No País Dos Cinta Larga: Uma Etnografia Do Ritual

Total Page:16

File Type:pdf, Size:1020Kb

No País Dos Cinta Larga: Uma Etnografia Do Ritual JOÃO DAL POZ NETO N O P A Í S D O S C I N T A L A R G A Uma etnografia do ritual Dissertação de mestrado apresentada ao Departamento de Antropologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo São Paulo 1991 Universidade de São Paulo Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas Departamento de Antropologia Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social N O P A Í S D O S C I N T A L A R G A Uma etnografia do ritual João Dal Poz Neto Orientação: profa. dra. Manuela Carneiro da Cunha Redação final (revisada) da Dissertação defendida e aprovada em 27/08/1991 BANCA EXAMINADORA profa.dra. M. Manuela L. Carneiro da Cunha prof.dr. Eduardo Viveiros de Castro prof.dr. José Guilherme Cantor Magnani São Paulo 1991 in memoriam meu pai Alexandre Dal Poz meus amigos Raimundo Kabân Vicente Canhas Ezequiel Ramin Arthur Nantes Agradecimentos Foi um longo caminho, tantas pessoas, dum lado e outro. Se faço memória de alguns, são os que tiveram parte direta. De alguma maneira, dívidas antropológicas. Primeiro, por onde comecei. Ivar, Anni e Thomaz, que me levaram a primeira vez aos Cinta Larga, e Joãozinho e Inês, com quem convivi convivendo nas aldeias. Aprendi com eles mais do que por mim. Ao povo Cinta Larga, pãzérey: destemidos, hospitaleiros - se ninguém aceitou o papel de informante, porque não caberia entre amigos. E Paulo Kabân e Taterezinho, etnógrafos competentes. E Bubura Suruí, que fez o possível nas traduções dos cantos. E João, Parakida, Naki, Sabá, Manoel, Eduardo, Capitão, Roberto, Manezinho, Nasek, Pio, Japonês, Baiano, Pra-Frente, Gabriel, Pedrão, Chico, mulheres, crianças e as velhas senhoras - com eles conheci a floresta, e atravessei fronteiras. Também aos moradores de Aripuanã, novos e antigos, que deram guarida: Durval, Gonçalino e Sueli, Lira, finado Arthur, João Dourado, Salomé, Paraibão, Mauro e Tina. A Manuela, orientadora, que apostou. E Nádia, entre outras coisas, também por isso. As colegas Lucia e Mara, simpatias que aplainaram minha aculturação na Usp. A Lux e demais professores da Antropologia. Em particular, Aracy, Renate e José Guilherme, que me argüiram no exame de qualificação e, gentis em suas sugestões e críticas, animaram-me a prosseguir. Ainda em São Paulo, João e Júlio, fundamentais: a casa, as ruas, as noites e toda aquela conversa a mais. Ao grande amigo Márcio, por seu incansável estímulo antropológico. Gílio, com quem conversei sobre as diferenças Zoró. E Priscilla, sobre a música dos Cinta Larga. Antônio Carlos e Rinaldo, aos quais falei das dificuldades da pesquisa, e assim desfizeram meus temores. E Marco Antônio e Bruna, se não pude debater meu trabalho, o convite para fazê-lo afinal deslanchou esta dissertação. Calorosamente, Bethinha e Jussara, documentalistas preciosas do Museu do Índio. E, ainda aí, Carlinhos, atencioso nas buscas bibliográficas. E Marcão, sócio das tardes de pesquisa. A Mirthes, pela língua francesa. Cnpq, Capes e Fapesp, com as bolsas estudei, pesquisei e vivi. Obrigado. Aos companheiros da Opan, apoio funda- mental. E a Rosa, Ivo, Sandrinha, Ivar, Thélia e Vanda que, compartilhando o trabalho na Coordenação, compartilharam este trabalho de várias maneiras. Paula e Taiana, que suportaram os piores dias. E sempre, Vera, Mário, Margareth e Márcia, Ivone, Regina, Sérgio e Marcus e todos meus sobrinhos. RESUMO O foco da dissertação é o ritual no qual os Cinta Larga, povo de língua Tupi-Mondé que habita o noroeste de Mato Grosso e sudeste de Rondônia, dançam, cantam, bebem e, ao fim, sacrificam uma vítima animal. Apresenta-se uma descrição extensa das etapas do ritual, e procura-se decifrar o código simbólico que aciona, recorrendo ao contexto etnográfico, mitológico e