10 53249 Simulado 109 questões

Questão 1 (UFTM) Questão 2 (Unifenas) Considere as informações. Texto I

É na convergência de ideais antirromânticos, como a objetividade VANITAS no trato dos temas e o culto da forma, que se situa a poética [desse movimento literário]. Cego, em febre a cabeça, a mão nervosa e fria, (...) Trabalha. A alma lhe sai da pena, alucinada, Seus traços de relevo: o gosto da descrição nítida (a mimese E enche-lhe, a palpitar, a estrofe iluminada pela mimese), concepções tradicionalistas sobre metro, ritmo De gritos de triunfo e gritos de agonia. e rima e, no fundo, o ideal da impessoalidade que partilhavam com os [escritores] do tempo. Prende a ideia fugaz; doma a rima bravia; (. História concisa da Literatura Brasileira.) Trabalha..E a obra, por fim, resplandece acabada: O texto alude aos poetas “Mundo, que as minhas mãos arrancaram do nada!” a ultrarromânticos, que romperam com a poesia indianista e ufanista, a exemplo de Álvares de “Filha do meu trabalho! ergue-te à luz do dia!” Azevedo. b realistas, que trataram, em sua obra poética, de temas ligados ao cotidiano, tal como o fez “Cheia de minha febre e da minha alma cheia” . “Arranquei-te da vida ao àdito profundo,” “Arranquei-te do amor à mina ampla e secreta!” c parnasianos, que, afastando-se dos ideais românticos, buscavam a linguagem isenta de subjetivismo, a exemplo de . “Posso agora morrer, porque vives!” E o Poeta d simbolistas, que romperam com o pessimismo romântico e propuseram uma poética Pensa que vai cair, exausto, ao pé do mundo, espiritualizada, como o fez Cruz e Souza. E cai – vaidade humana !– ao pé de um grão de areia... e modernistas, que, negando os preceitos da poesia romântica, buscavam uma poética nacional, a exemplo de Mário de Andrade. (BILAC, Olavo – iLiteratura Comentada. São Paulo:Abril Educação, 1980, p. 32)

Texto II

TORTURA ETERNA

Impotência cruel, ó vã tortura! Ó Força inútil, ansiedade humana! Ó círculos dantescos da loucura! Ó luta, ó luta secular, insana!

Que tu não possas, Alma soberana, Perpetuamente refulgir na Altura, Na Aleluia da Luz, na clara Hosana Do Sol, cantar, imortalmente pura.

Que tu não possas, Sentimento ardente, Viver, vibrar nos brilhos do ar fremente, Por entre as chamas, os clarões supernos.

Ó Sons intraduzíveis, Formas, Cores!... Ah! que eu não possa eternizar as dores Nos bronzes e nos mármores eternos!

/ 10 53249 (SOUSA, Cruz e – in Poesias Completas de Cruz e Sousa : Ediouro, s/d, página 33) Questão 4 (FAAP) Avalie as seguintes afirmações sobre os textos dados. Leia estes versos de Olavo Bilac: I- Percebe-se que, no texto I, o “Poeta” (designado com inicial maiúscula) sente-se frustrado ao ter consciência de que sua obra, que resulta perfeita, só atingirá um número reduzido de pessoas; Não se mostre na fábrica o suplício notexto II, tal frustração se dá pela incapacidade do poeta verbalizar as sensações adormecidas Do mestre. E, natural, o efeito agrade, na alma. Sem lembrar os andaimes do edifício:

II – Comparado ao texto I, o texto II revela-se bastante hermético, qualidade decorrente (como na Porque a Beleza, gêmea da Verdade, maioria dos poemas do Simbolismo) de palavras de significado ambíguo e complexa organização Arte pura, inimiga do artifício, sintática, permeada de vocativos, apostos, inversões bruscas e combinações inesperadas. É a força e a graça na simplicidade.

III- No texto II, como é comum na estética simbolista, a realidade sensível é percebida como sons, Eles denunciam: formas e cores (absolutizadas pelo emprego de iniciais maiúsculas). No caso do soneto em a pouca preocupação com as qualidades técnicas do poema. questão, tal realidade é fonte da “tortura eterna” porque inexprimível pela palavra. b a busca da perfeição sem perder a simplicidade na procura da Beleza. c a emoção expressa irracionalmente pelo poeta. IV- As formas verbais “trabalhar” e “doma” (texto I) são compatíveis com o ideal parnasiano perseguido pelos poetas dessa estética, para os quais a elaboração do poema é, sobretudo, a d que o suplício do artista deve transparecer na obra. capacidade de se obter um produto estético com esforço e racionalidade, típicos de um artesão. e que a Beleza da Arte reside na complexidade.

V- Para o poeta francês Mallarmé(1842/1898), nomear um objeto seria suprimir três quartos do Questão 5 (CESMAC) prazer de adivinhá-lo pouco a pouco; o importante seria sugeri-lo. Tal afirmação aplica-se A tríade do Parnasianismo brasileiro é constituída por (1859-1937), Raimundo igualmente aos dois textos em estudo, visto que, em ambos, as palavras mais sugerem do que Correia (1859-1911) e Olavo Bilac (1865-1918). Dos três, Bilac foi, no dizer de Alfredo Bosi, “o nomeiam, valendo-se, sobretudo, pela sua carga sonora, além do seu significado. mais antológico dos nossos poetas”. Dentro os poemas abaixo, qual pertence à sua lavra? a todas corretas, sem exceção. a Cada manhã ressuscito b todas corretas, com única exceção. Do sono, esse irmão da Morte, Que é minha estrela do norte, c todas corretas, exceto II e III. Meu professor de infinito. d todas corretas, exceto I e V. b Vai-se a primeira pomba despertada... e todas incorretas, exceto III e IV. Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas De pombas vão-se dos pombais, apenas Questão 3 (ACAFE) Raia sanguínea e fresca a madrugada...; Preencha as lacunas dos textos abaixo e depois faça o que se pede. c Auriverde pendão de minha terra, I. “Em flagrante oposição aos ______, a poesia amorosa dos ______está mais próxima Que a brisa do Brasil beija e balança, do relacionamento humano comum; as figuras femininas não são idealizadas.” Estandarte que a luz do sol encerra ll. “Não restam dúvidas de que o ______teve em profundidade uma extensão maior do que o E as promessas divinas da esperança; Parnasianismo. Como também não restam dúvidas de que o melhor de nossa poesia ______tem sua origem nos poetas ______.” d Nem a Dor, nem o Prazer, lll. “O ______, tendo sido um movimento eminentemente destruidor, principalmente no No seu vaivém arbitrário, começo, combateu a ênfase oratória, a eloquência verbal, o tom declamatório da literatura Souberam dar ao meu ser ______, e, em consequência, simplificou a prosa e a poesia, adotando o uso da linguagem As regras do seu fadário.; cotidiana, da frase despojada, das palavras usuais e singelas.” e "Ora (direis) ouvir estrelas! Certo Assinale a sequência correta que completa, de cima para baixo, as afirmações acima. Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi-las, muita vez desperto a simbolistas, românticos, Modernismo, contemporânea, pré-modernistas, Parnasianismo, naturalista E abro as janelas, pálido de espanto.... b parnasianos, simbolistas, naturalismo, romântica, simbolistas, Modernismo, simbolista. c românticos, parnasianos, Romantismo, contemporânea, românticos, Modernismo, parnasiana. d parnasianos, românticos, Simbolismo, simbolista, românticos, Modernismo, futurista.

/ 10 53249 Questão 6 (FGV-RJ) Questão 7 (Unifenas) Catar Feijão Texto I Oficina Irritada 1 Eu quero compor um soneto duro Catar feijão se limita com escrever: Como poeta algum ousaria escrever. joga-se os grãos na água do alguidar Eu quero pintar um soneto escuro, e as palavras na folha de papel; Seco, abafado, difícil de ler. e depois, joga-se fora o que boiar. Certo, toda palavra boiará no papel, Quero que meu soneto, no futuro, água congelada, por chumbo seu verbo: Não desperte em ninguém nenhum prazer. pois para catar esse feijão, soprar nele, E que, no seu maligno ar imaturo, e jogar fora o leve e oco, palha e eco. Ao mesmo tempo saiba ser, não ser. 2 Ora, nesse catar feijão entra um risco: Esse meu verbo antipático e impuro o de que entre os grãos pesados entre Há de pungir, há de fazer sofrer, um grão qualquer, pedra ou indigesto, Tendão de Vênus sob o pedicuro. um grão imastigável, de quebrar dente. Certo não, quando ao catar palavras: Ninguém o lembrará: tiro no escuro, a pedra dá à frase seu grão mais vivo: Cão mijando no caos, enquanto Arcturo, obstrui a leitura fluviante, flutual, Claro enigma, se deixa surpreender. açula a atenção, isca-a como o risco. (CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE – Claro Enigma, in Nova Reunião - Rio de Janeiro, 1983, João Cabral de Melo Neto, A educação pela pedra. Livraria José Olympio Editora, p. 260) Considere as seguintes afirmações relativas ao poema de Cabral de Melo: Texto II I O ideal de economia verbal, preconizado no poema, assemelha-se ao ideal estilístico do A um poeta Graciliano Ramos de Vidas secas, também este sequioso de restringir-se ao essencial. Longe do estéril turbilhão da rua, II O recurso ao “grão imastigável, de quebrar dente” e à “pedra [que] dá à frase seu grão mais Beneditino, escreve! No aconchego vivo”, com o sentido que lhe dá Cabral de Melo, encontra-se presente no próprio poema que a Do claustro, na paciência e no sossego, reivindica. Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua! III A ideia de se produzir uma obstrução da leitura como algo positivo participa do objetivo de se romper com os autoritarismos da percepção – desígnio frequente na literatura moderna, inclusive Mas que na forma se disfarce o emprego em autores estilisticamente muito diferentes de Cabral, como é o caso de Guimarães Rosa. Do esforço; e a trama viva se construa De tal modo que a imagem fique nua, Está correto o que se afirma em Rica mas sóbria, como um templo grego. a I, apenas. b II, apenas. Não se mostre na fábrica o suplício Do mestre. E, natural, o efeito agrade, c II e III, apenas. Sem lembrar os andaimes do edifício: d I e III, apenas. e I, II e III. Porque a Beleza, gêmea da Verdade, Arte pura, inimiga do artifício, É a força e a graça na simplicidade. (OLAVO BILAC – Tarde, in Antologia de Poesia Brasileira – Realismo e Parnasianismo – Org. de Benjamim Abdala Jr. São Paulo, 1985, Editora Ática, página 48) I- Ambos os textos, de acordo com os preceitos da tradição literária, expressam-se sob a forma clássica do soneto, mas a regularidade métrica não é totalmente observada no texto II, visto que nem todos os versos têm a mesma medida (Ex.: “Mas que na forma se disfarce o emprego”). II – No texto II, a voz poética considera relevante a compreensão e o prazer do leitor; no texto I, a voz poética não revela nenhuma intenção de ser entendido pelo leitor, muito menos agradar-lhe. III – Enquanto, no texto II, a voz poética encarece o ideal de beleza formal (“de tal modo que a imagem fica nua./Rica mas sóbria, como um templo grego”), a do texto I promove uma / 10 53249 despoetização, suspendendo o belo (Esse meu verso antipático e impuro/Há de pungir, há de Questão 10 (UNESC) fazer sofrer,/Tenda de Vênus sob o pedicuro”) Relacione adequadamente a coluna da esquerda com as características do respectivo movimento a I, II e III – corretos. literário à direta: b I e II – corretos; III – incorreto. 1. Movimento literário que tem como características predominantes a liberdade de criação e de c I- correto; II – incorreto; III – correto. expressão, o nacionalismo, o historicismo, o medievalismo, as tradições populares, o d I – incorreto; II e III – corretos. individualismo, o egocentrismo, a crítica social, dentre outras. e I- incorreto; II- correto; III – incorreto. 2. Movimento literário que tem como características predominantes o objetivismo, a linguagem culta e direta, a narrativa lenta, que acompanha o tempo psicológico; descrições e adjetivações Questão 8 (FAGOC) objetivas, o universalismo, o herói problemático, cheio de fraquezas, a não idealização da mulher, dentre outras. Vaso Grego 3. Movimento literário que tem como características predominantes a linguagem coloquial, a

observação da realidade, a explicação do mundo através das forças da natureza, o retrato Esta, de áureos relevos, trabalhada objetivo da sociedade, o evolucionismo, cientificismo e positivismo, a descrição de ambientes e De divas mãos, brilhante copa, um dia, personagens, dentre outras. Já de aos deuses servir como cansada, 4. Movimento literário que tem como características predominantes a preocupação com a Vinda do Olimpo, a um novo deus servia. formalidade, o vocabulário culto, o enfoque sensual da mulher, o apego à tradição clássica, a

objetividade no tratamento dos temas abordados, referências a elementos da mitologia grega e Era o poeta de Teos que a suspendia latina, dentre outras. Então, e, ora repleta ora esvazada, 5. Movimento literário que tem como características predominantes o subjetivismo, a linguagem A taça amiga aos dedos seus tinia, vaga, fluida, que preza pela sugestão, o misticismo e a religiosidade, o interesse pelas zonas Toda de roxas pétalas colmada. profundas da mente humana e pela loucura, o objeto deve estar subentendido, não se mostrando

claramente, a musicalidade, dentre outras. Depois... Mas o lavor da taça admira,

Toca-a, e do ouvido aproximando-a, às bordas ( ) Parnasianismo Finas hás de lhe ouvir, canora e doce, ( ) Naturalismo

( ) Simbolismo Ignota voz, qual se de antiga lira ( ) Romantismo Fosse a encantada música das cordas, ( ) Realismo Qual se essa voz de Anacreonte fosse. A ordem correta, de cima para baixo, é:

(OLIVEIRA, Alberto de. In: MOISÉS, Massaud. A literatura brasileira através dos textos. 22. ed. São Paulo: Cultrix, a 2, 5, 3, 4, 1. 2006.) b 3, 1, 4, 5, 2. Tendo em vista o acentuado esteticismo do sistema literário do Parnasianismo, pode-se c 5, 4, 1, 2, 3. afirmar que o poema é um exemplo de tal característica, d 4, 3, 5, 1, 2. a com esquema regular de rimas que constituem versos livres, valorizando a arte pela arte. e 5, 4, 3, 2, 1. b sendo construído de acordo com os moldes clássicos de um soneto, composto de versos decassílabos. Questão 11 (UFRR) c sendo constituído por dois quartetos e dois tercetos compostos por versos alexandrinos ou No último período do texto IV, o narrador define “Lili, da palavra “superior”. invencível armada” dodecassílabos. como “contorcionista da metrificação parnasiana”. Considerando-se as características do d cujos versos decassílabos expressam as impressões do eu lírico através de rimas irregulares, Parnasianismo, pode-se afirmar que: já que há duas terminações sonoras diferentes em cada estrofe. a os movimentos da dançarina, assim como o Parnasianismo, imprimem valorização da estética e busca da perfeição; Questão 9 (Unifeso) b há excessivo subjetivismo nos movimentos da dançarina, assim como na descrição da O momento literário do Realismo tinha como correspondente poético realidade pelo Parnasianismo; a o Simbolismo. c a estética parnasiana aproxima-se dos movimentos de dança de Lili pois ambos se baseiam b o Arcadismo. na hipervalorização dos sentimentos e das emoções; c o Barroco. d a dança de Lili expressa sua liberdade de criação, assim como o poeta parnasiano era livre d o Parnasianismo. para expressar sua individualidade; e o Impressionismo. e a estética da dança era fruto da espontaneidade, da emotividade da bailarina, como os poemas dos parnasianos. / 10 53249 TEXTO BASE 1 Questão 14 (UFPA) Paisagem Estilo de época corresponde a um conjunto de características de um grupo de escritores pertencentes à mesma circunstância histórica e sociocultural, mantendo-se o respeito às Dorme sob o silêncio o parque. Com descanso, características individuais de cada autor. Assim sendo, o artista, mesmo sob a orientação de um Aos haustos, aspirando o finíssimo extrato sistema de normas, padrões literários, vistos de maneira genérica, produz a sua criação literária Que evapora a verdura e que deleita o olfato, de modo a conferir-lhe características próprias, tendo em vista sua visão de mundo. Dessa forma, Pelas alas sem fim das árvores avanço. o artista torna perceptível sua capacidade de trabalhar a linguagem de forma particularizada e de Ao fundo do pomar, entre as folhas, abstrato manifestar-se, segundo escolhas que melhor atendam a sua perspectiva e capacidade de Em cismas, tristemente, um alvíssimo ganso apreensão do mundo. Escorrega de manso, escorrega de manso Considerando-se os comentários feitos sobre cada texto literário transcrito abaixo, identifique a Pelo claro cristal do límpido regato. alternativa em que as afirmações sobre os autores citados não estão em consonância com o Nenhuma ave sequer sobre a macia alfombra estilo de época que eles representam Pousa. Tudo deserto. Aos poucos escurece A campina, a rechã sob a noturna sombra. E enquanto o ganso vai, abstrato em cismas, pelas Selvas adentro entrando, a noite desce, desce... E espalham-se no céu camândulas* de estrelas...

* rosário de contas grossas Francisca Júlia. Paisagem. Internet: (com adaptações).

