Sistema De Comunicação Visual Para a Rede De Trens Metropolitanos Da CPTM Na Região Metropolitana De São Paulo – Perspectivas De Melhoria Na Operação Da Rede
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1 Sistema de Comunicação Visual para a Rede de Trens Metropolitanos da CPTM na Região Metropolitana de São Paulo – perspectivas de melhoria na operação da rede Visual Communication System for the CPTM MetropolitanTrains Network in the Sao Paulo Metropolitan Region – perspectives of improvements in the operation of the network PADOVANO, Bruno Roberto (1), CAUDURO, João Carlos (2), Colaboração BERTACCHINI, Patrícia (3) (1) Professor Livre Docente, Coordenador Científico NUTAU/USP, Universidade de São Paulo – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Rua do Lago, 876, Campus Cidade Universitária, São Paulo, SP e-mail: [email protected] (2) Professor Doutor, FAU/USP, Pesquisador Sênior, NUTAU/USP, e-mail: [email protected] (3) Doutora,FAU/USP, Coordenadora de Logística, NUTAU/USP, e-mail: [email protected] Resumo O artigo apresenta uma visão perspectiva da metodologia adotada, dos levantamentos, da definição dos parâmetros de projeto, do projeto e da avaliação dos protótipos do Sistema de Comunicação Visual para a rede da CPTM – Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, elaborado pela FUPAM – Fundação para a Pesquisa Ambiental com apoio para a pesquisa aplicada do NUTAU/USP – Núcleo de Pesquisa em Tecnologia da Universidade de São Paulo, com vistas a discutir as melhorias previstas na operacionalização da rede. Palavras-chave : Design Total; Identidade Visual, Comunicação Visual Urbana; Sistemas de Transportes Metropolitanos. Abstract The paper presents a perspective vision of the adopted methodology, survey data, definition of design parameters, design and evaluation of the prototypes of the Visual Communication System for the network of CPTM – São Paulo Company of Metropolitan Trains, carried out by FUPAM – Environmental Research Foundation with support for applied research by NUTAU/USP – Nucleus of Research in Technology of Architecture and Urbanism of the University of Sao Paulo, in order to discuss the expected improvements in the network’s operation. Keywords : Total Design; Visual identity, Urban Visual Communication; Metropolitan Transportation Systems. Introdução In discussing commuter transport to serve residential areas in a future city it will be necessary to make one assumption which may be questioned, namely that good public transport should be available by which to and from central areas. This does not mean that there should not be freedom of choice, only that public transport is worth a heavy public investment and that, if it is good enough, people will use it in preference to their car. Public transport will have to offer two things, speed and comfort, to compete. Brian Richards, 1966 A busca de soluções mais sustentáveis para a mobilidade metropolitana vem levando os últimos governos paulista e paulistanos a buscar no transporte de massa sobre trilhos uma alternativa ao uso do automóvel, com seus impactos ambientais e sociais notoriamente problemáticos (fonte de energia fóssil, emissão de CO2, poluição sonora e do solo, mau uso 2 dos espaços públicos, acidentes, entre outros), especialmente com a popularização do uso do automóvel por amplas camadas da população, facilitada pelo crédito bancário mais acessível nos últimos anos. Conforme defendido por urbanistas como Richard Rogers, a cidade compacta parece ser o objetivo mundial para um urbanismo baseado no conceito do desenvolvimento sustentável, e nesta é fundamental que a principal forma de mobilidade urbana seja oferecida por um transporte de massa eficiente e não poluidor. Rogers define assim sua cidade compacta : “ela cresce em volta de centros de atividades sociais e comerciais localizados junto aos pontos nodais do transporte público, pontos focais, em volta dos quais, as vizinhanças se desenvolvem” (1997:38) São Paulo, um das cinco maiores regiões metropolitanas do mundo, tem na rede ferroviária uma solução para conduzir seu futuro desenvolvimento urbano. As linhas férreas foram originalmente implantadas para uso pelo transporte de cargas pela empresa inglesa Sao Paulo Railway Co., ainda no século XIX, para escoar a produção do café do interior do estado para o porto de Santos, tendo uma expressiva participação na estruturação urbana da região Metropolitana de São Paulo, ao longo dos séculos XX e XXI. Essa rede, em boa parte desativada com o advento do rodoviarismo e o traslado da carga para os caminhões, foi aos poucos sendo transformada em transporte de subúrbio,de má qualidade e incapaz de resolver o problema da mobilidade das classes trabalhadoras, que foram induzidas ao uso dos ônibus urbanos. Com o advento do Metrô nos anos setenta, o transporte sobre trilhos foi ganhando importância no planejamento urbano e nos