escatológico. Para isto, a parte inicial do trabalho traz dados sobre a história e a sociedade Cinta Larga, indicando as principais questões. Este ritual ou festa é o evento social mais significativo nesta sociedade, o único capaz de mobilizar um grande contingente de pessoas e também de recursos. Neste sentido, o ritual revela-se um tema privilegiado para compreender a sociedade Cinta Larga. O método aqui assumido toma o ritual enquanto um instante privilegiado no continuum da vida social, que se distingue pela dramatização de temas e questões fundamentais para a sociedade. Os dados para esta dissertação provêm de inúmeros períodos de campo, distribuídos entre os anos de 1980 e 1988, e pesquisas bibliográficas exaustivas. ÍNDICE I - PRELIMINARES 1. Objetivos ................................ 1 2. A trajetória da pesquisa ................. 5 3. Nota ortográfica ......................... 15 II - A HISTÓRIA E SEUS ATORES 1. Os povos Tupi-Mondé ...................... 17 2. Demografia, formas e classificações ...... 31 3. O começo da história: guerras e migrações 50 4. A pacificação: uma outra guerra .......... 67 Notas .................................... 91 III - OS RITMOS DA SOCIEDADE 1. Nomes, parentes e pessoas ................ 97 2. A aliança mesquinha ...................... 108 3. Ciclos, artes e alimentos ................ 124 Notas .................................... 154 IV - A FESTA: TEXTO E CONTEXTO RITUAL 1. Observações e modelo ..................... 157 2. Visitas e cumprimentos ................... 185 3. O convite: condições e recíprocas ........ 191 4. O anfitrião e os convidados .............. 203 5. Chicha, danças e cantos .................. 211 6. Comida, pedidos e etiqueta ............... 230 7. Pequenas comédias ........................ 240 8. A vingança: o anfitrião transformado ..... 248 9. O sacrifício: a vítima e as flechas ...... 257 10. O banquete: os inimigos devorados ....... 272 Notas .................................... 281 V - FRONTEIRAS E PASSAGENS: RITUAL E SOCIEDADE 1. Homens, animais e inimigos ............... 285 2. A contradição canibal .................... 299 3. Somas e totais ........................... 313 BIBLIOGRAFIA ..................................... 323 APÊNDICES 1. Alguns cantos ............................ 341 2. Mitos e outras narrativas ................ 347 3. Fotografias .............................. 363 DIAGRAMAS. QUADROS E MAPAS Carta etnográfica de Rondônia (Roquette-Pinto) xii Mapa da localização das etnias citadas ....... 16 Mapa das áreas indígenas .................... 36 Áreas indígenas e população ................. 37 Relações matrimoniais e divisões patrilineares 46 Mapa de localização das aldeias (J.v.Puttkamer) 86 Terminologia de parentesco: Ego masculino ... 104 Terminologia de parentesco: Ego feminino .... 105 Modelo avuncular ............................ 113 Terminologia da afinidade ................... 120 Ciclo anual de atividades ................... 126 Espécies animais e resguardo alimentar ...... 134 Festas e estações ........................... 198 “Eu conseguia inventar homens na minha cabeça, pois era um deles; mas, as mulheres era quase impossível escrever sobre elas sem as conhecer de fato. Assim, eu as pesquisava intensamente, e sempre descobria seres humanos lá dentro. Deixava a escrita de lado. A escrita representava muito menos que o episódio vivido em si, até que terminasse. A escrita era apenas o resíduo.” Charles Bukowski 1 I - PRELIMINARES “Método singular: trata-se de aprender a ver o que é nosso como se fôssemos estrangeiros, e como se fosse nosso o que é estrangeiro. E não podemos sequer fiar- nos em nossa visão de despatriados: a própria vontade de partir tem seus motivos pessoais, podendo alterar o testemunho. Se quisermos ser verdadeiros, deveremos dizer também esses motivos, não porque a etnologia