Considerando o poema Paisagem, da poeta brasileira Francisca Júlia, publicado em 1895, julgue o item a seguir. Questão 12 (UnB) PARA RESPONDER A QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 1 Com o poema Paisagem, Francisca Júlia inova no contexto do Parnasianismo brasileiro ao adotar o verso livre na descrição da paisagem do parque. a Correta b Errada

Questão 13 (EsPCEx) Os parnasianos acreditavam que, apoiando-se nos modelos clássicos, estariam combatendo os exageros de emoção e fantasia do Romantismo e, ao mesmo tempo, garantindo o equilíbrio que almejavam. Propunham uma poesia objetiva, de elevado nível vocabular, racionalista, bem- acabada do ponto de vista formal e voltada para temas universais. Esse racionalismo, que enfrentava os “exageros de emoção” e fixava-se no formalismo, fica bem claro na seguinte estrofe parnasiana de Olavo Bilac: a E eu vos direi: “Amai para entendê-las!/Pois só quem ama pode ter ouvido/Capaz de ouvir e de entender estrelas.” b Não me basta saber que sou amado,/Nem só desejo o teu amor: desejo/Ter nos braços teu corpo delicado,/Ter na boca a doçura de teu beijo. c Pois sabei que é por isso que assim ando:/Que é dos loucos somente e dos amantes/Na maior alegria andar chorando. d Mas que na forma se disfarce o emprego/Do esforço; e a trama viva se construa/De tal modo, que a imagem fique nua,/Rica, mas sóbria, como um templo grego. e Esta melancolia sem remédio,/Saudade sem razão, louca esperança/Ardendo em choros e findando em tédio. / 10 53249 a “Quem a primeira vez chegou a ver-vos, Questão 15 (Unit-SE) Nise, e logo se pôs a contemplar-vos, Bem merece morrer por conversar-vos TEXTO: E não poder viver sem merecer-vos.” · Gregório de Matos Guerra é poeta do Barroco brasileiro, cuja obra se caracteriza por temas O lamento das coisas variados: poesia religiosa, lírico-amorosa e satírica. Triste, a escutar, pancada por pancada, A sucessividade dos segundos, b “No entanto o capitão manda a manobra, Ouço, em sons subterrâneos, do Orbe oriundos, E após fitando o céu que se desdobra, O choro da Energia abandonada! Tão puro sobre o mar,

Diz do fumo entre os densos nevoeiros: [5] É a dor da Força desaproveitada ‘Vibrai rijo o chicote, marinheiros! O cantochão dos dínamos profundos, Fazei-os mais dançar!...’" Que, podendo mover milhões de mundos, · , pertencente à terceira geração romântica, emprestou o seu gênio criador à causa jazem ainda na estática do Nada! dos escravos; daí a sua relação com a poesia de tema social. É o soluço da forma ainda imprecisa... c “Sabei, amigos Zéfiros, que cedo, [10] Da transcendência que se não realiza... Entre os braços de Nise, entre estas flores, Da luz que não chegou a ser lampejo... Furtivas glórias, tácitos favores, Hei-de enfim possuir: porém segredo!” E é em suma, o subconsciente ai formidando* · Os árcades produziram poesia de concepção clássica; daí a notória presença de referências à Da Natureza que parou, chorando, mitologia. No rudimentarismo do Desejo! Os versos de Bocage são a confirmação desta prática poética. ANJOS, Augusto. O Lamento das coisas. Disponível em: . Acesso em: 11 nov. 2013. d “Cabelos brancos! dai-me, enfim, a calma A esta tortura de homem e de artista: “E, em vez de achar a luz que os céus inflama, Desdém pelo que encerra a minha palma, Somente achei moléculas de lama E ambição pelo mais que não exista;” E a nota alegre da putrefação.” · No texto parnasiano, é comum a identificação de elementos de conformação subjetiva, como se observa O trecho destacado faz parte do poema Idealização da Humanidade Futura, de Augusto dos nos versos de Bilac transcritos acima. Anjos, e tem em comum com o poema O Lamento das Coisas uma visão de mundo e “Assim eu te amo, assim; mais do que podem a otimista. Dizer-te os lábio meus, – mais do que vale b niilista. Cantar a voz do trovador cansada: c futurista. O que é belo, o que é justo, santo e grande Amo em tí. – Por tudo quanto sofro, d investigativa. Por quando já sofri, por quanto ainda e darwinista. Me resta sofrer, por tudo eu te amo!” · Gonçalves Dias, ainda que reconhecido como o autor de textos assinalados por motivos de TEXTO BASE 2 grande Observe os versos do poema “Profissão de Fé”, para responder à questão. nacionalismo, produziu poemas de expressão lírico-amorosa indiscutível. Torce, aprimora, alteia, lima, A frase, e enfim, No verso de ouro engasta a rima, Como um rubim.

/ 10 53249 Questão 16 (IFRN) Questão 18 (Unifenas) PARA RESPONDER A QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 2 Texto I Oficina Irritada Nos versos, descrevem-se as atitudes a que se deve dedicar um poeta Eu quero compor um soneto duro a alinhado ao sentimentalismo e ao sonho do Romantismo. Como poeta algum ousaria escrever. Eu quero pintar um soneto escuro, b esteticamente libertário, defensor do verso livre e branco. Seco, abafado, difícil de ler. c representativo da estética simbolista, cultivador da evasão. d identificado com o culto à forma preconizado pelo Parnasianismo. Quero que meu soneto, no futuro, Não desperte em ninguém nenhum prazer. Questão 17 (UPF) E que, no seu maligno ar imaturo, Sobre a poética do Parnasianismo, apenas é incorreto afirmar que Ao mesmo tempo saiba ser, não ser. a expressa o desejo de impessoalidade, que compartilha com os realistas. Esse meu verbo antipático e impuro b introduz a liberdade formal, mais tarde assumida pelos modernistas. Há de pungir, há de fazer sofrer, c caracteriza-se pela defesa de ideais antirromânticos. Tendão de Vênus sob o pedicuro. d distingue-se pela busca da objetividade no tratamento dos temas. e elege o culto da forma como um de seus princípios basilares. Ninguém o lembrará: tiro no escuro, Cão mijando no caos, enquanto Arcturo, Claro enigma, se deixa surpreender. (CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE – Claro Enigma, in Nova Reunião - Rio de Janeiro, 1983, Livraria José Olympio Editora, p. 260)

Texto II A um poeta Longe do estéril turbilhão da rua, Beneditino, escreve! No aconchego Do claustro, na paciência e no sossego, Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!

Mas que na forma se disfarce o emprego Do esforço; e a trama viva se construa De tal modo que a imagem fique nua, Rica mas sóbria, como um templo grego.

Não se mostre na fábrica o suplício Do mestre. E, natural, o efeito agrade, Sem lembrar os andaimes do edifício:

Porque a Beleza, gêmea da Verdade, Arte pura, inimiga do artifício, É a força e a graça na simplicidade. (OLAVO BILAC – Tarde, in Antologia de Poesia Brasileira – Realismo e Parnasianismo – Org. de Benjamim Abdala Jr. São Paulo, 1985, Editora Ática, página 48) Ainda quanto aos textos em questão, avalie as seguintes afirmações. I – Entre as características da poética defendida pelo eu-lírico do texto I está o hermetismo (“Eu quero pintar um soneto escuro,/seco, abafado, difícil de ler”) e o emprego de imagens-choque (“Ninguém o lembrará: tiro no muro,/cão mijando no caos, enquanto Arcturo...”) II – A referência a “beneditino”, assim como a “claustro”, confere ao texto II certa impregnação de religiosidade, que, aliás, é um traço marcante na poesia parnasiana. III – O verso “Longe do estéril turbilhão da rua”, reforçado por “aconchego do claustro”, revela, no texto I, forte característica parnasiana que consiste no alheamento, ou seja, indiferença quanto/ às 10 53249 questões mundanas, já que a intenção do poeta é concentrar-se na elaboração técnica de texto, Questão 20 (UEMG) cumprindo, assim, o ideal parnasiano de “arte pela arte”. IV – Para o eu-lírico do texto II, a busca da expressão poética deve ser natural, revestida de simplicidade, o poema deve ser elaborado sem esforço, sem que isso represente nenhum desgaste para o poeta , o qual busca apenas um resultado: “a força e a graça na simplicidade”. V – Tanto no texto I quanto no texto II, as respectivas vozes poéticas pretendem dissimular que fazer poesia é trabalho árduo, duro, transformando-se, muitas vezes, num verdadeiro suplício, já que o verso deve ser cuidadosamente lapidado. Em suma, escrever não é lazer. a todas corretas, com única exceção. b todas corretas, exceto III e V. a atribuiu um significado civilizatório ao trabalho de reformulação do Rio de Janeiro, condizente c todas incorretas, sem exceção. com o ideal de progresso estampado na bandeira republicana. d todas incorretas, com única exceção. b foi uma voz solitária na defesa da necessidade da reforma da capital federal, para torná-la e todas incorretas, exceto I e III. cartão postal do Brasil. c representou os anseios da população desvalida do Rio de Janeiro, desejosa de se ver livre, a Questão 19 (FATEC) qualquer preço, das recorrentes epidemias. Leia o poema do escritor Alberto de Oliveira (1857-1937). d posicionou-se de maneira indiferente em relação à reforma urbana, não vendo nela nem ganhos nem perdas materiais e simbólicas para a cidade. Num trem de subúrbio Questão 21 (UFN) No trem de ferro vimo-nos, um dia, Sobre a poesia parnasiana, é correto afirmar que E amarmo-nos foi obra de um momento, a e Mário Quintana são seus maiores representantes brasileiros. Tudo rápido, como a ventania, b a dualidade corpo x espírito, vida x morte são a tônica dos poemas de , um Como a locomotiva ou o pensamento. de seus expoentes máximos. – “Amo-te!” – “Adoro-te!” c se associa à música pela cadeia fônica da linguagem, a exemplo da produção poética de A estação primeira João Cabral de Melo Neto. Surge. Saltamos nela ao som de um berro. d o preciosismo vocabular e a arte pela arte são suas principais características, encontradas na Nosso amor, numa nuvem de poeira, poética de Carlos Drummond de Andrade. Tinha passado, como o trem de ferro. e o rigor formal e a grande expressividade são marcas distintas, presentes nos textos de Olavo (CAMPOS, Geir. Alberto de Oliveira – Poesia, Rio de Janeiro: Agir Editora, 1969.) Bilac, importante nome do parnasianismo brasileiro. Interpretando o poema, é correto afirmar que nessa obra está presente a a crise existencial própria do Barroco, que se manifesta pela extrema infelicidade do eu lírico, Questão 22 (UNICAMP) vivenciada em decorrência do fim do romance. Leia abaixo duas passagens do poema “Olá! Negro”, de Jorge de Lima. b oposição ao amor idealizado do Romantismo, pois o poema ressalta a brevidade e a “A raça que te enforca, enforca-se de tédio, negro! finitude do amor vivido pelos protagonistas. E és tu que a alegras ainda com os teus jazzes. Com os teus songs, com os teus lundus!” c crítica social característica do Realismo, pois o eu lírico descreve a existência sofrida e (...) miserável dos subúrbios. “Não basta iluminares hoje as noites dos brancos com teus jazzes. d valorização da forma pelo Parnasianismo, o que se comprova pela rígida metrificação dos Olá, Negro! O dia está nascendo! versos e pela presença de rimas. O dia está nascendo ou será a tua gargalhada que vem vindo?” e exaltação da tecnologia, marca do Simbolismo, pois o trem e sua alta velocidade (Jorge de Lima, Poesias completas. v. I, Rio de Janeiro / Brasília: J. Aguilar / INL, 1974, p.180-181.) surpreendem o eu lírico e sua amada. Considerando o livro Poemas negros como um todo e a poética de Jorge de Lima, é correto afirmar que o último verso citado a manifesta o desprezo do negro pela situação decadente da cultura do branco. b realiza a aproximação entre a alegria do negro e uma ideia de futuro. c remete à vingança do negro contra a violência a que foi submetido pelo branco. d funciona como um lamento, já que o nascer do dia não traz justiça social.

/ 10 53249 Questão 23 (Unifenas) II- “Lá sou amigo do rei” (verso 2) - O poeta considera que seu desejo será facilitado pelo tipo de Vou-me embora pra Pasárgada amizade e proximidade com o poder.

Vou-me embora pra Pasárgada III- “Rosa vinha me contar” (verso 24) - O verso confirma uma característica marcante de Lá sou amigo do rei Bandeira: a presença, em sua poesia, de vultos familiares. Lá tenho a mulher que quero Na cama que escolherei IV- “Vem a ser contraparente Da nora que nunca tive” (versos 12 e 13) - Traindo influência Vou-me embora pra Pasárgada surrealista, esses versos mostram o espaço buscado como lugar onde o impossível acontece.

Vou-me embora pra Pasárgada V- “Farei, andarei, montarei, subirei, tomarei” (estrofe 3) - A sequência de verbos no futuro indica Aqui eu não sou feliz a consciência do poeta da impossibilidade de remover obstáculos que se interpõem entre sua Lá a existência é uma aventura aspiração e a realização do desejo. De tal modo inconsequente a todas corretas, sem exceção. Que Joana a Louca da Espanha Rainha e falsa demente b todas corretas, com única exceção. Vem a ser a contraparente c todas corretas, exceto I e III. Da nora que nunca tive d todas corretas, exceto II e V. e todas corretas, exceto I e V. E como farei ginástica Andarei de bicicleta Montarei em burro brabo Subirei no pau-de-sebo Tomarei banhos de mar! E quando estiver cansado Deito na beira do rio Mando chamar a mãe-d’água Pra me contar as histórias

Que no tempo de eu menino Rosa vinha me contar Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem tudo É outra civilização Tem um processo seguro De impedir a concepção Tem telefone automático Tem alcaloide à vontade Tem prostitutas bonitas Para a gente namorar

E quando eu estiver mais triste Mais triste de não ter jeito Quando de noite me der Vontade de me matar -Lá sou amigo do rei – Terei a mulher que eu quero Na cama que escolherei Vou-me embora pra Pasárgada. (BANDEIRA – Manuel. Libertinagem, In Poesia Completa e Prosa, Rio, Editora Aguilar, 2ª ed., 1967) Avalie as afirmações seguintes sobre certos aspectos do texto. I – “Aqui eu não sou feliz” (verso 7) - O poeta justifica o desejo de ir para Pasárgada. / 10 53249 TEXTO BASE 3 Questão 24 (FPS) TEXTO PARA RESPONDER A QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 3

Este é o lenço Na literatura brasileira, o Parnasianismo e o Simbolismo são movimentos literários contemporâneos um do outro e voltados, ambos, para a poesia. Apesar desses aspectos em Este é o lenço de Marília, comum, defendem princípios bem distintos. Assinale com (1) os princípios ou temas próprios do pelas suas mãos lavrado, Parnasianismo e com (2) aqueles característicos do Simbolismo. nem a ouro nem a prata, somente a ponto cruzado. ( ) Influência de elementos greco-latinos Este é o lenço de Marília ( ) Busca por sugerir sensações para o Amado. ( ) Posicionamento antimaterialista ( ) Transcendência da realidade Em cada ponta, um raminho, ( ) Contenção das emoções preso num laço encarnado; ( ) Cultivo do pessimismo no meio, um cesto de flores, por dois pombos transportado. A ordem correta, de cima para baixo, é: Não flores de amor-perfeito, a 1 – 1 – 2 – 1 – 2 – 1. mas de malogrado! b 1 – 2 – 1 – 2 – 2 – 1.

Este é o lenço de Marília: c 1 – 2 – 2 – 2 – 1 – 2. bem vereis que está manchado: d 2 – 2 – 1 – 1 – 1 – 2. será do tempo perdido? e 2 – 2 – 1 – 2 – 1 – 2. será do tempo passado? Pela ferrugem das horas? TEXTO BASE 4 ou por molhado Leia o texto para responder à questão. em águas de algum arroio singularmente salgado? Se o século XIX, marcado pelo progresso científico — genética, evolucionismo, positivismo, sociologia, racionalismo, etc. — motivou escolas literárias correspondentes — ______, Finos azuis e vermelhos ______, ______—, propugnando uma descrição rígida, precisa e minuciosa, acarretou, em do largo lenço quadrado, contrapartida, um momento de descrédito da ciência, uma reação quase radical, que propunha a — quem pintou nuvens tão negras diluição dos objetos e sentimentos no vago e indistinto, no inefável, abstrato e incorpóreo, ideal neste pano delicado, supremo do ______. sem dó de flores e de asas (Lauro Junkes, 2016. Adaptado.) nem do seu recado? Questão 25 (CUSC) Este é o lenço de Marília, por vento de amor mandado. PARA RESPONDER A QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 4 Para viver de suspiros Completam as lacunas do texto, respectivamente: foi pela sorte fadado: breves suspiros de amante, a Realismo, Naturalismo, Romantismo — Simbolismo. — longos, de degredado! b Romantismo, Simbolismo, Naturalismo — Realismo. c Realismo, Parnasianismo, Naturalismo — Simbolismo. Este é o lenço de Marília d Realismo, Naturalismo, Romantismo — Parnasianismo. nele vereis retratado e Romantismo, Simbolismo, Naturalismo — Parnasianismo. o destino dos amores por um lenço atravessado: que o lenço para os adeuses e o pranto foi inventado. (...) MEIRELES, Cecília. Disponível em:https://www.revistabula.com/7668-os-melhores-poemas-de-cecilia-meireles/ Acesso em: 22 fev. 2018. / 10 53249 Questão 26 (UCPEL) Questão 28 (CESGRANRIO) Para o teste seguinte, analise as afirmativas e assinale a opção correta. Considere as afirmações a seguir.

I. Ora afirmando a superioridade do EU sobre o mundo, ora a do mundo sobre o EU, ora I - Percebem-se, em textos parnasianos, a revalorização da mitologia, o intimismo e certa escavando os seus próprios abismos pessoais, ora investigando a visão objetiva, Carlos flexibilidade quanto ao aspecto formal. Drummond de Andrade fará dessa dualidade a marca de um poesia tanto lírica, expressando o II - O Simbolismo caracteriza-se pela contraposição da realidade com o imaginário. sujeito, como social e metafísica, delimitando os objetos. III - No Pré-Modernismo, pode-se destacar, dentre outras características, a denúncia da realidade II. Olavo Bilac tratou do amor a partir de dois ângulos distintos: um platônico e outro sensual. brasileira, negando o Brasil literário herdado do Romantismo. III.Se escreveu folhetins para sobreviver, foi na literatura de denúncia social que Aluísio Azevedo encontrou as condições para o desenvolvimento de uma obra adulta. Está correto o que se afirma em a Somente a afirmação II está correta. a I, apenas. b Todas as afirmações estão incorretas. b I e II, apenas. c Somente a afirmação III está correta. c I e III, apenas. d Somente a afirmação I está correta. d II e III, apenas. e Todas as afirmações estão corretas. e I, II e III.

