<<

PREFEITURA MUNICIPAL DE

SECRETARIA MUNICIPAL DE OBRAS E SERVIÇOS URBANOS

CONCLUSÃO DA AV. CARMELITA DRUMOND DINIZ

(AVENIDA. MARACANÃ)

PLANO DE UTILIZAÇÃO PRETENDIDA COM INVENTÁRIO FLORESTAL

Elaboração: Engesolo Engenharia Ltda.

Dezembro/2018

SUMÁRIO

1.APRESENTAÇÃO ...... 6

2. INFORMAÇÕES GERAIS ...... 7 2.1. IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR ...... 7 2.2. IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA RESPONSÁVEL ...... 7 2.3. EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL PELO ESTUDO ...... 7

3. INTRODUÇÃO ...... 8

4. OBJETIVOS DO ESTUDO ...... 9

5. JUSTIFICATIVA DA INTERVENÇÃO ...... 10

6. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO ...... 11 6.1. LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ...... 11 6.2. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO ...... 12 6.2.1. Indivíduos isolados ...... 12 6.2.2. Fragmentos Florestais ...... 13 6.2.3. Áreas antropizadas ...... 15 6.2.4. Higrografia ...... 16 6.3. CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL DA REGIÃO ...... 17 6.3.1. Meio Físico ...... 17 6.3.2. Meio Biótico ...... 21

7. METODOLOGIA ...... 23 7.1. LEVANTAMENTO DE DADOS ...... 24 7.2. ANÁLISE FLORÍSTICA ...... 26 7.3. ANÁLISE ESTRUTURAL ...... 27 7.4. ANÁLISE VOLUMÉTRICA ...... 29

8. RESULTADOS ...... 30 8.1. CARACTERIZAÇÃO DA VEGETAÇÃO ...... 30 8.2. INTERVENÇÃO EM ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE ...... 30 8.3. LEVANTAMENTO CENSITÁRIO ...... 31 8.3.1. ANÁLISE FLORÍSTICA ...... 31 8.3.2. ANÁLISE ESTRUTURAL ...... 39 8.3.3. ANÁLISE VOLUMÉTRICA ...... 47 8.4. AMOSTRAGEM CASUAL ESTRATIFICADA ...... 51 8.4.1. ANÁLISE FLORÍSTICA ...... 51 8.4.2.ANÁLISE ESTRUTURAL ...... 56 8.4.3. ANÁLISE VOLUMÉTRICA ...... 62 8.5. ANÁLISE DO ESTÁGIO SUCESSIONAL ...... 68

9. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...... 69

10. SISTEMA DE EXPLORAÇÃO ...... 70 10.1. PLANEJAMENTO ...... 70 10.2. SISTEMA OPERACIONAL ...... 70 10.3. TRANSPORTES ...... 70

2

10.4. AVALIAÇÃO DA SUPRESSÃO ...... 70

11. MEDIDAS COMPENSATÓRIAS ...... 71 11.1. ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE ...... 71 11.2. ESPÉCIES IMUNES DE CORTE ...... 71 11.3. INDIVÍDUOS ISOLADOS ...... 72 11.3. SUPRESSÃO DA MATA ATLÂNTICA ...... 73

11. IMPACTOS AMBIENTAIS PROVÁVEIS E MEDIDAS MITIGADORAS .... 75

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...... 78

3

LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Mapa de localização da área de estudo, Contagem – MG...... 12 Figura 2- Indivíduos isolados que serão submetidos à supressão, Contagem - MG. .... 13 Figura 3- Área de fragmento florestal de Floresta Estacional Semidecidual em Estágio Médio Sucessional, Contagem – MG...... 14 Figura 4- Área de fragmento florestal de Floresta Estacional Semidecidual em Estágio Inicial Sucessional, Contagem – MG...... 15 Figura 5- Parte da área antropizada lozalicada na área de intervenção...... 16 Figura 6- Área do afluente registrada na área de intervenção...... 17 Figura 7- Média dos índices de pluviosidade e média da temperatura durante o ano, Contagem - MG. Fonte: Climate, 2018...... 18 Figura 8- Mapa de solos da área de estudo, Contagem – MG...... 19 Figura 9- Formação geológica da área de estudo, Contagem – MG...... 19 Figura 10- Formação geomorfológica da área de estudo, Contagem – MG...... 20 Figura 11- Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, Sub-bacia Rio (SF3)...... 21 Figura 12- Localização da área de estudo em região ecótono, sob o domínio do bioma Mata Atlântica, Contagem - MG...... 23 Figura 13- Marcação das parcelas em campo...... 25 Figura 14- Marcação das espécies numeradas por plaquetas...... 26 Figura 15 - Intervenção em Área de Preservação Permanente...... 31 Figura 16- Estrutura vertical dos indivíduos mensurados no levantamento censitário que serão submetidos à supressão...... 46 Figura 17- Distribuição das espécies mensuradas nas classes de diâmetro (cm)...... 47 Figura 18- Distribuição das espécies mensuradas nas classes de diâmetro (cm)...... 61 Figura 19- Estrutura vertical dos indivíduos mensurados na amostragem que serão submetidos à supressão...... 62

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Conversão de CAP (cm) para DAP (cm)...... 26 Tabela 2 - Parâmetros fitossociológicos utilizados na análise estrutural horizontal. .... 27 Tabela 3- Parâmetros fitossociológicos utilizados na análise estrutural vertical...... 28 Tabela 4 - Índice de Valor de Importância Ampliado...... 29 Tabela 5- Área Basal (m²)...... 29 Tabela 6 - Equação de volume para espécies sob domínio do Bioma Mata Atlântica. . 29 Tabela 7- Espécies registradas na área de intervenção que serão submetidas à supressão pelo levantamento censitário...... 33 Tabela 8- Estrutura horizontal dos indivíduos arbóreo-arbustivos registrados no levantamento censitário (N: Número de Indivíduos; AB: Área Basal (cm²); DA: Densidade Absoluta; DR: Densidade Relativa; DoA: Dominância Absoluto; DoR: Dominância Relativa; VC( Índice de Cobertura)...... 40 Tabela 9-Resultados da volumetria obtida por espécie no levantamento censitário. .... 47 Tabela 10- Espécies registradas na área de intervenção que serão submetidas à supressão por amostragem...... 52 Tabela 11-Estrutura horizontal dos indivíduos arbóreo-arbustivos registrados no levantamento censitário (N: Número de Indivíduos; AB: Área Basal (cm²); DA: Densidade Absoluta; DR: Densidade Relativa; DoA: Dominância Absoluto; DoR: Dominância Relativa; VI ( Índice de Importância)...... 57 4

Tabela 12- Resultados da volumetria obtida por espécie na amostragem...... 62 Tabela 13– Estratificação da amostragem casual estratificada...... 65 Tabela 14- Parâmetros da população florestal submetida à amostragem...... 67

5

1.APRESENTAÇÃO

A Prefeitura Municipal de Contagem apresenta o Plano de Utilização Pretendida com Inventário Florestal, em conformidade com a Resolução conjunta SEMAD/IEF nº 1.905, de 12 de agosto de 2013, referente às intervenções ambientais necessárias para a instalação do Projeto de Engenharia Viária Implantação e Pavimentação da Avenida Maracanã. O projeto abrange 4,5 km.

O empreendimento será regularizado pela Prefeitura de Contagem para obter regularização da intervenção consolidada vinculadas ao processo de regularização ambiental do empreendimento.

6

2. INFORMAÇÕES GERAIS 2.1. IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR

Nome PREFEITURA MUNICIPAL DE CONTAGEM CPF/CNPJ 18.715.508/0001-31 CTF Endereço Praça Trancredo Neves, 200 Município Contagem UF MG CEP 32017-900 Fone 31-3391-2459 E-mail [email protected]

2.2. IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA RESPONSÁVEL

Nome ENGESOLO ENGENHARIA LTDA Responsável/ Função Edmar Mendes S. Júnior/Coodenador de Projetos Fone 31-2103-4300 E-mail [email protected]

2.3. EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL PELO ESTUDO Profissional/Formação Registro Atuação Ana Luíza de Aguilar Duarte CREA MG 145357/D Responsável Técnica pelo PUP Engenheira Florestal IBAMA CTF 5468721 Felipe Gustavo Conrado CREA MG 110159/D Elaboração dos Mapas Temáticos Geógrafo André Monteiro Bastieri CREA MG 123865/D Coordenador de equipe Engenheiro Ambiental

7

3. INTRODUÇÃO O PUP com Inventário Florestal a ser apresentado servirá para obter a regularização da intervenção consolidada vinvulada ao processo lincenciatório do empreendimento em estudo (implantação e pavimentação da Avenida Maracanã) que é necessário para estar de acordo com as normas ambientais vigentes.

O trecho está entre os bairros Olinda e Granja Ouro Branco, município de Contagem - , região metropolitana de e visa atender à população com maior conforto e segurança. Essa avenida possui 4,5 km de extensão.

Tendo em vista a necessidade de intervenção ambiental em APP, em fragmentos florestais e corte de indivíduos arbóreos é necessário à atualização das intervenções e formalização de processo de Intervenção Ambiental junto ao órgão ambiental municipal competente.

Desta forma, a Prefeitura Municipal de Contagem submete à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (SEMAD), por meio de sua Superintendência Regional de Regularização Ambiental (SUPRAM), o projeto e documentos necessários para formalização de processo administrativo para emissão de um Documento Autorizativo para Intervenção Ambiental (DAIA), conforme estabelece a legislação pertinente em vigência.

Através do levantamento censitário e amostragem realizou-se a caracterização quali- quantitativa das espécies florestais registradas na área de intervenção, baseado no Anexo II da Resolução Conjunta SEMAD/IEF nº 1905/2013.

8

4. OBJETIVOS DO ESTUDO O objetivo geral deste plano é realizar a caracterização do empreendimento e o levantamento florestal para análise quantitativa e qualitativa da área em estudo onde será feita a intervenção na vegetação. Como objetivos específicos, tem-se:

✓ Identificar e caracterizar sucintamente a fitofisionomia existente na área de intervenção, bem como as áreas de entorno, com a finalidade de atender ao processo de regularização ambiental municipal e legislação vigente;

✓ Calcular/estimar o volume dos indivíduos arbóreos registrados nas áreas de intervenção;

✓ Identificar e calcular as intervenções ambientais em áreas de preservação permanente necessárias à conclusão das obras;

✓ Realizar a análise qualitativa dos indivíduos arbóreos registrados na área diretamente afetada.

9

5. JUSTIFICATIVA DA INTERVENÇÃO As intervenções na vegetação para implantação da obra se justificam para viabilizar o projeto de implantação e pavimentação da Avenida Maracanã, Contagem – MG e intervenção na área de seneamento na região do empreendimento.

Além de facilitar o deslocamento com conforto e segurança, a via colaborará para o desenvolvimento da economia local, já que a via asfaltada reduz os custos de transporte da produção local e do fornecimento de insumos necessários. Além de diminuir o tréfego nas áreas residenciais de Contagem, colocando o trânsito intenso para a área mais periféfica da cidade.

As obras para saneamento estão propostas com o intuito de controlar o descarte de efluentes de esgotamento sanitário diretamente no córrego em questão.

Considerando ainda o relevante benefício à sociedade, as obras viárias são consideradas como de “Utilidade Pública”, definida de acordo a Lei Estadual 20.922 de 16 de outubro de 2013, que em seu artigo 3°, inciso I, traz:

b) as obras de infraestrutura destinadas às concessões e aos serviços públicos de transporte, sistema viário, saneamento, gestão de resíduos, energia, telecomunicações, radiodifusão, as instalações necessárias à realização de competições esportivas estaduais, nacionais ou internacionais, bem como mineração, exceto, neste último caso, a extração de areia, argila, saibro e cascalho; (grifo nosso).

10

6. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

O presente PUP com Inventário Florestal refere-se ao empreendimento da Avenida Maracanã, Contagem – MG, cujas atividades caracterizam-se pela implantação do empreendimento viário e da pavimentação do trecho que possui 4,5 km de extensão.

6.1. LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

O empreendimento se trata do Projeto de Engenharia Viária para Implantação e Pavimentação da Avenida Maracanã e intervenções sanitárias. O trecho está localizado na região periférica de Contagem visando desviar o trânsito pesado das áreas residenciais da cidade.

Contagem está localizada na Região Metropolitana de Belo Horizonte. É o município com a terceira maior população do estado, com 658.580 habitantes segundo estimativa do IBGE em 2017.

Ao longo do tempo, os limites geográficos do município perderam-se em virtude do seu crescimento horizontal em direção à capital, ocasionando uma intensa conurbação com Belo Horizonte. Contagem integra a Grande BH, sendo um dos mais importantes municípios dessa aglomeração urbana, principalmente pelo seu grande parque industrial. Seu sistema viário, planejado para comportar um fluxo intenso de veículos e de carga, é feito através das principais rodovias do país, a BR-381 (Fernão Dias - acesso a São Paulo), BR-262 (acesso a Vitória e Triângulo Mineiro) e a BR-040 (acesso a Brasília e Rio de Janeiro).

Para chegar a área deve-se dirigir pela BR – 040 sentido Brasília, após o CEASA deverá entrar no primeiro acesso para a entrada de Contagem e dirigir-se sentido o Bairro Praia, a área de intervenção inicia-se logo após a Academia de Bombeiros Militar de Minas Gerias, Avenida Álvaro Santos e fará ligação com a Avenida Carmelita Drumond Diniz. A Figura 1 apresenta a localização da área de estudo.

11

Figura 1- Mapa de localização da área de estudo, Contagem – MG.

6.2. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO

Para implantação da obra viária da Avenida Maracanã, serão necessárias intervenções em áreas antropizadas caracterizadas por pastagens com indivíduos arbóreos isolados, fragmentos florestais, além das áreas antropizadas. Além disso, haverá intervenção da vegetação nas áreas de Áreas de Preservação Permanente (APP). No Anexo II deste estudo seguem os mapas das áreas de intervenção e a localização dos indivíduos arbóreos, contemplando as APPs. 6.2.1. Indivíduos isolados

Para a área de estudo foram registradas área com a presença de pastagem composta por indivíduos isolados e demais áreas antropizadas também apresentaram a presença de indivíduos isolados. Dentre as espécies mensuradas foram registradas as espécies nativas: Zanthoxylum rhoifolium Lam. (mamica-de-porca), Terminalia argentea Mart. (capitão-do-campo), Machaerium opacum Vogel. (jacarandá-do-cerrado), Eugenia dysenterica DC. (cagaiteira), além das espécies exóticas, como: Eucalyptus sp. (eucalipto), Leucaena leucocephala (leucina). A Figura 2 apresenta a imagem referente aos indivíduos isolados registrados na área de estudo. A área de intervenção submetida ao levantamento censitário segue no Anexo II.

12

Figura 2- Indivíduos isolados que serão submetidos à supressão, Contagem - MG.