seja literatura, mas porque, ao contrário, não deixa de ser incerta a menos que o homem que fala deixe de cobrir-se com uma máscara.” M.Merleau-Ponty (1980 [1960]) 1. Objetivos O foco da dissertação é o ritual no qual os Cinta Larga, povo de língua Tupi-Mondé que habita o noroeste de Mato Grosso e sudeste de Rondônia, dançam, cantam, bebem e, ao fim, sacrificam uma vítima animal. E pensar o ritual é pensar a sociedade, uma vez que a “festa”, como traduzem, se impõe como fato social total, de acordo com a expressão consagrada de Mauss, seja por situar-se na cadeia sintagmática das relações e acontecimentos centrais para os Cinta Larga, seja por oferecer um modelo para a vida social. Ao mesmo tempo, trata-se de um registro etnográfico de uma sociedade ainda pouco estudada (o que se aplica igualmente aos Tupi-Mondé em geral). Concretamente, apresento uma descrição extensa do ritual, sistematizando observações e informações, e procuro decifrar o código simbólico que aciona. Como para isso é 2 necessário colocar os signos em relação no seu contexto etnográfico, para fazê-los significar, a parte inicial do trabalho traz dados sobre a história e a sociedade Cinta Larga. Ainda que sirvam para indicar as principais questões que aí surgem, o objetivo é antes fornecer um quadro descritivo ao qual a interpretação do ritual vai recorrer. E como exercício, no capítulo final trato dos temas do ritual nos contextos mitológico e escatológico, tentando daí alcançar outros níveis de compreensão. Embora de maneira secundária, este esboço da vida social Cinta Larga evidenciará certas dificuldades que a análise etnológica vem enfrentando para descrever as sociedades das terras baixas sul-americanas, qual seja o baixo rendimento de princípios sociológicos, políticos ou econômicos (Kaplan 1977; Seeger et alii 1979). Sendo assim, é cada vez mais evidente a necessidade de rever o aparato conceitual da antropologia e, em termos mais apropriados, adotar uma posição estratégica para abordar estas sociedades. No
Recommended publications
  • Uniparental Genetic Markers in South Amerindians
    Genetics and Molecular Biology, 35, 2, 365-387 (2012) Copyright © 2012, Sociedade Brasileira de Genética. Printed in Brazil www.sbg.org.br Review Article Uniparental genetic markers in South Amerindians Rafael Bisso-Machado, Maria Cátira Bortolini and Francisco Mauro Salzano Departamento de Genética, Instituto de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brazil. Abstract A comprehensive review of uniparental systems in South Amerindians was undertaken. Variability in the Y-chro- mosome haplogroups were assessed in 68 populations and 1,814 individuals whereas that of Y-STR markers was assessed in 29 populations and 590 subjects. Variability in the mitochondrial DNA (mtDNA) haplogroup was exam- ined in 108 populations and 6,697 persons, and sequencing studies used either the complete mtDNA genome or the highly variable segments 1 and 2. The diversity of the markers made it difficult to establish a general picture of Y-chromosome variability in the populations studied. However, haplogroup Q1a3a* was almost always the most prevalent whereas Q1a3* occurred equally in all regions, which suggested its prevalence among the early coloniz- ers. The STR allele frequencies were used to derive a possible ancient Native American Q-clade chromosome haplotype and five of six STR loci showed significant geographic variation. Geographic and linguistic factors moder- ately influenced the mtDNA distributions (6% and 7%, respectively) and mtDNA haplogroups A and D correlated pos- itively and negatively, respectively, with latitude. The data analyzed here provide rich material for understanding the biological history of South Amerindians and can serve as a basis for comparative studies involving other types of data, such as cultural data.
