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Paulonascimentoverano.Pdf UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Escola de Comunicações e Artes Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação PAULO NASCIMENTO VERANO POR UMA POLÍTICA CULTURAL QUE DIALOGUE COM A CIDADE O caso do encontro entre o MASP e o graffiti (2008-2011) São Paulo 2013 PAULO NASCIMENTO VERANO POR UMA POLÍTICA CULTURAL QUE DIALOGUE COM A CIDADE O caso do encontro entre o MASP e o graffiti (2008-2011) Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, como requisito para obtenção do título de mestre em Ciência da Informação. Orientadora: Profª Drª Lúcia Maciel Barbosa de Oliveira Área de concentração: Informação e Cultura São Paulo 2013 Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa desde que citada a fonte. PAULO NASCIMENTO VERANO POR UMA POLÍTICA CULTURAL QUE DIALOGUE COM A CIDADE O caso do encontro entre o MASP e o graffiti (2008-2011) Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, como requisito para obtenção do título de mestre em Ciência da Informação. BANCA EXAMINADORA _____________________________________________________ a a Prof Dr Lúcia Maciel Barbosa de Oliveira (orientadora) Universidade de São Paulo _____________________________________________________ Universidade de São Paulo _____________________________________________________ Universidade de São Paulo CLARICE, CLARIDADE, CLARICIDADE. AGRADECIMENTOS Sou profundamente grato à Profa Dra Lúcia Maciel Barbosa de Oliveira pela oportunidade dada para a realização deste estudo. Sua orientação sempre presente e amiga, o diálogo aberto, as aulas ministradas, as indicações bibliográficas, a leitura atenta e exigente durante todas as fases desta dissertação, dos esboços iniciais à versão final. São seus os acertos deste trabalho, minhas as deficiências. Aos Profs. Drs. Martin Grossmann e Vera Maria Pallamin, pelas aulas ministradas e pelo desafiador privilégio concedido de tê-los como primeiros leitores, ambas participações fundamentais para o que foi desenvolvido aqui. Aos Profs. Drs. Edmir Perrotti e Ivete Pieruccini, Mestres maiúsculos a quem devo o estímulo para o retorno à vida acadêmica. Aos Profs. Drs. Ana Maria Tavares, Anna Maria Marques Cintra, Daisy Pires Noronha, Johanna Wilhelmina Smit, Maria Angela Faggin Pereira Leite, Marilda Lopes Ginez de Lara, Rogério Mugnaini e Vladimir Bartalini, que com suas aulas são responsáveis por muito do que está aqui. À minha companheira da vida toda Claudia, pela paciência e estímulo. À minha filha Clarice, com quem, na leveza da criança que já tem opinião crítica, troquei diversas ideias durante o período em que realizei este trabalho e a quem o dedico. À minha mãe Glacy, porto seguro. Ao meu pai José (In memoriam). À minha irmã Marina. Ao meu avô Adauto (In memoriam), a quem devo o prazer de ter conhecido o centro de São Paulo tendo seu aperto de mão como segura liberdade. A Waldemar Zaidler, presença constante durante o projeto, que se tornou bom amigo. A Ana Carmen Foschini, por permitir o uso de suas fotos de graffiti no espaço público. A Carlos Estonlho, Cecília Santos, Claudia Chabloz, Marilene Sousa, Oscar Pilagallo e Suzanne Apsan. A Charlene Kathlen de Lemos, Edison Santos, Elke Coelho, Jade Augusto Gola, Joana Braga, Joana Zatz Mussi, Kelly Yamashita, Leonardo da Silva de Assis, Luciana Maffra, Marcos Passos, Marielle Barros de Moraes, Miguel Said Vieira, Naiene Sanchez, Otavio Fabro (Ota) e Valéria Luiza Ferreira Fedrizzi. Flanar é [...] ver os bonecos pintados a giz nos muros das casas, após ter acompanhado um pintor afamado até a sua grande tela paga pelo Estado. JOÃO DO RIO, “A rua” (1905). Escuta-se a cidade como se fosse uma música tanto quanto se a lê como se fosse uma escrita discursiva. HENRI LEFEBVRE, O direito à cidade (1969). VERANO, P. N. Por uma política cultural que dialogue com a cidade: o caso do encontro entre o MASP e o graffiti (2008-2011). 2013. 229 p. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) — Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, 2013. RESUMO Em 2008 o Museu de Arte de São Paulo (MASP) recusou uma exposição da dupla de grafiteiros OsGemeos. Em 2011, organizou sua segunda mostra de graffiti em três anos. No mesmo ano, a Secretaria da Cultura do Governo do Estado de São Paulo criou na capital o Museu Aberto de Arte Urbana (MAAU). Em 2008, a Prefeitura de São Paulo apagara um mural de grandes proporções dos mesmos OsGemeos. Pretende-se compreender por que, no final da primeira década do século XXI, a política cultural formulada pelo MASP escolheu o graffiti como uma manifestação urbana a ser ali exibida, traçando-se um paralelo com opção similar feita pela Secretaria da Cultura em relação ao graffiti no espaço