 Nas últimas décadas do século XIX, a literatura brasileira abandonou o sentimentalismo dos românticos e percorreu novos caminhos.

 Na prosa, surgiu o Realismo/Naturalismo e na poesia, o Parnasianismo e Simbolismo.

) Parnasianismo: contexto O Parnasianismo surge na França, na década de 1860, com a publicação do coletivo de poetas: Le Parnasse Contemporain.

Romantismo – afasta-se por conta da superação da subjetividade, da idealização e não apresenta exageros (as lamúrias românticas); afasta-se do desejo de liberdade Aproximação e formal do romantismo. >> iguala-se por buscar as afastamento das sensações e por ser popular. estéticas românticas e Realismo – aproxima-se pelo objetivismo, materialismo e realistas preocupação formal com o “método” (o fazer) >> afasta-se por conta da ausência de crítica às instituições (à burguesia), não há uma preocupação ideologizada.

Uma poesia acrítica, com uma abordagem superficial, musicalidade e imagens graciosas – um texto de fácil Interesse da classe leitura. burguesa nessa poesia A poesia é um objeto de consumo que pode ser “usado” em ocasiões especiais e serem “trocados” entre as pessoas – utilitarismo da poesia. Parnasianismo: aspectos formais

Surge como resposta moderna ao Romantismo, que já estava desgastado, visto como a “velha escola”. Mais próximo do Objetivo dos Realismo, busca no estilo e nas técnicas poéticas um método Parnasianos franceses que os afaste do universo sentimentalista, de intensa subjetividade e idealização.

Todo o esforço de Gautier foi, no campo da arte, a procura pela forma ideal da Beleza, da Palavra, minuciosamente Concepção de arte e de escolhida, dos ritmos, dos sons, rimas, que deveriam primar, sua finalidade segundo antes de tudo, pelo rigor da forma, pelo apuro da linguagem. Théophile Gautier Esse cultor da Beleza e da Forma, todavia, não se confina aos (precursos do estreitos esquemas da impessoalidade exigida pelos parnasianismo) parnasianos ortodoxos, e nisso guarda afinidade com alguns de nossos parnasianos. O nome Parnaso é dado ao monte, onde, seguindo a lenda, Os antecessores do vive o deus Apólo, deus da Luz e da Beleza, deus solar da Parnasianismo e a verdade. Sua beleza sem igual tornou-se adjetivo: beleza inspiração para o nome apolínea. Essa qualidade era almejada pelos parnasianos. Parnasianismo: aspectos formais

Poesia descritiva – valoriza os objetos e as cenas “panorâmicas” e o retrato; sem verbos de ação; Aspectos muitos adjetivos; palavras exóticas; estruturais/formais Perfeição formal – versificação, métrica, rima e o da poesia/aspectos ritmo trabalhados com exatidão; tendência a clássicos musicalidade; relacionada à estética clássica (da “Poética”), fôrmas clássicas e renascentistas (soneto, ode, elegia, etc.);

Segue, nos próximos slides, uma análise detalhada do soneto, sua forma, que ajudam a esclarecer sua escolha como forma perfeita para os parnasianos. CARACTERÍSTICAS DO PARNASIANISMO

 - Preocupação formal. - Comparação da poesia com as artes plásticas. - Referências a elementos da mitologia grega e latina. - Preferência por temas descritivos . - Enfoque sensual da mulher. - Habilidade na criação dos versos. - Vocabulário culto. - Objetivismo. - Universalismo. - Apego à tradição clássica. )

 A inspiração nos modelos clássicos, ajudaria a combater as emoções e fantasias exageradas dos românticos, garantindo o equilíbrio que desejavam.  Desde a década de 1870, as ideias parnasianas já estavam sendo divulgadas.  No final dessa década, o jornal carioca “Diário do ” publicou uma polêmica em versos que ficou conhecida como “Batalha do Parnaso”. De um lado, os adeptos do Realismo e Parnasianismo, e, de outro os seguidores do Romantismo. )  Os poetas parnasianos achavam que alguns princípios adotados pelos românticos esconderam as verdadeiras qualidades da poesia.  Então, propuseram uma literatura mais objetiva, com um vocabulário elaborado, racionalista e voltada para temas universais.

 Como consequência, as ideias parnasianas e realistas foram amplamente divulgadas nos meios artísticos e intelectuais do país.

 O marco inicial do Parnasianismo brasileiro foi em 1882 com a publicação de “Fanfarras” de Teófilo Dias.

) PARNASIANISMO BRASILEIRO  O Parnasianismo tem seu marco inicial com a publicação de “Fanfarras” de Teófilo Dias, em 1882. Contudo, , e também auxiliaram a implantação do Parnasianismo no Brasil.