    [Show full text]
  • Ministério Da Educação Fundação Universidade
    MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA – UNIR DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO INTERCULTURAL – DEINTER CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA EDITAL Nº 001/2017 HOMOLOGAÇÃO FINAL DE INSCRIÇÕES APÓS PRAZO DE RECURSO NOME COMPLETO POVO INDÍGENA ATUA NA EEI SITUAÇÃO DA INSCRIÇÃO ADELAIDE APARECIDA CHUE URUPE CHIQUITANO Sim Homologada AGNALDO ZAWANDU ZORO ZORO Sim Homologada ALESSANDRA MONTEIRO PINHO MAKURAP MAKURAP Sim Homologada ALEXANDRE SURUÍ PAITER SURUÍ Sim Homologada Não homologada ALUÍZIO MOREIRA DE SOUSA Não indígena Sim (Não atende ao item 2.1 do edital) ANDRÉ JABOTI DJEOROMITXI Sim Homologada ANEMÃ IRUN CINTA LARGA CINTA LARGA Sim Homologada ARIRAM CAO ORAJE CAO ORAJE Sim Homologada AUGUSTO CINTA LARGA CINTA LARGA Sim Homologada CARLOS AIKANÃ AIKANA Sim Homologada CLEIDE ADRIANA DA SILVA TERENA NAMBIKWARA Sim Homologada CRISTIANE AMBÉ GAVIÃO GAVIÃO Sim Homologada Não homologada DAIANE DE LOURDES ALVES Não indígena Não (Não atende ao item 2.1 do edital) Não homologada DÉBORA CRISTINA DOS SANTOS ARAÚJO Não indígena Não (Não atende ao item 2.1 do edital) EDELAINE MARIA KARITIANA KARITIANA Sim Homologada EDNA LUIZA ALVES YAWANAWA YAWANAWA Sim Homologada EDNA TOMPAM CAO OROWAJE CAO OROWAJE Sim Homologada EDSON SABANÊ SABANÊ Sim Homologada Não homologada FABRÍCIO GATAGON SURUI SURUI PAITER Não (Não atende ao item 2.1 do edital) FERNANDO MARIA DUARTE KANOÉ Sim Homologada FRANCISCO MEIRELLES NAMALOTA SURUÍ PAITER SURUÍ Sim Homologada GEOVANE TUPARI TUPARI Sim Homologada Não homologada GISANIA DOS SANTOS
    [Show full text]
  • Acervo Digital UFPR
    1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR CIÊNCIAS DA TERRA DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA ALEX MOTA DOS SANTOS CARTOGRAFIAS DOS POVOS E DAS TERRAS INDÍGENAS EM RONDÔNIA CURITIBA 2014 2 ALEX MOTA DOS SANTOS CARTOGRAFIAS DOS POVOS E DAS TERRAS INDÍGENAS EM RONDÔNIA Tese apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Geografia, Setor de Ciências da Terra, Universidade Federal do Paraná, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Doutor em Geografia. Orientação: Prof. Dra. Salete Kozel CURITIBA 2014 3 Ficha Catalográfica 4 5 DEDICO A memória do meu pai, Clarindo Bispo dos Santos pelo seu amor incondicional, dedicação e pelo sonho do filho doutor! Dele eu lembro que “É tão estranho, pois os bons morrem jovens, assim parece ser quando me lembro de você pai, que acabou indo embora cedo demais...” (adaptado do trecho da música Love in the afternoon – Legião Urbana). À minha querida e linda mãe, Eurides Miranda Mota, companheira, minha inspiração e fonte de amor incondicional que me ensina todos os dias a descoberta da nossa amizade...ela também mudou com este trabalho. Aos povos indígenas de Rondônia, pela amizade e gentilezas. A toda minha família que viveu este sonho comigo,... aos meus alunos e colegas professores que se interessam pela temática de tese! A memória da geógrafa Rosangela das Dores Reis pelo trabalho e contribuição à causa indígena em Rondônia. 6 AGRADECIMENTOS Essa pesquisa não seria possível sem os parceiros e colaboradores, em especial a orientadora de tese, professora Salete Kozel, pela paciência e apoio. Agradeço a colaboração dos colegas, professores e estudantes indígenas que frequentam a Licenciatura Básica Intercultural da UNIR, campus da cidade de Ji-Paraná, dentre eles: Ana Oro Nao’, Isael Xixina Gavião, Luiz Suruí, Carmelita Oro Eo, José Oro Mon, Carlos Aikanã, Alessandra Makurap, Francisco Oro Waram, Nelson Oro Waram, Dorival Oro Não’, Armando Jabuti, João B.
