RACHEL DE QUEIROZ DE 1910 a 1964 Natália De Santanna

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RACHEL DE QUEIROZ DE 1910 a 1964 Natália De Santanna “A VELHA DEVOROU A MOÇA?”: RACHEL DE QUEIROZ DE 1910 A 1964 Natália de Santanna Guerellus* Resumo: O presente artigo traz uma análise sobre a trajetória intelectual da escritora cearense Rachel de Queiroz (1910-2003) a partir da memória construída por ela mesma e por terceiros, sobretudo no que se refere ao período entre 1930 e 1964. Pretende, com isso, problematizar a complexidade, as ambiguidades e paradoxos da ação política de uma das mais importantes intelectuais brasileiras do século XX. Palavras-Chave: História Política do Brasil, Biografia Intelectual, Rachel de Queiroz. “THE OLD WOMAN DEVOURED THE GIRL?”: RACHEL DE QUEIROZ FROM 1910 TO 1964. Abstract: This article analyzes the intelectual trajectory of Ceará writer Rachel de Queiroz (1910-2003) based on the memory built by herself and by other people, with a special attention to the context between 1930 and 1964. The goal is to present the complexity, ambiguities and paradoxes of the political action of one of the most important Brazilian intellectuals of the twentieth century. Keywords: Brazilian Political History, Intellectual Biography, Rachel de Queiroz. Introdução O presente artigo traz alguns dos resultados de uma pesquisa que procura pensar a intelectualidade de direita no Brasil do século XX da forma mais verticalizada possível: através do estudo biográfico. O trabalho em caráter mais amplo consiste na análise da * Doutora em História pela Universidade Federal Fluminense e professora leitora no Departamento d’Études Lusophones da Université Paris Nanterre (2016/2017). Vol. 2 | N. 4 | JUL./DEZ. 2016 60 trajetória intelectual de Rachel de Queiroz (1910-2003), escritora de apelo popular, que teve seu primeiro romance publicado aos dezenove anos, entre a infância e o golpe de 1964. Rachel de Queiroz foi uma das poucas escritoras mulheres a participar do círculo modernista de seu estado de origem e do grupo regionalista dos anos 1930. Já ao longo dos anos 1940, tornou-se autora canônica da literatura brasileira e, em 1977, foi eleita a primeira mulher a pertencer à Academia Brasileira de Letras1. O interesse acadêmico pela autora, consequentemente, se concentra de modo especial em seu perfil literário, procurando compreender e analisar a produção, a circulação e a recepção dos escritos rachelianos ao longo do tempo, com trabalhos recentes voltados especialmente para sua escrita cronística. O Quinze, seu primeiro livro publicado2, lançado em 1930, é também matéria constante de análise, uma vez que inaugura a inserção da autora no campo intelectual de caráter nacional, em grupos definidos como “romance regionalista” ou no interior do “romance de 30”. Para o presente trabalho, no entanto, procurou-se um ponto de vista alternativo mais ligado aos estudos históricos, de modo a propor um olhar diferente sobre esta autora já tão estudada, de modo a contribuir com sua riqueza crítica. Procurou-se, portanto, centrar a análise em seu percurso enquanto “intelectual”. A definição da palavra é complexa, sendo comum vincular as razões de sua expansão ao famoso caso Dreyfus na França do final do século XIX. Para os pesquisadores Jean-François Sirinelli e Pascal Ory, o intelectual não é definido por sua função ou seu status profissional, mas por sua intervenção no terreno da política; não sendo necessariamente “o homem [a mulher] que pensa, mas o homem [a mulher] que comunica um pensamento”. Este sujeito com grande habilidade narrativa também acredita ter uma vocação crítica (não necessariamente contrária ao status quo), e ser o porta- voz dos grandes valores da humanidade3. 1 Este artigo traz uma das conclusões percebidas a partir da tese intitulada: “Como um Castelo de Cartas: Culturas políticas e a trajetória de Rachel de Queiroz (1910-1964)”, defendida no Departamento de História da Universidade Federal Fluminense em abril de 2015. 2 Rachel já tinha em mãos os originais de outro livro, Mandacaru, com poesias que escrevera até 1930. No entanto este livro foi publicado apenas postumamente, em 2010, fac-símile, pelo Instituto Moreira Salles. 3 « Dans notre ouvrage, l’intellectuel sera donc un homme du culturel, créateur et médiateur, mis en situation d’homme du politique, producteur ou consommateur d’idéologie. Ni une simple catégorie socioprofessionnelle, ni un simple personnage, irréductible. Il s’agira d’un statut, comme dans la définition sociologique, mais transcendé par une volonté individuelle, comme dans la définition éthique, et tourné vers un usage collectif » In: Vol. 2 | N. 4 | JUL./DEZ. 2016 61 O objetivo do presente artigo é, neste sentido, apresentar e analisar aspectos importantes revelados no estudo da memória sobre a trajetória intelectual de Rachel de Queiroz, entendendo, com isso, aquilo que é vinculado à política. Procura-se mapear esta memória e compreender suas diferentes elaborações ao longo do tempo e também seus “esquecimentos”, parte integrante de toda narrativa de memória. Diferente do que possa parecer às gerações de hoje, habituadas à leitura dos romances