Questão 27 (Unit-SE) TEXTO:

Vozes da morte

Agora, sim! Vamos morrer, reunidos, Tamarindo de minha desventura, Tu, com o envelhecimento da nervura, Eu, com o envelhecimento dos tecidos!

Ah! Esta noite é a noite dos Vencidos! E a podridão, meu velho! E essa futura Ultrafatalidade de ossatura, A que nos acharemos reduzidos!

Não morrerão, porém, tuas sementes! E assim, para o Futuro, em diferentes Florestas, vales, selvas, glebas, trilhos,

Na multiplicidade dos teus ramos, Pelo muito que em vida nos amamos, Depois da morte, inda teremos filhos. ANJOS, Augusto dos. Vozes da morte. Eu e outros poemas. São Paulo: Martin Claret, 2002. p. 62-63. (Coleção A obra-prima de cada autor).

Na concepção do sujeito poético, a morte é a o aniquilamento total, o fim de tudo. b uma libertação das adversidades da vida. c um processo de transformação da matéria, mas não sua finitude. d a certeza da impotência humana diante de uma força superior. e a sensação de incapacidade do homem de se perpetuar no tempo.

/ 10 53249 Questão 29 (ENEM) Questão 30 (UPF) Considere as afirmações a seguir em relação ao Parnasianismo. I. Os autores realistas, diferentemente dos parnasianos, buscam a impessoalidade no tratamento dos temas. II. A poesia de Olavo Bilac, embora cronologicamente esteja vinculada ao Parnasianismo, destaca-se pela defesa dos ideais românticos. III. O culto da forma é uma característica marcante desse estilo de época, que surge no Brasil na segunda metade do século XIX. Está correto apenas o que se afirma em: a II. b I . c I e III. d II e III. e III.

Questão 31 (USF) As afirmações a seguir dizem respeito a alguns momentos da literatura brasileira, bem como às obras selecionadas para este vestibular. Após lê-las com atenção, assinale a alternativa correta. a O Romantismo brasileiro – cuja obra de maior destaque é Memórias de um sargento de milícias – apresenta, como principais características, a idealização da mulher e do sentimento amoroso, os finais felizes e o nacionalismo exacerbado. Na obra citada, este último elemento aparece no desejo da personagem Leonardo de se tornar um membro das milícias e, assim, defender a pátria. b Estéticas como o Arcadismo e o Parnasianismo diferem apenas pela época em que surgiram em nossa literatura, uma vez que a estrutura formal – com predomínio do uso de sonetos –, as temáticas – essencialmente a natureza e a Antiguidade Clássica –, e a linguagem escolhida – O objeto escultórico produzido por Lygia Clark, representante do Neoconcretismo, exemplifica o formal e preciosista – repetem-se em ambas as estéticas. início de uma vertente importante na arte contemporânea, que amplia as funções da arte. Tendo c O escritor mineiro João Guimarães Rosa é um dos maiores nomes da literatura ocidental. como referência a obra Bicho de bolso, identifica-se essa vertente pelo(a) Representante da Segunda Fase do Modernismo brasileiro, destaca-se com obras como a participação efetiva do espectador na obra, o que determina a proximidade entre arte e vida. Sagarana e Grande sertão: veredas, de cunho marcadamente regionalista, tanto na temática – já b percepção do uso de objetos cotidianos para a confecção da obra de arte, aproximando arte e que registra as agruras do homem mineiro –, quanto na linguagem, em que faz um apurado realidade. registro do falar de . c reconhecimento do uso de técnicas artesanais na arte, o que determina a consolidação de d A segunda geração do Modernismo brasileiro desponta como o núcleo das narrativas de forte valores culturais. cunho social e ideológico. Não à toa, registra a realidade frente a seus elementos históricos e d reflexão sobre a captação artística de imagens com meios óticos, revelando o sociais, dentro de uma perspectiva crítica, comum às obras desse período neorrealista, também desenvolvimento de uma linguagem própria. conhecido como Geração de 30. e entendimento sobre o uso de métodos de produção em série para a confecção da obra de e O Simbolismo de Cruz e Souza e a poesia pré-modernista de Augusto dos Anjos apresentam, arte, o que atualiza as linguagens artísticas. como elementos comuns, a linguagem de caráter marcadamente cientificista – fruto da influência das correntes científico-filosóficas do início do século XX –, a liberdade formal – como reação a uma sociedade que condenava os impulsos – e o caráter de indefinição da poética – “Sugerir, eis o sonho!” era o mote desses poetas.

/ 10 53249 Questão 32 (UNIFOR) Questão 33 (Unioeste) Via Láctea Tendo em vista os tercetos abaixo e os poemas de onde foram extraídos, O Incêndio de Roma e Sinfonias do Ocaso, bem como seus respectivos autores, Olavo Bilac e Cruz e Sousa, assinale Olavo Bilac a alternativa INCORRETA.

“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo “Nero, com o manto grego ondeado ao ombro, assoma Perdeste o senso!” e eu vos direi, no entanto, Entre os libertos, e ébrio, engrinaldada a fronte, Que, para ouvi-las, muita vez desperto Lira em punho, celebra a destruição de Roma”. E abro as janelas, pálido de espanto... “Ah! por estes sinfônicos ocasos E conversamos toda a noite, enquanto A terra exala aromas de áureos vasos, A Via Láctea, como um pálio aberto, Incensos de turíbulos divinos”. Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto, a A impassibilidade de Nero (1º terceto) perante o incêndio devastador pode ser interpretada Inda as procuro pelo céu deserto. como a representação ideal do artista na estética parnasiana. b A destruição de Roma (1º terceto) alude a um fato histórico e faz do Imperador Nero a Direis agora: “tresloucado amigo! representação de um louco. Que conversas com elas? Que sentido Tem o que dizem, quando estão contigo?” c Ao contrário de Olavo Bilac, Cruz e Sousa conseguiu vencer os preconceitos e sobrepor-se ao jugo de uma sociedade hostil e escravocrata. E eu vos direi: “amai para entendê-las! d A exploração da musicalidade, de assonâncias e de aliterações e a presença de vocabulário Pois só quem ama pode ter ouvido litúrgico são comuns na poesia de Cruz e Sousa. Capaz de ouvir e de entender estrelas”. e A percepção do objeto (pôr do sol) não pela visão, mas pela audição – sinestesia – caracteriza o poema aludido no 2º terceto http://letras.mus.br/olavo-bilac/via-lactea/ Em relação à poesia Via Láctea de Olavo Bilac, pode-se afirmar que TEXTO BASE 5 a traz como temática a beleza física da mulher com linguagem descritiva. Vaso grego b exprime as tendências conservadoras do início do século XX. Esta, de áureos relevos, trabalhada c apresenta como tema o sentimento amoroso, o amor sensual. De divas mãos, brilhante copa, um dia, d descreve objetos com vocabulário precioso. Já de aos deuses servir como cansada, e representa uma visão melancólica do mundo. Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.

Era o poeta de Teos que a suspendia Então e, ora repleta ora esvazada, A taça amiga aos dedos seus tinia Toda de roxas pétalas colmada.

Depois... Mas o lavor da taça admira, Toca-a, e, do ouvido aproximando-a, às bordas Finas hás de lhe ouvir, canora e doce,

Ignota voz, qual se da antiga lira Fosse a encantada música das cordas, Qual se essa a voz de Anacreonte fosse. Alberto de Oliveira. Poesias completas. In: Crítica. Marco Aurélio de Mello Reis. Rio de Janeiro: EDUERJ, 197, p.144.

Acerca do soneto Vaso grego, de Alberto de Oliveira, e do período histórico-literário a que ele remete, julgue o item.

/ 10 53249 Questão 34 (UnB) Questão 36 (CESMAC)

PARA RESPONDER A QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 5 Considerado um dos principais nomes do Parnasianismo brasileiro, Olavo Bilac foi, no dizer de Alfredo Bosi, quem “melhor exprimiu as tendências conservadoras vigentes depois do interregno No período em que o Parnasianismo se destacou, o Brasil, especialmente o Rio de Janeiro, vivia florianista”. Ainda sobre Bilac, é verdadeiro afirmar que a sua poesia cantou: forte influxo de modernização tardia em relação aos centros europeus, o que incentivou o consumo de mercadorias culturais luxuosas, mas desligadas da realidade local. Assim, verifica-se 1) a beleza física da mulher. que a recorrência a temas advindos da Antiguidade Clássica era a correspondência estética 2) os momentos épicos da história nacional. dessa tendência manifestada na objetividade social brasileira. 3) as armas nacionais. a CERTO 4) o crepúsculo da vida. 5) a temática greco-romana. b ERRADO

Questão 35 (FAMEVAÇO) Estão corretas: TEXTO 02 a 1, 2 e 5 apenas Tocando em frente (Almir Sater) b 2, 3 e 4 apenas c 3, 4 e 5 apenas Ando devagar porque já tive pressa, d 1, 2 e 3 apenas E levo esse sorriso, porque já chorei demais, e 1, 2, 3, 4 e 5 Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe, Só levo a certeza de que muito pouco eu sei, ou Questão 37 (UPF) Nada sei, conhecer as manhas e as manhãs, Olavo Bilac e Cruz e Sousa estão situados, respectivamente, nos seguintes períodos literários: O sabor das massas e das maçãs. É preciso amor pra puder pulsar, é preciso paz a Parnasianismo e Simbolismo Pra poder sorrir, é preciso a chuva para florir. b Simbolismo e Parnasianismo c Parnasianismo e Pré-Modernismo Penso que cumprir a vida, seja simplesmente d Barroco e Simbolismo Compreender a marcha, ir tocando em frente, Como um velho boiadeiro, levando a boiada e Simbolismo e Pré-Modernismo Eu vou tocando os dias pela longa estrada, eu vou, Questão 38 (PUC-Campinas) Estrada eu sou, conhecer as manhas e as manhãs, O sabor das massas e das maças, Ter Gutenberg escolhido a Bíblia como primeiro livro a ser divulgado amplamente foi um gesto É preciso amor pra puder pulsar, é preciso paz revolucionário; foi colocar o sagrado em mãos profanas. Mas vai ser no século XVIII, com o Pra poder sorrir, é preciso a chuva para florir. Iluminismo, aprofundando algumas questões colocadas pelo Renascimento, que a leitura avança TEXTO 03 ainda mais, pois passou a traduzir para as línguas ocidentais muitas das obras clássicas até POÉTICA (Manuel Bandeira) então acessíveis apenas em grego e latim, decorrendo daí uma maior popularização da tradição cultural do Ocidente e do Oriente. Estou farto do lirismo comedido (Affonso Romano de Sant´Anna. Ler o mundo. S.Paulo: Global, 2011. p. 144) Do lirismo bem comportado A valorização da mitologia clássica, em suas fontes em grego e latim, repercutiu também entre os Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente protocolo e manifestações de apreço a poetas do Parnasianismo, como Olavo Bilac e Alberto de Oliveira. ao sr. diretor. b prosadores naturalistas, como Aluísio Azevedo e Adolfo Caminha. Estou farto do lirismo que para e vai averiguar no dicionário o cunho vernáculo de um vocábulo. c cronistas do fim do século XIX, como Machado de Assis e João Ribeiro. Esse trecho, de Manuel Bandeira, faz referência a um período da estética literária denominado (assinale a resposta CORRETA): d dramaturgos modernos, como Nelson Rodrigues e Plínio Marcos. a parnasianismo - pela preocupação com o apuro da forma. e modernistas de 22, como Raul Bopp e Oswald de Andrade. b neoclassicismo - pela obediência aos postulados classicistas. c modernismo - pela liberdade de expressão. d realismo - por conter uma crítica ao romantismo.

/ 10 53249 Questão 39 (UFAM) Questão 40 (UFVJM) Assinale a opção cujos versos, pelas características que apresentam (como objetividade e Leia com atenção o fragmento ‘XVI’ do poema ‘Via-Láctea’, de Olavo Bilac. aspectos dissertativos), se caracterizam como parnasianos: Lá fora, a voz do vento ulule rouca! a Olha estas velhas árvores, mais belas Tu, a cabeça no meu ombro inclina, Do que as árvores novas, mais amigas: E essa boca vermelha e pequenina Tanto mais belas quanto mais antigas Aproxima, a sorrir, de minha boca! Vencedoras da idade e das procelas... Que eu a fronte repouse ansiosa e louca b Derrama luz e cânticos e poemas Em teu seio, mais alvo que a neblina Que, nas manhãs hiemais, úmida e fina, No verso e torna-o musical e doce Como se o coração, nessas supremas Da serra as grimpas verdejantes touca! Estrofes, puro e diluído fosse. Solta as tranças agora, como um manto! Canta! Embala-me o sono com teu canto! c Ó cisnes brancos, cisnes brancos, E eu, aos raios tranqüilos desse olhar, Por que viestes, se era tão tarde? Possa dormir sereno, como o rio O sol não beija mais os flancos Que, em noites calmas, sossegado e frio, Da Montanha onde mora a tarde. Dorme aos raios de prata do luar!… d Mãos de finada, aquelas mãos de neve, Fonte: BILAC, Olavo. Antologia Poética – Organizado por Paulo Hecker Filho, L&PM Pocket, 1ª Edição, 1997. De tons marfíneos, de ossatura rica, Sobre esse fragmento é correto afirmar que Pairando no ar, num gesto brando e leve, a o eu-lírico se utiliza de um vocabulário e ritmo que sugerem afetividade e aproxima o leitor de Que parece ordenar, mas que suplica. sua experiência. e Ah! Toda a Alma num cárcere anda presa, b o eu-lírico demonstra ser frio e impassível, ao utilizar fenômenos da natureza para descrever Soluçando nas trevas, entre as grades um encontro amoroso. Do calabouço olhando imensidades, Mares, estrelas, tardes, natureza. c o poeta, preso à forma, estrutura e construção dos versos, não consegue exprimir seus sentimentos, preferindo recorrer às características da natureza. d o poeta prefere contemplar a natureza, perfeitamente enquadrado no rigor da forma, cuja distância inviolável e fria não permite visualizar imperfeições de sua companheira.

/ 10 53249 TEXTO BASE 6 Questão 42 (UPF) Leia o poema “Vila Rica”, de Olavo Bilac, para responder à questão. Leia as seguintes afirmações sobre os períodos literários e assinale com V as verdadeiras e com F as falsas. Vila Rica (___) A arte literária barroca emprega figuras de linguagem que indicam oposições, evidenciando O ouro fulvo1 do ocaso as velhas casas cobre; a presença de um homem dividido entre as coisas celestes e as coisas terrenas, ou seja, um 2 conflito entre valores tradicionalistas, ligados à consciência medieval, e valores progressistas, que Sangram, em laivos de ouro, as minas, que a ambição surgem com o avanço do racionalismo burguês. Na torturada entranha abriu da terra nobre: (___) Os árcades idealizam a vida no campo, por meio da poesia de temática pastoril, construída E cada cicatriz brilha como um brasão. com ideias claras e simplicidade estilística. (___) Para o escritor simbolista, a poesia deve preocupar-se com a representação da vida O ângelus3 plange4 ao longe em doloroso dobre, objetiva, os fatos em desenvolvimento na realidade, enquanto à prosa cabe a representação O último ouro do sol morre na cerração. estática, isto é, uma construção literária na qual não aparece o fluir do tempo. E, austero, amortalhando a urbe gloriosa e pobre, (___) A arte literária parnasiana prima pela clareza sintática e pela correção e nobreza do O crepúsculo cai como uma extrema-unção. vocabulário, bem como pelas composições de caráter eminentemente confessional. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: Agora, para além do cerro5 , o céu parece a V – V – V – F. Feito de um ouro ancião que o tempo enegreceu... b F – V – F – V. A neblina, roçando o chão, cicia6 , em prece, c V – V – F – F. d V – V – F – V. Como uma procissão espectral que se move... e F – F – V – V. Dobra o sino... Soluça um verso de Dirceu... Sobre a triste Ouro Preto o ouro dos astros chove. TEXTO BASE 7 (Melhores poemas, 2000.) INSTRUÇÃO: Responder à questão com base no texto.

1fulvo: amarelo-ouro. TEXTO 2laivo: desenho sinuoso na madeira ou na pedra; veio. XXXII 3ângelus: toque do sino que anuncia a ave-maria.

4 planger: soar. Como quisesse livre ser, deixando 5cerro: pequena elevação; colina. As paragens natais, espaço em fora, 6ciciar: sussurrar. A ave, ao bafejo tépido da aurora, Abriu as asas e partiu cantando. Questão 41 (UEFS) [5] Estranhos climas, longes céus, cortando PARA RESPONDER A QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 6 Nuvens e nuvens, percorreu: e, agora Que morre o sol, suspende o voo, e chora, Uma característica do Parnasianismo encontrada no poema é E chora, a vida antiga recordando ... a a focalização de cenários históricos com a finalidade de intervenção da arte na sociedade. b a intervenção subjetiva na abordagem de temáticas sociais e históricas. E logo, o olhar volvendo compungido c a crítica social estabelecida a partir de um ponto de vista religioso cristão. [10] Atrás, volta saudosa do carinho, d a descrição detalhada de objetos e cenários em linguagem e vocabulário rebuscados. Do calor da primeira habitação...

e a expressão intimista e passional de um eu lírico que vira as costas para a realidade objetiva Assim por largo tempo andei perdido: – Ali! que alegria ver de novo o ninho, Ver-te, e beijar-te a pequenina mão! LAJOLO, Marisa. Os melhores poemas de Olavo Bilac. São Paulo: Global Editora, 2015.