    [Show full text]
  • Peoples in the Brazilian Amazonia Indian Lands
    Brazilian Demographic Censuses and the “Indians”: difficulties in identifying and counting. Marta Maria Azevedo Researcher for the Instituto Socioambiental – ISA; and visiting researcher of the Núcleo de Estudos em População – NEPO / of the University of Campinas – UNICAMP PEOPLES IN THE BRAZILIAN AMAZONIA INDIAN LANDS source: Programa Brasil Socioambiental - ISA At the present moment there are in Brazil 184 native language- UF* POVO POP.** ANO*** LÍNG./TRON.**** OUTROS NOMES***** Case studies made by anthropologists register the vital events of a RO Aikanã 175 1995 Aikanã Aikaná, Massaká, Tubarão RO Ajuru 38 1990 Tupari speaking peoples and around 30 who identify themselves as “Indians”, RO Akunsu 7 1998 ? Akunt'su certain population during a large time period, which allows us to make RO Amondawa 80 2000 Tupi-Gurarani RO Arara 184 2000 Ramarama Karo even though they are Portuguese speaking. Two-hundred and sixteen RO Arikapu 2 1999 Jaboti Aricapu a few analyses about their populational dynamics. Such is the case, for RO Arikem ? ? Arikem Ariken peoples live in ‘Indian Territories’, either demarcated or in the RO Aruá 6 1997 Tupi-Mondé instance, of the work about the Araweté, made by Eduardo Viveiros de RO Cassupá ? ? Português RO/MT Cinta Larga 643 1993 Tupi-Mondé Matétamãe process of demarcation, and also in urban areas in the different RO Columbiara ? ? ? Corumbiara Castro. In his book (Araweté: o povo do Ipixuna – CEDI, 1992) there is an RO Gavião 436 2000 Tupi-Mondé Digüt RO Jaboti 67 1990 Jaboti regions of Brazil. The lands of some 30 groups extend across national RO Kanoe 84 1997 Kanoe Canoe appendix with the populational data registered by others, since the first RO Karipuna 20 2000 Tupi-Gurarani Caripuna RO Karitiana 360 2000 Arikem Caritiana burder, for ex.: 8,500 Ticuna live in Peru and Colombia while 32,000 RO Kwazá 25 1998 Língua isolada Coaiá, Koaiá contact with this people in 1976.
    [Show full text]
  • Brazil Survey Report Outline
    A report and comparative-historical look at the Cinta Larga, Suruí, Gavião and Zoró languages Stan Anonby and David J. Holbrook Simon Fraser University [email protected] This study investigates the relationships between four Tupi-Monde languages: Cinta Larga, Suruí, Gavião and Zoró. Two word lists were collected from each of these languages, and they were analyzed using the comparative method. The results show that these languages are not genetically related in the way previously supposed. The possible historical reasons and implications of these new findings are discussed. A new genetic tree is proposed to take into account the new analysis Keywords: Brazil; indigenous languages; Tupi-Guarani; Mondé; Amazon; endangered languages 1 Introduction This paper discusses the social situation and language relatedness of four Tupi- Monde languages. It proposes a different genetic tree based on results from using the historical comparative method. It also discusses how an alternative interpretation of history could explain this new subgrouping. This proposal depends on the presupposition that the first split in the Mondé family was when Gavião diverged from the ancestor of the other three languages. Much later, the Gavião and Zoró lived together for a considerable period of time, resulting in their borrowing sounds from each other. 2 Background The Mondé languages (Salamãy, Aruá, Gavião, Cinta Larga, Suruí, and Zoró) are spoken in the southwest of the Brazilian Amazon basin, between the states of Rondônia and Mato Grosso. The groups live in several Indigenous territories, which are surrounded to the east, west, and south by major and minor Brazilian cities and towns. Over the years outsiders have been drawn to this part of Brazil seeking rubber and animal pelts.