6.2.2. Fragmentos Florestais

A área apresenta alguns fragmentos florestais de Floresta Estacional Semidecidual (FESD). Pequenas áreas desses fragmentos foram registradas em bom estado de conservação, porém a maior parte da área de intervenção encontra-se perturbada e degradada, pois a área está lozalizada em perímetro urbano e sofre grandes influências antrópicas, como: destinação de lixo, pasto para animais de grande porte, retirada ilegal de madeira, fazendo com que a mata tenha grandes clareiras facilitando a invasão de espécies exóticas e frutíferas. A seguir será apresentada a Figura 3 onde é possível viasulizar a área de FES em bom estado de conservação e a Figura 4 apresenta a área de FES perturbada e degrada. Foram registradas as espécies: Xylopia aromatica (Lam.) Mart. (pimenta-de-macaco), Casearia sylvestris SW. (cafezinho-do-mato), Myrcia splendens (Sw.) (guamirim-folha-fina), Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F.Macbr. (pau-jacaré), Croton urucurana Baill. (sangra d’água), Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer. (canela sassafrás), Matayba elaeagnoides Radlk. (camboatá-branco), nas áreas perturbadas foram registradas as espécies invasoras: Psidium guajava L. (goiabeira),

13

Leucaena leucocephala (leucena), Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd. Mart. (macaúba). A área total submetida a presença de FESD 9,64 ha, mas apenas 0,37 ha apresenta estágio médio sucessional. A área de intervenção considerada área de FESD segue apresentada no Anexo II.

Figura 3- Área de fragmento florestal de Floresta Estacional Semidecidual em Estágio Médio Sucessional, Contagem – MG.

14

Figura 4- Área de fragmento florestal de Floresta Estacional Semidecidual em Estágio Inicial Sucessional, Contagem – MG.

6.2.3. Áreas antropizadas

A área de intervenção já sofreu degradação e pertubarção em grande parte da sua área. A sua maioria é representada por ações antrópicas, como: uso viário, áreas de acesso, áreas antropizadas, canteiros centrais, algumas dessas instalações encontram-se consolidadas como edificações (casas e galpões). A área total é dessas áreas antropizadas representa a maior parte da área de intervenção. A Figura 5 apresenta áreas antropizadas presentes na área de intervenção. A área de intervenção classificada como área antropizada segue no Anexo II.

15

Figura 5- Parte da área antropizada localicada na área de intervenção.

6.2.4. Hidrografia

Á área de intervenção possui uma extensa área de hidrografia, ela passa de diversas partes do trecho a sofrer intervenção. O rio que ocupa a área de estudo ocupa um quantitativo de 1,8 ha. A área delimita pelo afluente que ocupa a área está apresentada no Anexo II.

16

Figura 6- Área do afluente registrada na área de intervenção.

6.3. CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL DA REGIÃO A caracterização do meio físico é apresentada de acordo os dados secundários, elaboração dos mapas temáticos e consultas bibliográficas de estudos da região.

6.3.1. Meio Físico

✓ Clima

O clima é quente e temperado em Contagem. Segundo a Köppen e Geiger o clima era classificado como Cwa. Chove muito menos no inverno do que no verão. A temperatura média em Contagem é de 20.7 ° C. Janeiro é o mês mais quente do ano com uma temperatura média de 23,1 °C. A temperatura mais baixa ao longo do ano é em junho com 17,5 °C. Durante o ano, as temperaturas médias variam em 5,6 ° C.

Pluviosidade média anual de 1410 mm. O mês mais seco tem uma diferença de precipitação 293 mm em relação ao mês mais chuvoso. Agosto é o mês mais seco com 11 mm. A maioria da precipitação cai em dezembro, com uma média de 304 mm.

17

Figura 7- Média dos índices de pluviosidade e média da temperatura durante o ano, Contagem - MG. Fonte: Climate, 2018.

✓ Solos

A área apresenta a formação de solos Neossolo Litólico. São solos que compreendem solos rasos, onde geralmente a soma dos horizontes sobre a rocha não ultrapassa 50 cm, estando associados normalmente a relevos mais declivosos.

As limitações ao uso estão relacionadas a pouca profundidade, presença da rocha e aos declives acentuados associados às áreas de ocorrência destes solos. Estes fatores limitam o crescimento radicular, o uso de máquinas e elevam o risco de erosão.

Sua fertilidade está condicionada à soma de bases e à presença de alumínio, sendo maior nos eutróficos e mais limitada nos distrófios e alícos. Os teores de fósforo são baixos em condições naturais.

São normalmente indicados para preservação da flora e fauna, mas em algumas regiões, verifica-se que estes solos são utilizados, como nos estados de São Paulo e Minas Gerais, para produção de café e milho; com milho, feijão e soja em Santa Catarina e com viticultura e pastagem no Estado do Rio Grande do Sul.

De acordo com a classificação de terceiro nível o solo é distrófico, ou seja, apresenta baixa fertilidade. A Figura 8 apresenta a área de estudo em questão. 18

Figura 8- Mapa de solos da área de estudo, Contagem – MG.

✓ Geologia

A área está inserida completamente no complexo Belo Horizonte. O complexo Belo Horizonte é formado por: gnaisse-granítico, granito, biotita gnaisse, biotita-hornblenda gnaisse e migmatito.

Figura 9- Formação geológica da área de estudo, Contagem – MG.

19

✓ Geomorfológico

A área está sob a unidade geomorfológica Domínio de Colinas Amplas e Suaves. Este domínio é caracterizado por processos de degradação em qualquer litologia. A pedogênese predomina sobre a morfogênese, resultando em solos espessos e bem drenados, geralmente, com baixa a moderada susceptibilidade à erosão. As amplitudes topográficas variam entre 20 e 50 metros e a inclinação das vertentes entre 3° e 10° (CPRM, 2006).

Figura 10- Formação geomorfológica da área de estudo, Contagem – MG.

✓ Hidrografia

A área de intervenção está inserida na Bacia Hidrográfica do São Francisco, Sub-bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba (SF3). A Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba está inserida na mesorregião metropolitana, onde estão municípios como , Pará de Minas e . A bacia abrange 35 sedes municipais, somando uma população estimada de 930.560 habitantes, numa área de drenagem de 12.091 km².

O clima na bacia é considerado semi-úmido, com período seco que dura entre quatro e cinco meses por ano, situando-se a disponibilidade hídrica entre 10 e 20 litros por segundo por quilômetro quadrado. O Índice de Qualidade das Águas na bacia no ano de 2005 apresentou-se predominantemente no nível Médio. Entretanto, é considerável o

20 número de cursos de água onde o IQA apresentou-se Bom, entre os quais estão o Ribeirão Casa Branca, o Ribeirão Catarina e o Rio , no trecho monitorado a jusante do reservatório de Vargem das Flores. O Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Pará encontra-se em funcionamento.

Figura 11- Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, Sub-bacia Rio Paraopeba (SF3). 6.3.2. Meio Biótico

✓ Flora

Os biomas presentes no estado de Minas Gerais compreendem a Mata Atlântica, o Cerrado e a Caatinga que abrigam uma grande variedade de fisionomias resultando em uma grande riqueza de espécies (Costa et al., 1998 e Scolforo & Carvalho, 2006).

A área está localizada em uma região ecótono. Os ecótonos são ambientes de transição entre dois ecossistemas vizinhos. Esses locais são formados pelas fronteiras de diferentes comunidades fechadas. Dessa forma, algumas das espécies de cada uma dessas comunidades atingem seus limites de distribuição na região de ecótono, pois geralmente não são adaptadas para sobreviver no ecossistema que se segue. Outras espécies, porém, possuem maior tolerância ambiental e sua distribuição pode se estender através da região de ecótono e ainda incluir o ecossistema vizinho. Algumas espécies se distribuem apenas na região de ecótono, pois encontram seu ambiente ideal

21 justamente nessa zona de transição, que contém um pouco das características de ambos os ecossistemas. (KARK, S. & RENSBURG, B. J. V. 2006).

É possível verificar na área que as espécies registradas são típicas dos dois biomas que fazem fronteira, o bioma Cerrado e a Mata Atlântica. Ambos são considerados hotspots. Nos estudos ambientais, entende-se por hotspot toda área natural cuja preservação é prioridade em níveis mundiais em razão de suas elevadas ameaças de extinção. Por definição, é considerada como hotspot toda área com pelo menos 1500 espécies endêmicas (que só existem naquela região) e que já perdeu mais de ¾ de sua vegetação original.

Mas sua área de intervenção está inserida sob o dominío do Bioma Mata Atlântica. A Mata Atlântica é formada por um conjunto de formações florestais e ecossistemas associados, que se estendiam originalmente por aproximadamente 1.300.000 km² em 17 estados do território brasileiro. Atualmente os remanescentes de vegetação nativa estão reduzidos a cerca de 22% de sua cobertura original e encontram-se em diferentes estágios de regeneração. Apenas cerca de 7% estão bem conservados em fragmentos acima de 100 hectares (MMA, 2015).

Mesmo reduzida e muito fragmentada, estima-se que na Mata Atlântica existam cerca de 20.000 espécies vegetais (cerca de 35% das espécies existentes no Brasil), incluindo diversas espécies endêmicas e ameaçadas de extinção, sendo a Mata Atlântica altamente prioritária para a conservação da biodiversidade mundial.

Devido à sua grande extensão territorial o Bioma Mata Atlântica apresenta grandes variações no relevo, nos regimes pluviométricos e nos mosaicos de unidades fitogeográficas, as quais contribuem para a grande biodiversidade encontrada nesse hotspot (OLIVEIRA-FILHO & FONTES 2000; SILVA & CASTELETI, 2003).

Em relação a sua fitosionomia da região é encontra Floresta Estacional Semidecidual, além dos indivíduos isolados. A Floresta Semidecidual caracteriza-se pela vegetação de porte arbóreo, e está sujeita a dupla estacionalidade climática, tropical chuvosa no verão seguida por estiagens acentuadas. Nesse tipo de vegetação, o percentual de árvores caducifólias no conjunto florestal situa-se entre 20% e 50% durante a época seca (EMBRAPA FLORESTAS, 2016).

22

Figura 12- Localização da área de estudo em região ecótono, sob o domínio do bioma Mata Atlântica, Contagem - MG.

7. METODOLOGIA Com intuito de obter o DAIA para o empreendimento, foi necessário a visita técnica para levantamento de dados primários obtidos a partir do levantamento florestal. Foi realizado levantamento censitário, onde 100% dos indivíduos são mensurados, para os indivíduos isolados, e esses foram marcados com plaqueta de alumínio numeradas, visando facilitar a vistoria posterior, e todos as espécies mensuradas foram georreferrenciadas.

Já para os fragmentos florestais, em bom estado de conservação e degradados, foi utilizada a amostragem casual estratificada por meio de alocação de parcelas fixas de 200 m². Para a amostragem casual estratificada foram lançadas 11 parcelas de 200 m² (10 m x 20 m) ao longo dos fragmentos florestais, todos os indivíduos encontrados nas parcelas, dentro do critério de inclusão, foram mensurados. A parcelas foram marcadas com fita zebrada, todos os indivíduos localizados dentro das parcelas foram marcados com facão e tiveram o eixo central inicial e final georreferenciados.

O levantamento dos dados ocorreu dos dias 04 a 13 de abril de 2018. Para a realização da vistoria de campo e mensuração dos indivíduos foram elaborados mapas temáticos classificando a fisionomia local, posteriormente realizou-se a checagem em campo. A área de estudo é composta pela formação de pastagens com indivíduos isolados e fragmentos florestais. Com isso, foi elaborado um mapa de cobertura do solo dessas

23

áreas, discriminando-se àquelas que se encontram dentro e/ou fora dos limites de Áreas de Preservação Permanente – APP (LEI FEDERAL n° 12.651, de 25 de maio de 2012, e LEI ESTADUAL nº 20.922, de 16 de outubro de 2013). O mapa de uso e ocupação segue no Anexo II.

7.1. LEVANTAMENTO DE DADOS

Para o levantamento dos dados quantitativos e qualitativos usou-se o levantamento censitário para os indivíduos isolados e amostragem para os fragmentos florestais por meio de parcelas fixas (200 m²). Para a realização da amostragem das espécies considerou-se todos os indivíduos arbóreo-arbustivos com valores de Circunferência a Altura do Peito – CAP (circunferência a 1,30 m do solo) iguais ou superiores a 15,7 cm, presentes na área de estudo. Os indivíduos que apresentaram bifurcação abaixo de 1,30 m, também foram mensurados. A altura de cada indivíduo foi estimada. As espécies foram identificadas em in loco por um técnico especializado, as espécies não identificadas em campo foram fotografadas para posterior identificação. A Figura 7 apresenta a marcação das parcelas e a Figura 8 apresenta a numeração realizada por plaquetas de alumínio.

24

Figura 13- Marcação das parcelas em campo.

25

Figura 14- Marcação das espécies numeradas por plaquetas.

Para os cálculos, as medidas de CAP coletadas em campo foram convertidas em DAP. A Tabela 1 apresenta a conversão para a realização das análises volumétricas. Tabela 1 - Conversão de CAP (cm) para DAP (cm). Parâmetro Variáveis DAP = Diâmetro a Altura do Peito (diâmetro a 1,30 m do solo); CAP CAP = Circunferência a Altura do Peito (circunferência a 1,30 DAP = π m do solo); π= 3,1415926536.

7.2. ANÁLISE FLORÍSTICA De acordo com o levantamento realizado foi elaborada uma listagem das espécies presentes na área de estudo. De acordo com o levantamento foram verificadas se houve a ocorrência de espécies imunes de corte e ameaçadas de extinção.

26

7.3. ANÁLISE ESTRUTURAL

A análise da estrutura horizontal engloba os parâmetros: densidade, que é o número de indivíduos de cada espécie na composição florística do povoamento; dominância, que se define como a medida da projeção do fuste da árvore; freqüência, que mede a distribuição de cada espécie, em termos percentuais, sobre a área; e índice do valor de importância, que é a combinação, em uma única expressão, dos valores relativos de densidade, dominância e freqüência (MATTEUCCI e COLMA 1982).

Tabela 2 - Parâmetros fitossociológicos utilizados na análise estrutural horizontal.

Parâmetro Variáveis DAi = Densidade Absoluta da i-ésima espécie n -1 DA = i (indivíduos.ha ); i A ni = número total de indivíduos mensurados referente à i- ésima espécie; DR = Densidade Relativa da i-ésima espécie (%); A =i área total amostrada (ha). n ni = número total de indivíduos mensurados referente à i- DR = 100. i ésima espécie; i N N = número total de indivíduos mensurados referente à todas as espécies do levantamento. - DoAi = Dominância Absoluta da i-ésima espécie (m².ha ¹);

 g i ∑gi = soma das áreas seccionais de todos os indivíduos DoAi = A pertencentes à i-ésima espécie (m²); gi = área seccional da i-ésima espécie (m²); .DAP 2 A = área total amostrada (ha). g = i 40000 DAP = Diâmetro a Altura do Peito (diâmetro a 1,30 m do solo) (cm); π= 3,1415926536. DoRi = Dominância Relativa da i-ésima espécie (%); ∑g = soma das áreas seccionais de todos os indivíduos g i DoR = 100. i pertencentes à i-ésima espécie (m²); i G G = área basal total referente à soma das áreas seccionais de todas as espécies amostradas (m²). IVCi = Índice de Valor de Cobertura da i-ésima espécie

DR i + DoR i (%); IVC i = 2 DRi = Densidade Relativa da i-ésima espécie (%);

DoRi = Dominância Relativa da i-ésima espécie (%). FAi = Frequência Absoluta da i-ésima espécie (%); U U = número de unidades amostrais em que ocorre a i- FA = 100. i i i U ésima espécie;

U = número total de unidades amostrais. FRi = Frequência Relativa da i-ésima espécie (%);

FA i FAi = Frequência Absoluta da i-ésima espécie (%); FR i = 100.  FA ∑FAi = soma dos valores de frequência absoluta

referente à todas as espécies amostradas (%).