/ 10 53249 Questão 43 (PUC-RS) Questão 45 (FASA) PARA RESPONDER A QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 7 Sobre as características dos estilos de época da literatura brasileira, assinale a alternativa CORRETA. No poema em questão, é possível identificar uma das caraterísticas que particularizam a poesia a No Brasil, o Parnasianismo foi um movimento artístico que teve como objetivo devolver a de Olavo Bilac: beleza formal à poesia, eliminando os excessos sentimentais. a a postura intimista e subjetiva. b A arte naturalista produzida por Cruz e Sousa pretendia obstruir os sentidos humanos e, b o apego aos ideais clássicos. desse modo, permitir a apreensão da realidade de modo sugestivo. c a tendência à metalinguagem. c O Simbolismo foi um movimento literário surgido na década de 1950 na Inglaterra e que teve d o descritivismo de objetos. seu auge no Brasil, especificamente em São Paulo, na década de 1960. d É considerada árcade a literatura brasileira produzida entre 1902 e 1922, ano da realização Questão 44 (UCS) da Semana de Arte Moderna, marco da chegada do Modernismo. Os excertos abaixo fazem parte do soneto “Velhas árvores”, de Olavo Bilac. Leia-os com Questão 46 (UCPEL) atenção. Sobre Francisco Lobo da Costa e sua obra, analise as afirmações seguintes como FALSAS (F) ou Velhas árvores VERDADEIRAS (V). I. Apesar de sua evolução poética, Lobo da Costa jamais se libertou integralmente do formalismo Olha estas velhas árvores, mais belas parnasiano, o que o impossibilitou de alcançar o grande público. Do que as árvores novas, mais amigas: II. O poeta, descrente da vida, incapaz de superar as adversidades, conta, em sua poesia lírico- Tanto mais belas quanto mais antigas, amorosa, seus sentimentos e seus sonhos frustrados. Vencedoras da idade e das procelas... III. Francisco Lobo da Costa, em sua obra, sintetizou as diversas facetas do nosso cotidiano, combatendo os exageros dos românticos. O homem, a fera, e o inseto, à sombra delas A opção correta é Vivem, livres de fomes e fadigas; a V – V – V E em seus galhos abrigam-se as cantigas b F – V –F E os amores das aves tagarelas. c F – V – V [...] Fonte: Velhas árvores. In: BILAC, Olavo. Antologia: Poesias. Coleção a obra-prima de cada autor. São Paulo: Martin d F – F – F Claret, 2002. Alma Inquieta. Disponível em: . Acesso em: 13 fev. 15. e V – F – V

Olavo Bilac integrou a tríade parnasiana e, no soneto lido, a filiação ao Parnasianismo explicita- se, marcadamente, na a oposição entre desejos humanos e lei divina, manifesta na visão da árvore velha. b manifestação idealizando o envelhecimento humano c preocupação com o rigor formal, expressa na rima nos quartetos do soneto. d preocupação em criticar os problemas sociais e sublinhar valores positivos, representados na força da árvore velha. e busca de uma estética nacionalista que valoriza elementos da natureza brasileira.

/ 10 53249 Questão 47 (EPCAR) Questão 48 (Unichristus) Texto Textos para responder à questão.

Língua Portuguesa TEXTO

Última flor do Lácio, inculta e bela, Torce, aprimora, alteia, lima És, a um tempo, esplendor e sepultura: A frase, e enfim, Ouro nativo, que na ganga1 impura No verso de ouro engasta a rima. A bruta mina entre os cascalhos vela... Como um rubim. Quero que a estrofe cristalina, Amo-te assim, desconhecida e obscura, Dobrada ao jeito 2 3 4 Do ourives, saia da oficina Tuba de alto clangor , lira singela, Sem um defeito. Que tens o trom5 e o silvo da procela6 ...... Assim procedo. Minha pena E o arrolo7 da saudade e da ternura! Segue esta norma,

Amo o teu viço agreste e o teu aroma Por te servir, Deusa serena, Serena forma. De virgens selvas e de oceano largo! Amo-te, ó rude e doloroso idioma, Olavo Bilac

TEXTO Em que da voz materna ouvi: “meu filho!” E em que Camões chorou, no exílio amargo, O Parnasianismo tem afinidades com o Realismo e o Naturalismo, além de manter ligações O gênio sem ventura e o amor sem brilho! com a tradição clássica. Para ele, o mundo e o sentimento são realidades que podem ser (Olavo Bilac. Poesia. Rio de Janeiro, Agir, 1976.p,86.) descritas e definidas de maneira bastante precisa, podendo, em consequência, ser apreendidas satisfatoriamente pelo espírito. Isto quer dizer que é possível ao artista permanecer teoricamente 1 Resíduo inaproveitável de um minério fora da coisa ou do sentimento observado, recriando-os por meio de um tratamento objetivo. 2 Instrumento musical de sopro, semelhante à trombeta Presença da Literatura Brasileira, Antônio Cândido. 3 Som forte, como o da trombeta 4 Instrumento musical de cordas A leitura dos textos permite inferir que a poesia parnasiana resulta 5 Som de trovão ou de canhão a em uma obra de arte que seria uma espécie de objeto válido por si mesmo, encontrando em 6 Tempestade marítima si mesmo a sua justificativa. 7 Canto para adormecer criança b em uma obra aberta, não raro incompleta, obscura, fugidia, mais voltada para a música do que para as artes plásticas. Assinale a opção cuja análise acerca do poema de Olavo Bilac está correta. c não em um objeto válido em si, acabado de uma vez por todas, ou fechado na sua a Em todas as estrofes, o eu-lírico faz uma interpelação à Língua Portuguesa. integridade, mas em algo vago e misterioso. b Há, nos versos, valorização da Língua Portuguesa nativa, em detrimento da Língua d na fusão entre sujeito e objeto, entre artista e assunto, pois o mundo e a alma têm afinidades Portuguesa utilizada no Brasil. misteriosas. c O poema possui uma estrutura clássica de soneto formada por 2 quartetos, 2 tercetos e e em uma obra que busca o recurso de aproximar realidades ocultas por meio de tentativas, redondilhas. que sugerem sem esgotá-la. d No poema, há rimas ricas como em bela/vela, sepultura/impura e rimas pobres como em aroma/idioma. TEXTO BASE 8 Graças aos aspectos polimórficos de sua poesia, Olavo Bilac encarnou brilhantemente o verso e o reverso de nosso Parnasianismo. Mais ainda: ao aderir à nova corrente poética, não só cuidou de materializá-la em suas composições, como também buscou traduzir-lhe e divulgar-lhe a doutrina de modo tão direto quanto possível. (MOISÉS, Massaud. A literatura brasileira através dos textos. 20. ed. São Paulo: Cultrix, 1971. p. 230.)

/ 10 53249 Questão 49 (IFRS) Questão 51 (UNIFESP) PARA RESPONDER A QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 8 Essa poesia não logrou estabelecer-se em Portugal. De origem francesa, suas primeiras manifestações datam de 1866, quando um editor parisiense publica uma coletânea de poemas; Assinale a alternativa que apresenta a ideia original do primeiro período do texto. em 1871 e 1876, saem outras duas coletâneas. Os poetas desse movimento literário pregam o a Olavo Bilac encarnou brilhantemente o verso e o reverso de nosso Parnasianismo, pois tinha princípio da Arte pela Arte, isto é, defendem uma arte que não sirva a nada e a ninguém, uma em mente, através de uma poesia de aspectos polimórficos, modificar o cenário literário arte inútil, uma arte voltada para si própria. A Arte procuraria a Beleza e a Verdade que existiriam nacional. nos seres concretos, e não no sentimento do artista. Por isso, o belo se confundiria com a forma que o reveste, e não com algo que existiria dentro dele. Daí vem que esses poetas sejam b Olavo Bilac encarnou brilhantemente o verso e o reverso de nosso Parnasianismo, pois formalistas e preguem o cuidado da forma artística como exigência preliminar. Para consegui-lo, analisava os aspectos polimórficos de sua poesia. defendem uma atitude de impassibilidade diante das coisas: não se emocionar jamais; antes, c Olavo Bilac encarnou brilhantemente o lado bom e as críticas mordazes de nosso impessoalizar-se tanto quanto possível pela descrição dos objetos, via de regra inertes ou Parnasianismo por causa da forma única com que desenvolvia sua poesia. obedientes aos movimentos próprios da Natureza (o fluxo e refluxo das ondas do mar, o voo dos d Olavo Bilac encarnou brilhantemente o verso e o reverso de nosso Parnasianismo, pois tinha pássaros, etc.). Esteticistas, anseiam uma arte universalista. um jeito único de fazer poesia. Em Portugal, tentou-se introduzir esse movimento; certamente, impregnou alguns poetas, e Olavo Bilac encarnou brilhantemente o verso e o reverso de nosso Parnasianismo, porque exerceu influência, mas não passou de prurido, que pouco alterou o ritmo literário do tempo. Na não se prendia a uma só forma de fazer poesia. verdade, o modo fortuito como alguns se deixaram contaminar da nova moda poética revelava apenas veleidade francófila, em decorrência de razões de gosto pessoal ou de grupos restritos: Questão 50 (UNESP) faltou-lhes intuito comum. Os parnasianos brasileiros se distinguem dos românticos pela atenuação da subjetividade e do (Massaud Moisés. A literatura portuguesa, 1999. Adaptado.) sentimentalismo, pela ausência quase completa de interesse político no contexto da obra e pelo As informações apresentadas no texto referem-se à literatura cuidado da escrita, aspirando a uma expressão de tipo plástico. a simbolista, cuja busca pelo Belo implicou a liberdade na expressão dos sentimentos. O texto (Antonio Candido. Iniciação à literatura brasileira, 2010. Adaptado.) deixa claro que essa literatura alcançou notável aceitação entre os poetas da época. b simbolista, cuja preocupação com a expressão do sentimento filia-se à tradição poética do A referida “atenuação da subjetividade e do sentimentalismo” está bem exemplificada na seguinte Renascimento. O texto deixa claro que essa literatura teve um desenvolvimento tímido na estrofe do poeta parnasiano Alberto de Oliveira (1859-1937): cena literária portuguesa. a Quando em meu peito rebentar-se a fibra, c parnasiana, cuja preocupação com a objetividade a opõe ao subjetivismo romântico. O texto Que o espírito enlaça à dor vivente, deixa claro que essa literatura não se impôs na cena literária portuguesa. Não derramem por mim nem uma lágrima d parnasiana, cuja liberdade de expressão e cujo compromisso social permitem fundamentar a Em pálpebra demente. Arte pela Arte. O texto deixa claro que essa literatura teve pouco espaço na cena literária b Erguido em negro mármor luzidio, portuguesa. Portas fechadas, num mistério enorme, e realista, cuja influência da tradição clássica é fundamental para se chegar à perfeição. O texto Numa terra de reis, mudo e sombrio, deixa claro que essa literatura teve uma disseminação irregular na cena literária portuguesa. Sono de lendas um palácio dorme. c Eu vi-a e minha alma antes de vê-la Sonhara-a linda como agora a vi; Nos puros olhos e na face bela, Dos meus sonhos a virgem conheci. d Longe da pátria, sob um céu diverso Onde o sol como aqui tanto não arde, Chorei saudades do meu lar querido – Ave sem ninho que suspira à tarde. – e Eu morro qual nas mãos da cozinheira O marreco piando na agonia… Como o cisne de outrora… que gemendo Entre os hinos de amor se enternecia.

/ 10 53249 Questão 52 (PUC-RS) Questão 53 (PUC-RS) INSTRUÇÃO: Para responder à questão, leia o poema A cavalgada, de Raimundo Correia. PARA RESPONDER A QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 7

A lua banha a solitária estrada... Olavo Bilac foi ______de ______, também considerado ______. Silêncio!... Mas além, confuso e brando, a sucessor – Alberto de Oliveira – romântico O som longínquo vem-se aproximando b contemporâneo – Gonçalves Dias – romântico Do galopar de estranha cavalgada. c antecessor – Álvares de Azevedo – parnasiano São fidalgos que voltam da caçada; d contemporâneo – Raimundo Correa – parnasiano Vêm alegres, vêm rindo, vêm cantando, E as trompas a soar vão agitando O remanso da noite embalsamada...

E o bosque estala, move-se, estremece... Da cavalgada o estrépito que aumenta Perde-se após no centro da montanha...

E o silêncio outra vez soturno desce, E límpida, sem mácula, alvacenta A lua a estrada solitária banha...

O texto do crítico Sergius Gonzaga refere-se a ca- racterísticas da obra de Raimundo Correia, também perceptíveis no poema da questão.

“Raimundo Correia é um dos poetas mais ligados aos padrões do movimento ______. Alguns críticos valorizam nele o ______, muitas vezes acrescido de uma ______que ______”. (GONZAGA, Sergius. Curso de Literatura Brasileira. Adaptado.)

A alternativa que completa as lacunas do excerto adequadamente é: a simbolista – grande potencial para a construção de imagens – euforia – dá vida ao culto à forma b parnasiano – sentimentalismo nos conflitos humanos – subjetividade – subverte o mero culto à forma c romântico – pendor à idealização da natureza – força – espiritualiza o humano d simbolista – poder sugestivo da construção simbólica – musicalidade – valoriza a forma e o conteúdo e parnasiano – sentido plástico de suas descrições da natureza – melancolia – humaniza a paisagem

/ 10 53249 Questão 54 (Unifenas) a I, II e III – corretos. b I e II – corretos; III – incorreto. Texto I Oficina Irritada c I- correto; II – incorreto; III – correto. Eu quero compor um soneto duro d I – incorreto; II e III – corretos. Como poeta algum ousaria escrever. e I- incorreto; II- correto; III – incorreto. Eu quero pintar um soneto escuro, Seco, abafado, difícil de ler. Questão 55 (EsPCEx) Leia as afirmações abaixo e assinale a única alternativa correta. Quero que meu soneto, no futuro, a A poesia parnasiana, numa atitude anti-realista, buscava uma expressão maior da Não desperte em ninguém nenhum prazer. interioridade do artista. Para isso, o poeta contava principalmente com sua inspiração, E que, no seu maligno ar imaturo, associada a temáticas pitorescas. Ao mesmo tempo saiba ser, não ser. b A característica mais marcante do Parnasianismo é o culto da forma, representado pelas Esse meu verbo antipático e impuro formas fixas, como o soneto, pela metrificação rigorosa e pelas rimas perfeitas. A beleza do Há de pungir, há de fazer sofrer, poema deveria ser alcançada a qualquer custo. Tendão de Vênus sob o pedicuro. c Os naturalistas resgatam o preceito grego da “Arte pela Arte”, produzindo obras desvinculadas da realidade e sem qualquer compromisso com a investigação social. Ninguém o lembrará: tiro no escuro, d O Simbolismo aceita o Realismo e suas manifestações. De fato, a nova estética compartilha Cão mijando no caos, enquanto Arcturo, com as idéias do Cientificismo, Materialismo, valorizando, em contrapartida, as manifestações Claro enigma, se deixa surpreender. metafísicas e espirituais. (CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE – Claro Enigma, in Nova Reunião - Rio de Janeiro, 1983, e O estilo Barroco, também chamado Quinhentismo, nasceu da crise dos valores Livraria José Olympio Editora, p. 260) renascentistas, ocasionada pelas lutas religiosas e pelas dificuldades econômicas decorrentes da falência do comércio com o Oriente. Texto II A um poeta Longe do estéril turbilhão da rua, Beneditino, escreve! No aconchego Do claustro, na paciência e no sossego, Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!

Mas que na forma se disfarce o emprego Do esforço; e a trama viva se construa De tal modo que a imagem fique nua, Rica mas sóbria, como um templo grego.