    [Show full text]
  • Supplement of Dataset of Georeferenced Dams in South America (DDSA)
    Supplement of Earth Syst. Sci. Data, 13, 213–229, 2021 https://doi.org/10.5194/essd-13-213-2021-supplement © Author(s) 2021. This work is distributed under the Creative Commons Attribution 4.0 License. Supplement of Dataset of Georeferenced Dams in South America (DDSA) Bolivar Paredes-Beltran et al. Correspondence to: Bolivar Paredes-Beltran ([email protected], [email protected]) The copyright of individual parts of the supplement might differ from the CC BY 4.0 License. SUPPLEMENTARY TABLE S1 FUTURE DAMS IN SOUTH AMERICA COUNTRY NAME PHASE SOURCE Argentina Brazo Aña Cua Projected FHReD, 2015 Argentina Cerro Rayoso Projected FHReD, 2015 Argentina Chihuido 1 Projected FHReD, 2015 Argentina Condor Cliff In Construction FHReD, 2015 Argentina Corpus Christi Projected FHReD, 2015 Argentina El Tambolar In Construction FHReD, 2015 Argentina Garabi Projected FHReD, 2015 Argentina Itacora-Itati Projected FHReD, 2015 Argentina La Barrancosa In Construction FHReD, 2015 Argentina La Invernada Projected FHReD, 2015 Argentina Los Blancos I Projected FHReD, 2015 Argentina Los Blancos II Projected FHReD, 2015 Argentina Michihuao Projected FHReD, 2015 Argentina Panambi Projected FHReD, 2015 Argentina Piedra del Aguila (expansion) Projected FHReD, 2015 Argentina Portezuelo del Viento Projected FHReD, 2015 Argentina Potrero del Clavillo Projected FHReD, 2015 Argentina Yacyreta (expansion) Projected FHReD, 2015 Bolivia Ambrosia Projected FHReD, 2015; Almeida et al., 2019 Bolivia Angosto Chepete Projected FHReD, 2015; Almeida et al., 2019 Bolivia
    [Show full text]
  • As Línguas Indígenas Na Universidade Federal De São Carlos
    Edmar Neves da Silva. As línguas indígenas... Artículo AS LÍNGUAS INDÍGENAS NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS Edmar Neves da Silva [email protected] Departamento de Letras - UFSCar (DL) Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Brasil RESUMO Com um programa de Ações Afirmativas que garante uma vaga anual para candidatos indígenas em todos os cursos da graduação, a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) tornou-se referência nacional no acesso dos povos indígenas do Brasil ao ensino superior. Atualmente a UFSCar conta com 150 estudantes indígenas de várias etnias em seus quatro campi. Assim, a Universidade sofreu um impacto extremamente positivo com as Políticas de Ações Afirmativas, tornando-se um grande polo de diversidade cultural e linguística. O presente artigo apresenta um perfil geral dos estudantes indígenas da UFSCar e um mapeamento das línguas indígenas faladas por esses estudantes. Palavras-chave: Políticas linguísticas; Línguas indígenas; Educação indígena; Ações Afirmativas; Ensino superior. THE INDIGENOUS LANGUAGES AT UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS ABSTRACT With an affirmative action program that guarantees one annual vacancy for indigenous candidates in all of undergraduate courses, the Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) has become a national reference in the access of Brazilian indigenous people to higher education. Currently UFSCar has 150 indigenous students from various ethnicities at its four campuses. Thus, the university has had an extremely positive impact with affirmative action policies, becoming a major pole of cultural and linguistic diversity. This article presents a 92 © Revista Digital de Políticas Lingüísticas. Año 10, Volumen 10, noviembre 2018. ISSN 1853-3256 general profile of UFSCar’s indigenous students, and a mapping of the indigenous languages spoken by them.
