Dogma Feijoada: a Invenção Do Cinema Negro Brasileiro

Total Page:16

File Type:pdf, Size:1020Kb

Dogma Feijoada: a Invenção Do Cinema Negro Brasileiro DOGMA FEIJOADA A invenção do cinema negro brasileiro Noel dos Santos Carvalho Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Campinas – SP, Brasil – E-mail: [email protected] Petrônio Domingues Universidade Federal de Sergipe (UFS), Aracaju – SE, Brasil. E-mail: [email protected] DOI: 10.17666/339612/2018 Introdução ada – Mostra da Diversidade Negra foram exibi- dos: Dia de alforria (Zózimo Bulbul, 1981), Abá No dia 17 de agosto de 2000, o jornal Folha de (Raquel Gerber e Cristina Amaral, 1992), Almoço S. Paulo noticiava que o Dogma Feijoada prometia executivo (Marina Person e Jorge Espírito Santo, ser uma das atrações do 11º Festival Internacional 1996), Ordinária (Billy Castilho, 1997), O catedrá- de Curtas Metragens de São Paulo, ao propor o de- tico do samba (Noel Carvalho e Alessandro Gamo, bate sobre a imagem do negro no cinema brasileiro, 1999) e Gênesis 22 (do próprio Jeferson De, 1999) tema novo na programação do evento, que já havia (Folha de S. Paulo, 2000a). exibido, em 1997, na seção Foco, obras de cineastas Essa foi a primeira de uma série de reportagens negros de vários países. que esse jornal publicou sobre o Dogma Feijoada. Assim, o manifesto Gênese do Cinema Negro Mas, em que consistia o manifesto Gênese do Cine- Brasileiro, escrito pelo jovem cineasta Jeferson De ma Negro Brasileiro? Aliás, o que seria esse movi- (nome artístico de Jeferson Rodrigues de Rezende), mento que preconizava um “debate sobre a imagem então estudante do curso de cinema na Universidade do negro no cinema brasileiro”? Qual a sua propos- de São Paulo (USP), foi lido e debatido em uma das ta estética, política e conteudística? E quais seriam sessões do festival. Seis filmes (entre curtas e docu- suas implicações na produção cinematográfica de mentários) integravam o programa Dogma Feijo- Jeferson De, um dos idealizadores do Dogma Feijo- ada, e de outros diretores que se autoproclamavam Artigo recebido em 18/08/2016 afro-brasileiros? Como esse movimento definiu o Aprovado em 22/08/2017 cinema negro e foi pautado por setores da impren- RBCS Vol. 33 n° 96 /2018: e339612 2 REVISTA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS SOCIAIS - VOL. 33 N° 96 sa? A finalidade deste artigo é justamente responder deando uma forte crise no setor. Em sintonia com a essas questões. Longe de esgotar o assunto, o que o quadro econômico do país, as atividades cine- nos interessa aqui é tecer uma discussão preliminar matográficas só readquiriram dinamismo em me- de aspectos da produção contemporânea dos cine- ados da década de 1990, momento em que as leis astas negros brasileiros. de incentivo fiscal à cultura – Lei Rouanet e a Lei Desde o final da década de 1990, a produ- do Audiovisual – surtiram efeito e impulsionaram ção de filmes de diretores que assumem seu per- as atividades do setor audiovisual. Essa é a fase da tencimento como sujeitos vinculados à população “retomada” do cinema nacional, quando novas pe- afro-brasileira cresce e começa a ocupar espaço na lículas despertaram a atenção do público e da im- cena artístico-cultural, ao mesmo tempo que as de- prensa, como Alma corsária (Carlos Reichenbach, mandas dos movimentos sociais negros e da cha- 1994), A terceira margem do rio (Nelson Pereira mada “classe média negra” – setor que reúne um dos Santos, 1994), Veja esta canção (Cacá Diegues, número ascendente de profissionais com formação 1994), Carlota Joaquina, princesa do Brasil (Carla superior, buscando afirmar um gosto de classe e es- Camurati, 1995), O quatrilho (Fábio Barreto, 1995), tilo de vida sofisticado no universo de consumo – O que é isso, companheiro? (Bruno Barreto, 1997) e ampliam-se e adquirem visibilidade institucional, Central