Não se mostre na fábrica o suplício Do mestre. E, natural, o efeito agrade, Sem lembrar os andaimes do edifício:

Porque a Beleza, gêmea da Verdade, Arte pura, inimiga do artifício, É a força e a graça na simplicidade. (OLAVO BILAC – Tarde, in Antologia de Poesia Brasileira – Realismo e Parnasianismo – Org. de Benjamim Abdala Jr. São Paulo, 1985, Editora Ática, página 48) I – Os poemas em questão, embora pertençam a estilos de época diferentes, têm em comum o caráter metalinguístico: ambos versam sobre o fazer literário, a criação poética. II – No texto II, a voz poética dirige-se a um interlocutor definido: um poeta (representante de todos os poetas); no texto I, como indica o emprego da 1ª pessoa, o projeto poético é de ordem puramente pessoal. III – A voz poética do texto II adota certo didatismo, realçado pelo emprego da 2ª pessoa: pretende aconselhar os poetas a fazerem determinado tipo de poesia; no texto I, não há didatismo, prevalecendo nele um tom irreverente e provocativo por parte da voz poética. / 10 53249 Questão 56 (FAMEVAÇO) Questão 57 (UFG) Os períodos literários, também conhecidos como escolas, correntes ou movimentos, Leia os fragmentos extraídos do livro Melhores poemas, de Olavo Bilac. correspondem a fases histórico-culturais em que determinados valores estéticos e ideológicos resultam na criação de obras mais ou menos próximas no estilo e na visão de mundo. Estabeleça Tercetos a relação entre o período literário e suas principais características. I Noite ainda, quando ela me pedia PERÍODO Entre dois beijos que me fosse embora, (1) Barroco Eu, com os olhos em lágrimas, dizia: (2) Arcadismo (3) Romantismo “Espera ao menos que desponte a aurora! (4) Realismo Tua alcova é cheirosa como um ninho... (5) Parnasianismo E olha que escuridão há lá por fora! (poesia) [...] (6) Modernismo – E ela abria-me os braços. E eu ficava. (prosa e poesia) II E, já manhã, quando ela me pedia CARACTERÍSTICAS Que de seu claro corpo me afastasse, ( ) Individualismo e subjetivismo; sentimentalismo; culto da natureza; imaginação e fantasia; Eu, com os olhos em lágrimas, dizia: liberdade de expressão e valorização do passado. “Não pode ser! não vês que o dia nasce? ( ) Expressão ideológica da contrarreforma; conflito entre corpo e alma; temática do desengano; A aurora, em fogo e sangue, as nuvens corta... linguagem conflituosa e ornamentada. Que diria de ti quem me encontrasse? ( ) Objetividade e impassibilidade; Teoria da Arte pela Arte (Verdade = Beleza = Forma); perfeição [...] formal; descrição de objetos e Antiguidade greco-romana. – E ela abria-me os braços. E eu ficava. ( ) Liberdade de expressão; valorização do cotidiano; linguagem coloquial; paródia e verso livre; BILAC, Olavo. Melhores poemas. São Paulo: Global, 2003. p. 87-90. ausência de fronteira entre os gêneros; nacionalismo crítico e irônico. Nesses excertos, comparecem duas características frequentes na poesia amorosa de Bilac, que ( ) Ligação com o Iluminismo; celebração do racionalismo; imitação dos clássicos; imitação da são natureza campestre; canto da vida pastoril. a situação dialogada e materialização do amor e da mulher. ( ) Objetividade; verossimilhança; racionalismo (análise psicológica e social); predomínio do b vocabulário rebuscado e separação do par amoroso. urbano; busca pela perfeição formal. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA. c inversões sintáticas e descrição da intimidade do casal. a 1 3 6 5 4 2. d severidade formal e visão submissa da figura feminina. b 2 6 1 5 4 3. e frases complexas e sensualidade da mulher e da natureza. c 3 1 5 6 2 4. d 4 3 2 1 6 5.

/ 10 53249 Questão 58 (UEA - SIS) Questão 59 (FIP-MoC) Considere o trecho do poema “Profissão de fé”, de Olavo Bilac. Solitário Augusto dos Anjos Invejo o ourives quando escrevo: Imito o amor Como um fantasma que se refugia Com que ele, em ouro, o alto-relevo Na solidão da natureza morta, Faz de uma flor. Por trás dos ermos túmulos, um dia, Eu fui refugiar-me à tua porta! […] Fazia frio e o frio que fazia Corre; desenha, enfeita a imagem, Não era esse que a carne nos contorta... A ideia veste: Cortava assim como em carniçaria Cinge-lhe ao corpo a ampla roupagem O aço das facas incisivas corta! Azul-celeste. Mas tu não vieste ver minha Desgraça! Torce, aprimora, alteia, lima E eu saí, como quem tudo repele, A frase; e, enfim, - Velho caixão a carregar destroços - No verso de ouro engasta a rima, Como um rubim. Levando apenas na tumba carcaça O pergaminho singular da pele Quero que a estrofe cristalina, E o chocalho fatídico dos ossos! Dobrada ao jeito Do ourives, saia da oficina O poema apresenta as seguintes marcas parnasianas e simbolistas, respectivamente: Sem um defeito: a linguagem antilírica e vocabulário científico.

b ceticismo e visão determinista do mundo. […] c jogos de palavras e expressões do cotidiano. Assim procedo. Minha pena d apuro formal e angústia existencial. Segue esta norma, e expressões poéticas e signos abstratos. Por te servir, Deusa serena, Serena Forma! Questão 60 (ACAFE) ( (org.). Olavo Bilac: poesia, 1977.) Assinale a alternativa correta sobre as diferentes fases e escolas da literatura brasileira.

a Em alguns romances de José de Alencar, a exemplo de Iracema e O Guarani, o índio é Segundo os versos de Bilac, o poeta parnasiano deve idealizado, tendo a natureza como o pano de fundo, da qual o índio é o herói épico. a trabalhar o texto até atingir a perfeição formal. b A poesia modernista, sobretudo a da primeira fase (1922-1928), incentiva a pesquisa formal b dar voz a suas emoções mais intensas. com base nas conquistas parnasianas. c usar a arte como instrumento para compreender a vida social. c A afirmação a seguir se refere ao autor da obra O grande sertão: veredas: "Descendente de d optar pela informalidade e pelo vocabulário simples. senhores de engenho, o romancista soube fundir, numa linguagem de forte e poética e persuadir o leitor em favor do misticismo e da tradição cristã. oralidade, as recordações da infância e da adolescência com o registro intenso da vida nordestina colhida por dentro, através dos processos mentais de homens e mulheres que representam a gama étnica e social da região". d O Realismo brasileiro caracteriza-se, na literatura e nas artes em geral, pela frequência das antíteses e paradoxos, fugacidade do tempo e incerteza da vida, tendo como um dos seus representantes o escritor Gregório de Matos – apelidado de “A Boca do Inferno”. Poeta lírico, satírico, reflexivo, filosófico, sacro, obsceno, oscilou entre o sagrado e o profano.

/ 10 53249 Questão 61 (ACAFE) Questão 63 (UCPEL) “Diferentemente do Realismo e do Naturalismo, que se voltavam para o exame e para a crítica da Para o teste seguinte, analise as afirmativas e assinale a opção correta. realidade, o Parnasianismo representou na poesia um retorno ao clássico, com todos os seus I. Cruz e Sousa, em sua obra, sintetizou as diversas facetas do nosso Modernismo. ingredientes: o princípio do belo na arte, a busca do equilí- brio e da perfeição formal. Os II. Olavo Bilac, desprezando o rigor das regras gramaticais, aproximou a língua literária escrita da parnasianos acreditavam que o sentido maior da arte reside nela mesma, em sua perfeição, e língua falada pelo povo brasileiro. não na sua relação com o mundo exterior.” III. Na obra realista de Francisco Lobo Costa, a vida surge como um campo de batalha, onde os (CEREJA; MAGALHÃES, 1999, p. 334). homens lutam e procuram destruir-se para gozar uns poucos momentos de prazer e satisfazer seus desejos de riqueza e ostentação. Sobre o Parnasianismo, assinale a alternativa correta. a Somente a afirmação I está correta. a Um exemplo de poesia parnasiana é a obra Suspiros poéticos e saudade, de Gonçalves de b Todas as afirmações estão corretas. Magalhães, na qual o poeta anuncia a revolução literária, libertando-se dos modelos c Somente a afirmação II está correta. românticos, considerados ultrapassados. d Somente a afirmação III está correta. b Os parnasianos consideravam que certos princípios românticos, como a simplicidade da linguagem, valorização da paisagem nacional, emprego de sintaxe e vocabulário mais e Todas as afirmações estão incorretas. brasileiros, sentimentalismo, tudo isso ocultava as verdadeiras qualidades da poesia. c Os maiores expoentes do Parnasianismo, na poesia e na prosa, ocuparam-se da literatura indianista, na qual exaltavam a dignidade do nativo e a beleza superior da paisagem tropical. d Tomás Antônio Gonzaga e Cláudio Manoel da Costa exemplificam a tendência de uma poesia pura, indiferente às contingências históricas, com sátira à mestiçagem e elogio à nobreza local.

Questão 62 (FAGOC) “Ora (direis) ouvir estrelas! Certo Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi‐las, muita vez desperto E abro as janelas, pálido de espanto...

E conversamos toda a noite, enquanto A via‐láctea, como um pálio aberto, Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto, Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: “Tresloucado amigo! Que conversas com elas? Que sentido Tem o que dizem, quando estão contigo?”

E eu vos direi: “Amai para entendê‐las! Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas”.

(BILAC, Olavo. Poesia. Rio de Janeiro: Livraria Agir Editora, 1957.) O poema “Ora (direis) ouvir estrelas” de Olavo Bilac é um dos mais famosos do período literário no Brasil referente ao Parnasianismo. Acerca do poema transcrito, assinale a alternativa correta. a É possível observar um lirismo passional no soneto de Olavo Bilac. b Em seu poema, Olavo Bilac representa os ideais tipicamente parnasianos. c Tal poema demonstra rigor formal e objetividade através da forma fixa do soneto. d Em “Ora (diréis) ouvir estrelas”, Bilac demonstra o lema parnasiano da “arte pela arte”.

/ 10 53249 Questão 64 (CESUPA) TEXTO BASE 9 O Cortiço Para responder à questão, considere o texto abaixo.

( . . . ) Ter Gutenberg escolhido a Bíblia como primeiro livro a ser divulgado amplamente foi um gesto revolucionário; foi colocar o sagrado em mãos profanas. Mas vai ser no século XVIII, com o Entretanto, das portas surgiam cabeças congestionadas de sono; ouviam-se amplos bocejos, Iluminismo, aprofundando algumas questões colocadas pelo Renascimento, que a leitura avança fortes como o marulhar das ondas; pigarreava-se grosso por toda a parte; começavam as xícaras ainda mais, pois passou a traduzir para as línguas ocidentais muitas das obras clássicas até a tilintar; o cheiro quente do café aquecia, suplantando todos os outros; trocavam-se de janela então acessíveis apenas em grego e latim, decorrendo daí uma maior popularização da tradição para janela as primeiras palavras, os bons-dias; reatavam-se conversas interrompidas à noite; a cultural do Ocidente e do Oriente. (Affonso Romano de Sant´Anna. Ler o mundo. S.Paulo: Global, 2011. p. pequenada cá fora traquinava já, e lá dentro das casas vinham choros abafados de crianças que 144) ainda não andam. No confuso rumor que se formava, destacavam-se risos, sons de vozes que altercavam, sem se saber onde, grasnar de marrecos, cantar de galos, cacarejar de galinhas. De Questão 65 (PUC-SP) alguns quartos saiam mulheres que vinham pendurar cá fora, na parede, a gaiola do papagaio, e PARA RESPONDER A QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 9 os louros, à semelhança dos donos, cumprimentavam-se ruidosamente, espanejando-se à luz nova do dia. A valorização da mitologia clássica, em suas fontes em grego e latim, repercutiu também entre os Daí a pouco, em volta das bicas era um zunzum crescente; uma aglomeração tumultuosa de a poetas do Parnasianismo, como Olavo Bilac e Alberto de Oliveira. machos e fêmeas. Uns, após outros, lavavam a cara, incomodamente, debaixo do fio de água que escorria da altura de uns cinco palmos. O chão inundava-se. As mulheres precisavam já b prosadores naturalistas, como Aluísio Azevedo e Adolfo Caminha prender as saias entre as coxas para não as molhar; via-se-lhes a tostada nudez dos braços e do c cronistas do fim do século XIX, como Machado de Assis e João Ribeiro. pescoço, que elas despiam, suspendendo o cabelo todo para o alto do casco; os homens, esses d dramaturgos modernos, como Nelson Rodrigues e Plínio Marcos não se preocupavam em não molhar o pelo, ao contrário metiam a cabeça bem debaixo da água e modernistas de 22, como Raul Bopp e Oswald de Andrade. e esfregavam com força as ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas da mão. As portas das latrinas não descansavam, era um abrir e fechar de cada instante, um entrar e sair TEXTO BASE 10 sem tréguas. Não se demoravam lá dentro e vinham ainda amarrando as calças ou as saias; as Texto para responder a questão. crianças não se davam ao trabalho de lá ir, despachavam-se ali mesmo, no capinzal dos fundos, por detrás da estalagem ou no recanto das hortas. Vila Rica ( . . . ) (AZEVEDO, Aluísio. Coleção a obra prima de cada autor. O Cortiço - fragmento. 3ª ed. São Paulo. Martin Claret, O ouro fulvo do ocaso as velhas casas cobre; 2010. P.36-37) Sangram, em laivos de ouro, as minas, que ambição Na torturada entranha abriu da terra nobre: Considerando que, de acordo com a periodização da literatura brasileira, Realismo e Naturalismo [4] E cada cicatriz brilha como um brasão. ocorreram simultaneamente, após a leitura do fragmento, analise as afirmativas abaixo e, a seguir, assinale a resposta correta O ângelus plange ao longe em doloroso dobre, O último ouro de sol morre na cerração. I. Texto naturalista de desdobramento realista, pois retrata pessoas marginalizadas pela [7] E, austero, amortalhando a urbe gloriosa e pobre, sociedade. É fruto da experiência e, por isso, as personagens são tidas como parte da natureza. O crepúsculo cai como uma extrema-unção. II. O texto é parnasiano, pois retrata uma literatura de combate social, crítica à burguesia, ao adultério e ao clero. Analisa psicologicamente as ações das personagens. Agora, para além do cerro, o céu parece III. Texto essencialmente realista. A maior preocupação dos escritores realistas é com o fazer [10] Feito de um ouro ancião, que o tempo enegreceu... poético. Arte pela arte com vocabulário nobre; objetividade. A neblina, roçando o chão, cicia, em prece,

A alternativa que responde à questão é: Como uma procissão espectral que se move... a I e II estão corretas; [13] Dobra o sino... Soluça um verso de Dirceu... b I, II e III estão corretas; Sobre a triste Ouro Preto o ouro dos astros chove. c Apenas a I está correta; BILAC, Olavo. Disponível em: http://www.escritas.org/pt/ poema/11447/vila-rica. Acesso em: 22 set. 2015. d Apenas a III está correta.

/ 10 53249 Questão 66 (FAMP) Questão 67 (FAM) PARA RESPONDER A QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 10 PARA RESPONDER A QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 11 Considerando o conteúdo e a estrutura do poema e as principais características do Uma das características do poema que permite que ele seja associado ao Parnasianismo é Parnasianismo, assinale a alternativa correta. a o eu lírico atormentado por suas emoções. a Opondo-se ao modelo de composição parnasiano, o autor opta por soneto decassílabo com b a valorização do rigor formal. um esquema de rima regular. c a utilização da poesia como ferramenta para transformações sociais. b O tom melancólico que reveste o poema coloca em evidência o sentimentalismo poético d o enaltecimento da inspiração do artista. defendido pela poesia parnasiana. e a ruptura com o estilo equilibrado, clássico c Embora parnasiano, Olavo Bilac, no poema lido, abre mão da objetividade e do lema “Arte pela Arte” ao investir na abordagem subjetiva de um conteúdo histórico, que é a decadência TEXTO BASE 12 da cidade de Ouro Preto, antiga Vila Rica, que outrora vivera dias de riqueza e esplendor com a extração de ouro. Leia o soneto “A ronda noturna”, de Olavo Bilac, para responder à questão.

d Ao optar por um vocabulário simples e pela linguagem intensamente denotativa, o autor deixa Noite cerrada, tormentosa, escura, explícita a valorização da linguagem simples, traço típico da poesia parnasiana. Lá fora. Dorme em trevas o convento. e O trecho “E, austero, amortalhando a urbe gloriosa e pobre” (verso 7) exemplifica o emprego Queda1 imoto2 o arvoredo. Não fulgura da antítese como recurso recorrente na poesia parnasiana para sugerir a crise existencial do Uma estrela no torvo firmamento. ser humano, que se encontra dividido entre os apelos da vida terrena e os anseios de ordem espiritual. Dentro é tudo mudez. Flebil3 murmura, TEXTO BASE 11 De espaço a espaço, entanto, a voz do vento Leia o soneto de Raimundo Correia para responder à questão. E há um rasgar de sudários4 pela altura, Passo de espectros pelo pavimento... Mal secreto

Mas, de súbito, os gonzos5 das pesadas Se a cólera que espuma, a dor que mora Portas rangem... Ecoa surdamente N’alma, e destrói cada ilusão que nasce, Leve rumor de vozes abafadas. Tudo o que punge, tudo o que devora

O coração, no rosto se estampasse; E, ao clarão de uma lâmpada tremente,

Do claustro sob as tácitas arcadas Se se pudesse, o espírito que chora, Passa a ronda noturna, lentamente... Ver através da máscara da face, (Melhores poemas, 2003.) Quanta gente, talvez, que inveja agora

Nos causa, então piedade nos causasse! 1 quedar: estar quedo, quieto. Quanta gente que ri, talvez, consigo 2 imoto: sem movimento; imóvel. Guarda um atroz, recôndito inimigo, 3 Como invisível chaga cancerosa! flebil: sem força ou vigor; débil, enfraquecido. 4 sudário: pano com que antigamente se limpava o suor. Quanta gente que ri, talvez existe, 5 gonzo: dobradiça. Cuja ventura única consiste Em parecer aos outros venturosa! (Poesias, 1976.)

/ 10 53249 Questão 68 (UEA - SIS) Questão 69 (ACAFE) PARA RESPONDER A QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 12 Relacione as colunas, considerando as especificidades e os diferentes aspectos apontados relativamente à poesia brasileira, e assinale a sequência correta. A chamada “rima rica”, bastante empregada pelos parnasianos, é aquela que ocorre entre palavras de classes gramaticais diferentes, a exemplo do que se verifica entre ( 1 ) O sapo-tanoeiro, a “escura” e “fulgura”. Parnasiano aguado, Diz: – “Meu cancioneiro b “convento” e “firmamento”. É bem martelado.” c “vento” e “pavimento”. ( ) O tropicalismo, movimento libertário por excelência da década de 1960 no Brasil, durou pouco d “pesadas” e “abafadas”. mais de um ano e acabou reprimido pelo governo militar. e “surdamente” e “lentamente”. ( 2 ) Enquanto pasta, alegre, o manso gado, Minha bela Marília, nos sentemos À sombra deste cedro levantado. Um pouco meditemos Na regular beleza, Que em tudo quanto vive nos descobre A sábia Natureza.

