Revista Fronteiraz Nº 7 – Dezembro/2011 – ISSN 1983 – 4373

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Revista Fronteiraz Nº 7 – Dezembro/2011 – ISSN 1983 – 4373 Revista Fronteiraz nº 7 – Dezembro/2011 – ISSN 1983 – 4373 Sumário: 1. Apresentação por Maria Rosa Duarte de Oliveira 2. Editores 3. Conselho Editorial 4. Pareceristas 5. Artigos: 1. Literatura e psicanálise: reflexões. Yudith Rosenbaum. 2. Da crítica e da escritura: fronteiras moventes. Cristina Torres. 3. A Passagem do Tempo na Obra Poema Sujo (Ferreira Gullar). Mariana Baierle Soares. 4. Crítica: A Arte de Espantar a Arte e Segurar sua Sombra. Cid Ottoni Bylaardt. 5. O Narrador em Cidade de Deus a Partir de Adorno. Rosemari Sarmento. 6. A jornada onírica e existencial de Fernando Vidal Olmos. Inês Skrepetz. 7. Crítica feminista: lendo como mulher. Cecil Jeanine Albert Zinani. 8. A crítica literária feminista e os estudos de gênero: um passeio pelo território selvagem. Greicy Pinto Bellin. 9. Sensibilidade e afetos humanos motivados em gestalt. Francisco de Sousa Araújo. 10. Sedução, rivalidade e danação em Noite na Taverna. Alessandra Accorsi Trindade. 11. A mise-en-abyme no romance névoa, de Miguel de Unamuno. Altamir Botoso. 6. Territórios Contemporâneos: 12. Pequeno manifesto de uma crítica literária para os anos 2010. Noemi Jaffe. 13. De volta a Adorno na interpretação da cultura. Fábio Durão. 14. Tecnologia da Composição ou Reflexões Oferecidas aos Críticos Literários Hoje. Alckmar Luiz dos Santos. 15. Velar Al Autor: Una Reflexión En Torno A La Autoría Literaria Y El Retrato Fotogràfico. Aina Pérez Fontdevila. 16. Máquina Veloz/Máquina Voraz: Tópicos que Permitem um Cânone? Dilma Beatriz Rocha Juliano. 7. Estudos: 17. O pensamento crítico de Giorgio Agamben e sua contribuição para os estudos literários. Sabrina Sedlmayer. 8. Resenhas: 18. Crítica Literária contra a barbárie. Jaime Ginzburg. 19. O coração das pirâmides eternas como inferno barroco da potência. Ana Paula Rodrigues da Siva. Apresentação: “QUE A CRÍTICA LITERÁRIA SE RECONHEÇA CADA VEZ MAIS POR AQUILO QUE ELA É NA ETIMOLOGIA: CRISE” Com este primeiro artigo extraído do “Pequeno manifesto de uma crítica literária para os anos 2010”, escrito por Noemi Jaffe, abrimos a apresentação deste novo número de Fronteiraz dedicado às tendências da crítica literária na contemporaneidade. São 15 ensaios centrados em diferentes enfoques críticos, desde aqueles que colocam em discussão o lugar da teoria nos espaços da crítica, como o de Fabio Durão, pesquisador e docente da UNICAMP, até aqueles posicionados em outros limiares como os da psicanálise, de autoria da psicanalista, pesquisadora e docente de Literatura da USP, Yudith Rosenbaum, da crítica literária feminista, ou ainda os da própria ficção, seja o da escritura de Clarice Lispector ou o das reverberações de duplos em Hilda Hilst, Álvares de Azevedo e Unamuno, seja ainda o da poesia de Ferreira Gullar e de Henriqueta Lisboa. Além disso, há um outro front, que não poderia faltar em Fronteiraz 7: aquele trazido pelos desafios das produções literárias contemporâneas questionadoras da narratividade, como acontece com o romance Cidade de Deus, de Paulo Lins, ou com Informe sobre ciegos, do argentino Ernesto Sábato, além daquelas imersas no universo das tecnologias digitais, colocando em crise a autoria e a própria recepção crítica, como demonstra o artigo de Alckmar Luiz dos Santos, no qual inscreve sua experiência como criador e pesquisador de formas literárias em interfaces com as novas tecnologias. Há ainda a destacar a instigante palestra de Manuel da Costa Pinto, crítico literário da Folha de São Paulo e da TV-Cultura, gravada durante a X Jornada Literária promovida pelo Curso de Especialização em Literatura em parceria com o Programa de Estudos Pós-Graduados em Literatura e Crítica Literária da PUCSP. Nela, de forma lúcida e desafiadora, o crítico traça o percurso da atividade crítica em sua transformação histórica, destacando aquilo que está na sua raiz etimológica de “crise”, motivada, justamente, pela complexidade da produção literária, que passa a reivindicar uma “decifração”, ainda que provisória e aquém do enigma proposto. A seção de Estudos, por sua vez, traz para os leitores de Fronteiraz 7 as linhas mestras do pensamento do filósofo contemporâneo Giorgio Agamben e suas contribuições para a reflexão sobre os vínculos entre filosofia-poética- política e crítica, por meio da exposição de uma das grandes estudiosas de sua obra no Brasil, a Prof. a. Dra. Sabrina Seldmayer, da UFMG. Aí se amplifica o caráter de crise da atividade crítica, já que, para Agamben, cabe a ela não a decifração, mas a garantia da inacessibilidade do objeto, assegurando, assim, a sua liberdade. Para finalizar, algumas palavras sobre as duas resenhas deste número, ambas dedicadas à atividade da crítica literária: a primeira, assinada por Jaime Ginzburg, Prof. Livre-docente da USP e pesquisador