27

Parâmetro Variáveis IVIi = Índice de Valor de Importância da i-ésima espécie (%); DRi + DoRi + FRi IVI i = DRi = Densidade Relativa da i-ésima espécie (%); 3 DoRi = Dominância Relativa da i-ésima espécie (%); FRi = Frequência Relativa da i-ésima espécie (%).

Também foi realizada a análise da estrutura vertical, que visa avaliar os estratos das alturas verificadas em campo.

Tabela 3 - Parâmetros fitossociológicos utilizados na análise estrutural vertical.

Parâmetro Variáveis hji = altura total referente ao j-ésimo indivíduo mensurado, pertencente à i-

Estrato inferior: hji< ( h - 1 Sh) ésima espécie (m);

Estrato médio: - 1 Sh hji + 1 Sh h = média aritmética das alturas totais de

Estrato superior: hji> + 1 Sh todos os indivíduos mensurados (m);

Sh = desvio padrão das alturas totais de todos os indivíduos mensurados (m). PsAi= Posição Fitossociológica Absoluta da i-ésima espécie (%); VF(Ei) = Valor Fitossociológico referente ao estrato inferior (%); VF(Em) = Valor Fitossociológico referente ao estrato médio (%); VF(Es) = Valor Fitossociológico referente ao estrato superior (%); ni(Ei) = número total de indivíduos mensurados da i-ésima espécie no estrato PSAi = [VF(Ei) . ni(Ei)] + [VF(Em) . ni(Em)] + [VF Es) . ni(Es)] inferior; n E VF = *100 ni(Em) = número total de indivíduos N mensurados da i-ésima espécie no estrato médio; ni(Es) = número total de indivíduos mensurados da i-ésima espécie no estrato superior; VF = Valor Fitossociológico; nE = número total de indivíduos mensurados no e-ésimo estrato; N = número total de indivíduos mensurados. PsRi = Posição Fitossociológica Relativa da i-ésima espécie (%); PSA PsAi = Posição Fitossociológica PSR = .100 i  PSA Absoluta da i-ésima espécie (%); ∑PsAi = soma dos valores de posição fitossociológica absoluta referente à todas as espécies amostradas (%).

28

Também foi calculado o Índice de Valor de Importância Ampliado (IVIA) para cada espécie mensurada visando a uma análise fitossociológica concisa, mostrando a importância de cada espécie, como mostra a Tabela 4.

Tabela 4 - Índice de Valor de Importância Ampliado.

Parâmetro Variáveis IVIAi = Índice de Valor de Importância Ampliado da i- ésima espécie (%); DRi = Densidade Relativa da i-ésima espécie (%); DR i + DoR i + FR i + PSR i IVIA i = DoR = Dominância Relativa da i-ésima espécie (%); 4 i

FRi = Frequência Relativa da i-ésima espécie (%); PSRi = Posição Fitossociológica Relativa da i-ésima espécie.

Ainda para a população de indivíduos arbóreos foi calculada a área basal para melhor conhecimento da estrutura das espécies mensuradas na área de estudo. Foi utilizada a fórmula apresentada na Tabela 5.

Tabela 5- Área Basal (m²).

Parâmetro Variáveis AB= Área Basal (m²); DAP2 ∗ π DAP Diâmetro a Altura do Peito (circunferência a 1,30 m AB = 4 do solo); π= 3,1415926536.

7.4. ANÁLISE VOLUMÉTRICA Para a estimativa do volume total de madeira sólida com casca – VTcc (m³) dos indivíduos arbóreos e arbustivos (CAP ≥ 15,7 cm) mensurados na área de estudo sob o Bioma Mata Atlântica utilizou-se a equação descrita pelo CETEC 1995, apresentada na Tabela 6. Tabela 6 - Equação de volume para espécies sob domínio do Bioma Mata Atlântica.

Equação Mata Atlântica Variáveis VTcc = volume total de madeira sólida com casca (m³); 푉푇푐푐 = 0,000074 ∗ 퐷퐴푃1,707348 DAP = diâmetro a altura do peito (diâmetro a ∗ 퐻푡1,16873 1,30 m do solo) (cm); HT = altura total (m);

29

8. RESULTADOS 8.1. CARACTERIZAÇÃO DA VEGETAÇÃO

Na ADA do empreendimento, conforme já informado, a maior parte da cobertura vegetal já sofreu intervenções para implantação da pastagem e área encontra-se bem degrada em grande parte da sua vegetação devido a ação antrópica. Na vistoria de campo, constatou-se a presença de indivíduos arbóreos isolados e fragmentos florestais, haverá supressão de vegetação em APP. No Anexo II segue a localização das espécies mensuradas e das parcelas alocadas em campo. O trecho total possui 4,5 km de extensão.

8.2. INTERVENÇÃO EM ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE

As Áreas de Preservação Permanente – APP são definidas no Código Florestal através da Lei nº 4.771 de setembro de 1965, modificada em último momento pela Lei Federal nº 12.727, de 17 de outubro de 2012 e pela Lei Estadual nº 20.922, de 16 de outubro de 2013. De acordo com a definição estabelecida pela legislação vigente, foram verificadas intervenções de vegetação para as áreas de APPs registradas na área.

Para delimitação da APP foram avaliadas as imagens de satélite interceptadas com os dados de recursos hídricos do IBGE disponíveis para região. Assim, com auxílio do software ArcGis foi criado um buffer de 30 m para cada lado, conforme adotado como parâmetro na Lei Nº 12.651, de 25 de maio de 2012, artigo 4º. A intervenção em APP está delimitada no Anexo II. A área de APP a sofrer intervenção é de 24 ha.

30

Figura 15 - Intervenção em Área de Preservação Permanente.

8.3. LEVANTAMENTO CENSITÁRIO 8.3.1. ANÁLISE FLORÍSTICA

A seguir serão apresentados os resultados para o levantamento censitário e para a amostragem.

Com base no levantamento censitário efetuado para os indivíduos isolados, foram mensurados um total de 962 indivíduos (CAP ≥ 15,7 cm) (Tabela 7), pertencentes a 133 espécies e distribuídas em 40 famílias; além de indivíduos mortos (23) e uma espécie não identificada.

As espécies encontradas são predominantemente nativas, salvo as espécies exóticas: Mangifera indica (21), Spondias purpurea L. (1), Roystonea oleracea (2), Spathodea campanulata (1), Casuarina equisetifolia L. (9), Leucaena leucocephala (122), Delonix regia (Hook.) Raf. (10), Persea americana (1), Hibiscus rosa-sinensis (4), Morus nigra L. (1), Artocarpus heterophyllus (2), Eucalyptus sp. (54), Psidium guajava L. (24), Syzygium jambolanum DC. (2), Eriobotrya japonica (Thunb.) Lindley. (2), Genipa americana L. (1). 31

A família que se destacou foi: a Fabaceae que apresentou maior riqueza com 31 espécies e a maior abundância com 257 indivíduos.

Dentre as espécies registradas na área de intervenção destacam-se as espécies protegidas por Lei: Handroanthus ochraceus (17), Handroanthus vellosoi (Toledo) Mattos (2), Handroanthus serratifolius (Vahl) S.Grose (3), Caryocar brasiliense Camb. (6). (Lei Estadual nº 9.743, de 15 de dezembro de 1988 alterada pela Lei Estadual nº 20.308, de 27 de julho de 2012), conhecida como ipê-amarelo. O gênero Tabebuia, que abrange os ipês-amarelos, passou por revisão taxonômica, baseada em dados moleculares e morfológicos das espécies, sendo restabelecido para algumas espécies o gênero para Handroanthus (OLMSTEAD & GROSE, 2007), e indivíduos das espécies ameaçada de extinção: da Dalbergia nigra (Vell.) Allemão ex Benth (1), Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer. (7), Swietenia macrophylla King (6), Cedrela fissilis Vell. (4).

32

Tabela 7- Espécies registradas na área de intervenção que serão submetidas à supressão pelo levantamento censitário. Família Nome Científico Nome Comum N - morta morta 23 Lithraea molleoides (Vell.) Engl. aroeira-brava 14 Tapirira guianensis Aubl. capitão-do-campo 6 Mangifera indica mangueira 21 Anacardiaceae Spondias purpurea L. seriguela 1 Schinus molle aroeira-salsa 1 Astronium fraxinifolium Schott ex Spreng. gonçalo-alves 1 Tapirira obtusa (Benth.) J.D.Mitch. pau-pombo 1 Annona neolaurifolia H.Rainer. araticum 7 Xylopia aromatica (Lam.) Mart. pimenta-de-macaco 1 Annonaceae Annona cacans Warm. araticum-cagão 4 Annona sylvatica A. St.-Hil. araticum 2 Guateria sp. - 2 Apocynaceae Aspidosperma parvifolium A. DC. guatambu 3 Schefflera morototoni (Aubl.) Maguire morototó 1 Araliaceae Dendropanax cuneatum (A.DC.) Decne. & Planch. maria-mole 2 Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd. Mart. macaúba 28 Arecaceae Roystonea oleracea palmeira-imperial 2 Syagrus romanzoffiana (Cham.) jerivá 1 Asteraceae Gochnatia polymorpha (Less.) Cabr. cambará 1 Handroanthus ochraceus (Cham.) Mattos ipê-amarelo-cascudo 17 Bignoniaceae Zeyheria montana M. bolsa-de-pastor 6 Handroanthus vellosoi (Toledo) Mattos. ipê-amarelo 2

33

Família Nome Científico Nome Comum N Handroanthus pentaphyllus Mattos ipê-rosa 9 Handroanthus roseo-albus (Ridl.) Mattos Ipê-branco 1 Tecoma stans (L.) Jussieu ex. Kunth ipê-de-jardim 35 Handroanthus serratifolius (Vahl) S.Grose. ipê-amarelo 3 Spathodea campanulata espatodea 1 Bixaceae Bixa orellana L. urucum 1 Boraginaceae Cordia sellowiana Cham. louro-mole 7 Burseraceae Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand. breu branco 1 Cannabaceae Celtis iguanaea (Jacq.) Sarg. esporão-de-galo 7 Caryocaraceae Caryocar brasiliense Camb. pequizeiro 6 Casuarinaceae Casuarina equisetifolia L. pinheiro 9 Terminalia argentea Mart. capitão-do-campo 24 Combretaceae Terminalia glabrescens Mart. maria-preta 1 Terminalia fagifolia Mart. capitão-do-campo 9 Ebenaceae Diospyros brasiliensis Mart. ex Miq. maria-preta 2 Maprounea guianensis Aubl. cascudinho 13 Joanesia princeps Vell. joanesia 2 Euphorbiaceae Croton urucurana Baill. sangra d'água 33 Alchornea triplinervia (Sprengel) Müller tanheiro 3 Mabea fistulifera Mart mamoninha 1 Bowdichia virgilioides Kunth sucupira 13 Fabaceae Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville barbatimão 14 Peltophorum dubium (Spreng.) Taub. canafístula 15

34

Família Nome Científico Nome Comum N Dalbergia nigra (Vell.) Allemão ex Benth. jacarandá-da-bahia 1 Copaifera langsdorffii Desf. pau d'óleo 5 Leucaena leucocephala leucena 122 Machaerium scleroxylon Tul. sibiúna 2 Machaerium opacum Vogel. jacarandá-do-cerrado 17 Hymenaea stigonocarpa Mart ex Hayne jatobá 2 Platypodium elegans Vogel. amendoim-bravo 14 Enterolobium gummiferum (Mart.) J.F.Macbr. timburi do cerrado 1 Dalbergia miscolobium Benth. caviúna 5 Acosmium dasycarpum (Vogel) Yakovlev perobinha-do-campo 3 Machaerium nyctitans (Vell.) Benth. jacarandá-bico-de-pato 5 Hymenaea courbaril L. jatobá 3 Senna macrophylla (Kunth) H.S.Irwin & Barneby sena-do-campo 1 Caesalpinia ferrea Mart. ex Tul. pau-ferro 1 Andira fraxinifolia Benth. pau-angelim 5 Mimosa bimucronata (DC.) Kuntze maricá 8 Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F.Macbr. pau-jacaré 1 Lonchocarpus sp. - 1 Machaerium villosum Vogel. jacarandá-paulista 1 Mimosa caesalpiniaefolia sansão-do-campo 2 Schizolobium parahyba (Vell.) Blake guapuruvu 2 Erythrina crista-galli L. mulungu 3 Inga sessilis (Vell.) Mart ingá 10

35

Família Nome Científico Nome Comum N Bauhinia forficata Link. pata-de-vaca 1 Delonix regia (Hook.) Raf. flamboyant 10 Caesalpinia pluviosa var. peltophoroides Sibipiruna 2 Cassia grandis Linnaeus cassia-rosa 4 Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan angico 1 Aegiphila integrifolia (Jacq.) Moldenke papagaio 3 Lamiaceae Aegiphila lhotzkiana Cham. papagaio 3 Ocotea corymbosa (Meisn.) Mez. canela-do-mato 11 Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer. canela-sassafrás 7 Lauraceae Ocotea spixiana (Nees) Mez louro 2 Ocotea diospyrifolia (Meisn.) Mez. canela 2 Persea americana abacateiro 1 Lythraceae Lafoensia pacari Saint-Hilaire dedaleiro 3 Malpighiaceae Byrsonima intermedia A. Juss. murici 4 Ceiba speciosa (A. St.-Hil.) paineira 12 Guazuma ulmifolia Lam. mutamba 1 Malvaceae Luehea grandiflora Mart. Zucc. açoita-cavalo 8 Hibiscus rosa-sinensis hibisco 4 Tibouchina candolleana (Mart. ex DC.) Cogn. quaresmeira 2 Melastomataceae Miconia latecrenata (DC.) Naudin pixiricão 2 Swietenia macrophylla King mogno 6 Meliaceae Guarea guidonia (L.) Sleumer marinheiro 4 Cedrela fissilis Vell. cedro 4