público. Está nessas ações uma tentativa de estabelecer novos modos de relacionamento com a cidade e, de algum modo, participar de sua reconfiguração? A ação permitiria estabelecer-se algum paralelo com as origens do museu concebido por Lina Bo Bardi, que nas suas primeiras décadas de criação travava forte diálogo crítico com a cidade? Considera-se a intensificação do diálogo entre os equipamentos culturais e o espaço público — e com as manifestações artísticas e culturais no espaço público — como potente para religar os laços entre os cidadãos e os equipamentos culturais da cidade, ao mesmo tempo em que se considera que uma maior intensificação no relacionamento entre pessoas, arte e cultura, equipamentos culturais e cidade contribui para uma ampliação dos usos da cidade e do relacionamento de seus moradores com o simbólico, entendendo-se que pelo diálogo passam obrigatoriamente as ideias de dissenso (RANCIÈRE, 2012), negociação e conflito (CANCLINI, 2004). PALAVRAS-CHAVE: Apropriação social da informação; política cultural; espaço público; usos da cidade; museu; graffiti. ABSTRACT In 2008 the São Paulo Museum of Art — MASP (“Museu de Arte de São Paulo”) rejected an exhibition by the graffiti artists OsGemeos. In 2011 it organized its second exhibit of graffiti in three years. In the same year the Culture Department of the Government of the State of São Paulo created the Open Museum of Urban Art — MAAU (“Museu Aberto de Arte Urbana”) in the City of São Paulo. In 2008 the Municipality of São Paulo had erased a very large mural by the same OsGemeos. The purpose of this work is the examine why, at the end of the first decade of the st 21 century, the cultural policy established by MASP chose graffiti as one of the urban exhibits to be displayed there, compared with a similar choice made by the Department of Culture in relation to graffiti in urban spaces. Are those actions an attempt to establish new relationships with the city and somehow to participate in its reconfiguration? Would such actions establish a parallel with the origins of the museum as conceived by Lina Bo Bardi which, in the first decades of the museum’s existence used to engage in a powerful critical dialogue with the city? The development of the dialogue between cultural facilities and public spaces — and with the exhibits of art and culture in public spaces — is strong enough to restore the bonds between citizens and the cultural facilities of the city. A greater intensification of the relationship among persons, art and culture, cultural facilities and the city contributes to expand the uses of the city and the relationship of its inhabitants with symbolic representations. The dialogue is necessarily crossed by the ideas of dissension (RANCIÈRE, 2012), negotiation and conflict (CANCLINI, 2004). KEY WORDS: Social appropriation of information; cultural policy; public space; uses of the city; museum; graffiti. LISTA DE SIGLAS APCA Associação Paulista dos Críticos de Arte BSP Biblioteca de São Paulo CCJ Centro Cultural da Juventude CDHM Comissão de Direitos Humanos e Minorias CEU Centro Educacional Unificado CONDEPHAAT Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico CPPU Comissão de Preservação da Paisagem Urbana DEOPS/SP Departamento Estadual de Ordem Política e Social de São Paulo ECA-USP Escola de Comunicações e Artes da USP FAAP Faculdade Armando Álvares Penteado FAU-USP Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP FLIP Festa Literária de Paraty IAB Instituto de Arquitetos do Brasil IBRAM Instituto Brasileiro de Museus IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada IPHAC Instituto do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural IPHAN Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional MAAU Museu Aberto de Arte Urbana MAB Museu de Arte Brasileira MAGIC More American Graffiti in Control MAM-BA Museu de Arte Moderna da Bahia MAM-SP Museu de Arte Moderna de São Paulo MASP Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand MinC Ministério da Cultura MOCA The Museum of Contemporary Art MPL Movimento Passe Livre MTA Metropolitan Transit Authority MuBE Museu Brasileiro de Escultura PM Polícia Militar PMDB Partido do Movimento Democrático Brasileiro SESC Serviço Social do Comércio USP Universidade de São Paulo LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 Trabalho de Invader (MASP) ......................................................... 15 FIGURA 2 Trabalho de Zezão (MAAU) ........................................................... 27 FIGURA 3 Avenida Cruzeiro do Sul, início dos anos 1970 ............................. 34 FIGURA 4 Arco inclinado (1981), de Richard Serra, após remoção (1989) .... 34 FIGURA 5 Detalhe do MAAU
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