( ) As principais características da poesia produzida por essa geração são: o individualismo, egocentrismo, o negativismo, a dúvida, a desilusão, o tédio e os sentimentos relacionados à fuga da realidade, que caracterizam o chamado ultra-romantismo.

( 3 ) Negras mulheres, suspendendo às tetas Magras crianças, cujas bocas pretas Rega o sangue das mães: Outras, moças... mas nuas, espantadas, Em ânsia e mágoa vãs.

( ) Configura a disposição dos modernistas de provocar uma ruptura com a arte do passado.

( 4 ) Caminhando contra o vento sem lenço, sem documento no sol de quase dezembro eu vou.

( ) O estilo parnasiano no texto beira a perfeição. O belo é a poesia com sua correção métrica gramatical, com versos decassílabos, modelo clássico de composição. O belo, o sublime e a natureza permeiam o poema.

( 5 ) Se eu morresse amanhã, viria ao menos Fechar meus olhos minha triste irmã; Minha mãe de saudades morreria Seu eu morresse amanhã.

( ) Os poetas condoreiros defendiam a liberdade e denunciavam as desigualdades sociais.

( 6 ) Vai-se a primeira pomba despertada... Vai-se outra mais .. mais outra... enfim dezenas De pombas vão-se dos pombais, apenas Raia sanguínea e fresca a madrugada... / 10 53249 ( ) Os poetas árcades veem a natureza em perfeito equilíbrio e harmonia. Questão 72 (Insper) a 5 - 3 - 2 - 4 - 6 - 1 Acho que nunca falei do meu amigo parnasiano. Era poeta e jovem, hoje é mais poeta do que b 3 - 2 - 6 - 1 - 5 - 4 jovem. Fazia umas brincadeiras com a linguagem dos poetas parnasianos, transplantando-a para c 2 - 5 - 3 - 6 - 1 - 4 banalidades de hoje. (...) Não sei dizer quando esse amigo começou com a brincadeira. Talvez d 4 - 5 - 1 - 6 - 3 - 2 na faculdade de direito, e além do talvez não avanço. Uma noite, farreado, acabado e sem pouso, ele chegou a um daqueles hotéis de má fama que havia na Avenida Ipiranga, de escadaria longa, Questão 70 (UENP) íngreme, estreita e desanimadora, e chamou lá de baixo: A um poeta — Estalajadeiro! Estalajadeiro! Era já o parnasiano divertindo-se dentro dele. Um homem surgiu lá em cima, com má Longe do estéril turbilhão da rua, vontade. E o poeta, já possuído pela molecagem parnasiana, exclamou, teatral: Beneditino, escreve! No aconchego Não se mostre na fábrica o — Bom estalajadeiro! Tendes um catre para o meu repouso? suplício Recebeu de troco palavrões bocagianos. Do claustro, na paciência e no sossego, Do mestre. E, natural, o efeito agrade, Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua! Sem lembrar os andaimes do edifício: (Ivan Angelo, Veja SP, 02/05/2012) Considere estas afirmações: Mas que na forma se disfarce o emprego Porque a Beleza, gêmea da Verdade, Do esforço; E a trama viva se construa Arte pura, inimiga do artifício, I – O adjetivo “parnasiano”, atribuído ao amigo do narrador do texto, se deve à utilização de De tal modo, que a imagem fique nua, É a força e a graça na simplicidade. palavras pomposas, rebuscadas. Rica mas sóbria, como um templo grego. II – No último período, o termo “bocagianos” faz referência aos versos satíricos de Manuel Du Bocage, o mais importante autor do Parnasianismo lusitano. (BILAC, O. Antologia Poética. Porto Alegre: L&PM, 1999. p.65.) III – Depreende-se, da leitura do texto, que os poetas parnasianos valorizavam o plano da expressão, em detrimento do plano do conteúdo. Acerca do poema de Olavo Bilac, assinale a alternativa que apresenta um elemento bastante comum à poesia parnasiana. Está correto o que se afirma em a Busca do coloquialismo da linguagem. a I, apenas. b Consciência como construção racional. b I e II, apenas. c Exaltação da paisagem do campo. c II e III, apenas. d Idealização da mulher amada. d I e III, apenas. e Representação metafísica da realidade. e I, II e III.

Questão 71 (UNCISAL) Questão 73 (CESMAC) “A Semana de Arte Moderna “foi ao mesmo tempo, o ponto de encontro das várias tendências A poesia de Jorge de Lima conheceu várias fases: parnasiana, regionalista, religiosa, social, modernas que desde a I Guerra se vinham firmando em São Paulo e no Rio, e a plataforma que onírica e hermética. Na sua primeira fase, ele chegou a ser considerado “Príncipe dos Poetas de permitiu a consolidação de grupos, a publicação de livros revistas e manifestos, numa palavra, o Alagoas”. É dessa fase o seu livro XIV Alexandrinos (1914) e também um dos seus poemas mais seu desdobrar-se em viva realidade cultural. […] Paralelamente às obras e nascendo com o conhecidos. Assinale qual: desejo de explicá-las e justificá- las, os modernistas fundavam revistas e iam delimitando os a Morte e vida Severina. subgrupos, de início apenas estéticos, mas logo portadores de matizes ideológicos mais ou b Prefácio interessantíssimo. menos precisos.” c Evocação do Recife. BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 1994, p. 383. d A Marcha da História.

Considerando o trecho de Alfredo Bosi, é correto afirmar que, dentre as estéticas que se e O Acendedor de Lampiões. articularam ao Modernismo, NÃO se enquadra a a futurista. b surrealista. c expressionista. d primitivista. e parnasiana.

/ 10 53249 Questão 74 (Unifenas) aproximam através de recursos que demonstram grande preocupação formal, visível sobretudo no emprego do soneto, com métrica e rimas bem elaboradas, além de cuidadosa seleção Texto I vocabular.

VANITAS II – Ambos os textos são metalinguísticos e têm como centro temático o fazer poético. No caso do texto I, esse ofício representa a falsa possibilidade de imortalização e um impulso da vaidade. No Cego, em febre a cabeça, a mão nervosa e fria, texto II, a impossibilidade de traduzir o mundo sensível por meio de palavras. Trabalha. A alma lhe sai da pena, alucinada, E enche-lhe, a palpitar, a estrofe iluminada III – No texto I, manifestam-se duas entidades poéticas: o “narrador”, que observa o envaidecido De gritos de triunfo e gritos de agonia. “Poeta” (cujas falas são encerradas por aspas); no texto II, há apenas uma: o eu-lírico de um poeta que se coloca vítima da “tortura eterna”, ou seja, da impossibilidade de encontrar palavras Prende a ideia fugaz; doma a rima bravia; capazes de expressar o que sente. Trabalha..E a obra, por fim, resplandece acabada: “Mundo, que as minhas mãos arrancaram do nada!” IV- As vozes poéticas dos textos experimentam um sentimento de frustração: a do texto I, por se “Filha do meu trabalho! ergue-te à luz do dia!” mostrar incapaz, em decorrência da vaidade, de atingir a absoluta perfeição formal por ela buscada; a do texto II, por não poder – conscientemente – escolher as palavras adequadas à “Cheia de minha febre e da minha alma cheia” expressão do pensamento. “Arranquei-te da vida ao àdito profundo,” “Arranquei-te do amor à mina ampla e secreta!” V- De modo geral, o Parnasianismo (de que Olavo Bilac é representante) obriga o poeta à postura objetiva e racional, com absoluta contenção lírica. No texto I, porém, predomina uma intensa “Posso agora morrer, porque vives!” E o Poeta subjetividade, a mesma que se observa no texto II (que é exemplo da poesia simbolista). Pensa que vai cair, exausto, ao pé do mundo, a todas corretas, sem exceção. E cai – vaidade humana !– ao pé de um grão de areia... b todas corretas, com única exceção. (BILAC, Olavo – iLiteratura Comentada. São Paulo:Abril Educação, 1980, p. 32) c todas corretas, exceto IV e V. d todas corretas, exceto III e IV. Texto II e todas incorretas, exceto I e II

TORTURA ETERNA

Impotência cruel, ó vã tortura! Ó Força inútil, ansiedade humana! Ó círculos dantescos da loucura! Ó luta, ó luta secular, insana!

Que tu não possas, Alma soberana, Perpetuamente refulgir na Altura, Na Aleluia da Luz, na clara Hosana Do Sol, cantar, imortalmente pura.

Que tu não possas, Sentimento ardente, Viver, vibrar nos brilhos do ar fremente, Por entre as chamas, os clarões supernos.

Ó Sons intraduzíveis, Formas, Cores!... Ah! que eu não possa eternizar as dores Nos bronzes e nos mármores eternos!

(SOUSA, Cruz e – in Poesias Completas de Cruz e Sousa Rio de Janeiro: Ediouro, s/d, página 33) Avalie as afirmações seguintes sobre os textos dados.

I – Embora difiram quanto à maneira de expressar o conteúdo temático, os autores dos textos os / 10 53249 Questão 75 (UFRGS) a V – F – V – V. b F – V – F – F. Leia o soneto de Augusto dos Anjos, na coluna da esquerda, e o poema de Manuel Bandeira, na coluna da direita. c V – V – V – F. d F – F – V – V. Psicologia de um vencido e V – F – F – V.

Eu, filho do carbono e do amoníaco, Monstro de escuridão e rutilância, Sofro, desde a epigênese da infância, A influência má dos signos do zodíaco.

Profundissimamente hipocondríaco, Este ambiente me causa repugnância... Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia Que se escapa da boca de um cardíaco.

Já o verme — este operário das ruínas — Que o sangue podre das carnificinas Come, e à vida em geral declara guerra,

Anda a espreitar meus olhos para roê-los, E há-de deixar-me apenas os cabelos, Na frialdade inorgânica da terra!

Pneumotórax

Febre, hemoptise, dispneia e suores noturnos. A vida inteira que podia ter sido e que não foi. Tosse, tosse, tosse. Mandou chamar o médico: — Diga trinta e três. — Trinta e três… trinta e três… trinta e três… — Respire. — O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado. — Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax? — Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.

Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as seguintes afirmações sobre os poemas.

( ) Os dois poemas tratam do problema da finitude do corpo, corroído por doenças, utilizando um vocabulário técnico, pouco comum à poesia. ( ) O soneto de Augusto dos Anjos apresenta as energias do universo, que se associam para formar o “Eu”, e não conseguem evitar a decomposição do corpo. ( ) O poema de Manuel Bandeira mostra a fragilidade do corpo, encarada de forma irônica, sem o tom grave de conspiração encontrado em Augusto dos Anjos. ( ) Os dois poemas evidenciam o destino implacável da destruição do homem desde que nasce, marcado pela presença dos vermes.

/ 10 53249 Questão 76 (UNISC) Por isso, corre, por servir-me, Os Sapos Sobre o papel Manuel Bandeira A pena, como em prata firme Corre o cinzel.*** Enfunando os papos, Saem da penumbra, Corre; desenha, enfeita a imagem, Aos pulos, os sapos. Aideia veste: A luz os deslumbra. Cinge-lhe ao corpo a ampla roupagem ...... Azul-celeste. O sapo-tanoeiro*, Parnasiano aguado, Torce, aprimora, alteia, lima Diz: — “Meu cancioneiro A frase; e, enfim, É bem martelado. No verso de ouro engasta a rima, ...... Como um rubim. Brada em um assomo O sapo-tanoeiro: Quero que a estrofe cristalina, — “A grande arte é como Dobrada ao jeito Lavor de joalheiro. Do ourives, saia da oficina ...... Sem um defeito: Longe dessa grita, ...... Lá onde mais densa A noite infinita *ourives: artífice em metais preciosos, como ouro, prata etc. Verte a sombra imensa; **Carrara: em uma relação metonímica, a região da Itália de Carrara, na Toscana, que produz mármore, está sendo tomada pela própria pedra. Lá, fugido ao mundo, ***cinzel: instrumento com lâmina de metal usado para entalhar, esculpir, cortar ou gravar materiais duros. Sem glória, sem fé, I-O discurso do sapo-tanoeiro, revelado no poema de Manuel Bandeira, pode ser aproximado do No perau profundo procedimento estético parnasiano, que exalta e valoriza o seu fazer, preocupando-se, E solitário, é principalmente, com aspectos relativos à forma. II- O sapo-cururu, à maneira do espírito modernista de Manuel Bandeira, expõe a subjetividade do Que soluças tu, poeta, que confessa aspectos pessoais com espontâneo despojamento. Transido de frio, III- A oposição entre claro e escuro, no poema “Os sapos”, reforça a oposição entre parnasianos e Sapo-cururu** modernistas: os primeiros objetivando a perfeição ideal e o deslumbramento, e os segundos, a Da beira do rio... simplicidade e o isolamento.

*sapo-tanoeiro: também conhecido como tanoeiro, é o mesmo sapo-martelo ou sapo-ferreiro, cujo canto grave e forte Assinale a alternativa correta. originou os nomes populares. a Somente as afirmativas I e II estão corretas. **sapo-cururu: anfíbios de pele áspera e seca, com muitas verrugas e grandes glândulas de veneno situadas atrás dos olhos, introduzidos em alguns países para o controle de pragas. b Somente as afirmativas I e III estão corretas. c Somente as afirmativas II e III estão corretas. Profissão de fé d Nenhuma afirmativa está correta. Olavo Bilac e Todas as afirmativas estão corretas.

...... Invejo o ourives* quando escrevo: Imito o amor Com que ele, em ouro, o alto relevo Faz de uma flor.

Imito-o. E, pois, nem de Carrara** A pedra firo: O alvo cristal, a pedra rara, O ônix prefiro. / 10 53249 Questão 77 (UPF) Questão 78 (FPS) Leia as afirmações sobre os períodos literários. PARA RESPONDER A QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 13 - A literatura ______reinventa a linguagem, acreditando que a verdadeira poesia está em insinuar, dizer figuradamente, sugerir sentidos. As obras artísticas são marcadas por seu tempo histórico e mostram, assim, os valores humanos, - A literatura ______expressa, ao mesmo tempo, êxtase e pessimismo perante o mundo. estéticos e estilísticos da arte de cada época. Tais características, entretanto, dificilmente serão - A literatura ______caracteriza-se, em grande parte, por ser experimentalista, inteiramente novas ou originais, ou por causa da interação (entre tempos e entre artistas) ou por estabelecendo um jogo estético em que vale brincar com os temas e as formas. reação ao novo, quando o artista revisita o passado para se opor ao presente. Acerca das - Na literatura ______, há o princípio de que a arte não tem outro objetivo senão a expressão relações entre estilos de época e entre autores e suas obras na literatura brasileira, analise as da beleza. afirmativas a seguir. A alternativa cuja sequência completa corretamente as afirmações é: 1) O Romantismo de Castro Alves, distante dos ideais libertários, retoma a retórica jesuítica, de a barroca / parnasiana / simbolista / modernista. feição barroca, dos sermões de Pe. Antônio Vieira. b simbolista / barroca / parnasiana / modernista. 2) O Parnasianismo pretendeu combater os temas próprios do Romantismo, calcado em referências clássicas e buscando a perfeição formal. c modernista / simbolista / barroca / parnasiana. 3) Os valores defendidos pelo Arcadismo foram retomados na linguagem fluida, mística e d simbolista / barroca / modernista / parnasiana. subjetiva do Simbolismo de Cruz e Sousa. e parnasiana / barroca / modernista / simbolista. 4) O modernista Graciliano Ramos buscou no Romantismo de José de Alencar as temáticas voltadas para o homem em sua relação com o meio. TEXTO BASE 13 5) Com “Macunaíma”, o modernista Mário de Andrade contrapõe-se ao herói indígena de Alencar, Texto um modo de posicionar-se criticamente frente ao nacionalismo ufanista do Romantismo.

O problema da norma culta Estão corretas, apenas: a 1, 2 e 3. O problema da norma culta – de que tanto se fala hoje no discurso da escola e da mídia – não se b 1, 3 e 4. resolve pela insistência em corrigir pontualmente os erros de português. A norma culta, na função c 1, 3 e 5. moderna que lhe atribui a sociedade urbanizada, massificada e alfabetizada, está diretamente correlacionada com a escolarização, com o letramento, com a superação do analfabetismo d 2 e 5. funcional. e 4 e 5.

Nosso problema linguístico não é a regência desse ou daquele verbo; não é esta ou aquela Questão 79 (UPE) concordância verbal; não são as regras de colocação dos pronomes oblíquos. Em relação ao Parnasianismo e ao Simbolismo, analise as proposições abaixo e assinale com V as Verdadeiras e com F as Falsas. Nosso problema linguístico são 5 milhões de jovens entre 15 e 17 anos que estão fora da escola. ( ) O Parnasianismo é uma manifestação vigorosamente antirromantismo, por isso a presença do Nosso problema são os elevados índices de evasão escolar. Nosso problema é termos ainda algo culto extremo da forma. em torno de 12% de analfabetos na população adulta. Nosso problema é o tamanho do ( ) A origem do Parnasianismo é na Inglaterra, onde foi lançada, em 1866, uma coletânea analfabetismo funcional, isto é, a quantidade daqueles que, embora frequentem ou tenham chamada Parnasse Contemporain. frequentado a escola, não conseguem ler e entender um texto medianamente complexo. ( ) Sobre os poetas simbolistas, percebe-se que, na França, em Portugal e no Brasil, suas características são muito parecidas e bem próximas dos poetas parnasianos. Os estudos sugerem que apenas 25% da população adulta brasileira, perto de 30 milhões de ( ) Os simbolistas preservaram a preocupação com a versificação dos parnasianos, mas, pessoas, conseguem ler e entender um texto medianamente complexo. desejosos de manter um clima de mistério e fluidez, optaram por ritmos musicais e insinuantes. FARACO, Carlos Alberto. Norma culta brasileira. São Paulo: Parábola, 2008.p. 71-72. ( ) Missal e Broquéis são as mais importantes obras de Alphonsus de Guimaraens, poeta que inicia o movimento simbolista no Brasil.