do Brasil (Walter Sales, 1998). o que tem contribuído para a construção de um Uma das características do cinema da reto- ambiente favorável ao multiculturalismo e à diver- mada é a diversidade na estética, na linguagem e sidade étnico-racial nos meios audiovisuais (Veja, no modo de realização dos filmes. As produções 1999). Faltam, entretanto, reflexões acadêmicas acenam para a multiplicidade de narrativas e plu- voltadas a essa nova produção fílmica. Para além ralidade temática, dedicadas amiúde a explorar os dos apontamentos de Robert Stam (2008), Noel diferentes nichos do mercado cinematográfico na- dos Santos Carvalho (2005, 2014), Pedro Vinicius cional. Pragmáticas ou de estilo pop, as novas pro- Lapera (2007), Mahomed Bamba (2012) e Teresa duções apresentavam uma proposta de sétima arte Cristina Matos (2016), são raras as pesquisas que se comprometida, sobretudo, com o espetáculo e as debruçam sobre o processo de racialização do cine- regras do mercado, sem preocupação de investir no ma brasileiro contemporâneo. experimentalismo nem contestar o establishment. As mazelas e contradições da sociedade brasileira, por exemplo, lhes servem apenas de ornamento, O audiovisual em preto e branco não são discutidas.1 Tal abordagem levou a pesqui- sadora e crítica Ivana Bentes a argumentar que, no Antes, porém, de responder às indagações rela- cinema da retomada, a “estética da fome” – uma tivas ao Dogma Feijoada, faz-se necessário recons- alusão ao ideal de Glauber Rocha de produção de tituir o panorama do audiovisual no momento em um cinema com baixo orçamento, porém engajado, que esse movimento floresceu. tanto com as causas sociais e políticas, quanto com A redemocratização do Brasil reacendeu a es- o processo de renovação da linguagem cinemato- perança no desenvolvimento da indústria cinema- gráfica – foi substituída pela “cosmética da fome”, tográfica nacional. O tema mobilizou a atenção dos um discurso segundo o qual os filmes, ambientados profissionais do setor. Entretanto, não demorou para em cenários de carências, visavam ao entretenimen- essa expectativa ser frustrada, pois, quando assu- to e ao espetáculo agradável de se ver e não a uma miu a presidência da República em 1990, Fernando reflexão contundente (Bentes, 2001, 2007). Collor de Mello decretou a extinção da Embrafil- Sem a perspectiva, portanto, de transmitir me – a empresa estatal responsável por patrocinar mensagens de conscientização e politização da so- a produção e garantir a distribuição e exibição dos ciedade – tal como fizera o Cinema Novo (Rocha, filmes nacionais. Os danos dessa medida para o ci- 2004; Xavier, 2001) –, os filmes brasileiros con- nema brasileiro foram devastadores. A produção de temporâneos irão se conectar à nova ordem mun- novos filmes foi reduzida drasticamente, desenca- dial (marcada pelo fim do socialismo na União So- DOGMA FEIJOADA: A INVENÇÃO DO CINEMA NEGRO BRASILEIRO 3 viética, pela queda do muro de Berlim, pelo triunfo e verificou que a discriminação contra os “negros” e dos projetos neoliberais etc.) tendendo a se esvaziar “mestiços” na publicidade brasileira era cristalina. A de sentidos ao adotar técnicas e narrativas cinema- discriminação racial se manifestava tanto no menor tográficas tradicionais, pasteurizadas, para explorar tempo de exposição desse segmento populacional, melodramas, relações familiares e de amizade, ten- quanto na sua inferioridade numérica – a proporção sões do cotidiano, mundo da favela e a violência ca- de comerciais com participação de negros variava en- racterística da vida nas grandes cidades brasileiras. tre as emissoras, de 4,7% a 17,8%. A pesquisa cons- Todavia, essa nova fase do cinema nacional – tatou que a recorrência de papéis estereotipados (em- de euforia e novas perspectivas de produção, dis- pregadas domésticas, posições subalternas em geral, tribuição