inspirou poemas, trouxe à tona A outra novidade é que em cada edição será memórias, formou opiniões, sublinhou cotidianos, aguçou homenageado um autor brasileiro. Quem abre alas olhares e, agora, chega ao leitor que, página a página, é a premiada escritora e também educadora mineira caminha pelos lugares onde vivem estes jovens escritores. Conceição Evaristo. Autora de sete livros, mestre e Boa leitura! Poema 11 Memórias literárias 43 Crônica 123 Artigo de opinião 203 Documentário 247 Poema s próximas páginas trazem poemas de estudantes de 5o e 6o anos do Ensino Fundamental sobre o lugar onde vivem. Após semanas de expiração A e inspiração, durante as oficinas que compõem a sequência didática da Olimpíada de Língua Portuguesa, vieram os versos que, aqui se vê, podem brotar de lugares grandes e ao mesmo tempo pequenos. E também de chão altaneiro. De cidade que até no nome tem luz ou da simples ideia de escrever com rima sobre Petrolina. De uma aldeia de camarás ou de um exótico mutum lá de Utinga Leão. Da pintura de um pedaço de pão ou mesmo de um pedacinho de nossa nação. De água de cachoeira correndo pelas veias ou do balançar do tempo no vaivém da cadeira. Dos quatro cantos de Sertãozinho ou da Cohab e as doze paradas da condução. De Belo Horizonte vista da janela ou mesmo da linguiça, da santa missa e da novena na capela. Da tribo dos Manaós ou até de um raio de esperança para todos nós. Vale um passeio atento por esse verdadeiro jardim sensível, colorido, poético e sonoro, com poemas de alunos-autores, orientados por dedicados professores! POEMA 22 QUANDO OS 31 PRAIA SAHY, Índice IPÊS VOLTARAM GOSTO DAQUI A FLORESCER... Samara de Maria Eduarda Souza Melo 14 DE GALHO EM Azevedo da Cunha GALHO, EM UM 32 O CONTO DOS PORTO SEM MAR 24 NOS DEZ DE QUATRO CANTOS Débora Raquel GALOPE LÁ Emanuelly Araújo de Sousa Reis NO MEU LUGAR de Oliveira Davi Henrique Teófilo 16 O RIO DA MINHA de Azevedo Lima 34 O ÔNIBUS CIDADE FEITORIA COHAB Antony Novack 26 MINHA CIDADE, Vitória Eduarda Bertan MENINA FACEIRA Ferraz Frutuoso Jefferson Kauãm 17 PRINCESA Lopes de Santana 36 DA JANELA DO SERTÃO DE MINAS Maysa Evelyn 27 ENTRE A BELEZA Nicole Rodrigues Nascimento Araújo DO MEU LUGAR Florentino HÁ UM MUTUM 18 QUE BELEZA Nickolas Henrique 38 CIDADE DE LUGAR! Gomes da Silva DO TESOURO Marina Gujanski Yêda Maria Oliveira Schmitd 28 PEDACINHO DA Aguiar NOSSA NAÇÃO 19 TRILHOS DO TREM Miguel Medina 40 O POEMA Heloisa Aparecida Soares DA CACHOEIRA Ribas Dawidysom Pereira 29 A TELA de Oliveira 20 MORO EM Mayra Lourrana UMA CIDADE... de Souza Silva 41 MINHA MORENA E Kalleo Klark Buenos ADORADA MANAUS Aires Carneiro 30 MEMÓRIAS Heloisa Bernardo DE GUARIROBA de Moura Gustavo Gabriel Domingues DE GALHO EM GALHO, EM UM PORTO SEM MAR Débora Raquel de Sousa Reis Na cidade de Teresina, Mas de galho em galho Da bonita goiabeira, Do caminho até em casa, Te apresento meu lugar. Tento curtir a minha infância. Vejo a casa da tia Cássia. As cadeiras já na calçada, No topo dos altos morros, Prefiro subir nas árvores Lá tem um salão de beleza Como é grande o blá blá blá! Perto do céu alcançar, Do que me perder na ignorância Onde ela faz a sua mágica: A fofoca foi lançada: Abaixo dos raios de sol: De cair no mau caminho, O vaivém da tesoura, “Você soube da Maria?” Um bairro irá encontrar. Esquecer minha importância. Linda é a sua prática. E começam as risadas. “Porto do Centro” é o seu