A sequência CORRETA, de cima para baixo, é: a V-V-V-F-V b V-F-F-V-F c F-F-V-F-V d F-F-F-V-V e V-V-V-V-F

/ 10 53249 Questão 80 (FAGOC) TEXTO BASE 14 Nel mezzo del camim... Leia os textos abaixo e responda à questão

Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada Texto 1 E triste, e triste e fatigado eu vinha. Tinhas a alma de sonhos povoada, Sou como a pomba e como as vozes dela E alma de sonhos povoada eu tinha... É triste o meu cantar; – Flor dos trópicos – cá na Europa fria E paramos de súbito na estrada Eu definho, chorando noite e dia Da vida: longos anos, presa à minha Saudades do meu lar. A tua mão, a vista deslumbrada Tive da luz que teu olhar continha. A juriti suspira sobre as folhas secas Seu canto de saudade; Hoje segues de novo... Na partida Hino de angústia, férvido lamento, Nem o pranto os teus olhos umedece, Um poema de amor e sentimento, Nem te comove a dor da despedida. Um grito d'orfandade!

E eu, solitário, volto a face, e tremo, Texto 2 Vendo o teu vulto que desaparece Na extrema curva do caminho extremo. Fulge de luz banhado, esplêndido e suntuoso O palácio imperial de pórfiro luzente (BILAC, Olavo. In: Moises, Massaud. A literatura brasileira através dos textos. São Paulo: Cultrix, 2006.) E mármor da Lacônia. O teto caprichoso Considerando o texto de Olavo Bilac, mais conhecido poeta parnasiano brasileiro, assinale Mostra, em prata incrustado, o nácar do oriente a alternativa correta. a A ideia da “arte pela arte” se manifesta na temática apresentada. Nero no toro erbúreo estende-se indolente... Gemas em profusão do estrágulo custoso b Demonstra o culto excessivo da forma, caraterística presente no Parnasianismo. De ouro bordado vêem-se. O olhar deslumbra, ardente, c Remete ao ideal da perfeição formal, declarando seu amor pela forma perfeita, tão almejada Da púrpura da Trácia o brilho esplendoroso. pelos parnasianos. d Desenvolve a temática amorosa, não confirmando o ponto de vista de que há frieza e Questão 82 (EsPCEx) ausência de sensibilidade nos PARA RESPONDER A QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 14 poemas parnasianos. Examinando as características de cada texto, é possível reconhecer neles, respectivamente, Questão 81 (EsPCEx) exemplos das escolas O projeto desse movimento literário baseava-se na crença de que a função essencial da arte era a quinhentista e barroca. produzir o belo, e o lema escolhido para traduzir essa ideia foi “a arte pela arte”. É possível observar, nesse contexto, características como a preocupação com a técnica (metro, ritmo e rima) b romântica e simbolista. e o resgate de temas da Antiguidade clássica (referências à mitologia e a personagens c romântica e parnasiana. históricas). Essa escola literária é conhecida como d arcádica e barroca. a Neoclassicismo. e romântica e quinhentista. b Arcadismo. c Classicismo. d Expressionismo. e Parnasianismo

/ 10 53249 Questão 83 (CESGRANRIO) Questão 85 (FASA) Dentre as correlações a seguir, aquela que associa corretamente o movimento literário à I. “Longe do estéril turbilhão da rua, Beneditino, escreve! No aconchego Do claustro, na paciência sua característica é e no sossego, Trabalha, e teima, e sofre, e sua!” a Concretismo – valorização do espaço gráfico como elemento estruturador do poema II. “Bertoleza também trabalhava forte [...] e apesar disso, tinha de parte quase o necessário para conjugada à sintaxe tradicional para enfatizar o lirismo do poeta. a alforria. Um dia , porém, o seu homem, depois de correr meia légua, puxando uma carga superior às suas forças, caiu morte na rua, ao lado da carroça, estrompado como uma besta.” b Realismo – retratação da realidade contemporânea, apresentando tipos concretos, vivos, não

idealizados, na ânsia de apresentar uma visão patológica do homem, reduzindo-o a simples Os fragmentos de texto destacados contêm elementos estilísticos percebíveis que permitem animal. inseri-los em um determinado estilo literário. c Parnasianismo – movimento eminentemente poético em que se observam o alheamento a Considerando-se a linguagem, a temática e a forma, os excertos, respectivamente, pertencem ao problemas sociais, o culto da forma e poesias excessivamente descritivas, num enfoque a Parnasianismo/Naturalismo. objetivo e impessoal. b Romantismo/ Barroco. d Simbolismo – expressão direta e precisa de ideias e emoções na retratação da realidade, além da obsessão pela musicalidade e pela busca da essência do ser humano: a alma. c Arcadismo/Romantismo. e Romantismo – movimento literário que, em sua concepção primeira de traduzir a arte pela d Parnasianismo/Romantismo. arte, evade-se na aspiração por outro mundo, o mundo idealizado, o que se configura numa estrutura formal rígida. Questão 86 (FPS) Uma correlação entre a produção literária e as condições histórico-sociais e políticas de cada TEXTO BASE 15 sociedade revela mútuas influências além de evidenciar a importância cultural da Literatura. No I. Brasil, nessa perspectiva, podemos reconhecer que: Lutar com palavras é a luta mais vã. Entanto lutamos 1) no período dominado pelo Barroco, predominava o interesse por resgatar os valores da cultura Mal rompe a manhã. Greco-latina. Os textos literários desse período refletem esse dualismo, num incessante jogo de Algumas, tão fortes contrastes. como o javali. 2) o Romantismo, ligado ao tempo da independência política do Brasil, representa o início de uma ANDRADE, Carlos Drummond de. O Lutador. Disponível em:< http:// verdadeira literatura nacional. Daí o interesse pelas temáticas do indianismo, pela exaltação da www.unicamp.br/iel/site/alunos/publicacoes/textos/f00004.htm>. Acesso em: 31 maio 2016. natureza pátria, pela idealização subjetiva. 3) o Realismo/Naturalismo coincide com os princípios do Positivismo. Assim é que prevalece a II. negação do subjetivismo e a valorização do cientificismo. No Brasil, um representante que se O Pensamento ferve, e é um turbilhão de lava: A Forma, fria e espessa, é um sepulcro de neve... destaca nesse período é Machado de Assis. E a Palavra pesada abafa a Ideia leve, Que, perfume e clarão, refulgia e voava. 4) o Parnasianismo, negando o sentimentalismo romântico, intenta chegar à ‘impessoalidade’ e BILAC, Olavo. Inania Verba. Disponível em: . ao racionalismo. Tem como traço característico, o culto da forma. Filia-se à estética da “arte pela Acesso em: 31 maio 2016. arte”. 5) o Modernismo ganha corpo no início do século passado. Responde ao apelo dos movimentos Questão 84 (UNIPE) de vanguarda, ciosos por cultivar a liberdade formal, romper com o academicismo e validar os padrões da linguagem nacional. PARA RESPONDER A QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 15

Em relação aos textos I e II, está inadequada ao contexto analisado a afirmativa que se faz em Estão corretos os comentários feitos em: a Os versos, em I, tratam da dificuldade da voz autoral em encontrar a palavra precisa para a 1, 2, 3, 4 e 5 exprimir o que deseja, configurando-se, assim, uma luta inglória, em virtude da imprecisão b 1, 2 e 3 apenas vocabular. c 1, 4 e 5 apenas b A comparação que o sujeito poético, em I, estabelece entre os vocábulos e o “javali”, no todo d 2, 4 e 5 apenas da estrofe, sugere a impossibilidade de materialização do pensamento, explicitada em “Lutar e 2, 3 e 4 apenas com palavras é a luta mais vã.” c O eu poético, em II, mostra, por meio de uma metáfora, a exuberância das imagens construídas mentalmente e o seu desespero para encaixá-las em uma estrutura expressiva. d O termo “pesada” (v. 3), em II, segundo o poeta, revela-se inadequado para uma construção linguística poeticamente inspiradora. e A presença de antítese, no verso 3 do poema II, sugere o quanto o binômio “Palavra e Ideia” são, por vezes, inconciliáveis. / 10 53249 Questão 87 (EsPCEx) Questão 89 (ACAFE) Quanto à poesia parnasiana, é correto afirmar que se caracteriza por “Diferentemente do Realismo e do Naturalismo, que se voltavam para o exame e para a crítica da a buscar uma linguagem capaz de sugerir a realidade, fazendo, para tanto, uso de símbolos, realidade, o Parnasianismo representou na poesia um retorno ao clássico, com todos os seus imagens, metáforas, sinestesias, além de recursos sonoros e cromáticos, tudo com a ingredientes: o princípio do belo na arte, a busca do equilíbrio e da perfeição formal. Os finalidade de exprimir o mundo interior, intuitivo, antilógico e antirracional. parnasianos acreditavam que o sentido maior da arte reside nela mesma, em sua perfeição, e não na sua relação com o mundo exterior.” b cultivar o desprezo pela vida urbana, ressaltando o gosto pela paisagem campestre; elevar o ideal de uma vida simples, integrada à natureza; conter nos poemas elementos da cultura (CEREJA; MAGALHÃES, 1999, p. 334). greco-latina; apresentar equilíbrio espiritual, racionalismo. Sobre o Parnasianismo, assinale a alternativa correta. c apresentar interesse por temas religiosos, refletindo o conflito espiritual, a morbidez como forma de acentuar o sentido trágico da vida, além do emprego constante de figuras de a Os maiores expoentes do Parnasianismo, na poesia e na prosa, ocuparam-se da literatura indianista, na qual exaltavam a dignidade do nativo e a beleza superior da paisagem tropical. linguagem e de termos requintados. d possuir subjetivismo, egocentrismo e sentimentalismo, ampliando a experiência da sondagem b Um exemplo de poesia parnasiana é a obra Suspiros poéticos e saudade, de Gonçalves de Magalhães, na qual o poeta anuncia a revolução literária, libertando-se dos modelos interior e preparando o terreno para investigação psicológica. românticos, considerados ultrapassados. e pretender ser universal, utilizando-se de uma linguagem objetiva, que busca a contenção dos sentimentos e a perfeição formal. c Os parnasianos consideravam que certos princípios românticos, como a simplicidade da linguagem, valorização da paisagem nacional, emprego de sintaxe e vocabulário mais Questão 88 (UCS) brasileiros, sentimentalismo, tudo isso ocultava as verdadeiras qualidades da poesia. O excerto a seguir faz parte do soneto “A um poeta”, escrito por Olavo Bilac, um dos expoentes d Tomás Antônio Gonzaga e Cláudio Manoel da Costa exemplificam a tendência de uma poesia do Parnasianismo no Brasil. pura, indiferente às contingências históricas, com sátira à mestiçagem e elogio à nobreza local. Longe do estéril turbilhão da rua, Beneditino escreve! No aconchego Do claustro, na paciência e no sossego, Trabalha e teima, e lima, e sofre, e sua!

Mas que na forma se disfarce o emprego Do esforço: e trama viva se construa De tal modo, que a imagem fique nua Rica mas sóbria, como um templo grego […] Fonte: BILAC, Olavo. A um poeta. In: Tarde. Disponível em: . Acesso em: 20 set. 14.

O poema tematiza, de modo central, algumas características da estética parnasiana, quais sejam: a a impessoalidade e a objetividade no tratamento da realidade. b o emprego de linguagem rebuscada e a preferência por formas fixas. c a exploração da mitologia grega e da cultura clássica, que se manifestam na comparação da arte a um templo grego (segunda estrofe). d a valorização da estética e a busca da perfeição formal, exprimindo o fazer poético no verso Trabalha e teima, e lima, e sofre, e sua!. e a valorização da subjetividade e da emoção, em oposição ao racionalismo.

/ 10 53249 Questão 90 (UFAM) Questão 91 (UNCISAL) Leia agora o poema “Anoitecer”, de Raimundo Correia: Acerca do movimento denominado Parnasianismo, pode-se dizer que Esbraseia o Ocidente na agonia a valorizava extremamente os aspectos formais do texto literário e retomava valores legados O Sol... Aves em bandos destacados, pela antiguidade greco-latina, assim como fizeram outros movimentos que o antecederam, Por céus de oiro e de púrpura raiados, como o Classicismo e o Arcadismo. Fogem... Fecha-se a pálpebra do dia... b os seus autores, entre os quais estavam Manuel Bandeira e Olavo Bilac, adotavam

pseudônimos latinos e celebravam a vida simples do campo, o que ficou conhecido como Delineiam-se, além, da serrania bucolismo e pastoralismo. Os vértices de chama aureolados, E em tudo, em torno, esbatem derramados c questionava radicalmente as formas consagradas de elaboração poética e defendia a Uns tons suaves de melancolia... liberdade de criação artística, como se percebe nos manifestos escritos por seu principal autor, o paulistano Oswald de Andrade. Um mundo de vapores no ar flutua... d começou após a proclamação da Independência e teve como nomes mais destacados Como uma informe nódoa, avulta e cresce Álvares de Azevedo e Gonçalves Dias, que visavam criar uma arte genuinamente brasileira. A sombra à proporção que a luz recua... e tem como proposta principal a noção de “arte pela arte”, segundo a qual a poesia deve denunciar os problemas brasileiros, a fim de promover a transformação da realidade. A natureza apática esmaece... Pouco a pouco, entre as árvores, a lua Surge trêmula, trêmula... Anoitece. Sobre o poema, afirma-se:

I. Não se observa nele a preocupação parnasiana de trabalhar com rimas ricas, pois em todo o texto só há duas delas. II. É característica parnasiana a ausência do eu lírico, que está do lado “de fora” do quadro que descreve. III. Observa-se um encadeamento (“enjambement”) entre o primeiro e segundo versos da primeira estrofe. IV. Também entre o primeiro e o segundo versos da primeira estrofe observa-se a existência de um hipérbato.

Assinale a alternativa correta: a Somente as afirmativas I, II e III estão corretas b Somente as afirmativas I, II e IV estão corretas c Somente as afirmativas I, III e IV estão corretas d Somente as afirmativas II, III e IV estão corretas e Todas as afirmativas estão corretas

/ 10 53249 TEXTO BASE 16 Eu raramente as leio hoje em dia, mas quando assisto [50] a bons filmes de super-heróis eu lembro que todos Herói na contemporaneidade temos um lado ingênuo e bom, que pode ser capaz de suportar a dor da solidão por um princípio. Quando eu era criança, passava todo o tempo FERNANDO CHUÍ Adaptado de http://fernandochui.blogspot.com desenhando super-heróis. Recorro ao historiador de mitologia Joseph Campbell, Questão 92 (UERJ) que diferenciava as duas figuras públicas: o herói [5] (figura pública antiga) e a celebridade (a figura PARA RESPONDER A QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 16 pública moderna). Enquanto a celebridade se No texto Herói na contemporaneidade, o autor valoriza um determinado perfil de herói, em populariza por viver para si mesma, o herói assim contraposição a outro por ele considerado “bobo”, sem importância. se tornava por viver servindo sua comunidade. O perfil de Macunaíma difere desses dois tipos de herói. Todo super-herói deve atravessar alguma via crucis. Tal diferença pode ser verificada na seguinte caracterização de Macunaíma: [10] Gandhi, líder pacifista indiano, disse que, quanto maior nosso sacrifício, maior será nossa conquista. a não deseja poder nem destaque diante dos outros Como Hércules, como Batman. b não vive na apatia nem à margem da ordem social Toda história em quadrinhos traz em si alguma coisa c não se identifica com a dor nem com o sistema vigente de industrial e marginal, ao mesmo tempo e sob o d não desperta interesse nem a solidariedade de outros [15] mesmo aspecto. Os filmes de super-herói, ainda que transpondo essa cultura para a grande e famigerada Questão 93 (UFRR) indústria, realizam uma outra façanha, que Assinale a afirmação INCORRETA acerca do movimento literário parnasiano. provavelmente sem eles não ocorreria: a formação de novas mitologias reafirmando os mesmos ideais a Foi o livro Poesias, de Olavo Bilac, publicado em 1882, que marcou o início do Parnasianismo [20] heróicos da Antigüidade para o homem moderno. brasileiro. O cineasta italiano Fellini afirmou uma vez que Stan b Enquanto a poesia romântica dava maior valor à inspiração do que ao acabamento formal, o Lee, o criador da editora Marvel e de diversos heróis Parnasianismo atribuiu grande valor à estética do texto. populares, era o Homero dos quadrinhos. c Em virtude da preocupação com a forma do poema - que se refletia na precisão das palavras, Toda boa história de super-herói é uma história na riqueza das rimas e no respeito pelas regras de composição poética - o trabalho do poeta [25] de exclusão social. Homem-Aranha é um nerd, parnasiano comumente é comparado ao de um ourives ou escultor. Hulk é um monstro amaldiçoado, Demolidor é um d O movimento parnasiano tem suas raízes na França, com a publicação, em 1866, da antologia poética O Parnaso Contemporâneo. deficiente, os X-Men são indivíduos excepcionais, e Quanto à mulher, a poesia parnasiana a vê sob o prisma da sensualidade e do erotismo, Batman é um órfão, Super-Homem é um alienígena privilegiando a descrição de seus aspectos físicos. expatriado. São todos símbolos da solidão, da [30] sobrevivência e da abnegação humana. Não se ama um herói pelos seus poderes, mas pela sua dor. Nossos olhos podem até se voltar a eles por suas habilidades fantásticas, mas é na humanidade que eles crescem dentro do gosto popular. Os superheróis [35] que não sofrem ou simplesmente trabalham para o sistema vigente tendem a se tornar meio bobos, como o Tocha-Humana ou o Capitão América. Hulk e Homem-Aranha são seres que criticam a inconseqüência da ciência, com sua energia [40] atômica e suas experiências genéticas. Os X-Men nos advertem para a educação inclusiva. Super-Homem é aquele que mais se aproxima de Jesus Cristo, e por isso talvez seja o mais popular de todos, em seu sacrifício solitário em defesa dos seres humanos, mas [45] também tem algo de Aquiles, com seu calcanhar que é a kriptonita. Humano e super-herói, como Gandhi. Não houve nenhuma literatura que tenha me marcado mais do que essas histórias em quadrinhos. / 10 53249 Questão 94 (FDV) Questão 95 (PUC-RS) Relacione as afirmativas às escolas literárias em questão e, em seguida, assinale a alternativa INSTRUÇÃO: Para responder à questão, leia o excerto do poema “Borboleta morta”, de que corresponde à SEQUÊNCIA CORRETA. Alberto de Oliveira, e preencha os parênteses com V para verdadeiro e F para falso. a) Barroco. Abrindo as asas, – leve fantasia b) Arcadismo. Da primavera quando despertava, c) Romantismo. Sonho dos campos, – ao nascer do dia d) Simbolismo. De trecho em trecho a borboleta voava. e) Parnasianismo. (...) Ia e vinha, volteava no ar, arfando, ( ) Período marcado pelo início de um projeto de busca consciente, de expressão da identidade Descia às flores e, num torvelinho cultural brasileira. De pétalas e pólen doidejando, ( ) Estética relacionada à imitação de modelos da tradição clássica greco-romano. Ruflava as asas como um passarinho. ( ) Exageros retóricos e grande densidade emocional. ( ) Período em que os poetas gozavam de grande prestígio popular por sua habilidade de E voava. Os vossos olhos, entretanto, construir poemas que primavam pela perfeição formal. Viam-na, e quando junto da janela ( ) Poética caracterizada pelo desencanto, desejo de transcendência e de integração com o Passava acaso, enchendo-se de espanto: universo. –“Lá vai!” – disseram, enlevados nela. a a – e – c – b – d. “Lá vai! tão grande! tão azul! tão linda! b d – e – a – b – c. Apanhemo-la” – Assim foi que a tivestes; c c – b – a – e – d. E a esforçar por ser livre, vendo-a ainda, d d – a – b – e – c. A sacudir as pequeninas vestes, e d – b – a – e – c. Mão bárbara e cruel, mão feminina De atro estilete segurando na haste Como que vibra, lâmina assassina, O peito, sem piedade, lhe varaste” (...)