e exibição, inclusive no mercado interna- esportistas e músicos) era um padrão típico de repre- cional – não implicou uma mudança significativa sentação dos negros na publicidade. Além disso, os nas tradicionais imagens e representações sobre afro-brasileiros apareciam duas vezes mais no papel o negro. Quando o ensaísta Robert Stam concluiu o de coadjuvantes do que no papel de protagonistas livro Multiculturalismo tropical, em 1995, ele no- (Folha de S. Paulo, 1995). tou que a sétima arte no país parecia sofrer de certo No decorrer da segunda metade da década de “embranquecimento” (Stam, 2008, p. 501), qual 1990, houve pequeno aumento da presença negra seja, os negros geralmente ficavam ausentes dos fil- na televisão e no cinema, como modelo cultural e mes ou somente apareciam em papéis secundários, estético. Todavia, nada que fosse tão animador em ao passo que as pessoas brancas eram super-repre- termos quantitativos e qualitativos, algo quase anó- sentadas, ocupando o primeiro plano. Havia pouca dino diante do peso real desse segmento popula- atenção para o multiculturalismo e a diversidade cional no Brasil. Segundo Joel Zito Araújo, a “ação racial, quer no cinema brasileiro, quer no audiovi- politicamente correta de publicitários e empresários sual como um todo. não ultrapassou os marcos de uma sub-representa- Na televisão, a presença de atores e persona- ção do personagem negro, que, em média, apare- gens negros nem de longe refletia a proporção desse cia cinco vezes menos que os modelos brancos nas segmento populacional no país. Entre 1991 e 1994, propagandas” (Araújo, 2000a, p. 89).2 Fato é que 72 novelas traziam personagens negros, no entanto, o imaginário racial de produtores, cineastas, dire- oscilando entre papéis estereotipados e subalter- tores, autores e patrocinadores tendia a mudar len- nos e com poucas possibilidades de interpretação tamente, muito em decorrência das polêmicas, das de personagens heroicos – no caso das novelas am- controvérsias e dos avanços no campo dos direitos bientadas no período
Recommended publications
  • 10758939006.Pdf
    Revista Brasileira de Ciências Sociais ISSN: 0102-6909 ISSN: 1806-9053 Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais - ANPOCS Carvalho, Noel dos Santos; Domingues, Petrônio DOGMA FEIJOADA A INVENÇÃO DO CINEMA NEGRO BRASILEIRO Revista Brasileira de Ciências Sociais, vol. 33, núm. 96, 2018, pp. 1-18 Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais - ANPOCS DOI: 10.17666/339612/2018 Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=10758939006 Como citar este artigo Número completo Sistema de Informação Científica Redalyc Mais informações do artigo Rede de Revistas Científicas da América Latina e do Caribe, Espanha e Portugal Site da revista em redalyc.org Sem fins lucrativos acadêmica projeto, desenvolvido no âmbito da iniciativa acesso aberto DOGMA FEIJOADA A invenção do cinema negro brasileiro Noel dos Santos Carvalho Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Campinas – SP, Brasil – E-mail: [email protected] Petrônio Domingues Universidade Federal de Sergipe (UFS), Aracaju – SE, Brasil. E-mail: [email protected] DOI: 10.17666/339612/2018 Introdução ada – Mostra da Diversidade Negra foram exibi- dos: Dia de alforria (Zózimo Bulbul, 1981), Abá No dia 17 de agosto de 2000, o jornal Folha de (Raquel Gerber e Cristina Amaral, 1992), Almoço S. Paulo noticiava que o Dogma Feijoada prometia executivo (Marina Person e Jorge Espírito Santo, ser uma das atrações do 11º Festival Internacional 1996), Ordinária (Billy Castilho, 1997), O catedrá- de Curtas Metragens de São Paulo, ao propor o de- tico do samba (Noel Carvalho e Alessandro Gamo, bate sobre a imagem do negro no cinema brasileiro, 1999) e Gênesis 22 (do próprio Jeferson De, 1999) tema novo na programação do evento, que já havia (Folha de S.
