Extensão Da Linha 9 Da CPTM
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1 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Urbana RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO TC n. 007.067/2017-8 Fiscalização n. 92/2017 Relator: Aroldo Cedraz DA FISCALIZAÇÃO Modalidade: Conformidade Ato originário: Acórdão 2.757/2016 - Plenário Objeto da fiscalização: Extensão da Linha 9 da CPTM - Grajaú/Varginha - São Paulo/SP Funcional programática: 15.453.2048.10SS.0001/2017 - Apoio a Sistemas de Transporte Público Coletivo Urbano Nacional Tipo da Obra: Mobilidade Urbana Período abrangido pela fiscalização: De 30/12/2016 a 05/05/2017 DO ÓRGÃO/ENTIDADE FISCALIZADO Órgãos/entidades fiscalizados: Ministério das Cidades , Entidades e Órgãos do Governo do Estado de São Paulo e Caixa Econômica Federal Vinculação (ministério): Órgãos e Entidades Estaduais e Ministério da Fazenda Vinculação TCU (unidades técnicas): Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Urbana, Secretaria de Controle Externo no Estado de São Paulo e Secretaria de Controle Externo da Fazenda Nacional Responsável pelo órgão/entidade: nome: PAULO DE MAGALHAES BENTO GONCALVES cargo: Diretor-presidente período: A partir de 27/02/2015 Outros responsáveis: vide peça: “Rol de responsáveis” 2 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Urbana Resumo Trata-se de auditoria realizada no Ministério das Cidades (MCid), na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e na Caixa Econômica Federal (CEF), no período compreendido entre 3/4/2017 e 26/5/2017. A presente auditoria teve por objetivo fiscalizar as obras de expansão da Linha 9 – Esmeralda da CPTM – trecho Grajaú/Varginha, localizada no município de São Paulo/SP. Esse empreendimento é composto por várias etapas: (i) implantação das obras civis; (ii) implantação de Sistema de Controle de Tráfego (SCT) e de comunicação; (iii) implantação de sistemas de energia, entre outros. Quando da execução da auditoria, apenas as etapas de Sistema de Controle de Tráfego, de Sistema de Comunicação e de sistemas de energia estavam em procedimento licitatório. As obras civis ainda não contavam com planilha orçamentária final, tampouco com projeto básico aprovado. Por essa razão, os objetos incluídos na fiscalização foram apenas os editais de licitação do SCT e do sistema de energia. A partir do objetivo da auditoria e a fim de avaliar em que medida os recursos estão sendo aplicados de acordo com a legislação pertinente, formularam-se as questões de auditoria adiante indicadas: 1) Há projeto básico/executivo adequado para a licitação/execução da obra? 2) A formalização e a execução do convênio (ou outros instrumentos congêneres) foram adequadas? 3) O procedimento licitatório foi regular? 4) O orçamento da obra encontra-se devidamente detalhado (planilha de quantitativos e preços unitários) e acompanhado das composições de todos os custos unitários de seus serviços? 5) Os quantitativos definidos no orçamento da obra são condizentes com os quantitativos apresentados no projeto básico / executivo? 6) Os preços dos serviços definidos no orçamento da obra são compatíveis com os valores de mercado? As principais constatações deste trabalho foram: 1) Escolha injustificada do regime de execução A planilha orçamentária da licitação do SCT e de comunicação possui diversos itens orçados em “verba”, “global” ou unidades assemelhadas, sem estarem acompanhadas de composições de custos unitários detalhadas, embora tenham sido feitas cotações de mercado para esses itens, de acordo com respostas dadas pela CPTM a ofícios de requisição. Ademais, verificou-se que a planilha orçamentária que constou como anexo do edital de licitação não apresentou unidades de medida, quantitativos e preços unitários, em afronta ao disposto no art. 6º, inciso IX, alínea “f”, da Lei 8.666/1993. Considerando que o regime de execução contratual escolhido foi o de empreitada integral, a irregularidade pode ser caracterizada como afronta aos dispositivos legais. Entretanto, haveria a opção de escolha por outros regimes de execução, notadamente a contratação integrada, a qual poderia comportar o modelo previsto pela CPTM para o objeto em tela, que envolve tecnologias de domínio restrito no mercado. 3 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Urbana 2) Visita técnica realizada simultaneamente com vários licitantes; Foi identificada a ocorrência de visitas técnicas de várias empresas interessadas na obra do SCT, de forma simultânea (evidência 8), em afronta ao disposto em diversos julgados do TCU, a exemplo dos Acórdãos 2.672/2016, 341/2015, 1.998/2013, 1842/2013, todos do Plenário, além do Acórdão 7.137/2015, da Primeira Câmara. 