36

Família Nome Científico Nome Comum N Ficus insipida Willd. figueira 1 Maclura tinctoria (L.) D. Don ex Steud taiúva 7 Moraceae Morus nigra L. amoreira 1 Artocarpus heterophyllus jaqueira 2 Eugenia dysenterica DC. cagaiteira 16 Myrcia splendens (Sw.) guamirim-folha-fina 8 Psidium sp. - 1 Eucalyptus sp. eucalipto 54 Psidium guajava L. goiabeira 24 Myrtaceae Myrcia tomentosa (Aubl.) DC. goiaba-brava 4 Myrcia amazonica DC. ingabaú 1 Psidium rufum Mart. ex DC. araçá 1 Syzygium jambolanum DC.) jamelão 2 Eugenia uniflora L. pitanga 1 Malpighia punicifolia L. acerola 1 Não identificada Não idenitificada 1 não identificada 1 2 Nyctaginaceae Bougainvillea glabra bouganvile 3 Ochnaceae Ouratea castaneifolia (DC.) Engl ouratea 1 Peraceae Pera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill. tamanqueira 1 Phyllanthaceae Hyeronima alchorneoides Allemão licurana 2 Primulaceae Myrsine coriacea (Sw.) R.Br. capororoca 2 Rosaceae Eriobotrya japonica (Thunb.) Lindley. nespereira 2 Rubiaceae Genipa americana L. jenipapo 1

37

Família Nome Científico Nome Comum N Zanthoxylum rhoifolium Lam. mamica-de-porca 67 Rutaceae Zanthoxylum riedelianum Engl. mamica-de-porca 35 Citrus sinensis (L.) Osbeck. laranjeira 2 Casearia sylvestris SW. chá-de- 9 Salicaceae Casearia decandra Jacq. guaçatonga 2 Matayba elaeagnoides Radlk. camboatá-branco 3 Dilodendron bipinnatum Radlk maria-pobre 1 Sapindaceae Cupania vernalis Cambess. camboatá-vermelho 7 Sapindus saponaria L. saboneteira 2 Allophylus edulis (A.St.-Hil., Cambess. & A. Juss.) Radlk. fruta-de-pombo 2 Cestrum mariquitense Kunth dama-da-noite 1 Solanum sp. - 1 Solanaceae Solanum mauritianum Scop. fumo-bravo 1 Brugmansia suaveolens trombeta 1 Urticaceae Cecropia pachystachya Trécul. embaúba 3 Qualea grandiflora Mart. pau-terra 15 Vochysiaceae Qualea parviflora Mart. pau-terrinha 3 Total 962

38

8.3.2. ANÁLISE ESTRUTURAL

✓ Estrutura horizontal

Seguem os parâmetros fitossociológicos, relacionados à análise estrutural horizontal, calculados para os indivíduos isolados (Tabela 8). Em relação à fitossociologia dos indivíduos arbóreos isolados, conclui-se que a área basal total dos 632 indivíduos registrados é de 62,24 m². A espécie Eucalipto sp. demonstrou a maior área basal quando comparadas às demais, a sua área basal foi de 13,677 m². Dentre as espécies nativas a espécie que se destacou foi Ceiba speciosa (A. St.-Hil.) 7,505 m². Ambas as espécies representam 34%.

39

Tabela 8- Estrutura horizontal dos indivíduos arbóreo-arbustivos registrados no levantamento censitário (N: Número de Indivíduos; AB: Área Basal (cm²); DA: Densidade Absoluta; DR: Densidade Relativa; DoA: Dominância Absoluto; DoR: Dominância Relativa; VC( Índice de Cobertura). Nome Científico AB DA DR FA FR DoA DoR VC (%) Eucalyptus sp. 13,677 5,4 5,61 100 0,75 1,368 21,97 13,79 Leucaena leucocephala 2,314 12,2 12,68 100 0,75 0,231 3,72 8,2 Ceiba speciosa (A. St.-Hil.) 7,505 1,2 1,25 100 0,75 0,751 12,06 6,65 Mangifera indica 3,92 2,1 2,18 100 0,75 0,392 6,3 4,24 Zanthoxylum rhoifolium Lam. 0,898 6,7 6,96 100 0,75 0,09 1,44 4,2 Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd. Mart. 2,215 2,8 2,91 100 0,75 0,222 3,56 3,23 Tecoma stans (L.) Jussieu ex. Kunth 1,048 3,5 3,64 100 0,75 0,105 1,68 2,66 morta 1,701 2,3 2,39 100 0,75 0,17 2,73 2,56 Croton urucurana Baill. 0,686 3,3 3,43 100 0,75 0,069 1,1 2,27 Zanthoxylum riedelianum Engl. 0,523 3,5 3,64 100 0,75 0,052 0,84 2,24 Peltophorum dubium (Spreng.) Taub. 1,812 1,5 1,56 100 0,75 0,181 2,91 2,24 Swietenia macrophylla King 2,26 0,6 0,62 100 0,75 0,226 3,63 2,13 Casuarina equisetifolia L. 1,639 0,9 0,94 100 0,75 0,164 2,63 1,78 Cedrela fissilis Vell. 1,907 0,4 0,42 100 0,75 0,191 3,06 1,74 Platypodium elegans Vogel. 1,126 1,4 1,46 100 0,75 0,113 1,81 1,63 Terminalia argentea Mart. 0,361 2,4 2,49 100 0,75 0,036 0,58 1,54 Psidium guajava L. 0,32 2,4 2,49 100 0,75 0,032 0,51 1,5 Luehea grandiflora Mart. Zucc. 1,131 0,8 0,83 100 0,75 0,113 1,82 1,32 Inga sessilis (Vell.) Mart 0,855 1 1,04 100 0,75 0,085 1,37 1,21 Eugenia dysenterica DC. 0,438 1,6 1,66 100 0,75 0,044 0,7 1,18 Lithraea molleoides (Vell.) Engl. 0,541 1,4 1,46 100 0,75 0,054 0,87 1,16

40

Nome Científico AB DA DR FA FR DoA DoR VC (%) Machaerium opacum Vogel. 0,325 1,7 1,77 100 0,75 0,032 0,52 1,14 Handroanthus ochraceus (Cham.) Mattos 0,301 1,7 1,77 100 0,75 0,03 0,48 1,13 Qualea grandiflora Mart. 0,385 1,5 1,56 100 0,75 0,038 0,62 1,09 Tapirira guianensis Aubl. 0,934 0,6 0,62 100 0,75 0,093 1,5 1,06 Delonix regia (Hook.) Raf. 0,672 1 1,04 100 0,75 0,067 1,08 1,06 Ocotea corymbosa (Meisn.) Mez. 0,467 1,1 1,14 100 0,75 0,047 0,75 0,95 Maprounea guianensis Aubl. 0,332 1,3 1,35 100 0,75 0,033 0,53 0,94 Celtis iguanaea (Jacq.) Sarg. 0,713 0,7 0,73 100 0,75 0,071 1,14 0,94 Handroanthus pentaphyllus Mattos 0,539 0,9 0,94 100 0,75 0,054 0,87 0,9 Copaifera langsdorffii Desf. 0,796 0,5 0,52 100 0,75 0,08 1,28 0,9 Stryphnodendron Adstringens (Mart.) Coville 0,19 1,4 1,46 100 0,75 0,019 0,31 0,88 Bowdichia virgilioides Kunth 0,221 1,3 1,35 100 0,75 0,022 0,36 0,85 Caryocar brasiliense Camb. 0,597 0,6 0,62 100 0,75 0,06 0,96 0,79 Handroanthus serratifolius (Vahl) S.Grose. 0,771 0,3 0,31 100 0,75 0,077 1,24 0,78 Maclura tinctoria (L.) D. Don ex Steud 0,475 0,7 0,73 100 0,75 0,047 0,76 0,75 Machaerium nyctitans (Vell.) Benth. 0,595 0,5 0,52 100 0,75 0,06 0,96 0,74 Myrcia splendens (Sw.) 0,319 0,8 0,83 100 0,75 0,032 0,51 0,67 Terminalia fagifolia Mart. 0,243 0,9 0,94 100 0,75 0,024 0,39 0,66 Mimosa bimucronata (DC.) Kuntze 0,297 0,8 0,83 100 0,75 0,03 0,48 0,65 Annona neolaurifolia H.Rainer. 0,348 0,7 0,73 100 0,75 0,035 0,56 0,64 Casearia sylvestris SW. 0,162 0,9 0,94 100 0,75 0,016 0,26 0,6 Cassia grandis Linnaeus 0,368 0,4 0,42 100 0,75 0,037 0,59 0,5 Cordia sellowiana Cham. 0,155 0,7 0,73 100 0,75 0,015 0,25 0,49

41

Nome Científico AB DA DR FA FR DoA DoR VC (%) Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer. 0,098 0,7 0,73 100 0,75 0,01 0,16 0,44 Cupania vernalis Cambess. 0,075 0,7 0,73 100 0,75 0,007 0,12 0,42 Annona cacans Warm. 0,235 0,4 0,42 100 0,75 0,024 0,38 0,4 Zeyheria montana M. 0,034 0,6 0,62 100 0,75 0,003 0,05 0,34 Syzygium jambolanum DC.) 0,279 0,2 0,21 100 0,75 0,028 0,45 0,33 Hymenaea courbaril L. 0,205 0,3 0,31 100 0,75 0,02 0,33 0,32 Dalbergia miscolobium Benth. 0,074 0,5 0,52 100 0,75 0,007 0,12 0,32 Andira fraxinifolia Benth. 0,066 0,5 0,52 100 0,75 0,007 0,11 0,31 Artocarpus heterophyllus 0,226 0,2 0,21 100 0,75 0,023 0,36 0,29 Roystonea oleracea 0,214 0,2 0,21 100 0,75 0,021 0,34 0,28 Myrcia tomentosa (Aubl.) DC. 0,075 0,4 0,42 100 0,75 0,007 0,12 0,27 Cecropia pachystachya Trécul. 0,135 0,3 0,31 100 0,75 0,013 0,22 0,26 Guarea guidonia (L.) Sleumer 0,052 0,4 0,42 100 0,75 0,005 0,08 0,25 Hibiscus rosa-sinensis 0,035 0,4 0,42 100 0,75 0,004 0,06 0,24 Byrsonima intermedia A. Juss. 0,027 0,4 0,42 100 0,75 0,003 0,04 0,23 Não idenitificada 1 0,155 0,2 0,21 100 0,75 0,016 0,25 0,23 Alchornea triplinervia (Sprengel) Müller 0,082 0,3 0,31 100 0,75 0,008 0,13 0,22 Machaerium scleroxylon Tul. 0,146 0,2 0,21 100 0,75 0,015 0,23 0,22 Machaerium villosum Vogel. 0,204 0,1 0,1 100 0,75 0,02 0,33 0,22 Matayba elaeagnoides Radlk. 0,072 0,3 0,31 100 0,75 0,007 0,12 0,21 Spondias purpurea L. 0,19 0,1 0,1 100 0,75 0,019 0,31 0,2 Morus nigra L. 0,182 0,1 0,1 100 0,75 0,018 0,29 0,2 Qualea parviflora Mart. 0,044 0,3 0,31 100 0,75 0,004 0,07 0,19

42

Nome Científico AB DA DR FA FR DoA DoR VC (%) Genipa americana L. 0,169 0,1 0,1 100 0,75 0,017 0,27 0,19 Lafoensia pacari Saint-Hilaire 0,039 0,3 0,31 100 0,75 0,004 0,06 0,19 Ocotea spixiana (Nees) Mez 0,103 0,2 0,21 100 0,75 0,01 0,16 0,19 Erythrina crista-galli L. 0,035 0,3 0,31 100 0,75 0,003 0,06 0,18 Aegiphila integrifolia (Jacq.) Moldenke 0,034 0,3 0,31 100 0,75 0,003 0,06 0,18 Aspidosperma parvifolium A. DC. 0,033 0,3 0,31 100 0,75 0,003 0,05 0,18 Aegiphila lhotzkiana Cham. 0,032 0,3 0,31 100 0,75 0,003 0,05 0,18 Bougainvillea glabra 0,024 0,3 0,31 100 0,75 0,002 0,04 0,18 Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F.Macbr. 0,147 0,1 0,1 100 0,75 0,015 0,24 0,17 Acosmium dasycarpum (Vogel) Yakovlev 0,013 0,3 0,31 100 0,75 0,001 0,02 0,17 Caesalpinia pluviosa var. peltophoroides 0,076 0,2 0,21 100 0,75 0,008 0,12 0,16 Casearia decandra Jacq. 0,061 0,2 0,21 100 0,75 0,006 0,1 0,15 Tibouchina candolleana (Mart. ex DC.) Cogn. 0,048 0,2 0,21 100 0,75 0,005 0,08 0,14 Tapirira obtusa (Benth.) J.D.Mitch. 0,109 0,1 0,1 100 0,75 0,011 0,17 0,14 Terminalia glabrescens Mart. 0,107 0,1 0,1 100 0,75 0,011 0,17 0,14 Annona sylvatica A. St.-Hil. 0,041 0,2 0,21 100 0,75 0,004 0,07 0,14 Schizolobium parahyba (Vell.) Blake 0,04 0,2 0,21 100 0,75 0,004 0,07 0,14 Spathodea campanulata 0,105 0,1 0,1 100 0,75 0,011 0,17 0,14 Joanesia princeps Vell. 0,035 0,2 0,21 100 0,75 0,003 0,06 0,13 Handroanthus vellosoi (Toledo) Mattos. 0,031 0,2 0,21 100 0,75 0,003 0,05 0,13 Sapindus saponaria L. 0,029 0,2 0,21 100 0,75 0,003 0,05 0,13 Ocotea diospyrifolia (Meisn.) Mez. 0,026 0,2 0,21 100 0,75 0,003 0,04 0,12 Allophylus edulis (A.St.-Hil., Cambess. & A. Juss.) Radlk. 0,026 0,2 0,21 100 0,75 0,003 0,04 0,12