(  A estética parnasiana, originada na França, valorizava a perfeição formal, o rigor das regras clássicas na criação dos poemas, a preferência pelas formas fixas (sonetos), a apreciação da rima e métrica, a descrição minuciosa, a sensualidade, a mitologia greco- romana. Além disso, a doutrina da “arte pela arte” esteve presente nos poemas parnasianos: alienação e descompromisso quanto à realidade.

 Contudo, os parnasianos brasileiros não seguiram todos os acordos propostos pelos franceses, pois muitos poemas apresentam subjetividade e preferência por temas voltados à realidade brasileira, contrariando outra característica do parnasianismo francês: o universalismo.

) Alberto de Oliveira, Raimundo Correia e Olavo Bilac – a tríade brasileira do Parnasianismo.  Alberto de Oliveira fez parte do estilo de época chamado Parnasianismo e juntamente com Olavo Bilac e Raimundo Correia participou da Tríade Parnasiana.  Foi um poeta tipicamente parnasiano, embora tenha presenciado várias transformações na política e na sociedade, mudanças que não influenciaram seu estilo literário. )

Alberto de Oliveira! Obras

-Canções Românticas - Meridionais - Sonetos e Poemas - Versos e Rimas -Poesias Características de suas obras !

 - Perfeição formal - Métrica rígida - Linguagem rebuscada e trabalhada

 Alberto de Oliveira revela algumas características românticas, porém estava longe dos excessos sentimentais do Romantismo.

)  Foi um escritor que pertenceu ao estilo de época chamado Parnasianismo, mas somente a partir do livro Sinfonias é que o poeta se assume realmente parnasiano. Como curiosidade, este livro tem prefácio de .

 Características de sua obras  Exaltação à natureza Perfeição formal Cultura clássica Pessimismo Desilusão ) Raimundo Correia!

Olavo Bilac!  Conhecido por sua atenção a literatura infantil e, principalmente, pela participação cívica,era republicano e nacionalista; também era defensor do serviço militar obrigatório. Bilac escreveu a letra do Hino à Bandeira e fez oposição ao governo de . Foi membro-fundador da Academia Brasileira de Letras, em 1896.

)  Foi poeta, cronista (suas crônicas possuem uma linguagem mais simples tornando-se mais atraente para o leitor), escreveu livros didáticos e também textos críticos sobre literatura e questões nacionais.

)

 Poesias (1888), compreendendo “Panóplias”, “Via láctea”, “Sarças de Fogo”, “Viagens”, “Alma Inquieta” e “O Caçador de Esmeraldas”. Poesias infantis Crônicas e novelas (1894) Crítica e fantasia (1904) Conferências literárias (1906) Dicionário de rimas (1913) Tratado de versificação (1910) Ironia e piedade, crônicas (1916) Tarde (1919) Poesia, org. de (1957)

OBRAS  Ora (direis) ouvir estrelas! Certo  Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,  Que, para ouvi-las, muita vez desperto  E abro as janelas, pálido de espanto...

 E conversamos toda a noite, enquanto  A Via Láctea, como um pálio aberto,  Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,  Inda as procuro pelo céu deserto.

 Direis agora: "Tresloucado amigo!  Que conversas com elas? Que sentido  Tem o que dizem, quando estão contigo?"

 E eu vos direi: "Amai para entendê-las!  Pois só quem ama pode ter ouvido  Capaz de ouvir e entender estrelas" VIA LÁCTEA  Nesse poema, Bilac defende a importância de expressar os sentimentos. No segundo quarteto, o poeta compara a nebulosa a que pertence o nosso sistema (“Via láctea”) à cobertura dos santos em procissão (“pélio”), como se o céu protegesse o poeta. Dessa forma, fica enfatizada a proximidade entre ele e as estrelas. Os belos versos finais que arrematam de modo inesquecível o soneto trazem o segredo para ouvir as estrelas, simplesmente amar.

 “Via Láctea” (Soneto XIII do livro Via Láctea) É um soneto decassílabo, cuja linguagem é demarcada por certo coloquialismo e intimidade do eu lírico com seu interlocutor (por exemplo em “tresloucado amigo”). Por conta dessa postura mais intimista e subjetiva, pode-se dizer que o escritor se afasta um pouco da objetividade típica do Parnasianismo. Faz parte da fase lírica de inspiração espiritualista de Olavo Bilac. No poema, o eu lírico dialoga com um interlocutor – o que é demarcado pelo uso das aspas – que o interroga sobre sua capacidade de ouvir as estrelas, como já fica claro logo na abertura do soneto. 1- FAÇA UMA ANÁLISE DO POEMA “VILA RICA DE OLAVO BILAC” TANTO EM RELAÇÃO AO SEU ASPECTO FORMAL QUANTO CONTEÚDO.

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