    [Show full text]
  • Amazon Indigenous Redd+
    AMAZON INDIGENOUS REDD+ ITS BEGINNING, CONCEPTUALIZATION, LANDMARKS AND PRELIMINARY STRATEGIES och K ig Z razil / razil B © WWF- © AMAZON INDIGENOUS REDD+ ITS BEGINNING, CONCEPTUALIZATION, LANDMARKS AND PRELIMINARY STRATEGIES List of acronyms 6 I. Introduction 9 II. Background 10 1. Climate change and REDD+ 10 2. Indigenous View on REDD+ and the Origin of RIA 12 3. RIA: Proposal of full life for adaptation and mittigation to climate change 14 3.1 Landmarks in RIA evolution and development 18 3.2 RIA enriches with global debate of UNFCCC 20 3.3 RIA and its projection to national climate policies and REDD+ 22 4. RIA: concepts and main axes 22 4.1 The Indigenous Full Life Plan 22 4.2 Indigenous Safety and Land Government 23 4.3 Holistic management and its connection between mitigation and adaptation 23 4.4 Assessment of Ecosystem Services by Hectare 25 4.5 Combining “carbon storage and flow” and redefining “additionality 27 4.6 Financing with public mechanisms, social control and private contribution 28 4.7 RIA as part of broader strategies on forests 28 4.8 Innovation of the appropriate certification standard for RIA 29 4.9 Adequate Mechanisms and Agreements for Benefit Distribution within the Framework of RIA 31 4.10 Net Greenhouse Gases Reduction and Control over Deforestation Drivers and Agents in Indigenous Lands 32 4.11 Nationally Determined Contributions (NDC) for Reducing GHG Emissions and Their Relationship with the Indigenous Climate Strategy 36 4.12 Expansion of Opportunities for RIA in Terms of Adaptation and Indigenous Women
    [Show full text]
  • Prayer Cards | Joshua Project
    Pray for the Nations Pray for the Nations Abkhaz in Ukraine Abor in India Population: 1,500 Population: 1,700 World Popl: 307,600 World Popl: 1,700 Total Countries: 6 Total Countries: 1 People Cluster: Caucasus People Cluster: South Asia Tribal - other Main Language: Abkhaz Main Language: Adi Main Religion: Non-Religious Main Religion: Unknown Status: Minimally Reached Status: Minimally Reached Evangelicals: 1.00% Evangelicals: Unknown % Chr Adherents: 20.00% Chr Adherents: 16.36% Scripture: New Testament Scripture: Complete Bible www.joshuaproject.net www.joshuaproject.net Source: Apsuwara - Wikimedia "Declare his glory among the nations." Psalm 96:3 "Declare his glory among the nations." Psalm 96:3 Pray for the Nations Pray for the Nations Achuar Jivaro in Ecuador Achuar Jivaro in Peru Population: 7,200 Population: 400 World Popl: 7,600 World Popl: 7,600 Total Countries: 2 Total Countries: 2 People Cluster: South American Indigenous People Cluster: South American Indigenous Main Language: Achuar-Shiwiar Main Language: Achuar-Shiwiar Main Religion: Ethnic Religions Main Religion: Ethnic Religions Status: Minimally Reached Status: Minimally Reached Evangelicals: 1.00% Evangelicals: 2.00% Chr Adherents: 14.00% Chr Adherents: 15.00% Scripture: New Testament Scripture: New Testament www.joshuaproject.net www.joshuaproject.net Source: Gina De Leon Source: Gina De Leon "Declare his glory among the nations." Psalm 96:3 "Declare his glory among the nations." Psalm 96:3 Pray for the Nations Pray for the Nations Adi in India Adi Gallong in India
    [Show full text]
  • Maize As Material Culture? Amazonian Theories of Persons and Things
    Miller, Maize as material culture? MAIZE AS MATERIAL CULTURE? AMAZONIAN THEORIES OF PERSONS AND THINGS THERESA MILLER Introduction: the ‘nature’ of materials in anthropological analyses As a significant sub-discipline within anthropology, material culture studies have been at the forefront of ground-breaking theories regarding the relationships between people and things. A whole genre of object biographies have been produced, based on Kopytoff’s (1986) article on the ‘social life of things’ (cf. Saunders 1999, Thomas 1999, Harrison 2003). Daniel Miller’s (1987) interpretation of Hegel’s dialectical materialism led to a serious discussion of how people and objects mutually reinforce and create each other. While Kopytoff’s theory has been widely criticized for its passive, semiotic approach (Thomas 1999, Holtorf 2002), Miller’s notion of ‘materiality’ (1987, 2010) moved away from the meanings of objects to focus on how they act within the field of social relations. As more anthropologists and archaeologists engage with material culture studies, however, the assumptions on which this sub-field have been based are being called into question. Rival’s edited volume (1998) includes ethnographic accounts attempting to reconcile the symbolic and material aspects of person ̶ thing relationships. Ingold (2007b) adopts a more radical view, bypassing a discussion of symbolism and critiquing ‘materiality’ for being an abstract category. His phenomenological approach calls for an analysis of the material substance and affects/effects of things. Instead of analysing the ‘thinginess’ of things, as is the case in materiality studies, Ingold advocates an exploration of how things are ‘thingly’; that is, how they emerge in the world of both people and things (Ingold 2007b: 9).