( ) O poeta utiliza-se de imagens que revelam a delicadeza do voo da borboleta. ( ) O uso de aliterações pode também ser encontrado no poema, recurso que auxilia na construção sonora do bater das asas da borboleta. ( ) O poeta humaniza, em diversos momentos, a borboleta. ( ) A fragilidade da borboleta é presa fácil à mão humana, e o inseto não oferece qualquer tipo de resistência. ( ) O poeta suaviza a morte da borboleta com a utilização de eufemismos, técnica comum no movimento simbolista.

A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: a V – V – V – F – F b V – V – F – V – V c V – F – F – V – F d F – V – V – F – V e F – F – F – F – V

/ 10 53249 Questão 96 (UESB) Questão 97 (UFAM) Raiva o incêndio. A ruir, soltas, desconjuntadas, Leia o início do poema “Num bairro moderno”, do poeta português Cesário Verde: As mulheres de pedra, o espaço adormecido De eco em eco acordando ao medonho estampido, Dez horas da manhã; os transparentes Como a um sopro fatal, rolam esfaceladas. Matizam uma casa apalaçada; Pelos jardins estacam-se os nascentes, E os templos, os museus; o Capitólio erguido E fere a vista, com brancuras quentes, Em mármor frígio, o Foro, as eretas arcadas A larga rua macadamizada. Dos aquedutos, tudo as garras inflamadas Do incêndio cingem, tudo esbroa-se partido. Rez-de-chaussée repousam sossegados, Abriram-se, nalguns, as persianas, Longe, reverberando o clarão purpurino, E dum ou doutro, em quartos estucados, Arde em chamas o Tibre e acende-se o horizonte... Ou entre a rama dos papéis pintados, — Impassível, porém, no alto do Palatino, Reluzem, num almoço, as porcelanas. Nero, com o manto grego ondeando ao ombro, assoma Como é saudável ter o seu conchego Entre os libertos, e ébrio, engrinaldada a fronte, E a sua vida fácil! Eu descia, Lira em punho, celebra a destruição de Roma. Sem muita pressa, para o meu emprego, BILAC, Olavo. O incêndio de Roma. Olavo Bilac: Obra reunida. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1996. p. 100. Aonde agora quase sempre chego Segundo “Para os nossos parnasianos, o historicismo servia de meio para compor Com as tonturas duma apoplexia. um quadro, belo em si próprio [...]” O poema ilustra tal afirmativa, pois E rota, pequenina, azafamada, a faz uma crítica a um ideal de beleza de uma época. Notei de costas uma rapariga, Que no xadrez marmóreo de uma escada, b evidencia uma reflexão sobre o destino de uma figura histórica. Como um retalho de horta aglomerada, c expressa a desolação do poeta em face da destruição de uma cidade antiga. Pousara, ajoelhando, a sua giga. d enfoca a contribuição da Antiguidade Clássica para o progresso cultural do Ocidente. Sobre o texto e suas relações com o período realista em Portugal, leia as seguintes afirmativas: e mostra um episódio histórico, por meio de um processo descritivo e de uma forma ornamental. I. O poema não se filia ao Parnasianismo, que em Portugal foi uma vertente lírica pouco praticada. II. O poeta age como um repórter da cidade, sensível às suas pulsões, e, como tal, não se coloca fora do assunto. III. O texto se vincula ao Parnasianismo, haja vista os recursos da prosa de que se utiliza, como a dissertação e as descrições. IV. O poeta trabalha o poema em busca da beleza em si, por isso se observa no texto a obsessão pela forma. V. A ideia central – descrever um bairro rico – está revestida de uma linguagem que tende para o hermetismo. Assinale a alternativa correta: a Somente as afirmativas III e IV estão corretas b Somente as afirmativas III e V estão corretas c Somente as afirmativas I e IV estão corretas d Somente as afirmativas II e V estão corretas e Somente as afirmativas I e II estão corretas

/ 10 53249 Questão 98 (UFRGS) Questão 100 (UNIFOR) No bloco superior abaixo, estão listados os movimentos literários brasileiros; no inferior, O poema abaixo de Olavo Bilac foge aos procedimentos tipicamente Parnasianos. Assinale a características desses movimentos. opção com indica a estética literária que influenciou a criação desse poema.

Associe adequadamente o bloco inferior ao superior. Via láctea

1 - Arcadismo Olavo Bilac 2 - Parnasianismo 3 - Simbolismo “Ora (direis) ouvir estrelas! Certo Perdeste o senso!” Eu vos direi, no entanto, ( ) Representa um afastamento dos problemas sociais brasileiros, seguindo uma estética rígida. Que, para ouvi-las, muita vez desperto ( ) Surge na periferia intelectual brasileira: Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. E abro as janelas, pálido de espanto... ( ) Recupera o padrão estético clássico, fazendo ressurgir a epopeia. ( ) Busca transfigurar a condição humana, dando-lhe horizontes transcendentais. E conversamos toda a noite, enquanto A via láctea, como um pálio aberto, A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é Cintila. E, ao ouvir o sol, saudoso e em pranto, a 1 – 1 – 3 – 2. Inda as procuro pelo céu deserto.

b 1 – 3 – 2 – 2. Direis agora: “Tresloucado amigo!” c 2 – 3 – 1 – 3. Que conversas com elas? Que sentido d 2 – 3 – 3 – 1. Tem o que dizem, quando estão contigo?” e 3 – 1 – 3 – 2. E eu vos direi: “Amai para entendê-las! Questão 99 (USF) Pois só quem ama pode ter ouvido Sobre os movimentos literários brasileiros, assinale a opção que apresenta todas as corretas. Capaz de ouvir e de entender estrelas.” a Modernismo I. José de Alencar é, sem dúvida, o grande nome da prosa romântica. Um dos aspectos b Arcadismo marcantes de seus romances é a caracterização das heroínas românticas como mulheres fortes, c Simbolismo bastante avançadas para a sociedade em que vivem. II. O Realismo, como estética literária, procura analisar a nova organização social e d Romantismo econômica, detectando suas causas e denunciando suas consequências. e Barroco III. Os romances naturalistas são, frequentemente, caracterizados como de caráter documental, procurando fazer o retrato de uma época, dando conta dos espaços sociais, normalmente da burguesia, como se percebe em O Cortiço, apresentando um olhar crítico sobre a sociedade. IV. A poesia parnasiana se define pela valorização da forma como expressão do belo. A obra tem de ser o resultado de muito trabalho até se chegar à perfeição absoluta. V. “Sugerir, eis o sonho. É o uso perfeito desse mistério que constitui o símbolo: evocar um objeto para mostrar um estado d’alma...” (MALLARMÉ). O Simbolismo opõe o mundo sensível ao mundo das essências. A intuição e os sentidos humanos são valorizados. a I, III e V b II e IV c III, IV e V d I, II, IV e V e II, III, IV e V

/ 10 53249 Questão 101 (UNIFOR) Questão 102 (UFVJM) A poesia parnasiana tem como característica o anti-sentimentalismo e a consequente reposição Estas afirmativas foram feitas considerando as obras ‘Antologia Poética’, de Olavo Bilac, e ‘Esaú de ideais clássicos de Arte, como a impassibilidade, o racionalismo, o culto da Forma, o e Jacó’, de Machado de Assis. sensacionalismo, o esteticismo, o universalismo. I. Esaú e Jacó é um romance realista e sua narração é digressiva, afasta-se por uns instantes da (MOISÉS, Massaud. A literatura brasileira através dos textos. 22. ed. São Paulo: Cultrix, 2006). linha narrativa básica, e também metalinguística, onde o narrador-personagem comenta o próprio método compositivo. Manuel Bandeira faz uma crítica ao Parnasianismo e assim produz uma declaração do que NÃO II. Na obra Antologia Poética é possível analisar que a poesia não se aprofunda em uma visão de queriam os modernistas. Esse sentimento se encontra no poema: vida, mas com sentimentos postos em rimas, ela soa musical aos ouvidos quando falada e possui a Estou farto do lirismo comedido um rico vocabulário. Bilac exaltou uma arte fria, contra o transe e a emotividade, valorizou o do lirismo bem comportado trabalho formal e o culto ao estilo. Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente III. O caráter e a psicologia complexa das personagens, na obra de Machado de Assis, [protocolo e manifestações de apreço ao Sr. evidenciam certas características do nosso psiquismo, como o amor, o ciúme, o jogo da verdade Diretor (Poética) e da mentira, as oscilações entre o bem e o mal, que nos aproximam como seres humanos, apesar da época em que foi escrita. b Vou-me embora pra Pasárgada Com base nessas afirmações ASSINALE a alternativa correta. Aqui eu não sou feliz Lá a existência é uma aventura a As afirmativas I e II estão erradas. De tal modo inconsequente b As afirmativas I e III estão corretas. Que Joana a Louca de Espanha c As afirmativas II e III estão erradas. Rainha e falsa demente d As afirmativas I, II e III estão corretas. Vem a ser contraparente Da nora que eu nunca tive (Vou-me embora pra Pasárgada) Questão 103 (UEA - SIS) c Febre, hemoptise, dispnéia e suores noturnos. A vida inteira que podia ter sido e que não foi. PARA RESPONDER A QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 12 Tosse, tosse, tosse. (Pneumotórax) Uma característica do Parnasianismo bastante evidente nesse soneto é d Beijo pouco, falo menos ainda a o nacionalismo. Mas invento palavras Que traduzem a ternura mais funda b o sentimentalismo. E mais cotidiana (Neologismo) c a religiosidade. e Morrer sem deixar um sulco, um risco, uma sombra, d o bucolismo. A lembrança de uma sombra e o formalismo. Em nenhum coração, em nenhum pensamento, Em nenhuma epiderme (A morte absoluta)

/ 10 53249 Questão 104 (UEA - SIS) Questão 105 (UNESC) É na convergência de ideais antirromânticos, como a objetividade no trato dos temas e o culto Trata-se de um movimento literário que teve como marco inicial no Brasil a publicação da obra da forma, que se situa a poética do Parnasianismo. Seus traços de relevo: o gosto da descrição "Fanfarras", de Teófilo Dias, em 1882. Os mais importantes representantes brasileiros do período nítida, concepções tradicionalistas sobre metro, ritmo e rima e, no fundo, o ideal da foram Olavo Bilac, Alberto de Oliveira e Raimundo Correia. impessoalidade que partilhavam com os realistas do tempo. (Alfredo Bosi. História concisa da literatura brasileira, 1994. Adaptado.)

Considerando tal caracterização, assinale a alternativa em que se verifica o trecho de um poema parnasiano. a Eu me lembro! Eu me lembro! – Era pequeno E brincava na praia; o mar bramia E, erguendo o dorso altivo, sacudia A branca escuma para o céu sereno. b Aqui no vale respirando à sombra Passo cantando a mocidade inteira… Escuto no arvoredo os passarinhos E durmo venturoso em minha esteira. c Deus! ó Deus! onde estás que não respondes? Em que mundo, em qu’estrela tu t’escondes Embuçado nos céus? Há dois mil anos te mandei meu grito, Que embalde desde então corre o infinito… Onde estás, Senhor Deus?…

d Erguido em negro mármor luzidio, Os escritores desse movimento buscavam o sentido para a existência humana por meio da Portas fechadas, num mistério enorme, perfeição estética. Por isso, a preocupação residia na "Arte pela Arte", ou seja, a forma como Numa terra de reis, mudo e sombrio, caraterística principal da poesia. Essas referências dizem respeito ao Sono de lendas um palácio dorme. a Simbolismo. e Quando em meu peito rebentar-se a fibra, Que o espírito enlaça à dor vivente, b Modernismo. Não derramem por mim nem uma lágrima c Realismo. Em pálpebra demente. d Romantismo. e Parnasianismo.

Questão 106 (CESMAC) As tendências defendidas por cada período literário estão coerentemente sintetizadas na seguinte alternativa: a O surgimento de novos costumes e novos apelos suscitados pela Revolução Industrial e suas demandas acentuou o interesse do Realismo pela vida do ‘indivíduo’. b O interesse por considerar os espaços brasileiros de uma forma grandiosa e majestosa esteve presente entre os românticos, como em José de Alencar. c No Simbolismo, pode-se identificar uma forte aproximação entre literatura e ciência. Assim, se justifica que os poetas simbolistas olhassem a realidade sob o prisma do determinismo. d As descobertas da ciência e as revoluções vividas no começo do século XXI fizeram emergir uma literatura voltada para a perfeição formal, como foi o Parnasianismo. e A defesa da Arte pela Arte impulsionou o Modernismo para aderir a uma expressão literária mais próxima da perfeição formal e da fidelidade à vanguarda europeia.

/ 10 53249 Questão 107 (USF) Questão 108 (UCPEL) A respeito dos movimentos literários brasileiros e dos autores que se destacam em cada Sobre Olavo Bilac e sua obra, analise as afirmações seguintes como FALSAS (F) ou um deles, assinale a opção que apresenta todas as afirmativas corretas. VERDADEIRAS (V).

I. O movimento Barroco procurou solucionar os dilemas do homem que perdeu sua I. Sua poesia traz minuciosas descrições, ora de objetos ou de fatos históricos, ora do sentimento confiança ilimitada na razão e na harmonia dos conceitos renascentistas. O Barroco, em sintonia amoroso, ora da paisagem. com a Contrarreforma, adquire uma conotação extremamente religiosa. II. O poeta, para Bilac, deve fazer um verdadeiro exercício verbal, trabalhando a palavra como um II. Entre os poetas do romantismo, Gonçalves Dias consegue equilibrar os temas ourives em sua oficina. sentimentais, patrióticos e saudosistas com linguagem harmoniosa. Seus versos apresentam III. Um aspecto perturbador de sua obra está no cultivo do romance histórico, seguindo as pistas eloquência, lirismo e grandiosidade. de um realismo mágico e apresentando uma crítica social preocupada com valores autênticos e III. Para os parnasianos, a arte não pode ter qualquer sentido utilitário, deve ser distinta de sempre chamando a atenção para a ganância, a corrupção e os interesses econômicos. qualquer tipo de compromisso. Justifica-se apenas por sua beleza formal: é o culto à forma, a Arte pela Arte. A sequência correta é IV. Os poetas simbolistas retomaram a subjetividade romântica, mas desceram até os limites a F – F – F do subconsciente e até do inconsciente, o que explica o caráter ilógico dos poemas, como b F – V – F no fragmento:Cristais diluídos de clarões álacres/ Desejos, vibrações, ânsias, alentos,/ Fulvas vitórias, triunfamentos acre, / Os mais estranhos estremecimentos. c F – V – V V. No início do século XX, várias correntes e estilos se intercruzam, e torna-se quase d V – V – F impossível nomear o período por características específicas. O termo escolhido foi Pré- e V – V – V Modernismo, que passou a designar a maior parte das obras produzidas no período. a I, III e IV. Questão 109 (UFAM) b II e V. A propósito da poesia parnasiana é CORRETO afirmar que: c I, II, III, IV e V. a concebe a atividade poética como uma habilidade, acentuando a importância da forma na composição do poema. d III e IV. e II, III, IV e V. b cultua o sentimento nativista, numa espécie de renovação do Romantismo. c se preocupa com o ambiente poético que envolverá o leitor, criando uma rede sinestésica através do vocabulário e jogos sonoros. d cultua o contraste, a oposição entre vida e morte, amor e sofrimento, razão e fé, tentando conciliar polos opostos. e se aproxima da música, explorando ecos, aliterações e assonâncias.

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