    [Show full text]
  • Orfeu Da Conceição E Orfeu Negro
    Z Dossiê Prof. Júlio Cláudio da Silva Relações Raciais e de Professor Adjunto da Universidade do Estado do Amazonas, Centro Gênero nas Telas do de Estudos Superiores de Parintins, e Professor Cinema Brasileiro nas Permanente do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Narrativas Sobre a do Amazonas. Atuação de Léa Garcia em Orfeu do Carnaval (1950-1960)1 Resumo O universo das artes cênicas pode ser um lócus privilegiado de observação da presença da variável raça e gênero na sociedade brasileira? A análise, em perspectiva histórica, da trajetória de uma atriz negra de teatro, cinema e televisão, pode iluminar a presença do racismo e do antirracismo na História do Brasil? Essas e outras perguntas podem ser respondidas quando visitamos a trajetória da atriz de teatro, cinema e televisão e ativista do movimento social negro, a partir das narrativas contidas nas entrevistas e periódicos, sobre os primeiros anos de atuação de Léa Lucas Garcia, na década de 1950. Léa Garcia atuou em sete montagens do Teatro Experimental do Negro dirigida por Abdias Nascimento, no Rio de Janeiro e em São Paulo, entre 1952 e 1957. O ano de 1956 marca o início do seu trabalho como atriz profissional no teatro, ao participar da montagem de Orfeu da Conceição, de Vinícius de Moraes. Orfeu do Carnaval (1957), dirigido por Marcel Camus, foi a sua estreia no cinema, graças a sua interpretação nesta obra, foi agraciada com o segundo lugar na premiação de melhor atriz no Festival de Cinema de Cannes. Palavras chave: Léa Garcia; Relações raciais; Orfeu
    [Show full text]
  • Relações Raciais, Gênero E Memória: a Trajetória De Ruth De Souza Entre O Teatro Experimental Do Negro E O Karamu House (1945-1952)
    1 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E FILOSOFIA ÁREA DE HISTÓRIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA SOCIAL Júlio Cláudio da Silva Relações raciais, gênero e memória: a trajetória de Ruth de Souza entre o Teatro Experimental do Negro e o Karamu House (1945-1952) Tese apresentada no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Fluminense, sob a orientação da Professora Doutora Hebe Mattos, como requisito parcial para a obtenção do título de Doutor. Niterói Abril de 2011 2 Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Central do Gragoatá S586 Silva, Júlio Cláudio da. Relações raciais, gênero e memória: a trajetória de Ruth de Souza entre o Teatro Experimental do Negro e o Karamu House (1945- 1952). / Júlio Cláudio da Silva. – 2011. 277 f.; il. Orientador: Hebe Maria Mattos de Castro. Tese (Doutorado) – Universidade Federal Fluminense, Instituto de Ciências Humanas e Filosofia, Departamento de História, 2011. Bibliografia: f. 243-251. 1. Souza, Ruth de, 1921- . 2. Relações raciais. 3. Teatro experimental. I. Castro, Hebe Maria Mattos de. II. Universidade Federal Fluminense. Instituto de Ciências Humanas e Filosofia. III. Título. CDD 927.92028 3 Júlio Cláudio da Silva Relações raciais, gênero e memória: a trajetória de Ruth de Souza entre o Teatro Experimental do Negro e o Karamu House (1945-1952) Tese apresentada no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Fluminense, sob a orientação da Professora Doutora Hebe Mattos, como requisito parcial para a obtenção do título de Doutor. Banca Examinadora: ___________________________________________ Prof.a Dr. a Hebe Mattos(UFF) (Orientadora) ___________________________________________ Prof.a Dr. a Martha Abreu (UFF) ___________________________________________ Prof.a Dr.
    [Show full text]
  • Filipe Parolin De Souza a Fotografia Cinematográfica
    UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE ARTES FILIPE PAROLIN DE SOUZA A FOTOGRAFIA CINEMATOGRÁFICA DE CHICK FOWLE: DA GPO FILM UNIT A O PAGADOR DE PROMESSAS. Campinas 2020 FILIPE PAROLIN DE SOUZA A FOTOGRAFIA CINEMATOGRÁFICA DE CHICK FOWLE: DA GPO FILM UNIT A O PAGADOR DE PROMESSAS. Dissertação apresentada ao Instituto de Artes da Universidade Estadual de Campinas como parte dos requisitos exigidos para a obtenção do título de Mestre em Multimeios. Orientador: Francisco Elinaldo Teixeira. Este trabalho corresponde à versão final da Dissertação defendida pelo aluno Filipe Parolin de Souza, orientada pelo Prof. Dr. Francisco Elinaldo Teixeira. Campinas 2020 COMISSÃO EXAMINADORA DA DEFESA DE MESTRADO FILIPE PAROLIN DE SOUZA ORIENTADOR: FRANCISCO ELINALDO TEIXEIRA MEMBROS: 1. PROF. DR. FRANCISCO ELINALDO TEIXEIRA 2. PROFA. DRA. ANA CAROLINA DE MOURA DELFIM MACIEL 3. PROF. DR. EDUARDO TULIO BAGGIO Programa de Pós-Graduação em Multimeios do Instituto de Artes da Universidade Estadual de Campinas. A ata de defesa com as respectivas assinaturas dos membros da comissão examinadora encontra-se no SIGA/Sistema de Fluxo de Dissertação/Tese e na Secretaria do Programa da Unidade. DATA DA DEFESA: 30.11.2020 AGRADECIMENTOS Primeiramente, agradeço ao Prof. Dr. Elinaldo Teixeira, pela orientação e inspirações. Aos membros da Banca Examinadora, Prof.ª Dra. Ana Carolina de Moura Delfim Maciel e Prof. Dr. Eduardo Tulio Baggio, pelas contribuições assertivas ao meu trabalho. A Galileu Garcia pela entrevista gentilmente concedida em 2014, que contribuiu para minhas elucidações a respeito da figura de Chick Fowle. Aos Professores Drs. Ana Carolina Maciel Moura, Noel dos Santos Carvalho e Marcius Cesar Soares Freire, que contribuíram generosamente com suas leituras, discussões, inspirações, indicações de textos e filmes para a construção do meu objeto de pesquisa.