43

Nome Científico AB DA DR FA FR DoA DoR VC (%) Miconia latecrenata (DC.) Naudin 0,023 0,2 0,21 100 0,75 0,002 0,04 0,12 Hyeronima alchorneoides Allemão 0,022 0,2 0,21 100 0,75 0,002 0,04 0,12 Myrsine coriacea (Sw.) R.Br. 0,015 0,2 0,21 100 0,75 0,002 0,02 0,12 Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan 0,08 0,1 0,1 100 0,75 0,008 0,13 0,12 Eriobotrya japonica (Thunb.) Lindley. 0,014 0,2 0,21 100 0,75 0,001 0,02 0,12 Guateria sp. 0,012 0,2 0,21 100 0,75 0,001 0,02 0,11 Diospyros brasiliensis Mart. ex Miq. 0,012 0,2 0,21 100 0,75 0,001 0,02 0,11 Dendropanax cuneatum (A.DC.) Decne. & Planch. 0,011 0,2 0,21 100 0,75 0,001 0,02 0,11 Hymenaea stigonocarpa Mart ex Hayne 0,009 0,2 0,21 100 0,75 0,001 0,01 0,11 Mimosa caesalpiniaefolia 0,008 0,2 0,21 100 0,75 0,001 0,01 0,11 Syagrus romanzoffiana (Cham.) 0,06 0,1 0,1 100 0,75 0,006 0,1 0,1 Gochnatia polymorpha (Less.) Cabr. 0,057 0,1 0,1 100 0,75 0,006 0,09 0,1 Ouratea castaneifolia (DC.) Engl 0,055 0,1 0,1 100 0,75 0,005 0,09 0,1 Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand. 0,055 0,1 0,1 100 0,75 0,005 0,09 0,1 Caesalpinia ferrea Mart. ex Tul. 0,051 0,1 0,1 100 0,75 0,005 0,08 0,09 Persea americana 0,045 0,1 0,1 100 0,75 0,004 0,07 0,09 Schinus molle 0,04 0,1 0,1 100 0,75 0,004 0,06 0,08 Bauhinia forficata Link. 0,029 0,1 0,1 100 0,75 0,003 0,05 0,07 Psidium rufum Mart. ex DC. 0,026 0,1 0,1 100 0,75 0,003 0,04 0,07 Enterolobium gummiferum (Mart.) J.F.Macbr. 0,021 0,1 0,1 100 0,75 0,002 0,03 0,07 Mabea fistulifera Mart 0,02 0,1 0,1 100 0,75 0,002 0,03 0,07 Pera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill. 0,017 0,1 0,1 100 0,75 0,002 0,03 0,07 Solanum mauritianum Scop. 0,013 0,1 0,1 100 0,75 0,001 0,02 0,06

44

Nome Científico AB DA DR FA FR DoA DoR VC (%) Dilodendron bipinnatum Radlk 0,013 0,1 0,1 100 0,75 0,001 0,02 0,06 Handroanthus roseo-albus (Ridl.) Mattos 0,011 0,1 0,1 100 0,75 0,001 0,02 0,06 Senna macrophylla (Kunth) H.S.Irwin & Barneby 0,011 0,1 0,1 100 0,75 0,001 0,02 0,06 Bixa orellana. L. 0,011 0,1 0,1 100 0,75 0,001 0,02 0,06 Dalbergia nigra (Vell.) Allemão ex Benth. 0,01 0,1 0,1 100 0,75 0,001 0,02 0,06 Eugenia uniflora L. 0,011 0,1 0,1 100 0,75 0,001 0,02 0,06 Citrus sinensis L. Osbeck. 0,01 0,1 0,1 100 0,75 0,001 0,02 0,06 Ficus insipida Willd. 0,009 0,1 0,1 100 0,75 0,001 0,01 0,06 Myrcia amazonica DC. 0,008 0,1 0,1 100 0,75 0,001 0,01 0,06 Lonchocarpus sp. 0,008 0,1 0,1 100 0,75 0,001 0,01 0,06 Schefflera morototoni (Aubl.) Maguire 0,006 0,1 0,1 100 0,75 0,001 0,01 0,06 Guazuma ulmifolia Lam. 0,005 0,1 0,1 100 0,75 0,000 0,01 0,06 Xylopia aromatica (Lam.) Mart. 0,005 0,1 0,1 100 0,75 0,000 0,01 0,06 Citrus sinensis (L.) Osbeck. 0,004 0,1 0,1 100 0,75 0,000 0,01 0,06 Brugmansia suaveolens 0,004 0,1 0,1 100 0,75 0,000 0,01 0,06 Psidium sp. 0,002 0,1 0,1 100 0,75 0,000 0,000 0,05 Astronium fraxinifolium Schott ex Spreng. 0,002 0,1 0,1 100 0,75 0,000 0,000 0,05 Solanum sp. 0,002 0,1 0,1 100 0,75 0,000 0,000 0,05 Malpighia punicifolia L. 0,002 0,1 0,1 100 0,75 0,000 0,000 0,05 Cestrum mariquitense Kunth 0,002 0,1 0,1 100 0,75 0,000 0,000 0,05 Total 62,241 96,2 100 13400 100 6,224 100 100

45

✓ Estrutura Vertical

Avaliando-se a estrutura vertical, verificou-se que, em geral, os indivíduos pertencem principalmente ao estrato médio de altura (Altura Total ≥ 5 m a < 12,0 m), a Figura 16 apresentada, é possível verificar essa predominância.

Figura 16- Estrutura vertical dos indivíduos mensurados no levantamento censitário que serão submetidos à supressão.

✓ Distribuição Diamétrica Com relação à distribuição do número de indivíduos por classes de diâmetro, as análises podem ser vistas no Figura 17. Logo, constatou-se que essa distribuição teve um comportamento tendendo a J-invertido, indicando, então, a existência de uma grande densidade de indivíduos, nas menores classes de diâmetro. Comportamento comum para espécies nativas.

46

Figura 17- Distribuição das espécies mensuradas nas classes de diâmetro (cm).

8.3.3. ANÁLISE VOLUMÉTRICA

Considerando o levantamento censitário realizado para os indivíduos isolados verificou- se o volume total de 369,75 m³. A espécie que se destacou com o maior volume foi o Eucalyptus sp. com 107,04 m³, e em seguida a espécie nativa Ceiba speciosa (A. St.- Hil.) com 48,06 m³, ambas juntas representam aproximadamente 42% do volume total da área de estudo.

Tabela 9-Resultados da volumetria obtida por espécie no levantamento censitário. Nome Científico Nome Comum Volume Eucalyptus sp. eucalipto 107,047 Ceiba speciosa (A. St.-Hil.) paineira 48,0666 Mangifera indica mangueira 19,0518 Swietenia macrophylla King mogno 17,918 Peltophorum dubium (Spreng.) Taub. canafístula 11,7769

47

Nome Científico Nome Comum Volume Cedrela fissilis Vell. cedro 11,5561 Casuarina equisetifolia L. pinheiro 11,1192 Leucaena leucocephala leucena 10,8826 morta morta 7,8354 Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd. Mart. macaúba 7,006 Platypodium elegans Vogel. amendoim-bravo 6,4601 Copaifera langsdorffii Desf. pau d'óleo 6,1374 Tecoma stans (L.) Jussieu ex. Kunth ipê-de-jardim 6,0852 Luehea grandiflora Mart. Zucc. açoita-cavalo 6,0777 Inga sessilis (Vell.) Mart ingá 5,6056 Handroanthus serratifolius (Vahl) S.Grose. ipê-amarelo 5,1647 Tapirira guianensis Aubl. capitão-do-campo 5,1083 Celtis iguanaea (Jacq.) Sarg. esporão-de-galo 4,8582 jacarandá-bico-de- Machaerium nyctitans (Vell.) Benth. pato 3,6901 Delonix regia (Hook.) Raf. flamboyant 3,4453 Zanthoxylum rhoifolium Lam. mamica-de-porca 3,1599 Croton urucurana Baill. sangra d'água 2,919 Cassia grandis Linnaeus cassia-rosa 2,7293 Lithraea molleoides (Vell.) Engl. aroeira-brava 2,5219 Handroanthus pentaphyllus Mattos ipê-rosa 2,3805 Ocotea corymbosa (Meisn.) Mez. canela-do-mato 2,2613 Caryocar brasiliense Camb. pequizeiro 2,2327 Zanthoxylum riedelianum Engl. mamica-de-porca 2,2094 Syzygium jambolanum DC.) jamelão 2,0185 Machaerium villosum Vogel. jacarandá-paulista 1,7812 Não idenitificada 1 não identificada 1 1,667 Annona neolaurifolia H.Rainer. araticum 1,6186 Annona cacans Warm. araticum-cagão 1,5774 Terminalia argentea Mart. capitão-do-campo 1,5116 Eugenia dysenterica DC. cagaiteira 1,4964 Myrcia splendens (Sw.) guamirim-folha-fina 1,4621 Maclura tinctoria (L.) D. Don ex Steud taiúva 1,4273 Hymenaea courbaril L. jatobá 1,4117 Terminalia fagifolia Mart. capitão-do-campo 1,293 Maprounea guianensis Aubl. cascudinho 1,2749 Mimosa bimucronata (DC.) Kuntze maricá 1,2346 Roystonea oleracea palmeira-imperial 1,1883 Genipa americana L. jenipapo 1,1227 Qualea grandiflora Mart. pau-terra 1,1169 Spondias purpurea L. seriguela 1,0348 Bowdichia virgilioides Kunth sucupira 0,9774 Artocarpus heterophyllus jaqueira 0,9736 Psidium guajava L. goiabeira 0,97

48

Nome Científico Nome Comum Volume Machaerium opacum Vogel. jacarandá-do-cerrado 0,8606 Cecropia pachystachya Trécul. embaúba 0,7991 Handroanthus ochraceus (Cham.) Mattos ipê-amarelo-cascudo 0,7936 Machaerium scleroxylon Tul. sibiúna 0,7855 Casearia sylvestris SW. chá-de-bugre 0,7358 Tapirira obtusa (Benth.) J.D.Mitch. pau-pombo 0,7135 Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan angico 0,6956 Spathodea campanulata espatodea 0,693 Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F.Macbr. pau-jacaré 0,679 Cordia sellowiana Cham. louro-mole 0,6697 Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville barbatimão 0,5109 Syagrus romanzoffiana (Cham.) jerivá 0,5085 Ocotea spixiana (Nees) Mez louro 0,4929 Morus nigra L. amoreira 0,4423 Alchornea triplinervia (Sprengel) Müller tanheiro 0,4247 Terminalia glabrescens Mart. maria-preta 0,3986 Myrcia tomentosa (Aubl.) DC. goiaba-brava 0,3947 Annona sylvatica A. St.-Hil. araticum 0,3523 Andira fraxinifolia Benth. pau-angelim 0,3497 Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer. canela-sassafrás 0,3413 Caesalpinia pluviosa var. peltophoroides Sibipiruna 0,3329 Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand. breu branco 0,3266 Casearia decandra Jacq. guaçatonga 0,2956 Guarea guidonia (L.) Sleumer marinheiro 0,2516 Matayba elaeagnoides Radlk. camboatá-branco 0,2459 Persea americana abacateiro 0,2457 Cupania vernalis Cambess. camboatá-vermelho 0,2285 Gochnatia polymorpha (Less.) Cabr. cambará 0,2026 Bauhinia forficata Link. pata-de-vaca 0,1679 Handroanthus vellosoi (Toledo) Mattos. ipê-amarelo 0,1667 Dalbergia miscolobium Benth. caviúna 0,1655 Aegiphila integrifolia (Jacq.) Moldenke papagaio 0,1587 Sapindus saponaria L. saboneteira 0,1519 Schizolobium parahyba (Vell.) Blake guapuruvu 0,14 Psidium rufum Mart. ex DC. araçá 0,136 Qualea parviflora Mart. pau-terrinha 0,1324 Caesalpinia ferrea Mart. ex Tul. pau-ferro 0,122 Tibouchina candolleana (Mart. ex DC.) Cogn. quaresmeira 0,1173 Aspidosperma parvifolium A. DC. guatambu 0,1164 Mabea fistulifera Mart mamoninha 0,1088 Erythrina crista-galli L. mulungu 0,1067 Lafoensia pacari Saint-Hilaire dedaleiro 0,1016 Hibiscus rosa-sinensis hibisco 0,1015 Zeyheria montana M. bolsa-de-pastor 0,1013 49

Nome Científico Nome Comum Volume Hyeronima alchorneoides Allemão licurana 0,0896 Aegiphila lhotzkiana Cham. papagaio 0,0861 Miconia latecrenata (DC.) Naudin pixiricão 0,0718 Bougainvillea glabra bouganvile 0,0708 Joanesia princeps Vell. joanesia 0,0692 Allophylus edulis (A.St.-Hil., Cambess. & A. Juss.) Radlk. fruta-de-pombo 0,0634 Ocotea diospyrifolia (Meisn.) Mez. canela 0,0607 Byrsonima intermedia A. Juss. murici 0,0577 Pera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill. tamanqueira 0,0539 Dilodendron bipinnatum Radlk maria-pobre 0,0499 Ouratea castaneifolia (DC.) Engl ouratea 0,0492 Dendropanax cuneatum (A.DC.) Decne. & Planch. maria-mole 0,0452 Enterolobium gummiferum (Mart.) J.F.Macbr. timburi do cerrado 0,0436 Eriobotrya japonica (Thunb.) Lindley. nespereira 0,0386 Diospyros brasiliensis Mart. ex Miq. maria-preta 0,0385 Dalbergia nigra (Vell.) Allemão ex Benth. jacarandá-da-bahia 0,0349 Handroanthus roseo-albus (Ridl.) Mattos Ipê-branco 0,0343 Schinus molle aroeira-salsa 0,0341 Solanum mauritianum Scop. fumo-bravo 0,033 Senna macrophylla (Kunth) H.S.Irwin & Barneby sena-do-campo 0,0327 Lonchocarpus sp. - 0,0299 Eugenia uniflora L. pitanga 0,0288 Acosmium dasycarpum (Vogel) Yakovlev perobinha-do-campo 0,0256 Myrcia amazonica DC. ingabaú 0,0256 Ficus insipida Willd. figueira 0,0238 Hymenaea stigonocarpa Mart ex Hayne jatobá 0,022 Guateria sp. - 0,0217 Myrsine coriacea (Sw.) R.Br. capororoca 0,0213 Citrus sinensis L. Osbeck. laranja-pera 0,0206 Bixa orellana L. urucum 0,0197 Mimosa caesalpiniaefolia sansão-do-campo 0,0171 Schefflera morototoni (Aubl.) Maguire morototó 0,0169 Guazuma ulmifolia Lam. mutamba 0,012 Xylopia aromatica (Lam.) Mart. pimenta-de-macaco 0,012 Brugmansia suaveolens trombeta 0,0109 Citrus sinensis (L.) Osbeck. laranjeira 0,0096 Astronium fraxinifolium Schott ex Spreng. gonçalo-alves 0,0067 Solanum sp. - 0,0048 Malpighia punicifolia L. acerola 0,0048 Psidium sp. - 0,0045 Cestrum mariquitense Kunth dama-da-noite 0,0043 Total 369,7524

50

8.4. AMOSTRAGEM CASUAL ESTRATIFICADA 8.4.1. ANÁLISE FLORÍSTICA Com base na amostragem realizada nos fragmentos florestais por 11 parcelas fixas de 200m² foram mensurados um total de 343 indivíduos (CAP ≥ 15,7 cm) (Tabela 10), pertencentes a 75 espécies e distribuídas em 33 famílias; além de indivíduos mortos (22) e duas espécies não identificadas. As espécies encontradas são predominantemente nativas, salvo a espécie exótica: Psidium guajava L (18).

A família que se destacou foi a Fabaceae que apresentou maior riqueza (13 espécies). Com relação à abundância, a família que se destacou foi a Myrtaceae com (16 indivíduos). A Tabela 10 apresenta a riqueza e abundância das espécies. Foram registradas espécies ameaçadas de extinção nos fragmentos florestais: Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer (7), Cedrela fissilis Vell (1).

51

Tabela 10- Espécies registradas na área de intervenção que serão submetidas à supressão por amostragem.