nome. Do alto do cajueiro, Finalmente, subo na mangueira. A noite já transbordou Não tem lago, rio ou mar. Vejo em cada esquina Minha árvore preferida! Quando cruzo o meu portão. Cais, só se for de córregos, Passos para a igreja. Fico perto das nuvens, A rotina é sempre a mesma, Que choram no meu lugar. Cada um com a sua sina, Dos pássaros e suas cantigas. Mas satisfaz meu coração. Sobre eles, falsas pontes Que eu fico a observar Converso até com Deus, Minha mãe já está em casa, Pra você atravessar. Com meus olhos de menina. Não preciso ser contida. Cansada do seu rojão. Entre as ruas estreitas Do alto do pé de tamarindo, Quando o sol vai se pondo, Mais um amanhecer chega E os becos sem saída, Vejo o entra e sai do mercado. Pro chão tenho que voltar. Nesse bairro peculiar. Encontramos árvores A venda sempre cheia, E vejo o que de cima evito: Sou feliz na simplicidade, Que dão cor e vida As mães com seu trocado. O enorme escarcéu do bar. Com o dia a dia do meu lugar. Ao meu chão batido, O choro pelo pirulito, “Homens! Vamos acordar?” Deixa-me ir de galho em galho À minha gente sofrida. Os dizeres engraçados. Viver é melhor que se embebedar. Apreciar meu porto sem mar. Professora Cristiane Raquel Silvia Burlamaque Evangelista EM Lindamir Lima, Teresina-PI 14 — POEMA POEMA — 15 O RIO DA MINHA CIDADE PRINCESA DO SERTÃO Antony Novack Bertan Maysa Evelyn Nascimento Araújo Do lado da minha casa Minha cidade é conhecida “Petrolina” foi o nome que ganhou, Mas nem tudo é perfeito, Passa um rio encantado Pela extração do carvão mineral quando, em 1895, cidade se tornou. essa terra é terra de povo guerreiro! Quieto, manso e pequeno Porém, a fama se esconde, enegrecida E pensar... Que de uma pedra Muitos direitos já foram tomados Onde navego meu barquinho acalentado. Nas águas profundas do canal. sairia cidade tão bela. de quem só queria estudar! Lágrimas caíam do rosto do vaqueiro, Lá no morro da TV Canal este que, em parte, foi escondido Mas é tão bela, tão bela, de ver o “Velho Chico” secar. Na cidade de Criciúma Para dar lugar às construções que uma câmera é incapaz de retratar. O rio Linha Anta nasce Perderam-se o leito e o caminho Em tu corre o famoso “Velho Chico”, Terra seca, chão rachado, E desce as serras, uma a uma. Encontraram-se problemas e inundações. Catedral bela que todos podem apreciar. suor descendo do rosto. Ô, ô, ô, ô, ô Pai! Nasce limpo, é água das chuvas Meu pai é agricultor Cultura rica? Ha, ha, ha, essa não pode faltar! Se é que posso te pedir de novo... Que a terra filtrou E precisa de água do rio para plantar Tem frevo, São João, capoeira Abençoa esse humilde povo! Cria leitos, faz curvas Como dessas terras sou herdeiro imperador, e as comidas típicas pra completar! Cumpre o que seu destino mandou. Esse rio terei que, para o meu futuro, Tem cuscuz? Tem sim! E assim finalizo a minha rima, Resguardar. E baião? Chegue logo, meu irmão! com enorme e grande alegria. Sua missão é encharcar a terra, Venha logo, se avexe! De contar a história de uma pequena vila, Matar a sede do homem e da plantação. Linha Anta é o seu nome Venha admirar as belezas que Petrolina merece que, hoje, é conhecida como Petrolina! Mas no caminho algo erra Passa por mim sempre fiel e tem para lhe mostrar! É começo de poluição Passa por casas, passa por pontes E no seu ensejo encontro Leva o meu barquinho de papel.
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