    [Show full text]
  • Cinema Na Panela De Barro: Mulheres Negras, Narrativas De Amor, Afeto E Identidade
    UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE EDUCAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO EDILEUZA PENHA DE SOUZA Orientadora: Professora Doutora Laura Maria Coutinho Brasília 2013 EDILEUZA PENHA DE SOUZA CINEMA NA PANELA DE BARRO: MULHERES NEGRAS, NARRATIVAS DE AMOR, AFETO E IDENTIDADE Tese apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Educação da Universidade de Brasília (UnB) na linha de pesquisa Educação, Tecnologias e Comunicação (ETEC), como requisito parcial à obtenção do título de Doutora em Educação, sob a orientação da Professora Doutora Laura Maria Coutinho. Brasília Primavera de 2013 Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte. Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Central da Universidade de Brasília. Acervo 1016449. Souza, Edileuza Penha de. S729c Cinema na pane l a de barro : mulheres negras , narrativas de amor , afeto e identidade / Edileuza Penha de Souza. - - 2013. 204 f . : i l . ; 30 cm. Tese (doutorado) - Universidade de Brasília, Programa de Pós -Graduação em Educação, 2013. Inclui bibliografia. Orientação: Laura Maria Coutinho. 1. Negras. 2. Cinema na educação. 3. Comunicação na educação. I. Coutinho, Laura Maria. I I. Título. CDU 791. 43: 37 EDILEUZA PENHA DE SOUZA CINEMA NA PANELA DE BARRO: MULHERES NEGRAS, NARRATIVAS DE AMOR, AFETO E IDENTIDADE Tese apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Educação da Universidade de Brasília (UnB) na linha de pesquisa Educação, Tecnologias e Comunicação (ETEC), como requisito parcial à obtenção do Título de Doutora em Educação, sob a orientação da Professora Doutora Laura Maria Coutinho. Aprovada em 18 de dezembro de 2013.
    [Show full text]
  • Amácio Mazzaropi's Filmography
    Amácio Mazzaropi’s Filmography Sai da Frente—Get Out of the Way São Paulo, 1952 Cast: Amácio Mazzaropi; Ludy Veloso Leila Parisi, Solange Rivera, Luiz Calderaro, Vicente Leporace, Luiz Linhares, Francisco Arisa, Xandó Batista, Bruno Barabani, Danilo de Oliveira, Renato Consorte, Príncipes da Melodia, Chico Sá, José Renato, o cão Duque (Coronel), Liana Duval, Joe Kantor, Milton Ribeiro, Jordano Martinelli, Izabel Santos, Maria Augusta Costa Leite, Carlo Guglielmi, Labiby Madi, Jaime Pernambuco, Gallileu Garcia, José Renato Pécora, Toni Rabatoni, Ayres Campos, Dalmo de Melo Bordezan, José Scatena, Vittorio Gobbis, Carmen Muller, Rosa Parisi, Annie Berrier, Ovídio ad Martins Melo—acrobats 80 minutes/black and white. Written by Abílio Pereira de Almeida and Tom Payne. Directed by Abílio Pereira de Almeida. Produced by Pio Piccinini/Companhia Cinematográfica Vera Cruz. Opening: 06/25/1952, Cine Marabá and 12 movie theaters. Awards: Prêmio Saci (1952) best supporting actress: Ludy Veloso. Nadando em dinheiro—Swimming in Money São Paulo, 1952 Cast: Amácio Mazzaropi; Ludy Veloso, A. C. Carvalho, Nieta Junqueira, Liana Duval, Carmen Muller, Simone de Moura, Vicente Leporace, Xandó Batista, Francisco Arisa, Jaime Pernambuco, Elísio de Albuquerque, Ayres Campos, Napoleão Sucupira, Domingos Pinho, Nélson Camargo, Bruno Barabani, Jordano Martinelli, o cão Duque (Coronel), Wanda Hamel, Joaquim Mosca, Albino Cordeiro, Labiby Madi, Maria Augusta Costa Leite, Pia Gavassi, Izabel Santos, Carlos Thiré, Annie Berrier, Oscar Rodrigues 152 ● Amácio Mazzaropi’s Filmography de Campos, Edson Borges, Vera Sampaio, Luciano Centofant, Maury F. Viveiros, Antônio Augusto Costa Leite, Francisco Tamura. 90 minutes/ black and white. Written by Abílio Pereira de Almeida. Directed by Abílio Pereira de Almeida.