rachelianos, onde se destaca O Quinze, Rachel de Queiroz foi uma prolífica escritora de crônicas de caráter político ao longo de mais de setenta anos de carreira, participando e representando em sua escrita os momentos mais importantes da história nacional4. Em todo seu percurso, Rachel de Queiroz prezou por sua autonomia - e talvez este seja o dado mais importante de sua trajetória intelectual -, ainda que dialogasse com grupos políticos específicos em determinados momentos. Os sujeitos da memória O ano de 2010 marcou a celebração do centenário de nascimento de Rachel de Queiroz, comemorado em várias universidades, escolas e outras instituições, como museus, bibliotecas, centros culturais. Assim foram a exposição organizada pela Academia Brasileira de Letras e as palestras e lançamentos organizados pelo Instituto Moreira Salles no Rio de Janeiro, além da série de artigos, eventos comemorativos e lançamentos promovidos na cidade natal da autora, Fortaleza, Ceará. SIRINELLI, Jean-François; ORY, Pascal. Les intellectuels en France: de l’affaire Dreyfus à nos jours. Paris: Éditions Perrin, 2004, p. 15. 4 O presente trabalho contabilizou um total de 1652 crônicas somente na revista de circulação nacional, O Cruzeiro, e no periódico carioca Diário de Notícias. Isto entre 1938 e 1975. No entanto, sabe-se que este universo é bem maior. A partir do fundo depositado no Instituto Moreira Salles, que atualmente encontra-se em deslocamento para a cidade de Fortaleza, os periódicos nos quais Rachel de Queiroz escreveu ao longo da vida foram: Diário de Notícias (RJ), revista O Cruzeiro, A Cigarra (RJ), Folha Carioca (RJ), O Jornal (RJ), O Nordeste (CE), Correio da manhã (RJ), A manhã, O Povo (CE), O Unitário (RJ), Revista do Brasil, Correio do Ceará (CE), Folha do Povo, Manchete, O Cruzeiro Internacional, O Estado de São Paulo (SP), Diário de São Paulo, Diário do Congresso, Diário de Pernambuco (PE), Jornal da Barra (RJ), Jornal do Comércio (RJ), Última Hora (RJ), O Dia (RJ), Correio Brasiliense (DF), Jornal da Bahia, além de alguns manuscritos e periódicos esparsos. Vol. 2 | N. 4 | JUL./DEZ. 2016 62 Em todas as comemorações, o lado mais aclamado da trajetória da autora foi, com certeza, o de sua carreira literária, como romancista e cronista e, para surpresa de muitos, poeta. A grande novidade foi o lançamento, no Rio e em Fortaleza, de originais, até então nunca divulgados, das poesias escritas por Rachel ainda antes do romance O Quinze, de 1930, além de documentos inéditos que possibilitaram a apreciação da carreira jornalística da autora cearense5. No entanto, já antes do centenário, ainda em 2002, o jornalista Hermes Rodrigues Nery publicara uma coletânea de conversas informais com a escritora cearense. São 270 páginas onde vários temas são tratados, tanto em relação à biografia da autora quanto sua opinião sobre política, literatura, profissão, família, amizade, religião etc. É uma das maiores entrevistas que Rachel concedeu e está baseada não apenas em uma conversa informal, mas várias, colhidas entre 1988 e 1996. Este livro é uma das várias entrevistas que Rachel deu em vida. Não é à toa que os responsáveis pelo número especial dedicado a ela pelo Instituto Moreira Salles em 1994, já tivessem percebido nessa pluralidade um desafio: “a facilidade é que se pode esperar que a escritora fale com seus entrevistadores o tempo que for necessário. O problema é que, como Rachel já concedeu um sem número de depoimentos, fica difícil trazer à tona temas ainda não abordados”6. Mesmo assim, o Instituto Moreira Salles investiu no projeto convidando diferentes especialistas e autores brasileiros prontos a interrogar a escritora cearense. Aliado a ensaios feitos por Wilson Martins, Heloísa Buarque de Hollanda e Vilma Arêas, a revista acaba se tornando uma das principais referências no estudo sobre Rachel de Queiroz, revelando novos aspectos de sua obra e referências bibliográficas importantes. Da mesma forma, um importante ensaio biográfico foi publicado pela escritora Socorro Acioli em 2003, ano da morte de Rachel. O livro lançado pelas edições Demócrito Rocha foi 5 QUEIROZ, Rachel de. Serenata. Fortaleza: Armazém da Cultura, 2010; QUEIROZ, Rachel de. Mandacaru. Rio de Janeiro: Instituto Moreira Salles, 2010. Cito ainda os estudos críticos publicados: BARBOSA, Lourdinha Leite & ARAGÃO, Cleudene de Oliveira (Orgs), 100 anos de Rachel de Queiroz: vida e obra, Fortaleza: Assembleia Legislativa do Ceará e Edições Inesp, 2010; COUTINHO, Fernanda (Orgs), Rachel de Queiroz: uma escrita no seu tempo, Fortaleza: Edições Demócrito Rocha, 2010. 6Cadernos de Literatura Brasileira: Rachel de Queiroz. Instituto Moreira Salles. Número 4. 1ª reimpressão, jan/2002. p.21. Vol. 2 | N. 4 | JUL./DEZ. 2016 63 feito a partir de entrevistas com Rachel de Queiroz e do próprio volume do IMS, e revela através de uma narrativa fluida, clara e acessível a história da trajetória literária de Rachel de Queiroz até sua velhice7. Além das publicações acima citadas, é importante destacar também o livro que a autora cearense escreveu a quatro mãos, com sua irmã, Maria Luiza de Queiroz.
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