anos noventa a criação do PITU – Plano Integrado de Transportes Urbanos, elaborado em.1997 no governo Mario Covas e com horizonte para 2020, inaugurou um novo momento na história do transporte de massa em São Paulo.Criada pelo governo do estado em 1992, a CPTM se colocou em marcha para transformar o antigo sistema de trens de subúrbio num moderno sistema de transporte metropolitano, equivalente ao Metrô em termos de freqüência de trens (a cada 4 minutos e, em breve, até 3 minutos). Na gestão do governador José Serra um novo impulso foi dado a este processo de valorização do transporte de massa, com a alocação de vultosos recursos para a melhoria da rede CPTM, conforme Plano de Expansão, lembrado pelo secretário de transportes do estado, José Luiz Portela (2008). Isto acabou levando a CPTM a procurar a FUPAM para a elaboração de um sistema de comunicação visual integrado para os trens e estações da rede, atualmente em fase de implantação. Elaborado sob a coordenação geral do prof. Dr. João Carlos Cauduro da FAU/USP, pela equipe da FUPAM (com o apoio à pesquisa aplicada pelo NUTAU/USP) entre os anos de 2008 a 2010, o sistema apresenta aspectos inovadores na sua metodologia de projeto e na solução adotada, apresentados e discutidos neste artigo. Conceitos de Comunicação Visual Urbana aplicados ao Transporte de Massa Os processos comunicacionais em aglomerações humanas de alta densidade como a Região Metropolitana de São Paulo exigem que se levem em consideração alguns aspectos que embasam a conceituação de sua expressão operacional, o sistema de comunicação visual urbana, conforme discutido por Gabrielli e Hoff (2004) e lembrados no volume da Fase 1 – Plano Diretor do sistema proposto, elaborado pela FUPAM/NUTAU/USP: “a) O caráter social da comunicação: a comunicação tem caráter social, isto é implica sempre um ‘outro’ ou ‘outros’; depende da interação entre as pessoas e entre grupos sociais. Mesmo quando se trata de comunicação inter-pessoal, o caráter social é preponderante, pois as pessoas vivem em sociedade, interagindo no ambiente social. Viver em sociedade implica em compartilhar valores, acontecimentos, ou seja, implica ter uma identidade cultural, além da personalidade e da identidade individual. Cada grupo social constrói um conjunto de valores a 3 partir do qual entende e significa o mundo. Por convenção, todo o grupo conhece e aceita determinados significados. b) O caráter processual da comunicação: a comunicação não é um ato isolado. Pressupõe sempre uma troca de informações num movimento contínuo de ir e vir de mensagens. A troca comparta a interação de uma ou mais pessoas – interlocutores – que alteram papéis constantemente. A alternância de papeis revela que a comunicação é processual: está com constante desenrolar. Na vida cotidiana, os atos de comunicação acontecem o tempo todo, sem organização e sobrepostos. Isso significa que algumas mensagens tem respostas, outras nem são percebidas. c) Signos: matéria-prima da linguagem e da comunicação: a linguagem é um sistema socializado, cujos elementos se inter-relacionam, ou seja, é um conjunto no qual nada significa por si, mas tudo significa em função de outros elementos. A linguagem é o fenômeno geral que se particulariza em códigos. A Comunicação visual é todo meio de comunicação verbal e gráfica expresso através de elementos visuais, como: signos, imagens, desenhos, gráficos; ou seja, tudo que pode ser transmitido e apreendido visualmente. O termo Comunicação Visual é bastante abrangente e não precisa ser limitado a uma única área de estudo ou atuação, embora o termo possa ter o mesmo sentido de design gráfico. Antes do termo ‘design gráfico’ a ser adotado, o termo ‘comunicação visual’ servia para determinar a área de atuação do designer gráfico (comunicador visual). Mas como alguns consideravam o termo ‘comunicação’ muito abrangente, problema ás vezes enfrentado por comunicações sociais, o termo em inglês para projeto foi adotado. Isso foi disputado por muitos, mas a decisão foi mantida e, em se tratando de design, comunicação visual é sinônimo de design gráfico. A Comunicação Visual participa de forma significativa do funcionamento de uma rede de transporte como a da CPTM, na medida em que trata das mensagens visuais entre a operadora (CPTM) e os quase 1 bilhão de usuários/ano que se utilizam dos serviços de transporte metropolitano (trens e estações) dessa companhia.” (2008:16) Nesse sentido, um sistema de comunicação visual aplicado a uma rede de transporte urbano deveria, conforme estudo PMSP/SMT/DTP/Plano Diretor do Sistema de Comunicação Visual dos Transportes Públicos, elaborado pela Cauduro/Martino Arquitetos Associados Ltda., se caracterizar pelos seguintes aspectos; “1. Funcionalidade – em relação aos fluxos de usuários e equipamentos. 2. Visibilidade – em relação às condições de percepção das mensagens. 3. Legibilidade - em relação ás condições