    [Show full text]
  • Na Minha Pele
    Este livro é dedicado aos meus pequenos gigantes João Vicente e Maria Antônia Todos nós somos educados de uma maneira muito torta acerca do outro. O que a gente pode fazer é admitir que estamos em obras e ir corrigindo isso. Emicida, em entrevista para Lázaro Ramos no programa Espelho em 2016 Sumário Prólogo: A saga do camarão A ilha Quero ser médico Entre o laboratório e o palco A ribalta Conexão Imaginário Escolhas Empoderamento e afeto Quando fiquei sem resposta O filtro A roda Agradecimentos Sobre o autor Prólogo A saga do camarão Este livro começou em 12 de outubro de 2007. Eu havia passado o dia anterior preso no aeroporto de Salvador por conta do apagão aéreo que assolava o país e estava com a mochila cheia de camarão seco, farinha, azeite de dendê e peixe frito que minha tia Elenita, que nós chamamos de Dindinha, insistiu para que eu levasse. Tinha medo de que tudo aquilo estragasse e o cheiro começasse a se espalhar pelo avião. Aterrissei no Rio com minhas iguarias intactas e segui direto para a reunião com a editora — que deveria ter acontecido na véspera, mas havia ficado para o fim da tarde daquele sábado. Comprei gelo na saída do aeroporto, que enfiei dentro de um saco junto com o camarão para ver se mantinha tudo fresco, e me encaminhei para lá. Eu já tinha uma proposta na cabeça. Ou melhor, várias: um livro infantil baseado em uma peça que escrevi; um livro a partir de um texto que, além do nome (“A velha sentada”), só tinha oito páginas escritas; um livro com as entrevistas colhidas ao longo de três anos no programa Espelho,* que eu dirijo e até hoje apresento no Canal Brasil.
    [Show full text]
  • Edital De Eliminação De Documentos 22 2014
    7ª Vara Cível PROCESSO AUTOR RÉU 2131491 COND DO BL E DA SQS 316 FRANCISCO INDAIA FELIX BELEZA ESPOLIO DE JOAO BOSCO GOMES 584394 CONDOMINIO VIVENDAS SERRANAS FONSECA CONDOMINIO DO BLOCO A DA SQS ELIZABETH MARIA COSTA DE 6082896 215 CARVALHO ASCON ASSESSORIA DE 19990110338167 CONDOMINIO DA 14 BL T GUARA I CONDOMINIO LTDA 3160293 LUIZ RICARDO AMIDANI CONDOMINIO GARVEY PARK HOTEL 3160293 LUIZ RICARDO AMIDANI CONDOMINIO GARVEY PARK HOTEL 3620893 IZILDA DA SILVA MELO CONDOMINIO GARVEY PARK HOTEL CONDOMINIO PRIVE LAGO NORTE I E CARLOS LINDEMBERG BATISTA 20010110212717 II MACEDO 2550890 FERNANDO FURTADO BARRETO COND DO BLOCO A DA SQS 211 FRANCINALDO JOSE RODRIGUES DE 20000110164264 CONDOMINIO DO BL D DA SQS 413 BARROS CONDOMINIO RURAL CHACARAS OURO 20000110023507 AURELIO SOARES NETO VERMELHO 3118096 CONDOMINIO VIVENDAS COLORADO JOAO CELESTINO CONDOMINIO DO CENTRO 1035992 PATRICIA G LUND FARIAS COMERCIAL CONIC 20000110709154 CONDOMINIO VILLAGES ALVORADA HILDA ROCHA E QUEIROZ 20010111236889 CONDOMINIO JARDIM BOTANICO VI MANOEL BIZERRA DA SILVA NETO OLIVIA DE H FERREIRA BEZERRA 20010110361695 CONDOMINIO JARDIM BOTANICO VI AILVIM CONDOMINIO PRIVE LAGO NORTE I E 19980110649874 RAIMUNDO NONATO GOMES II CONDOMINIO DO EDIFICIO CENTRO 20000110376662 MARCO ANTONIO FERREIRA SANTOS EMPRESARIAL NORTE 3378593 CONDOMINIO DO BL H DA SQS 403 HELOISA HELENA MARTINS CORAGEM CONDOMINIO DO BLOCO G DA SQN SERSAN SOC DE TERRAP CONST CIVIL 6189397 114 E AGRP LTDA CONDOMINIO RURAL CHACARAS 20010110257148 SINALDO NASCIMENTO DA SILVA OURO VERMELHO CONDOMINIO DO EDIFICIO
    [Show full text]
  • Célia Helena