do CNPq, terá por objeto o livro Nações Literárias de Wander de Mello Miranda. Desse livro, essencial como reflexão sobre o papel da critica literária no contexto brasileiro contemporâneo, o resenhista destaca o posicionamento singular do autor: De que lugar falar? A cada vez que se escreve um livro de crítica, a questão se repõe. O lugar escolhido por Wander Melo Miranda permite observar o passado como catástrofe, como acúmulo de ruínas. O que ele viu, elaborou e apresentou no livro é matéria prioritária para debate intelectual no Brasil. Ele percebeu o que há de destrutivo e fantasmagórico em nossa tradição canônica. A outra resenha, por seu lado, com um instigante título como “O coração das pirâmides eternas como inferno barroco da potência”, tem por objeto um dos livros chaves do filósofo italiano Giorgio Agamben, Bartleby, escrita da potência, no qual se desenvolve um dos conceitos estruturadores de seu pensamento - o de potência - como estado puro de passagem e suspensão, sem necessidade de se transformar em ato, tal qual o “preferiria não” do copista do romance de Herman Melville. Nesta força avassaladora de uma aparente inoperância, está a semente deste limiar que Agamben percebe entre filosofia, poesia, crítica e política, de modo a fazer brotar a ética do coração da estética. Nada melhor, para encerrar esta Apresentação, do que as palavras do filósofo italiano que servem de pórtico para esta resenha: Aquilo que se mostra no limiar entre ser e não ser, entre sensível e inteligível, entre palavra e coisa, não é o abismo incolor do nada, mas o raio luminoso do possível. Maria Rosa Duarte de Oliveira Editora de Fronteiraz 7 O corpo editorial da Revista FRONTEIRAZ 7 é constituído por: Editoras deste número: Maria Aparecida Junqueira Maria Rosa Duarte de Oliveira Equipe técnico-editorial: Ana Paula Rodrigues da Silva Mariana Faraco Sandro Roberto Maio Conselho Editorial: Ana Luisa Amaral (Universidade do Porto) Biagio D'Angelo (Universidade de Budapeste) Fernando Segolin (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) Jorge Fernandes da Silveira (Universidade Federal do Rio de Janeiro) Juliana Loyola (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) Ludovic Heyraud (Université Paul-Valèry – Montpellier III) Maria Aparecida Junqueira ( Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) Maria José Palo (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) Maria Luisa Berwanger da Silva (Universidade Federal do Rio Grande do Sul ) Maria Rosa Duarte de Oliveira (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) Noemi Jaffe (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) Paula Mendes Coelho (Universidade Aberta – Lisboa) Silvia Azevedo (Universidade Estadual Paulista – UNESP/ Assis) Vera Bastazin (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) Pareceristas deste número: Ana Lúcia Brandão (USP) Antonio Donizeti da Cruz (UNIOEST) Amaya Prado (UFMS) Celina Maria Moreira de Mello (UFRJ) Cilza Bignoto (UF Ouro Preto) Diógenes Buenos Aires de Carvalho (UFMA) Eduino José Orione (UNIFESP) Ewerton de Freitas (UEG ) Fabiane Renata Borsato (UNESP – Araraquara) Fabiane Verardi Burlemaque Helena Bonito C. Pereira (Mackenzie) Jean Pierre Chauvin (FATEC) José Baptista de Sales (UFMS) Lia Cupertino Duarte (FATEC) Lilian Lopondo (Mackenzie) Luciane Alves Santos (IFSP) Maria Auxiliadora Fontana Baseio (Metodista e UniABC) Maria Rebeca Ramirez (PUC-SP) Maria Zilda Cunha (USP) Paulo César Andrade da Silva (UNESP-Assis) Ricardo Iannace (FATEC) Sylvia Telarolli (UNESP- Araraquara) Thiago Alves Valente (Univ. Estadual do Norte do Paraná) Wilton José Marques (UFSCAR) ROSENBAUM, Yudith. Literatura e Psicanálise: Reflexões. Revista FronteiraZ, São Paulo, n. 7, dezembro de 2011. LITERATURA E PSICANÁLISE: REFLEXÕES 1 Yudith Rosenbaum Doutora (USP) RESUMO: Este artigo trata de alguns aspectos referentes às relações entre psicanálise e literatura. Entre eles, abordam-se: a) As ambigüidades de Freud em relação ao artista, ora saudando-o como aliado do analista, ora considerando-o como mistificador; b) Procedimentos literários e analíticos em suas analogias e afinidades; c) Comentários esparsos sobre formas de contornar a literatura a partir de um viés psicanalítico. PALAVRAS-CHAVE: Psicanálise, literatura, crítica ABSTRACT: This article focuses on some aspects of the relationship between psychoanalysis and literature. Amongst them: a) Freud’s ambiguities towards the artist, which is sometimes praised as an ally of the analyst, and sometimes viewed as a mystifier; b) the analogies and affinities between literary and analytical procedures; c) scattered commentaries about some ways of understanding literature from a psychoanalytical point of view. KEY WORDS: Psychoanalysis, literature, criticism 1 Este texto foi apresentado na forma de comunicação oral como Aula Inaugural do Curso de Especialização
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