O Profeta, Gibran Khalil Gibran
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O Profeta Gibran Khalil Gibran TRADUO E APRESENTAO MANSOUR CHALLITA ASSOCIAO CULTURAL INTERNACIONAL GIBRAN Layout da capa LIANE MORAIS Titulo do original ingl%& THE PROPHET Impressão )OSÉ FAGUNDES DO AMARAL E CIA. LTDA Rua do Livramento. 101 Rio de )aneiro Direitos autorais reservados a MANSOUR CHALLITA Rio de )aneiro Brasil 1020 NDICE Mansour Challita, tradutor de Gibran, Austreg6silo de Athayde 3 Apresent 8ão - Mansour Challita 4 Chegada do Navio 13 O Amor 17 O Matrim<nio 19 Os Filhos 20 A Dádiva 21 O Comer e o Beber 23 O Trabalho 24 A Alegria e a Tristeza 26 As Habit 8@es 27 As Roupas 29 As Compras e as Vendas 30 O Crime e o Castigo 31 As Leis 34 A Liberdade 36 A Razão e a PaiBão 38 A Dor 39 O Conhecimento de Si Próprio 40 O Ensino 41 A Amizade 42 A Convers 8ão 43 O Tempo 44 O Bem e o Mal 45 A Prece 47 O Prazer 49 A Beleza 51 A Religião 53 A Morte 54 Despedida 55 2 MANSOUR CHALLITA tradutor de Gibran Austregésilo de At ayde Presidente da Academia Brasileira de Letras Com as tradu8@es em lEngua portuguesa da obra de Gibran. o escritor Mansour Challita trouxe de novo ao Brasil a influ%$cia da cultura >rabe Fue nos viera por intermédio de Portugal e deixara tantas marcas sen&Eveis nos idiomas e no prCprio pensamento filosCfico da penEnsula. O Oriente n(o teve poeta Fue exprimisse melhor a delicadeza mEstica de sua alma. Gibran é um desses mestres da sabedoria Fue ensinam a arte de viver pela conFuista da paz interior nutrida na contempla8(o da beleza. O seu convEvio intelectual apazigua as dGvidas do cora8(o. alimenta a fé na superioridade espiritual do homem. num estilo ao mesmo tempo cheio de vida e simplicidade, cuHa fonte é a natureza em suas inspira8@es mais lEmpidas e am>veis. Mansour Challita. trazendo a sua obra ao conhecimento dos brasileiros, presta as rela8@es culturais do nosso PaEs com o Mundo Irabe (e notadamente o LEbano ao Fual ele e Gibran pertencem) um servi8o Fue o recomenda L nossa estima. tanto a sua tradu8(o guardou fielmente todos os valores da poesia de Gibran. da pureza do seu elevado pensamento. Fue se tornou por si mesma uma obra de arte digna de apreço. 3 APRESENTA&'O MANSOUR CHALLITA UM LI(RO )UE INSPIRA E RECONFORTA NUMA +POCA DE PERPLE,IDADE Poucos livros t%' alcan8ado o sucesso de O Profeta. Em 1023. ano de seu lan8amento em Nova IorFue, venderam9se dele apenas 1.100 exemplares. E o editor. Alfred A. Mnopf. considerou esgotadas as possibilidades de um livro estranhamente mEstico no ambiente pragm>tico e mecanizado dos Estados Unidos. Mas, para surpresa sua. as vendas começaram a aumentar. Alcan8aram 2.500 exemplares em 1021N 12.000 em 1031N 13.000 em 1037N 10.000 em 1044. Em 1057. H> haviam sido vendidos um milh(o de exemplares; em 1015. dois milh@es; em 1072. Fuatro milh@es. E o gr>fico continuava a subir. Atualmente, dele se vendem. somente nos Estados Unidos, meio milh(o de exemplares por ano. ou Fuase 2.000 exemplares por dia. No Brasil. é um best9seller permanente, como a BEblia. tendo edi8@es sucessivas de 50 a 100.000 exemplares. Ouem o descobre sente alegria em revel>9lo aos amigos. Milhares de celebridades no mundo todo. como a ex-rainha da Grécia e a mulher de Gerald Ford. adotaram9 no como livro de cabeceira. Pregadores citam9no no pGlpito. Médicos aconselham9no a seus doentes. (OLTA AO HOMEM E - NATURE.A Como explicar tal fen<menoP Num artigo desorientador. a revista norte.americana Time atribuiu certa vez. seriamente, a popularidade de O Profeta a certas expressões de amor nele contidas e Fue facilitariam aos rapazes conFuistarem as mo8as! OualFuer leitor do livro sabe Fue o êxito de O Profeta repousa em bases muito mais &Clidas. A primeira prende-se aos prCprios temas nele tratados e L moldura na Fual &(o tratados. Os temas &(o os temas 5>sicos da vida humana o amor. o casamento. a liberdade, a religi(o. o comer e o beber. a amizade, os filhos, o trabalho. a morte e outros assuntos an>logos. A moldura é o vasto e livre espa8o da natureza. As par>bolas de Al9Mustafa fazem surgir diante 4 de nCs os campos, as flores, a abelha. o cCrrego. o trov(o e também o lenhador. o semeador. o pastor e os trabalhos primitivos pelos Fuais o homem tirava sua substRncia da natureza sem a interven8(o da maFuina. E esse retorno simultRneo L natureza e aos temas mais singelos da