    Célia Helena Uma Atriz Visceral Célia Helena Uma Atriz Visceral Nydia Licia São Paulo, 2010 Governador Alberto Goldman Imprensa Oficial do Estado de São Paulo Diretor-presidente Hubert Alquéres Coleção Aplauso Coordenador Geral Rubens Ewald Filho No Passado Está a História do Futuro A Imprensa Oficial muito tem contribuído com a sociedade no papel que lhe cabe: a democratização de conhecimento por meio da leitura. A Coleção Aplauso, lançada em 2004, é um exemplo bem-sucedido desse intento. Os temas nela abordados, como biografias de atores, diretores e dramaturgos, são garantia de que um fragmento da memória cultural do país será preservado. Por meio de conversas informais com jornalistas, a história dos artistas é transcrita em primeira pessoa, o que confere grande fluidez ao texto, conquistando mais e mais leitores. Assim, muitas dessas figuras que tiveram importância fundamental para as artes cê- nicas brasileiras têm sido resgatadas do esquecimento. Mesmo o nome daqueles que já partiram são frequentemente evocados pela voz de seus companheiros de palco ou de seus biógrafos. Ou seja, nessas histórias que se cruzam, verdadeiros mitos são redescobertos e imortalizados. E não só o público tem reconhecido a importância e a qualidade da Aplauso. Em 2008, a Coleção foi laureada com o mais importante prêmio da área editorial do Brasil: o Jabuti. Concedido pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), a edição especial sobre Raul Cortez ganhou na categoria biografia. Mas o que começou modestamente tomou vulto e novos temas passaram a integrar a Coleção ao longo desses anos. Hoje, a Aplauso inclui inúmeros outros temas cor- relatos como a história das pioneiras TVs brasileiras, companhias de dança, roteiros de filmes, peças de teatro e uma parte dedicada à música, com biografias de com- positores, cantores, maestros, etc.
    [Show full text]
  • Autorizo a Reprodução Parcial Ou Total Desta Obra, Para Fins Acadêmicos
    UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ARTES, CIÊNCIAS E HUMANIDADES PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS CULTURAIS ELIANE WEINFURTER DOS SANTOS A presença da atriz negra na cena teatral paulistana: quatro trajetórias São Paulo 2019 ELIANE WEINFURTER DOS SANTOS A presença da atriz negra na cena teatral paulistana: quatro trajetórias Versão corrigida Dissertação apresentada à Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestra em Filosofia pelo Programa de Pós-graduação em Estudos Culturais Versão corrigida contendo as alterações solicitadas pela comissão julgadora em 28 de junho de 2019. A versão original encontra-se em acervo reservado na Biblioteca da EACH/USP e na Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP (BDTD), de acordo com a Resolução CoPGr 6018, de 13 de outubro de 2011. Área de Concentração: Estudos Culturais Orientador: Prof. Dr. Carlos Henrique Barbosa Gonçalves São Paulo 2019 Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte. CATALOGAÇÃO-NA-PUBLICAÇÃO (Universidade de São Paulo. Escola de Artes, Ciências e Humanidades. Biblioteca) CRB 8 - 4936 Santos, Eliane Weinfurter dos A presença da atriz negra na cena teatral paulistana: quatro trajetórias / Eliane Weinfurter dos Santos ; orientador, Carlos Henrique Barbosa Gonçalves. – 2019 176 p.: il. Dissertação (Mestrado em Filosofia) - Programa de Pós- Graduação em Estudos Culturais, Escola de Artes, Ciências e Humanidades, Universidade de São Paulo, São Paulo. Versão corrigida 1. Teatro - São Paulo (SP). 2. Atrizes. 3. Negros - Aspectos sociais. I. Gonçalves, Carlos Henrique Barbosa, orient.