Família Nome Científico Nome Comum N Parcelas Anacardiaceae Astronium fraxinifolium Schott ex Spreng. gonçalo-alves 1 1 Tapirira guianensis Aubl. tapirira 6 10, 3, 5, 8 Lithraea molleoides (Vell.) Engl. aroeira-brava 17 6, 7, 9 Annonaceae Annona neolaurifolia H.Rainer. araticum 2 1 Xylopia aromatica (Lam.) Mart. pimenta-de-macaco 3 1 Araliaceae Dendropanax cuneatum (A.DC.) Decne. & Planch. maria-mole 10 10, 8 Arecaceae Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman jerivá 2 6, 7 Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd. Mart. macaúba 4 10, 9 Bignoniaceae Tecoma stans (L.) Jussieu ex. Kunth ipê-de-jardim 13 2, 4, 6, 7 Chrysobalanaceae Licania kunthiana Hook.f. licania 1 10 Elaeocarpaceae Sloanea monosperma Vell Sapopema 1 5 Erytrhoxylaceae Erythroxylum daphnites Mart. - 1 9 Euphorbiaceae Maprounea guianensis Aubl. cascudinho 11 1, 5, 6, 7, 8 Croton urucurana Baill. sangra d'água 25 10, 2, 3, 4 Alchornea triplinervia (Sprengel) Müller tanheiro 6 3, 4, 6, 7, 8 Sapium glandulosum (L.) quaresmeira 1 9 Fabaceae Dalbergia foliolosa Benth jacarandá-caviúna 1 1 Platypodium elegans Vogel. amendoim-bravo 5 1, 11, 7 Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F.Macbr. pau-jacaré 3 1, 10 Inga sessilis (Vell.) Mart ingá 5 2, 3, 4 Machaerium nyctitans (Vell.) Benth. jacarandá-bico-de-pato 2 3, 9 Leucaena leucocephala leucena 10 4 Andira fraxinifolia Benth. pau-angelim 2 11, 5 Cassia ferruginea (Schrad.) Schrad. ex DC. canafistula 2 5

52

Família Nome Científico Nome Comum N Parcelas Machaerium villosum Vogel. jacarandá-paulista 3 11, 5, 6 Mimosa bimucronata (DC.) Kuntze maricá 1 6 Machaerium scleroxylon Tul. jacarandá 11 11, 6, 7, 8 Copaifera langsdorffii Desf. pau d'óleo 6 11, 7 Bauhinia rufa (Bong.) Steud pata-de-vaca 3 8 Hypericaceae Vismia brasiliensis Choisy azeitona-do-mato 1 1 Lamiaceae Vitex polygama Cham. azeitona-do-mato 2 7 Hyptidendron asperrimum (Spreng.) Harley roxinho 2 11, 7 Lauraceae Ocotea corymbosa (Meisn.) Mez. canela-do-mato 5 11, 2, 6, 8 Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer. canela-sassafrás 7 3, 5, 6 Ocotea spixiana (Nees) Mez louro 5 10, 5, 8 Malpighiaceae Byrsonima sericea DC murici da praia 1 1 Malvaceae Guazuma ulmifolia Lamarck mutamba-preta 4 10, 5 Luehea grandiflora Mart. Zucc. açoita-cavalo 1 7 Melastomataceae Tibouchina candolleana (Mart. ex DC.) Cogn quaresmeira 5 9 Meliaceae Trichilia pallida Sw baga-de-morcego 1 8 Cedrela fissilis Vell. cedro 1 10 Monimiaceae Mollinedia widgrenii A.DC. roxinho 1 11 Moraceae Maclura tinctoria (L.) D. Don ex Steud taiúva 1 2 Ficus insipida Willd. figueira-branca 1 2 Myrtaceae Calyptranthes pulchella DC. - 6 1, 10 Eugenia pungens O.Berg guabiju 2 1 Eugenia sonderiana O.Berg. guanandi 10 1, 10 Myrcia splendens (Sw.) guamirim-folha-fina 13 1, 10, 11, 5, 7, 8, 9 Campomanesia xanthocarpa O.Berg guariroba 3 1, 5 Marlieria sp - 9 2, 3, 6, 9

53

Família Nome Científico Nome Comum N Parcelas Psidium guajava L. goiabeira 18 2, 3, 4, 6, 7, 9 Eugenia dysenterica DC. cagaiteira 1 7 Campomanesia phaea (O. Berg.) Landrum cambuci 2 7 Psidium sp. - 1 9 Eugenia involucrata DC. cerejeira 7 10, 11 Não identificada Não identificada 1 não identificada 1 2 3, 5 Não identificada 2 não identificada 2 1 7 Nyctaginaceae Guapira opposita (Vell.) corticeira 1 11 Ochnaceae Ouratea castaneifolia (DC.) Engl ouratea 1 11 Phyllanthaceae Hyeronima alchorneoides Allemão licurana 3 8 Piperaceae Piper aduncum L pimenta-longa 1 3 Rhamnaceae Rhamnidium elaeocarpum Reissek saguaraji 2 4 Rubiaceae Amaioua guianensis Aubl. marmelinho 5 1, 8 Rutaceae Zanthoxylum rhoifolium Lam. mamica-de-porca 4 5, 7, 9 Zanthoxylum riedelianum Engl. aroeira-brava 3 6, 10 Salicaceae Casearia sylvestris SW. chá-de-bugre 8 1, 2, 5, 6, 8 Casearia decandra Jacq. licurana 1 8 Sapindaceae Sapindus saponaria L. saboneteira 1 4 Matayba elaeagnoides Radlk. camboatá-branco 8 10, 11, 5, 6, 8, 9 Cupania vernalis Cambess. camboatá-vermelho 3 11, 5 Cupania ludowigii Somner & Ferrucci guamirim-folha-fina 1 9 Siparunaceae Siparuna guianensis Aublet negramina 3 1, 7 Solanaceae Solanum mauritianum Scop. fumo-bravo 1 4 Thymelaeaceae Daphnopsis racemosa Griseb. embira 1 7 Urticaceae Cecropia pachystachya Trécul. embaúba 3 8 morta morta 22 1, 11, 2, 3, 4, 6, 7, 8

54

Família Nome Científico Nome Comum N Parcelas Total 11

55

8.4.2.ANÁLISE ESTRUTURAL

✓ Estrutura Horizontal

Seguem os parâmetros fitossociológicos, relacionados à análise estrutural horizontal, calculados para a amostragem casual estratificada (Tabela 11). Em relação à fitossociologia dos indivíduos arbóreos isolados, conclui-se que a área basal total dos 343 indivíduos registrados é de 5,4 m². Pode-se notar que as árvores mortas tiveram o maior valor de importância devido a perturbação sofrida na área e antropização às suas adjacências (VI = 5,9%) quando comparada às demais espécies mensuradas.

56

Tabela 11-Estrutura horizontal dos indivíduos arbóreo-arbustivos registrados no levantamento censitário (N: Número de Indivíduos; AB: Área Basal (cm²); DA: Densidade Absoluta; DR: Densidade Relativa; DoA: Dominância Absoluto; DoR: Dominância Relativa; VI ( Índice de Importância). Nome Científico AB DA DR FA FR DoA DoR VI (%) morta 0,341 100 6,41 72,73 4,97 1,549 6,3 5,9 Croton urucurana Baill. 0,376 113,636 7,29 36,36 2,48 1,708 6,95 5,58 Lithraea molleoides (Vell.) Engl. 0,383 77,273 4,96 27,27 1,86 1,743 7,09 4,64 Psidium guajava L. 0,139 81,818 5,25 54,55 3,73 0,633 2,58 3,85 Myrcia splendens (Sw.) 0,148 59,091 3,79 63,64 4,35 0,673 2,74 3,63 Matayba elaeagnoides Radlk. 0,24 36,364 2,33 54,55 3,73 1,089 4,43 3,5 Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer. 0,276 31,818 2,04 27,27 1,86 1,253 5,1 3 Tecoma stans (L.) Jussieu ex. Kunth 0,131 59,091 3,79 36,36 2,48 0,594 2,42 2,9 Maprounea guianensis Aubl. 0,109 50 3,21 45,45 3,11 0,494 2,01 2,77 Machaerium scleroxylon Tul. 0,131 50 3,21 36,36 2,48 0,594 2,42 2,7 Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd. Mart. 0,287 18,182 1,17 18,18 1,24 1,302 5,3 2,57 Alchornea triplinervia (Sprengel) Müller 0,147 27,273 1,75 45,45 3,11 0,668 2,72 2,52 Tibouchina candolleana (Mart. ex DC.) Cogn 0,243 22,727 1,46 9,09 0,62 1,102 4,49 2,19 Marlieria sp 0,075 40,909 2,62 36,36 2,48 0,339 1,38 2,16 Casearia sylvestris SW. 0,037 36,364 2,33 45,45 3,11 0,168 0,68 2,04 Inga sessilis (Vell.) Mart 0,149 22,727 1,46 27,27 1,86 0,678 2,76 2,03 Eugenia sonderiana O.Berg. 0,099 45,455 2,92 18,18 1,24 0,448 1,82 1,99 Dendropanax cuneatum (A.DC.) Decne. & Planch. 0,091 45,455 2,92 18,18 1,24 0,413 1,68 1,95 Machaerium villosum Vogel. 0,155 13,636 0,87 27,27 1,86 0,705 2,87 1,87 Leucaena leucocephala 0,111 45,455 2,92 9,09 0,62 0,503 2,05 1,86 Copaifera langsdorffii Desf. 0,136 27,273 1,75 18,18 1,24 0,62 2,52 1,84

57

Nome Científico AB DA DR FA FR DoA DoR VI (%) Ocotea corymbosa (Meisn.) Mez. 0,069 22,727 1,46 36,36 2,48 0,314 1,28 1,74 Tapirira guianensis Aubl. 0,04 27,273 1,75 36,36 2,48 0,182 0,74 1,66 Platypodium elegans Vogel. 0,072 22,727 1,46 27,27 1,86 0,327 1,33 1,55 Ocotea spixiana (Nees) Mez 0,065 22,727 1,46 27,27 1,86 0,296 1,21 1,51 Calyptranthes pulchella DC. 0,066 27,273 1,75 18,18 1,24 0,302 1,23 1,41 Hyeronima alchorneoides Allemão 0,146 13,636 0,87 9,09 0,62 0,666 2,71 1,4 Zanthoxylum rhoifolium Lam. 0,054 18,182 1,17 27,27 1,86 0,246 1 1,34 Machaerium nyctitans (Vell.) Benth. 0,111 9,091 0,58 18,18 1,24 0,503 2,05 1,29 Eugenia involucrata DC. 0,032 31,818 2,04 18,18 1,24 0,145 0,59 1,29 Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman 0,092 9,091 0,58 18,18 1,24 0,419 1,71 1,18 Guazuma ulmifolia Lamarck 0,048 18,182 1,17 18,18 1,24 0,22 0,9 1,1 Campomanesia xanthocarpa O.Berg 0,059 13,636 0,87 18,18 1,24 0,266 1,08 1,07 Amaioua guianensis Aubl. 0,019 22,727 1,46 18,18 1,24 0,088 0,36 1,02 Cecropia pachystachya Trécul. 0,081 13,636 0,87 9,09 0,62 0,37 1,5 1 Cupania vernalis Cambess. 0,042 13,636 0,87 18,18 1,24 0,193 0,78 0,97 Não identificada 1 0,045 9,091 0,58 18,18 1,24 0,205 0,83 0,89 Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F.Macbr. 0,028 13,636 0,87 18,18 1,24 0,129 0,52 0,88 Bauhinia rufa (Bong.) Steud 0,048 13,636 0,87 9,09 0,62 0,216 0,88 0,79 Siparuna guianensis Aublet 0,008 13,636 0,87 18,18 1,24 0,034 0,14 0,75 Sapium glandulosum (L.) 0,067 4,545 0,29 9,09 0,62 0,306 1,25 0,72 Andira fraxinifolia Benth. 0,015 9,091 0,58 18,18 1,24 0,069 0,28 0,7 Hyptidendron asperrimum (Spreng.) Harley 0,015 9,091 0,58 18,18 1,24 0,067 0,27 0,7 Sapindus saponaria L. 0,052 4,545 0,29 9,09 0,62 0,237 0,96 0,63

58

Nome Científico AB DA DR FA FR DoA DoR VI (%) Xylopia aromatica (Lam.) Mart. 0,013 13,636 0,87 9,09 0,62 0,061 0,25 0,58 Eugenia dysenterica DC. 0,04 4,545 0,29 9,09 0,62 0,182 0,74 0,55 Zanthoxylum riedelianum Engl. 0,022 9,091 0,58 9,09 0,62 0,101 0,41 0,54 Ficus insipida Willd. 0,035 4,545 0,29 9,09 0,62 0,158 0,64 0,52 Solanum mauritianum Scop. 0,032 4,545 0,29 9,09 0,62 0,144 0,58 0,5 Campomanesia phaea (O. Berg.) Landrum 0,016 9,091 0,58 9,09 0,62 0,071 0,29 0,5 Rhamnidium elaeocarpum Reissek 0,012 9,091 0,58 9,09 0,62 0,054 0,22 0,48 Cassia ferruginea (Schrad.) Schrad. ex DC. 0,01 9,091 0,58 9,09 0,62 0,046 0,19 0,46 Vitex polygama Cham. 0,008 9,091 0,58 9,09 0,62 0,037 0,15 0,45 Annona neolaurifolia H.Rainer. 0,005 9,091 0,58 9,09 0,62 0,022 0,09 0,43 Eugenia pungens O.Berg 0,004 9,091 0,58 9,09 0,62 0,02 0,08 0,43 Vismia brasiliensis Choisy 0,018 4,545 0,29 9,09 0,62 0,083 0,34 0,42 Zanthoxylum riedelianum Engl. 0,013 4,545 0,29 9,09 0,62 0,058 0,24 0,38 Sloanea monosperma Vell 0,01 4,545 0,29 9,09 0,62 0,047 0,19 0,37 Erythroxylum daphnites Mart. 0,009 4,545 0,29 9,09 0,62 0,039 0,16 0,36 Licania kunthiana Hook.f. 0,009 4,545 0,29 9,09 0,62 0,039 0,16 0,36 Ouratea castaneifolia (DC.) Engl 0,008 4,545 0,29 9,09 0,62 0,035 0,14 0,35 Dalbergia foliolosa Benth 0,006 4,545 0,29 9,09 0,62 0,028 0,12 0,34 Não identificada 2 0,006 4,545 0,29 9,09 0,62 0,026 0,11 0,34 Casearia decandra Jacq. 0,006 4,545 0,29 9,09 0,62 0,026 0,11 0,34 Maclura tinctoria (L.) D. Don ex Steud 0,005 4,545 0,29 9,09 0,62 0,024 0,1 0,34 Luehea grandiflora Mart. Zucc. 0,005 4,545 0,29 9,09 0,62 0,024 0,1 0,34 Guapira opposita (Vell.) 0,005 4,545 0,29 9,09 0,62 0,024 0,1 0,34

59

Nome Científico AB DA DR FA FR DoA DoR VI (%) Astronium fraxinifolium Schott ex Spreng. 0,005 4,545 0,29 9,09 0,62 0,021 0,08 0,33 Psidium sp. 0,004 4,545 0,29 9,09 0,62 0,019 0,08 0,33 Cupania ludowigii Somner & Ferrucci 0,004 4,545 0,29 9,09 0,62 0,017 0,07 0,33 Cedrela fissilis Vell. 0,003 4,545 0,29 9,09 0,62 0,014 0,06 0,32 Byrsonima sericea DC 0,003 4,545 0,29 9,09 0,62 0,013 0,05 0,32 Daphnopsis racemosa Griseb. 0,003 4,545 0,29 9,09 0,62 0,013 0,05 0,32 Trichilia pallida Sw 0,003 4,545 0,29 9,09 0,62 0,013 0,05 0,32 Mollinedia widgrenii A.DC. 0,003 4,545 0,29 9,09 0,62 0,013 0,05 0,32 Mimosa bimucronata (DC.) Kuntze 0,003 4,545 0,29 9,09 0,62 0,012 0,05 0,32 Piper aduncum L 0,002 4,545 0,29 9,09 0,62 0,009 0,04 0,32 Total 5,405 1559,09 100 1463,64 100 24,57 100 100

60

✓ Estrutura Vertical

Avaliando-se a estrutura vertical, verificou-se que, em geral, os indivíduos pertencem principalmente ao estrato médio de altura (Altura Total ≥ 5 m a < 12,0 m), a Figura 11 apresentada, é possível verificar essa predominância.

