Simulado 109 Questões
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10 53249 Simulado 109 questões Questão 1 (UFTM) Questão 2 (Unifenas) Considere as informações. Texto I É na convergência de ideais antirromânticos, como a objetividade VANITAS no trato dos temas e o culto da forma, que se situa a poética [desse movimento literário]. Cego, em febre a cabeça, a mão nervosa e fria, (...) Trabalha. A alma lhe sai da pena, alucinada, Seus traços de relevo: o gosto da descrição nítida (a mimese E enche-lhe, a palpitar, a estrofe iluminada pela mimese), concepções tradicionalistas sobre metro, ritmo De gritos de triunfo e gritos de agonia. e rima e, no fundo, o ideal da impessoalidade que partilhavam com os [escritores] do tempo. Prende a ideia fugaz; doma a rima bravia; (Alfredo Bosi. História concisa da Literatura Brasileira.) Trabalha..E a obra, por fim, resplandece acabada: O texto alude aos poetas “Mundo, que as minhas mãos arrancaram do nada!” a ultrarromânticos, que romperam com a poesia indianista e ufanista, a exemplo de Álvares de “Filha do meu trabalho! ergue-te à luz do dia!” Azevedo. b realistas, que trataram, em sua obra poética, de temas ligados ao cotidiano, tal como o fez “Cheia de minha febre e da minha alma cheia” Machado de Assis. “Arranquei-te da vida ao àdito profundo,” “Arranquei-te do amor à mina ampla e secreta!” c parnasianos, que, afastando-se dos ideais românticos, buscavam a linguagem isenta de subjetivismo, a exemplo de Olavo Bilac. “Posso agora morrer, porque vives!” E o Poeta d simbolistas, que romperam com o pessimismo romântico e propuseram uma poética Pensa que vai cair, exausto, ao pé do mundo, espiritualizada, como o fez Cruz e Souza. E cai – vaidade humana !– ao pé de um grão de areia... e modernistas, que, negando os preceitos da poesia romântica, buscavam uma poética nacional, a exemplo de Mário de Andrade. (BILAC, Olavo – iLiteratura Comentada. São Paulo:Abril Educação, 1980, p. 32) Texto II TORTURA ETERNA Impotência cruel, ó vã tortura! Ó Força inútil, ansiedade humana! Ó círculos dantescos da loucura! Ó luta, ó luta secular, insana! Que tu não possas, Alma soberana, Perpetuamente refulgir na Altura, Na Aleluia da Luz, na clara Hosana Do Sol, cantar, imortalmente pura. Que tu não possas, Sentimento ardente, Viver, vibrar nos brilhos do ar fremente, Por entre as chamas, os clarões supernos. Ó Sons intraduzíveis, Formas, Cores!... Ah! que eu não possa eternizar as dores Nos bronzes e nos mármores eternos! / 10 53249 (SOUSA, Cruz e – in Poesias Completas de Cruz e Sousa Rio de Janeiro: Ediouro, s/d, página 33) Questão 4 (FAAP) Avalie as seguintes afirmações sobre os textos dados. Leia estes versos de Olavo Bilac: I- Percebe-se que, no texto I, o “Poeta” (designado com inicial maiúscula) sente-se frustrado ao ter consciência de que sua obra, que resulta perfeita, só atingirá um número reduzido de pessoas; Não se mostre na fábrica o suplício notexto II, tal frustração se dá pela incapacidade do poeta verbalizar as sensações adormecidas Do mestre. E, natural, o efeito agrade, na alma. Sem lembrar os andaimes do edifício: II – Comparado ao texto I, o texto II revela-se bastante hermético, qualidade decorrente (como na Porque a Beleza, gêmea da Verdade, maioria dos poemas do Simbolismo) de palavras de significado ambíguo e complexa organização Arte pura, inimiga do artifício, sintática, permeada de vocativos, apostos, inversões bruscas e combinações inesperadas. É a força e a graça na simplicidade. III- No texto II, como é comum na estética simbolista, a realidade sensível é percebida como sons, Eles denunciam: formas e cores (absolutizadas pelo emprego de iniciais maiúsculas). No caso do soneto em a pouca preocupação com as qualidades técnicas do poema. questão, tal realidade é fonte da “tortura eterna” porque inexprimível pela palavra. b a busca da perfeição sem perder a simplicidade na procura da Beleza. c a emoção expressa irracionalmente pelo poeta. IV- As formas verbais “trabalhar” e “doma” (texto I) são compatíveis com o ideal parnasiano perseguido pelos poetas dessa estética, para os quais a elaboração do poema é, sobretudo, a d que o suplício do artista deve transparecer na obra. capacidade de se obter um produto estético com esforço e racionalidade, típicos de um artesão. e que a Beleza da Arte reside na complexidade. V- Para o poeta francês Mallarmé(1842/1898), nomear um objeto seria suprimir três quartos do Questão 5 (CESMAC) prazer de adivinhá-lo pouco a pouco; o importante seria sugeri-lo. Tal afirmação aplica-se A tríade do Parnasianismo brasileiro é constituída por Alberto de Oliveira (1859-1937), Raimundo igualmente aos dois textos em estudo, visto que, em ambos, as palavras mais sugerem do que Correia (1859-1911) e Olavo Bilac (1865-1918). Dos três, Bilac foi, no dizer de Alfredo Bosi, “o nomeiam, valendo-se, sobretudo, pela sua carga sonora, além do seu significado. mais antológico dos nossos poetas”. Dentro os poemas abaixo, qual pertence à sua lavra? a todas corretas, sem exceção. a Cada manhã ressuscito b todas corretas, com única exceção. Do sono, esse irmão da Morte, Que é minha estrela do norte, c todas corretas, exceto II e III. Meu professor de infinito. d todas corretas, exceto I e V. b Vai-se a primeira pomba despertada... e todas incorretas, exceto III e IV. Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas De pombas vão-se dos pombais, apenas Questão 3 (ACAFE) Raia sanguínea e fresca a madrugada...; Preencha as lacunas dos textos abaixo e depois faça o que se pede. c Auriverde pendão de minha terra, I. “Em flagrante oposição aos ________, a poesia amorosa dos __________ está mais próxima Que a brisa do Brasil beija e balança, do relacionamento humano comum; as figuras femininas não são idealizadas.” Estandarte que a luz do sol encerra ll. “Não restam dúvidas de que o _______ teve em profundidade uma extensão maior do que o E as promessas divinas da esperança; Parnasianismo. Como também não restam dúvidas de que o melhor de nossa poesia ________ tem sua origem nos poetas __________.” d Nem a Dor, nem o Prazer, lll. “O ___________, tendo sido um movimento eminentemente destruidor, principalmente no No seu vaivém arbitrário, começo, combateu a ênfase oratória, a eloquência verbal, o tom declamatório da literatura Souberam dar ao meu ser __________, e, em consequência, simplificou a prosa e a poesia, adotando o uso da linguagem As regras do seu fadário.; cotidiana, da frase despojada, das palavras usuais e singelas.” e "Ora (direis) ouvir estrelas! Certo Assinale a sequência correta que completa, de cima para baixo, as afirmações acima. Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi-las, muita vez desperto a simbolistas, românticos, Modernismo, contemporânea, pré-modernistas, Parnasianismo, naturalista E abro as janelas, pálido de espanto.... b parnasianos, simbolistas, naturalismo, romântica, simbolistas, Modernismo, simbolista. c românticos, parnasianos, Romantismo, contemporânea, românticos, Modernismo, parnasiana. d parnasianos, românticos, Simbolismo, simbolista, românticos, Modernismo, futurista. / 10 53249 Questão 6 (FGV-RJ) Questão 7 (Unifenas) Catar Feijão Texto I Oficina Irritada 1 Eu quero compor um soneto duro Catar feijão se limita com escrever: Como poeta algum ousaria escrever. joga-se os grãos na água do alguidar Eu quero pintar um soneto escuro, e as palavras na folha de papel; Seco, abafado, difícil de ler. e depois, joga-se fora o que boiar. Certo, toda palavra boiará no papel, Quero que meu soneto, no futuro, água congelada, por chumbo seu verbo: Não desperte em ninguém nenhum prazer. pois para catar esse feijão, soprar nele, E que, no seu maligno ar imaturo, e jogar fora o leve e oco, palha e eco. Ao mesmo tempo saiba ser, não ser. 2 Ora, nesse catar feijão entra um risco: Esse meu verbo antipático e impuro o de que entre os grãos pesados entre Há de pungir, há de fazer sofrer, um grão qualquer, pedra ou indigesto, Tendão de Vênus sob o pedicuro. um grão imastigável, de quebrar dente. Certo não, quando ao catar palavras: Ninguém o lembrará: tiro no escuro, a pedra dá à frase seu grão mais vivo: Cão mijando no caos, enquanto Arcturo, obstrui a leitura fluviante, flutual, Claro enigma, se deixa surpreender. açula a atenção, isca-a como o risco. (CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE – Claro Enigma, in Nova Reunião - Rio de Janeiro, 1983, João Cabral de Melo Neto, A educação pela pedra. Livraria José Olympio Editora, p. 260) Considere as seguintes afirmações relativas ao poema de Cabral de Melo: Texto II I O ideal de economia verbal, preconizado no poema, assemelha-se ao ideal estilístico do A um poeta Graciliano Ramos de Vidas secas, também este sequioso de restringir-se ao essencial. Longe do estéril turbilhão da rua, II O recurso ao “grão imastigável, de quebrar dente” e à “pedra [que] dá à frase seu grão mais Beneditino, escreve! No aconchego vivo”, com o sentido que lhe dá Cabral de Melo, encontra-se presente no próprio poema que a Do claustro, na paciência e no sossego, reivindica. Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua! III A ideia de se produzir uma obstrução da leitura como algo positivo participa do objetivo de se romper com os autoritarismos da percepção – desígnio frequente na literatura moderna, inclusive Mas que na forma se disfarce o emprego em autores estilisticamente muito diferentes de Cabral, como é o caso de Guimarães Rosa. Do esforço; e a trama viva se construa De tal modo que a imagem fique nua, Está correto o que se afirma em Rica mas sóbria, como um templo grego. a I, apenas. b II, apenas. Não se mostre na fábrica o suplício Do mestre. E, natural, o efeito agrade, c II e III, apenas. Sem lembrar os andaimes do edifício: d I e III, apenas.