    [Show full text]
  • Raça E Etnicidade No Cinema Brasileiro Dos Anos 1950- 70
    PEDRO VINICIUS ASTERITO LAPERA DO PRETO-E-BRANCO AO COLORIDO: RAÇA E ETNICIDADE NO CINEMA BRASILEIRO DOS ANOS 1950- 70 Tese apresentada ao Curso de Pós- Graduação em Comunicação da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para a obtenção do Grau de Doutor. Área de concentração: Análise da Imagem e do Som Orientador: Prof. Dr. João Luiz Vieira Niterói 2012 L311 Lapera, Pedro Vinicius Asterito. Do preto-e-branco ao colorido: raça e etnicidade no cinema brasileiro dos anos 1950-70 / Pedro Vinicius Asterito Lapera. – 2012. 263 f. Orientador: João Luiz Vieira. Tese (Doutorado em Comunicação) – Universidade Federal Fluminense, Instituto de Arte e Comunicação Social, 2012. Bibliografia: f. 247-262. 1. Cinema brasileiro. 2. Raça. 3. Etnicidade. 4. Intelectual. I. Vieira, João Luiz. II. Universidade Federal Fluminense. Instituto de Arte e Comunicação Social. III. Título. CDD 791.430981 PEDRO VINICIUS ASTERITO LAPERA DO PRETO-E-BRANCO AO COLORIDO: RAÇA E ETNICIDADE NO CINEMA BRASILEIRO DOS ANOS 1950-70 Tese apresentada ao Curso de Pós- Graduação em Comunicação da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para a obtenção do Grau de Doutor. Área de concentração: Análise da Imagem e do Som Aprovada em junho de 2012 BANCA EXAMINADORA __________________________________________________________________ Prof. Dr. João Luiz Vieira - Orientador Universidade Federal Fluminense ___________________________________________________________________ Profa Dra Esther Imperio Hamburger Universidade de São Paulo ____________________________________________________________________ Profa Dra Liv Sovik Universidade Federal do Rio de Janeiro _____________________________________________________________________ Profa Dra Ana Lucia Silva Enne Universidade Federal Fluminense _____________________________________________________________________ Prof. Dr. Marildo José Nercolini Universidade Federal Fluminense Niterói, 2012 A meus pais, pelo amor que se reinventa a cada dia.
    [Show full text]
  • Biografia E Memória Pública De Ruth De Souza (1930-1951)
    ANPUH – XXV SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA – Fortaleza, 2009. História de vida, história do ativismo negro: biografia e memória pública de Ruth de Souza (1930-1951) Júlio Cláudio da Silva Resumo: Os depoimentos concedidos pela atriz Ruth Pinto de Souza ao longo dos anos resultaram em um rico material publicado como entrevistas ou biografia. Essas narrativas situam as décadas de 1930 e 1940 como os anos de seu encantamento pelo mundo do cinema e teatro. A história ganha relevância por ser protagonizada pela primeira atriz negra a interpretar um personagem do repertório clássico no Brasil e a primeira brasileira a disputar um prêmio no Festival de Veneza. Naqueles anos os poucos personagens negros eram encenados por atores brancos, pintados de preto. Palavras-chave: Ruth de Souza, Biografia, Memória Keywords: Ruth de Souza, Biography, Memory Os depoimentos concedidos pela atriz Ruth Pinto de Souza, ao longo dos anos, compõem um rico material de pesquisa, em geral publicado, como entrevistas e biografias (ALMADA, 1995; JESUS, 2004; KHOURY, 1997; COSTA, 2008). São narrativas que situam, as décadas de 1930 e 1940, como os anos de encantamento e ingresso da jovem Ruth de Souza no mundo do cinema e teatro. As histórias ganham relevância por serem protagonizadas por uma das primeiras, ou a primeira, atriz negra a interpretar um personagem do repertório clássico no Brasil. E, segundo a documentação da época, a primeira brasileira a disputar um prêmio no Festival de Veneza. O objetivo da nossa comunicação é recuperar alguns aspectos da história dos primeiros anos de atuação da atriz Ruth de Souza e do Teatro Experimental do Negro a partir das suas narrativas autobiográficas.
    [Show full text]