    [Show full text]
  • A Diretora Nacional Do Projeto BRA/13/019 Substituta Comunica
    08/12/2020 SEI/FUNAI - 2685711 - Edital Projeto BRA MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA FUNDAÇÃO NACIONAL DO ÍNDIO SCS Quadra 09 Edifício Parque Cidade Corporate Torre B, Setor Comercial Sul, - Bairro Asa Sul CEP 70308-200 Brasília/DF 61 3247 6914 - http://www.funai.gov.br PROJETO BRA 13/019: IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DE GESTÃO TERRITORIAL E AMBIENTAL DE TERRAS INDÍGENAS EDITAL PROJETO BRA Nº ERRATA 2 DO EDITAL 001/2020 / ANO 2020 A Diretora Nacional do Projeto BRA/13/019 Substituta comunica novas alterações no Edital N° 001/2020 de Seleção de Propostas de Subvenção de Baixo Valor voltadas à Recuperação da vegetação nativa nos biomas Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica, apresentadas a seguir: ACRESCENTAR, no Anexo II - LISTA DE TERRAS INDÍGENAS ELEGÍVEIS, as terras indígenas Ribeirão Silveira, Ilha da Cotinga, Mbiguaçu e Xambioá, na tabela presente no anexo, e nota explicativa acerca das terras dominiais. Assim, LEIA - SE: EDITAL PROJETO BRA Nº 001/2020_ANEXO II - TIS ELEGÍVEIS / ANO 2020 LISTA DAS TERRA INDÍGENAS ELEGÍVEIS Terra Indígena Etnias UF Arariboia Guajajara, Awa Guajá MA Geralda Toco Preto Timbira MA Governador Tenetehara,Gavião Pukobiê MA Karajá Santana do Araguaia Karajá PA Manoki Irántxe MT Maraiwatsede Xavante MT Maranduba Karajá TO,PA Menkü Mynky MT Nambikwara Nambikwára MT Parque do Aripuanã Cinta Larga MT,RO Pirineus de Souza Nambikwára MT Ponte de Pedra Paresí MT Rio Formoso Paresí MT Taihantesu Wasusu MT Umutina Umutina MT Urubu Branco Tapirapé MT Urucu/Juruá Tenetehara MA Vale do Guaporé Nambikwára MT
    [Show full text]
  • Relatório Da Oficina De Reflexão Sobre Serviços Ambientais Para Os Povos Do Corredor Etno Ambiental Tupi Mondé
    RELATÓRIO DA OFICINA DE REFLEXÃO SOBRE SERVIÇOS AMBIENTAIS PARA OS POVOS DO CORREDOR ETNO AMBIENTAL TUPI MONDÉ. Maria Barcellos Chicoepáb Suruí INTRODUÇÃO O tema dos pagamentos por serviços ambientais envolve aspectos complexos e por essa razão se faz urgente e necessário conscientizar e capacitar as comunidades locais que podem ser beneficiárias dessa nova possibilidade. É de grande importância que esse novo mecanismo, potencialmente capaz de gerar novas fontes de recursos para a conservação da biodiversidade e melhoria dos meios de sustentação das comunidades locais, seja bem compreendido, para que essas populações não se aventurem em processos equivocados. OBJETIVO PRINCIPAL Trazer esclarecimentos sobre o tema dos serviços ambientais e salvaguardas sócio ambientais, buscando orientar as lideranças indígenas para tomada de decisão informada sobre o tema. Pretende refletir sobre como o manejo dos serviços ambientais em TIs pode ser reconhecido pelos poderes públicos e fontes financiadoras. A oficina não tem o objetivo de estimular, nem criar expectativas para as comunidades indígenas elaborar projetos para o mercado e sim trazer a discussão sobre serviços ambientais para um plano mais esclarecedor e realista. PROGRAMAÇÃO PREVISTA Terça-feira, 18 fevereiro 2014 08h00- 09h45 Boas vindas e Abertura Composição da mesa de abertura: ( Almir (METAREILÁ), Beto Borges (FOREST TRENDS), Israel (KANINDÉ), Mariano Cenamo (IDESAM), Vasco (ECAM), Parlamento , Miguel (Articulação Indígena), Heliton Gavião (COORDENADORIA INDIGENA ESTADUAL ), Érica (FUNDO
    [Show full text]