3) Uso dos instrumentos do RDC sem estar explícito no edital de licitação; Verificou-se que o edital de licitação da Concorrência n. 8343160011, referente à elaboração de projeto executivo, fabricação, fornecimento e implantação do SCT – Sistema de Controle de Tráfego do Trecho Varginha à interface de Grajaú e do STO – Sistema de Transmissão Óptico da Linha 9 – Esmeralda da CPTM, fez uso de diversos instrumentos do Regime Diferenciado de Contratações, a exemplo da inversão de fases entre habilitação e apresentação de propostas, e critério de julgamento pelo maior desconto, sem que isto estivesse explícito no edital de licitação, em afronta ao disposto no art. 1º, § 2º, da Lei 12.462/2011, e na jurisprudência do TCU. Os trabalhos foram realizados em conformidade com as Normas de Auditoria do Tribunal de Contas da União e com observância aos Padrões de Auditoria de Conformidade estabelecidos pelo TCU. Durante o planejamento e a execução da auditoria, o levantamento das informações sobre os editais de licitação do SCT e do Sistema de energia foi realizado por meio de ofícios de requisição ao Ministério das Cidades, à Caixa Econômica Federal e à CPTM. Para cumprir o objetivo do trabalho e elaborar as matrizes de planejamento e de achados, foram utilizadas as técnicas de análise documental, conferência de cálculos e inspeção in loco das obras. O volume de recursos fiscalizados (VRF) alcançou o montante de R$ 154.696.167,82. Esse valor se refere ao somatório dos orçamentos-base das licitações para o Sistema de Controle de Tráfego (SCT) e para o sistema de suprimento de energia de tração. Os demais objetos componentes da extensão da Linha 9 estão em fases internas (a exemplo da complementação das obras civis) e ainda não foram analisadas nesta auditoria. Embora os achados de auditoria contenham certa gravidade, observou-se que, no caso do SCT, a proposta melhor classificada consignou desconto linear de 40,12%, percentual relevante. A proposta classificada em 2ª lugar, por sua vez, trouxe o desconto de 36,94%. Houve a participação de 5 licitantes, todos eles com propostas cujos descontos ultrapassaram 10% do valor total do objeto. Dessa maneira, os potenciais riscos de problemas na licitação não se confirmaram, tendo em vista o percentual de desconto oferecido pela proposta melhor classificada. Entre os benefícios estimados desta fiscalização pode-se mencionar que a fiscalização na obra de expansão da Linha 9 da CPTM poderá vir a propiciar melhorias na forma com que essa entidade executa seus procedimentos licitatórios, notadamente no tocante à transparência da planilha orçamentária da obra, no uso de ferramentas do RDC e na não adoção de visita técnica obrigatória. Em vista disso, as propostas de encaminhamento contemplam dar ciência à CPTM das falhas identificadas nesta fiscalização. Por fim, convém mencionar que o critério de definição do Ministro Relator destes autos foi por meio de sorteio (cf. peça 1), conforme disposto no art. 8º da Resolução TCU 4 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Urbana 280/2016. 5 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Urbana Sumário I. Apresentação ........................................................................................................................... 6 I.1. Importância socioeconômica............................................................................................ 6 II. Introdução .............................................................................................................................. 7 II.1. Deliberação que originou o trabalho............................................................................... 7 II.2. Visão geral do objeto ...................................................................................................... 7 II.3. Objetivo e questões de auditoria ................................................................................... 10 II.4. Metodologia utilizada ................................................................................................... 11 II.5. Limitações inerentes à auditoria ................................................................................... 11 II.6. Volume de recursos fiscalizados .................................................................................. 12 II.7. Benefícios estimados da fiscalização............................................................................ 12 III. Achados de auditoria .......................................................................................................... 12 III.1. Escolha injustificada do regime de execução contratual. ............................................ 12 III.2. Visita técnica realizada simultaneamente