A Fotografia No Império Sumário

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A Fotografia No Império Sumário Pedro Karp Vasquez A Fotografia no Império Sumário Introdução A fotografia no Império As primeiras exposições de fotografia As primeiras visões urbanas Imagens do trabalho O espelho de Narciso A foto-pintura Fotografia e história A difusão popular da fotografia A coleção do imperador A fotografia nas províncias: panorama visto da Corte Glossário Cronologia Referências e fontes Sugestões de leitura Sobre o autor Ilustrações Introdução O impulso que me motiva a escrever a respeito da história da fotografia não é fruto do anseio de comprovação de uma tese determinada, nem tampouco o de obter reconhecimento acadêmico, mas simplesmente o de compartilhar com o maior número possível de pessoas meu irrestrito entusiasmo pela obra dos fotógrafos oitocentistas que atuaram em nosso país, com os quais tenho convivido intensamente nos últimos vinte anos. Alguns já se tornaram íntimos, como Revert Henrique Klumb, Victor Frond, Joaquim Insley Pacheco, George Leuzinger, Marc Ferrez e Juan Gutierrez. A outros dedico admiração distante porém profunda, como Camillo Vedani, Augusto Stahl, Benjamin R. Mulock, Rodolpho Lindemann, Albert Richard Dietze e Jorge Henrique Papf. A todos encaro com o mesmo assombrado deslumbramento pela qualidade do trabalho que conseguiram realizar aqui no Brasil, tão distante dos grandes centros fotográficos do hemisfério norte, superando dificuldades técnicas e as limitações inerentes à nossa sociedade escravocrata para produzir obras irretocáveis. É esse alumbramento que pretendo partilhar com o leitor amigo, num misto de convite e aperitivo para incursões mais aprofundadas no rico universo da fotografia brasileira do período imperial e da primeira década republicana — quando a influência do Império ainda se fazia sentir de forma determinante em eventos de repercussão nacional como a Revolta da Armada e a Campanha de Canudos, ambos objeto de documentação fotográfica pioneira. A fotografia no Império Pátria da luz, morada do sol, o Brasil conheceu muito cedo a invenção de Daguerre, poucos meses depois do anúncio oficial de sua invenção, feito em Paris a 19 de agosto de 1839. Com efeito, já a 17 de janeiro de 1840 o abade francês Louis Compte, capelão da fragata L’Orientale, tirou os primeiros daguerreótipos em território brasileiro. Foram três vistas da região central da cidade do Rio de Janeiro, focalizando o Paço Imperial; o chafariz de Mestre Valentim; e o antigo Mercado da Candelária, projetado pelo arquiteto Grandjean de Montigny, membro da Missão Artística Francesa. Sensível ao prodígio do novo meio de expressão apesar de sua pouca idade (fizera 14 anos no dia 2 de dezembro do ano anterior), um rapazola carioca tornou-se o primeiro brasileiro a adquirir e utilizar um equipamento de DAGUERREOTIPIA*, em março daquele mesmo ano de 1840: Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Bragança e Habsburgo. Em virtude do absorvente ofício de imperador, dom Pedro II não teve a oportunidade de se dedicar intensamente à prática da fotografia, o que não o impediu, contudo, de se tornar a figura central da fotografia brasileira oitocentista, muito em virtude da constituição da primeira grande coleção de fotografia do país, que doou à Biblioteca Nacional quando de seu banimento do Brasil. A imediata e perfeita percepção da importância do papel que a fotografia viria a desempenhar em todos os setores da vida humana fez com que dom Pedro II rivalizasse com a soberana inglesa, rainha Vitória, no concedimento de honrarias aos praticantes da nova técnica. Um exemplo: já a 8 de março de 1851 atribuiu à dupla de daguerreotipistas Buvelot & Prat o título de Photographos da Casa Imperial. A fase inaugural da fotografia na Corte se prolongou de 1840 até o início da década de 1860, quando a consolidação do uso do negativo de COLÓDIO ÚMIDO e das cópias sobre PAPEL ALBUMINADO relegaram ao segundo plano os primeiros processos, que geravam apenas imagens únicas, como a daguerreotipia, a AMBRO-TIPIA e a FERROTIPIA. Muitos dos primeiros fotógrafos foram itinerantes que permaneceram pouco tempo na cidade antes de seguir para outras freguesias, outros eram estrangeiros ou forasteiros que fizeram da Corte um novo lar, mas todos merecem ser louvados pelo papel crucial que desempenharam na fixação da fotografia no território brasileiro. Na impossibilidade de nomeá-los todos, cumpre destacar entre os mais representativos: Francisco Napoleão Bautz; Buvelot & Prat; Lewis & Chaise; Biranyi & Kornis; Manuel Banchieri; Cayrol; Carneiro & Smith; Justiniano José de Barros; Diogo Luiz Cipriano; Morange; Henri-Désiré Domère; Serafim Duarte dos Santos; Gaspar Guimarães. Sem esquecer aquela que foi a primeira mulher a administrar sozinha um ateliê fotográfico na cidade: Henriqueta Harms, que em 1851 recebia seus clientes à rua dos Latoeiros 83. O centro da cidade, aliás, concentrava a maioria dos estúdios fotográficos, num perímetro que podia ser percorrido sem problemas de uma só pernada. As primeiras exposições de fotografia Pródiga em acolher todas as novidades fotográficas, a Corte brasileira assistiu a uma das primeiras participações femininas nessa nova arte em todo mundo, quando a sra. Hippolyte Lavenue exibiu daguerreótipos na Exposição Geral de Belas-Artes da Academia Imperial, em 1842. A partir dessa data, a fotografia sempre encontrou um espaço privilegiado para sua difusão nas exposições anuais da Academia e nas importantes Exposições Nacionais do período imperial, promovidas em 1861, 1866, 1873 e 1875. Naquela época ainda não era costume a realização independente de mostras de fotografia, de forma que as exposições supracitadas constituíam oportunidades excepcionais de sensibilização do grande público para o fenômeno fotográfico. Fora da cidade do Rio de Janeiro, as oportunidades de exibição eram ainda mais raras, restritas às poucas exposições provinciais realizadas em Minas Gerais (1861), Pernambuco (1861, 1866 e 1872), Paraná (1866), Bahia (1872 e 1875), Rio Grande do Sul (1875 e 1881) e São Paulo (1885). O que significa dizer que a cidade do Rio de Janeiro oferecia, por intermédio das Exposições Gerais de Belas-Artes da Academia Imperial — realizadas entre 1840 e 1884 — a única instância regular de consagração para a fotografia. De modo que não causa estranheza o fato de que a fotografia tivesse presença destacada em várias dessas exposições. Brilharam nessas ocasiões, além da já citada sra. Hippolyte Lavenue, Louis Abraham Buvelot, Joaquim Insley Pacheco, José Ferreira Guimarães, Manuel Banchieri, Revert Henrique Klumb, Augusto Stahl, Eduardo Isidoro Van Nyvel, Carneiro & Gaspar, Antônio Araújo de Souza Lobo, Henschel & Benque, Modesto Ribeiro, e Marc Ferrez, entre outros talentosos pioneiros. As primeiras visões urbanas Existia em meados do século XIX uma carência de vistas do Brasil, país até então muito pouco representado, já que durante o período colonial os portugueses tinham proibido terminantemente que dele se pintassem paisagens, para evitar o atiçamento da cobiça dos invasores europeus. Ironicamente, o primeiro grande pintor paisagista do país foi justamente um “invasor”, o holandês Frans Post, que pintou o Nordeste durante a ocupação de Maurício de Nassau no século XVII. Alguns viajantes pintaram ou desenharam o país em diferentes momentos, levando para seus respectivos países o fruto de seus labores, de forma que somente depois da transferência da Família Real portuguesa para o Brasil, em 1808, e, sobretudo, após a vinda da Missão Artística Francesa de 1816, a pintura de paisagem passou a ser incentivada, ensinada e praticada com regularidade. Sucedeu no entanto que a Academia Real de Belas-Artes, fundada pelo príncipe-regente dom João VI e rebatizada Academia Imperial de Belas-Artes depois da Proclamação da Independência, era dominada pelo classicismo. Assim, enquanto seus colegas europeus abandonavam a clausura do ateliê para pintar ao ar livre, sob a inspiração libertária que iria conhecer seu ápice com o movimento impressionista, os membros da Missão Artística preferiam permanecer no ambiente claustrofóbico das salas de aula impregnadas pelo odor da terebintina, ao invés de deixar que seus corações e talentos se expandissem sob a influência benéfica do cheiro de maresia das paisagens cariocas. Não tardou para que um artista mais lúcido e independente, o alemão Georg Grimm, questionasse tal tradição descabida, rompendo com a Academia em 1884 e atraindo consigo — para a praia de Boa Viagem, em Niterói — aqueles que seriam os renovadores da pintura de paisagem no Brasil: Domingo García y Vázquez, Hipólito Boaventura Caron, Giambattista Castagneto, Joaquim José de França Júnior, Thomas Georg Driendel, Francisco Joaquim Gomes Ribeiro e Antônio Parreiras. Apesar de a produção de paisagens ter começado a se implementar já na primeira metade do século XIX, tinha contra si dois obstáculos de monta: o alto custo das pinturas e o caráter ainda incipiente da produção de estampas e gravuras, de modo que a fotografia encontrou aí um terreno praticamente vago, sobretudo quando se iniciou a ligação regular por navios a vapor com a Europa, na década de 1860, aumentando a demanda por esse tipo de imagens por parte dos visitantes estrangeiros. Nesse momento se consolidava também o processo de cópias sobre papel albuminado (realizadas primeiro a partir de negativos de colódio úmido preparados pelo próprio fotógrafo e depois a partir das PLACAS SECAS já industrializadas), de modo que se tornou mais fácil o oferecimento aos visitantes de outros países ou de outras
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