exist%$cia seduziu o leitor moderno. prisioneiro de mil artifEcios e cheio de nostalgia por outros tempos e uma outra vida. Em )esus, o Filho do Homem. Gibran. falando dos serm@es de )esus, diz SEle contava uma histCria ou narrava uma par>bola. e coisa igual Ls Suas histCrias e par>bolas nunca tinha sido ouvida na Síria. Parecia tec%9las com as esta8@es, como o tempo tece os anos e as [email protected] Começava uma histCria assim SUm lavrador foi ao campo para semear.T Ou assim SHavia. certa vez. um homem rico. Fue possuEa muitos vinhedos.T Ou assim SUm pastor contou seu rebanho ao entardecer. e descobriu Fue faltava uma ovelha.T E tais palavras levavam Seus ouvintes ao mais fundo de si mesmos e ao mais remoto dos seus dias. No fundo. somos todos lavradores, e todos amamos os vinhedos. E na pastagem de nossa memCria. h> um pastor. e um rebanho. e a ovelha perdida. E h> a relha do arado. e o lagar. e o p>tio de debulhar.T N(o se pode analisar melhor a arte Fue o prCprio Gibran aplicou em O Profeta. Ele também leva o leitor ao mais cRndido de si mesmo e ao mais remoto dos seus dias. E ele também parece tecer suas par>bolas com os fios do tempo e das esta8@es. Eis o primeiro segredo do sucesso mundial de O Profeta. UM PENSAMENTO RE(ESTIDO DE BELE.A O segundo segredo est> no encontro da originalidade e beleza do pensamento com a originalidade e beleza do estilo. Gibran descobre, mesmo nesses assuntos eternos, aparentemente esgotados, aspectos novos e sugestivos e descreve-os num estilo Fuase Gnico nas literaturas contemporRneas. Fue alia L sedu8(o dos livros religiosos do Oriente, como a BEblia. o Evangelho e o Alcor(o. a clareza e a conci&(o do Ocidente. 5 A beleza das idéias sobre os filhos, a d>diva. a religi(o. o prazer. o amor. o trabalho. a liberdade, a morte &C é igualada pela beleza das imagens e das par>bolas com as Fuais &(o revestidas. SAossos filhos n(o &(o vossos filhos. São os filhos e as filhas da Rnsia da vida por si mesma. A%' através de vCs, mas n(o de vCs, E embora vivam convosco. n(o vos pertencem.T SACs pouco dais Fuando dais de vossas posses. E Fuando dais de vCs prCprios Fue realmente dais.T SOuando trabalhais, sois uma flauta através da Fual o murmGrio das horas se transforma em melodia. Ouem de vCs aceitaria ser um cani8o mudo e surdo. Fuando tudo o mais canta em unEssonoPT S... Pois tem sido sempre assim com o amor ele &C conhece sua profundidade na hora da separa8(o.T SHoHe, n(o podeis ver nem ouvir. e é melhor assim. Mas, um dia. o véu Fue cobre vossos olhos ser> retirado pelas m(os Fue o teceram. E a argila Fue obstrui vossos ouvidos ser> rompida pelos dedos Fue a amassaram. Ent(o vereis, Ent(o ouvireis, E n(o deplorareis ter conhecido a cegueira e a surdez. Pois, naFuele dia. compreendereis a finalidade oculta de todas as coisas, E aben8oareis as trevas, como aben8oais a luz.T Mesmo Fuando a idéia est> gasta. Gibran sabe renov>9la pelo esplendor da forma SIde, pois, aos vossos campos e pomares, e l> aprendereis Fue o prazer da abelha é sugar o mel da flor. Mas Fue o prazer da flor é entregar o mel a abelha. Pois, para a abelha. uma flor é uma fonte de vida. E para a flor. uma abelha é uma mensageira de amor. 6 E para ambas, a abelha e a flor. dar e receber o prazer é uma necessidade e um êxtase.T Num dos cadernos em Fue Gibran reescrevia do prCprio punho as versões sucessivas de O Profeta. encontra9se, desenhada em caracteres >rabes, a seguinte invoca8(o SAHuda9me, C Deus, a exprimir neste livro Tua Aerdade envolta em Tua BelezaQT * mais uma defini8(o feliz de O Profeta e uma das raz@es de sua popularidade. N'O A METAFSICA, MAS A TERNURA Além de atrair pelo pensamento e pelo estilo. O Profeta seduz pela filosofia da vida nele contida. Gibran n(o era um filCsofo no sentido transcendental da palavra. N(o trouxe uma nova doutrina. uma nova interpreta8(o do universo. Era um filCsofo no sentido humano da palavra. um pensador. um guia. E trouxe o Fue talvez mais falte a este século UU. t(o rico e t(o pobre ao mesmo tempo uma nova fé no homem. uma nova fé na vida. Redescobriu o papel do cora8(o. Pregou a ternura evangélica no meio das m>Fuinas inexor>veis e da concordRncia impiedosa dos tempos modernos. O Profeta n(o procura incutir em nCs ideologias e metafEsicas, mas despertar e desenvolver as reservas de bondade soterradas sob as amarguras e a dureza da exist%$cia.