Figura 18- Distribuição das espécies mensuradas nas classes de diâmetro (cm).

✓ Distribuição diamátrica Com relação à distribuição do número de indivíduos por classes de diâmetro, as análises podem ser vistas no Figura 10. Logo, constatou-se que essa distribuição teve um comportamento tendendo a J-invertido, indicando, então, a existência de uma grande densidade de indivíduos, nas menores classes de diâmetro. Comportamento comum a florestas nativas.

61

Figura 19- Estrutura vertical dos indivíduos mensurados na amostragem que serão submetidos à supressão.

8.4.3. ANÁLISE VOLUMÉTRICA

Considerando a amostragem casual estratificada verificou-se o volume total de 27,12m³. A espécie que se destacou com o maior volume foi o Croton urucurana Baill.. com 18 m³.

Tabela 12- Resultados da volumetria obtida por espécie na amostragem. Nome Científico Nome Comum Volume Croton urucurana Baill. sangra d'água 1,823 morta morta 1,4182 Lithraea molleoides (Vell.) Engl. aroeira-brava 1,396 Tibouchina candolleana (Mart. ex DC.) Cogn quaresmeira 1,3692 Matayba elaeagnoides Radlk. camboatá-branco 1,3427 Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer. canela-sassafrás 1,2966

62

Nome Científico Nome Comum Volume Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd. Mart. macaúba 1,1017 Myrcia splendens (Sw.) guamirim-folha-fina 0,9913 Machaerium villosum Vogel. jacarandá-paulista 0,9512 Copaifera langsdorffii Desf. pau d'óleo 0,9367 Hyeronima alchorneoides Allemão licurana 0,9274 Inga sessilis (Vell.) Mart ingá 0,8147 Alchornea triplinervia (Sprengel) Müller tanheiro 0,7847 Machaerium scleroxylon Tul. jacarandá 0,7335 Leucaena leucocephala leucena 0,6406 Maprounea guianensis Aubl. cascudinho 0,5893 Cecropia pachystachya Trécul. embaúba 0,5889 Machaerium nyctitans (Vell.) Benth. jacarandá-bico-de-pato 0,5879 Dendropanax cuneatum (A.DC.) Decne. & Planch. maria-mole 0,581 Psidium guajava L. goiabeira 0,5339 Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman jerivá 0,495 Ocotea corymbosa (Meisn.) Mez. canela-do-mato 0,4518 Eugenia sonderiana O.Berg. guanandi 0,3936 Não identificada 1 não identificada 1 0,3773 Tecoma stans (L.) Jussieu ex. Kunth ipê-de-jardim 0,3721 Zanthoxylum rhoifolium Lam. mamica-de-porca 0,3557 Sapindus saponaria L. saboneteira 0,3456 Platypodium elegans Vogel. amendoim-bravo 0,3432 Ocotea spixiana (Nees) Mez louro 0,3158 Marlieria sp - 0,3098 Guazuma ulmifolia Lamarck mutamba-preta 0,3028 Calyptranthes pulchella DC. - 0,2895 Cupania vernalis Cambess. camboatá-vermelho 0,2796 Sapium glandulosum (L.) quaresmeira 0,2683 Bauhinia rufa (Bong.) Steud pata-de-vaca 0,268 Campomanesia xanthocarpa O.Berg guariroba 0,2652 Tapirira guianensis Aubl. tapirira 0,2055 Ficus insipida Willd. figueira-branca 0,1976 Casearia sylvestris SW. chá-de-bugre 0,1894 Eugenia dysenterica DC. cagaiteira 0,1724 Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F.Macbr. pau-jacaré 0,1646 Solanum mauritianum Scop. fumo-bravo 0,1406 Eugenia involucrata DC. cerejeira 0,1196 Hyptidendron asperrimum (Spreng.) Harley roxinho 0,097 Vismia brasiliensis Choisy azeitona-do-mato 0,0762

63

Nome Científico Nome Comum Volume Amaioua guianensis Aubl. marmelinho 0,0722 Zanthoxylum riedelianum Engl. aroeira-brava 0,066 Xylopia aromatica (Lam.) Mart. pimenta-de-macaco 0,0573 Andira fraxinifolia Benth. pau-angelim 0,0564 Campomanesia phaea (O. Berg.) Landrum cambuci 0,0538 Cassia ferruginea (Schrad.) Schrad. ex DC. canafistula 0,0465 Sloanea monosperma Vell Sapopema 0,0463 Ouratea castaneifolia (DC.) Engl ouratea 0,0419 Zanthoxylum riedelianum Engl. macaúba 0,0374 Siparuna guianensis Aublet negramina 0,0356 Licania kunthiana Hook.f. licania 0,0333 Casearia decandra Jacq. licurana 0,0331 Vitex polygama Cham. azeitona-do-mato 0,0329 Rhamnidium elaeocarpum Reissek saguaraji 0,0321 Dalbergia foliolosa Benth jacarandá-caviúna 0,0301 Não identificada 2 não identificada 2 0,0236 Erythroxylum daphnites Mart. - 0,0207 Maclura tinctoria (L.) D. Don ex Steud taiúva 0,02 Guapira opposita (Vell.) corticeira 0,02 Annona neolaurifolia H.Rainer. araticum 0,0183 Psidium sp. - 0,018 Luehea grandiflora Mart. Zucc. açoita-cavalo 0,0179 Astronium fraxinifolium Schott ex Spreng. gonçalo-alves 0,0156 Eugenia pungens O.Berg guabiju 0,0155 Cedrela fissilis Vell. cedro 0,0142 Byrsonima sericea DC murici da praia 0,0117 Trichilia pallida Sw baga-de-morcego 0,0105 Daphnopsis racemosa Griseb. embira 0,0081 Mimosa bimucronata (DC.) Kuntze maricá 0,0063 Mollinedia widgrenii A.DC. roxinho 0,0058 Piper aduncum L pimenta-longa 0,0027 Cupania ludowigii Somner & Ferrucci guamirim-folha-fina 0,0021 Total 27,1107

64

Para a amostragem casual estratificada ainda foi calculado o volume de madeira por parcela. Ao analisar o volume das parcelas foi necessário separar os estratos de acordo com o parâmetro volume e estágio sucessional do fragmento florestal, foi considerado o estrato 1 e 2 como estágio inicial sucessional e estágio 3 como estágio médio sucessional.

Na Tabela 13 os estratos foram separados por cores visando facilitar a interpretação sobre a estratificação. Foram consideradas para o estrato 1 as parcelas de estágio inicial sucessional com baixa volumetria, o estrato 2 foram consideradas as parcelas de estágio inicial com média volumetria, e o estágio 3 foram consideradas as parcelas de estágio médio sucessional, foi possível a realização da separação dessas áreas de FESD encontram-se fragmentadas na área de intervenção, elas não possuem uma conexão ou corredor ecológico entre si. Os estratos foram apresentados por cores diferentes para facilitar a interpretação. O Anexo II apresenta os mapas com a separação dos estratos por estágio sucessional.

Tabela 13– Estratificação da amostragem casual estratificada. Parcela Volume Média HT Média DAP Estrato Estágio de Sucessão 1 1,3108 5,98 8,50 1 Inicial 2 1,4093 6,7 10,58 1 Inicial 3 2,6212 7,6 14,00 2 Inicial 4 2,9447 7,95 13,74 2 Inicial 5 3,8003 10,27 16,15 3 Médio 6 2,3129 6,89 12,96 2 Inicial 7 1,9978 6,11 10,56 2 Inicial 8 3,8325 10,35 13,14 3 Médio 9 2,7895 7,37 18,08 2 Inicial 10 1,4021 6,35 10,66 1 Inicial 11 2,6897 7,64 10,32 2 Inicial Total 27,1107

Para a análise final da amostragem casual estratificada foi calculado o erro de amostragem, de acordo com a Resolução conjunta SEMAD/IEF nº 1905, de 12 de agosto de 2013, o erro deve ser de até 10% a nível de 90% de probabilidade. A Tabela 14 apresenta os parâmetros para a população submetida à amostragem, o erro de

65 amostragem calculado foi de 8,5%. Ainda de acordo com a tabela a seguir é possível verificar que estima-se um volume lenhoso médio de 1.115 m³ para a área de fragmentos florestais que totalizam 9,64 ha.

66

Tabela 14- Parâmetros da população florestal submetida à amostragem. Parâmetro \ Estrato 1 2 3 Geral Área Total (ha) 2,2 7 0,36 9,56 Parcelas 1, 2, 10 3, 4, 6, 7, 9, 11 5, 8 11 Total - Volume 4,1223 15,3557 7,6328 27,1108 Média 1,3741 2,5593 3,8164 2,3339 Desvio Padrão 0,0549 0,3459 0,0228 0,2668 Variância 0,003 0,1197 0,0005 0,0884 Variância da Média 0,001 0,0199 0,0002 0,0106 Erro Padrão da Média 0,0313 0,1412 0,0152 0,1028 Coeficiente de Variação % 3,9979 13,5166 0,5977 11,4301 Valor de t Tabelado 2,92 2,0151 6,3138 1,9432 Erro de Amostragem 0,0913 0,2846 0,096 0,1997 Erro de Amostragem % 6,6474 11,1193 2,5158 8,5583 IC para a Média ( 90 %) 1,2828 <= X <= 1,4654 2,2747 <= X <= 2,8439 3,7204 <= X <= 3,9124 2,1342 <= X <= 2,5336 IC para a Média por ha ( 90 64,1377 <= X <= 113,7354 <= X <= 186,0184 <= X <= 106,7076 <= X <= %) 73,2719 142,1927 195,6198 126,6818 Total da População 151,1506 895,7483 68,6949 1.115,60 141,1030 <= X <= 796,1475 <= X <= 66,9666 <= X <= 1020,1248 <= X <= IC para o Total ( 90 %) 161,1983 995,3491 70,4231 1211,0776 EMC 1,3151 2,3509 3,7696 2,1859

67

8.5. ANÁLISE DO ESTÁGIO SUCESSIONAL

A seguir estão apresentadas todas as características observadas e/ou obtidas por meio do levantamento florístico e fitossociológico para os fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual, permitindo, assim, a classificação do estágio sucessional dessa fitofisionomia.

É importante ressaltar que a área apresentação uma fragmentação das áreas florestais. Sendo possível classificá-las de diferentes estágios sucessionais. A área total de fragmento florestal foi de 9,64 ha, mas foi registrada uma área de fragmento florestal em bom estado de conservação em área de proprietário privado, essa área representa 0,3639 e está em estágio médio de regeneração, é possível encontrar espécies com maiores diâmetros, dossel fechado, e ausência de espécies invasoras e exóticas.

As demais áreas registradas na área de intervenção encontram-se em estágio inicial sucessional, ou seja, 9,27 ha são áreas pertubardas e antropizadas, é possível verificar a presença maciça de espécies exóticas e invasoras, como: Ricinus communis L. (mamoneira), Musa sp. (bananeiras), Brachiaria sp. (braquiária), presença predominante da espécie pioneira Croton urucurana (sangra d’água), além da espécie frutífera Psidium guajava L. (goiabeira) introduzida na área.

68

9. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Projeto de Implantação e Pavimentação viária da Avenida Maracanã, visa atender à população com maior conforto e segurança. A área está localizada no município de Contagem e apresenta diferentes fisionomias. A área está inserida nos limites do Bioma Mata Atlântica, em região ecótono com o Bioma Cerrado.

Para a área foi realizado o levantamento censitário para os indivíduos isolados, foram registrados 962 espécies apresentando um volume total de total de 369,75 m³ e para os fragmentos florestais foram registradas 343 espécies totalizando 27,12 m³ e estima-se um volume total para os fragmentos florestais de 1.115,6 m³.

Para a área foram registrados estágio inicial sucessional e estágio médio sucessional, pois a as áreas de florestas estão fragmentadas ao longo do trecho sendo possível verificar essa diferença entre as áreas de Floresta Estacional Semidecidual. Para a área foram registradas espécies imunes de corte e ameaçadas de extinção.

A estrutura diamétrica da população apresentou uma tendência J-invertido, onde maior número de indivíduos amostrados são registrados nas menores classes de diâmetro, esse comportamento é comumente notado em florestas inequiâneas (nativa) (SCHAAF et al. 2006).

69

10. SISTEMA DE EXPLORAÇÃO O sistema de exploração visa orientar a exploração das espécies florestais localizadas na área de intervenção para que a mesma não ocorra de forma desordenada. A seguir será apresentada as etapas básicas para a supressão das espécies.

10.1. PLANEJAMENTO Deverá ser realizada uma vistoria técnica para a demarcação da área de intervenção, a área deverá ser marcada do eixo principal até o off set, a marcação deve ser feita por meio de estacas.

Para a retirada do material lenhoso deve ser definido a via de acesso que os usuários irão transitar e escolher áreas para o empilhamento do material lenhoso para posterior destinação. A localização e definição dessas áreas deverão ser definidas pela empresa que irá executar o serviço.

10.2. SISTEMA OPERACIONAL O sistema de operacionalização será realizado por motosserras, posteriormente à supressão dos indivíduos, será realizada a destoca. A madeira deverá ser seccionada e colocada em leiras nas áreas definidas como estocagem evitando o risco de colisão aos usuários da via.

10.3. TRANSPORTES Todos os equipamentos e veículos a serem utilizados para efetuar as atividades aqui apresentadas devem ser disponibilizados pela empresa contratada, devendo esses materiais se apresentarem em condições adequadas de uso, além de atenderem aos requisitos da futura licitação e às normas regulamentadoras vigentes.

10.4. AVALIAÇÃO DA SUPRESSÃO

É importante que as atividades de supressão sejam constantemente monitoradas para que essas atividades não ultrapassem as delimitações das áreas autorizadas para intervenção, bem como sejam efetuadas conforme diretrizes do presente programa.

70

11. MEDIDAS COMPENSATÓRIAS Em decorrência da implantação do empreendimento viário e prováveis impactos ambientais causados na flora do empreendimento, são previstas em leis algumas medidas compensatórias decorrentes das intervenções. Portanto, o empreendedor será responsável por apresentar e executar projetos de compensação, tão logo seja emitido a licença de corte dos indivíduos arbóreos pendentes de supressão, com as condicionantes estabelecidas pelo órgão ambiental do Estado de Minas Gerais. As medidas compensatórias serão definidas pela SEMAD/Contagem após a análise do presente documento.

11.1. ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE A reconstituição das APPs é de suma importância, tendo em vista sua função ambiental de proteção do solo, dos corpos d’água, de refúgio para a fauna, da formação de corredores ecológicos que facilitam o fluxo gênico de fauna e flora e da atenuação de desequilíbrios climáticos, além de ser uma medida obrigatória conforme a Resolução CONAMA n° 369/2006.

De acordo com a referida resolução, no artigo 5°, § 2°, as medidas de caráter compensatório de que trata o artigo 5° consistem na efetiva recuperação ou recomposição da APP, devendo ocorrer na mesma sub-bacia hidrográfica, e prioritariamente na área de influência do empreendimento, ou nas cabeceiras dos rios.

Para o trecho em questão é previsto a intervenção em 24 ha de APP, sendo que a compensação deverá ser realizada em área equivalente (1:1) na mesma bacia hidrográfica.

11.2. ESPÉCIES IMUNES DE CORTE

Em relação à compensação de espécies imunes de corte no estado de Minas Gerais, foi registrada a espécie: Handroanthus ochraceus (17), Handroanthus vellosoi (Toledo) Mattos (2), Handroanthus serratifolius (Vahl) S.Grose (3), Caryocar brasiliense Camb. (6). Lei Estadual nº 9.743, de 15 de dezembro de 1988 alterada pela Lei Estadual nº 20.308, de 27 de julho de 2012), as quais ditam sobre as espécies do pequizeiro e ipê- amarelo. Como condição para a emissão de autorização para a supressão dos indivíduos, os órgãos e as entidades competentes exigirão formalmente do empreendedor o plantio de

71 uma a cinco mudas ipê-amarelo, por árvore a ser suprimida, com as devidas exigências especificadas na lei. Porém para a supressão em casos de utilidade pública as espécies protegidas por essa Lei podem ser compensadas por meio do pagamento de 100 Ufemgs, a cada espécie suprimida.

Ou seja, para a área em questão serão pagos 2.800 Ufemgs, relativos a 28 espécies imunes de corte, caso seja a opção da SEMAD/Contagem.

O Art. 225 da Constituição Federal de 1988 consagrou o meio ambiente equilibrado como um bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida; em seu § 1º inciso II, no conceito de manejo sustentável, obriga o Estado a proteger e preservar o patrimônio genético. O inciso VII também diz que é dever do estado “proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade”.

Sendo assim é de suma importância a conservação das espécies ameaçadas de extinção. Para a área de estudo foram registradas as espécies ameaçadas de extinção: Dalbergia nigra (Vell.) Allemão ex Benth (1), Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer. (14), Swietenia macrophylla King (6), Cedrela fissilis Vell. (5) citadas pela Portaria do Ministério do Meio Ambiente Nº 443/2014, categoria Vulnerável e Em Perigo, respectivamente, ou seja, deverão ser compensados 26 indivíduos ameaçados de extinção.

11.3. INDIVÍDUOS ISOLADOS

De acordo com a Deliberação Normativa COPAM nº114, de 10 de abril de 2008, que disciplina o procedimento para autorização de supressão de exemplares arbóreos nativos isolados, inclusive dentro dos limites do Bioma Mata Atlântica, conforme mapa do IBGE, a supressão de indivíduos isolados deve ser compensada pelo empreendedor, de acordo com a determinação do órgão ambiental do Estado.

A área registrou a ocorrência de 962 indivíduos isolados, desse total 482 indivíduos foram registrados em APP e outros 115 indivíduos fora de APP são consideradas espécies exóticas, ou seja, deverão ser compensados 367 indivíduos isolados.

De acordo com Deliberação Normativa COPAM nº114, de 10 de abril de 2008:

72

Art. 6º - A reposição será efetuada com espécies nativas típicas da região, preferencialmente do (s) grupo (s) de espécies suprimidas, e será calculada de acordo com o número de exemplares arbóreos, cujo corte for autorizado, conforme projeto apresentado e aprovado pelo IEF/MG, na seguinte proporção: a) Plantio de 25 mudas para cada exemplar autorizado, quando o total de árvores com corte autorizado na propriedade for inferior ou igual a 500; b) Plantio de 30 mudas para cada exemplar autorizado, quando o total de árvores com corte autorizado for superior a 500 e inferior ou igual a 1000; c) Plantio de 40 mudas para cada exemplar autorizado, quando o total de árvores com corte autorizado for superior a 1000.

Sendo assim, deverá ser realizado o plantio de 25 mudas a cada espécie suprimida.

11.3. SUPRESSÃO DA MATA ATLÂNTICA

A necessidade da implantação do empreendimento ocasionará intervenções em fitofisionomias do bioma Mata Atlântica, sendo 0,3639 ha em estágio médio de regeneração. De acordo com a Lei da Mata Atlântica nº 11.411 incide compensação, conforme descrição a seguir:

Art. 17. O corte ou a supressão de vegetação primária ou secundária nos estágios médio ou avançado de regeneração do Bioma Mata Atlântica, autorizados por esta Lei, ficam condicionados à compensação ambiental, na forma da destinação de área equivalente à extensão da área desmatada, com as mesmas características ecológicas, na mesma bacia hidrográfica, sempre que possível na mesma microbacia hidrográfica, e, nos casos previstos nos arts. 30 e 31, ambos desta Lei, em áreas localizadas no mesmo Município ou região metropolitana.

Mas em Minas Gerais, a Deliberação Normativa n° 73/2004 regulamentou o instituto da Compensação Florestal, no § 4º, do artigo 4º, estabelecendo in verbis que: “O IEF determinará, nos processos autorizativos e de licenciamento ambiental, medidas compensatórias e mitigadoras, relativas à supressão de vegetação, que contemplem a implantação e manutenção de vegetação nativa característica do ecossistema, na proporção de, no mínimo, duas vezes a área suprimida, a ser feita, preferencialmente, na mesma bacia hidrográfica e Município, e, obrigatoriamente, no mesmo ecossistema.”

Neste sentido, a compensação deve ser duas vezes a área suprimida, totalizando 0,7278 ha. 73

11.4. CRIAÇÃO DO PARQUE E PROJETO PAISAGÍSTICO

É importante citar que será criado um Parque nas adjacências da Avenida Maracanã e além disso será proposto um Projeto Paisagístico. A proposta de ambos é minimizar o impacto ambiental e compensar em forma de plantio de mudas nativas a intervenção causada aos indivíduos isolados, imunes de corte e ameaçados de extinção. Será proposto nesses projetos a reconstituição da flora afim de compensar a supressão da vegetação. Serão plantadas 641 árvores em uma área de 76.024,29 m² de Parque Linear.

74

12. IMPACTOS AMBIENTAIS PROVÁVEIS E MEDIDAS MITIGADORAS

As medidas mitigadoras objetivam minimizar impactos negativos e maximizar os positivos gerados por quaisquer atividades, portanto, devem ter caráter preventivo e ocorrer na fase de planejamento de todo projeto. Assim como toda exploração de um recurso natural, as atividades relacionadas ao melhoramento e pavimentação de rodovias provocam impactos significativos no meio ambiente, tanto para a exploração de áreas naturais ou mesmo na geração de resíduos. As recomendações técnicas e especificações para serviços e obras que visem à proteção ou recuperação ambiental devem ser aplicadas concomitantemente à execução das atividades, conforme legislação vigente e determinação do órgão ambiental competente. A seguir são listados possíveis impactos a serem causados com a intervenção do empreendimento, com as respectivas indicações das medidas mitigadoras.

75

MEIO FÍSICO, BIÓTICO E SOCIOECONÔMICO IMPACTOS MEDIDAS METIGADORAS Alteração das características físicas e Recuperação de áreas impactadas por máquinas químicas do solo; e equipamentos;

Não depositar ou lançar refugos (sobras das Contaminação do solo por substâncias obras) em locais não apropriados como talvegues tóxicas como óleo, graxas e combustíveis; ou próximos a cursos d’água ou nascentes; Implantar medidas de controle do escoamento SOLO das águas superficiais, dos processos erosivos e assoreamento; Manutenção e preservação das Assoreamento e carreamento de sólidos drenagens naturais para o escoamento das águas para cursos d’água; pluviais; Estabelecer medidas de coleta e acondicionamento adequado dos resíduos Alteração da qualidade do solo devido à sólidos e destinação final adequada. Redução e geração de resíduos sólidos controle dos resíduos gerados. Contaminação de águas superficiais e Programa de Controle de Processos Erosivos e subterrâneas; do Assoreamento RECURSOS HÍDRICOS Implantação e controle dos sistemas de drenagens de águas pluviais, bueiros, sarjetas, Erosão e assoreamento de cursos d’água; valetas, drenos, entre outras. Mudanças locais na qualidade e na cor do Providenciar caminhão pipa para minimizar a AR ar; poeira nos acessos e localizadades vizinhas. FLORA Perda da cobertura vegetal em decorrência da implantação da obra; Compensação florestal

76

MEIO FÍSICO, BIÓTICO E SOCIOECONÔMICO IMPACTOS MEDIDAS METIGADORAS Aperfeiçoar o treinamento dos empregados para execução criteriosa da tarefa de corte dos indivíduos arbóreos; conscientizar os empregados quanto ao respeito da fauna Aumento no índice de atropelamentos e silvestre, utilizando equipamentos de maneira acidentes com animais silvestres; criteriosa e evitando o uso desnecessário;

Conflito de uso e ocupação do solo em Atender à legislação de uso e ocupação do solo função das áreas a serem desapropriadas; do município envolvido; SOCIOECONOMICO Dar tratamento de segurança viária em travessia Aumento da insegurança e do número de de áreas ocupadas; Elaboração de campanhas acidentes e atropelamentos; educativas para o trânsito;

77

REFERÊNCIAS BRASIL. Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012. Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa, altera as Leis Nº 6.398, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428 de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis 4.77 1 de 15 de setembro de 1965, e 7.754 de 14 de abril de 1989; e a medida provisória Nº 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Portaria Nº 443, de 17 de dezembro de 2014.

BRASIL. Norma Brasileira nº1004. Associação Brasileira de Normas Técnicas. 2004.

BRASIL. Portaria Normativa DC-20, de 27 de setembro 1976. Proíbe o abate de Araucária e a colheita de pinhões nos meses de abril, maio e junho.

CNC FLORA - Base de Dados do Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora). Disponivel em: . Acesso em: 2011.

CONSELHO ESTADUAL DE POLÍTICA AMBIENTAL, MINAS GERAIS. Deliberação COPAM n. 85, de 21 de outubro de 1997. Aprova a lista das espécies ameaçadas de extinção da flora do Estado de Minas Gerais, Diário Oficial do Estado de Minas Gerais, Diário do Executivo, Belo Horizonte, MG, 30 out. 1997, 1997.

DRUMMOND, G. M. et al. (orgs.). Biodiversidade em Minas Gerais: um atlas para sua conservação. 2. ed. Belo Horizonte: Fundação Biodiversitas. 222 p. 2005.

GIULIETTI, A. M.; PIRANI, J. R.; HARLEY, R. M. Espinhaço Range Region Eastern . In: DAVIS, S. D., (Ed.) Centres of plant diversity: a guide and strategy for their conservatoin. TheAmericas. WWF/IUCN Publications Unit., 1997. v.3. p.397-404.

IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Manual Técnico da Vegetação Brasileira. 2ed. Manuais Técnicos em Geociências, 1. Rio de Janeiro: Diretoria de Geociências, 275 p. 2012

INSTITUTO MINEIRO DE GESTÃO DAS ÁGUAS (IGAM). Disponível em: http://www.igam.mg.gov.br/.

MARTINS. Sebastião V. Recuperação de matas ciliares. Ed. Aprenda Fácil. Viçosa - MG, 2001.

MINAS GERAIS. Resolução Conama nº 302, de 20 de março de 2002. Dispõe sobre os parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente de reservatórios artificiais e o regime de uso do entorno.

MINAS GERAIS. Resolução Conama nº 303, de 20 de março de 2002. Dispõe sobre parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente.

MINAS GERAIS. Deliberação Normativa COPAM nº 114, de 10 de abril de 2008. Disciplina o procedimento para autorização de supressão de exemplares arbóreos nativos isolados, inclusive dentro dos limites do Bioma Mata Atlântica, conforme mapa

78 do IBGE e revoga a DELIBERAÇÃO NORMATIVA COPAM Nº 314, de 29 de outubro de 2007.

MINAS GERAIS. Lei n° 20.922 de 16 de outubro de 2013. Dispõe sobre as políticas florestal e de proteção à biodiversidade no Estado.

MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Resolução SEMAD nº 1776, de 18 de dezembro de 2012: Estabelece procedimento a ser adotado nos processos de regularização ambiental relativos a obras essenciais de infraestrutura destinadas aos serviços, bem como seus contratados.

MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Resolução Conjunta SEMAD/IEF n° 1905 de 12 de agosto de 2013: Dispõe sobre os processos de autorização para intervenção ambiental no âmbito do Estado de Minas Gerais e dá outras providências.

MINAS GERAIS: Lei n° 20.308, de 27 de julho de 2012. Altera a Lei nº 10.883, de 2 de outubro de 1992, que declara de preservação permanente, de interesse comum e imune de corte, no Estado de Minas Gerais, o pequizeiro (Caryocar brasiliense), e a Lei nº 9.743, de 15 de dezembro de 1988, que declara de interesse comum, de preservação permanente e imune de corte o ipê-amarelo.

SISTEMA DE INFORMAÇÃO AMBIENTAL – SIAM. Mapas online. Disponível em: < http://www2.siam.mg.gov.br/webgis/zee/viewer.htm>. Acesso em: 05 mar. 2016.

Kark, S. & Rensburg, B. J. V. 2006. Ecotones: Marginal or central areas of transition? Israel Journal of Ecology & Evolution, 52: 29-53.

Malanson, G. P. 1997. Effects of feedbacks and seed rain on ecotone patterns. Landscape Ecology, 12: 27-38.

Ricklefs, R. E. 2009. A Economia da Natureza. 5ª ed. Editora Guanabara Koogan: Rio de Janeiro, 503 p.

Disponível: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/hotspots-mundias.htm. Acesso em 20 de abril de 2018.

79