Política, Indianismo E História Na Poesia De Machado De Assis

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Política, Indianismo E História Na Poesia De Machado De Assis UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS LARISSA ALVES MUNDIM NOS LABIRINTOS DE CLIO: POLÍTICA, INDIANISMO E HISTÓRIA NA POESIA DE MACHADO DE ASSIS CAMPINAS 2017 LARISSA ALVES MUNDIM NOS LABIRINTOS DE CLIO: POLÍTICA, INDIANISMO E HISTÓRIA NA POESIA DE MACHADO DE ASSIS Dissertação apresentada ao Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas como parte dos requisitos exigidos para a obtenção do título de Mestra em História, na área História Social Supervisor/Orientador: Prof. Dr. Sidney Chalhoub ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA DISSERTAÇÃO DEFENDIDA PELA ALUNA LARISSA ALVES MUNDIM E ORIENTADA PELO PROF. DR. SIDNEY CHALHOUB. CAMPINAS 2017 Universidade Estadual de Campinas Instituto de Filosofia e Ciências Humanas A Comissão Julgadora dos trabalhos de Defesa de Dissertação de Mestrado composta pelos Professores Doutores a seguir descritos, em sessão pública realizada em 21 de fevereiro de 2017, considerou a candidata Larissa Alves Mundim aprovada. Prof. Dr. Ricardo Figueiredo Pirola Profa. Dra. Ana Flávia Cernic Ramos Prof. Dr. Jefferson Cano A Ata de Defesa, assinada pelos membros da Comissão Examinadora, consta no processo de vida acadêmica da aluna. Para Geisler, minha mãe Nilse e Manoel, meus avós “Mueve-me enfin tu amor de tal manera Que aunque no hubiera cielo yo te amara.” (“Fé” – Machado de Assis) Agradecimentos Fazer um mestrado é um privilégio, entretanto, ao longo de dois anos, muitas vezes questionei meu caminho. Nesta jornada contei com pessoas determinantes que o destino ou o acaso colocou na minha vida. Não contesto a sorte que foi tê-las conhecido. Foram guias que muitas vezes me salvaram dos labirintos desta história. O orientador Sidney Chalhoub ofereceu estímulo e autonomia intelectual (mesmo com a distância de mais de 7.600 km que separam Cambridge e Campinas). Suas críticas foram fundamentais para minha formação. Sempre o levarei como exemplo. A Ana Flávia Cernic Ramos continua sendo minha mestra, não deve existir isso de “ex- orientadora”. Desde a graduação ela tem uma agudeza indispensável para meu trabalho. A Flávia me presenteou com uma edição toda rabiscada dos primeiros capítulos da dissertação, foi essencial para rever certas partes e terminar o trabalho. Obrigada por ainda ler meus textos e me colocar nos eixos quando preciso. O professor Jefferson Cano também fez apontamentos importantes. Devo reconhecer ainda as sugestões que recebi sobre o meu projeto no seminário de linha de pesquisa. Portanto, agradeço aos professores e professoras: Robert Slenes, Sílvia Hunold Lara, Ricardo Pirola, Lucilene Reginaldo e Fernando Teixeira. Ainda neste campo, renovo meu agradecimento à banca da monografia: Ana Paula Spini e Daniela Magalhães da Silveira. Os comentários e questionamentos de ambas foram guardados e me serviram na escrita da dissertação. Desde o início do mestrado, participo de seminários mensais nos quais discutimos obras literárias. Nossos encontros foram extraordinários. Agradeço aos membros: Ana Flávia Magalhães Pinto, Laila Corrêa e Silva, Caio Arrabal, Rodrigo Camargo Godói e Dayana Façanha. Sobre os dois últimos, preciso de mais algumas palavras. O Rodrigo se tornou um colega valoroso, com ele aprendo muito sobre literatura. Se a lei da sincronicidade estiver correta, explica o coincidência de tê-lo encontrado para um café e conversar sobre questões delicadas da pós-graduação e da vida íntima, foi incentivo para resolver certos impasses. Já a Dayana Façanha foi com quem compartilhei o interesse por nossos literatos em disciplinas das pós-graduação e também as angústias da vida acadêmica. Foi a Day quem aguentou grande parte das minhas ansiedades (e isso não é para qualquer um!), ela ainda comentou muitas questões da dissertação e do projeto de doutorado. O ano de 2015 não foi tranquilo, quem ingressou naquele ano estava no mesmo barco de incertezas, o que talvez tenha sido essencial para a união da turma. Acima dos egos acadêmicos sempre estivemos juntas e torcendo uma para a outra. Além da Day, devo agradecer a Alessandra Belo, Tamires Sacardo, Telma Gonçalves Santos e Daniela Cavalheiro, nossos encontros são sempre divertidos, sinto falta de vê-las cotidianamente, são todas amigas estimadas. A Dani também leu e comentou o projeto de doutorado, gratifico o carinho e a atenção de sempre. Numa época de cortes no investimento para a educação, seguir carreira acadêmica é um ato de coragem. Enfrentar a contracorrente exige teimosia e bom humor, essas mulheres fazem jus à causa. E, apesar dos cortes, tive a sorte de receber bolsa no início do mestrado. Agradeço o financiamento do CNPq que me proporcionou dedicação integral aos estudos. No cotidiano, quem suporta a mestranda são os amigos e a família. O amor, às vezes, se mostra silencioso, no cuidado diário, na cumplicidade dos olhares, numa oração, no abraço do reencontro. São essas pessoas que me entendem e aprenderam a lidar comigo. Sem mais, minha “farândola” é composta pelos melhores amigos que poderia encontrar: Alessandra Mata, Andressa Sanday, Beatriz Benvengo, Breno Pedroni, Giovana Telles, Matheus Nassif, Nikolas Maciel, Pedro Gusmão, Pedro Sliuzas, Rodrigo Hilkner, Tiago Gayet, Sabrina Rodrigues e Victor Scaliante. Rodrigo Hilkner é um amigo sensível, obrigada pelas mensagens carinhosas. Pedro Sliuzas agora sabe que Thompson não é só modelo atômico, também ficou fascinado quando leu alguns trechos de Trabalho, lar e botequim. Beatriz Benvengo, a melhor amiga que alguém poderia ter, nosso encontro deve ser celebrado, não é todo dia que alguém tão especial entra em nossas vidas. Nikolas Maciel, grande companheiro, desde o primeiro ato somos amigos. Poucas pessoas se empolgam tanto com minha pesquisa quanto o Nikolas. E foi com ele, num domingo, às 2h da madrugada, que encontrei alguns documentos que estão na dissertação. Que nossa dupla dinâmica dure uma vida inteira. Já da época da graduação, preciso agradecer a amizade de Matheus Borges e Juliane Granusso. Com a Juliane tenho aquela conexão de quem não precisa mais estar presente diariamente, porém ainda existe uma amizade inquestionável. O Matheus se mudou para Curitiba e foi fazer cinema: menino, não deixe seus pés no chão! Espero te visitar sempre, e cada vez mais longe. Também desde a graduação, Munís P. Alves é um interlocutor arguto e engraçado, agradeço pelas perguntas desconcertantes. Todo o agradecimento foi escrito no início da primavera, foi época propícia para lembrar do percurso dos últimos meses e os nomes que deveriam constar nestas folhas. A vida é mesmo uma surpresa e precisei voltar, no fim da primavera, para escrever mais um agradecimento. Giovanna Poletto, “musa de olhos verdes”, seu afeto e carinho foram inspiradores para terminar este ciclo. É de se reconhecer a maestria com que ela lidou com a mestranda. E foi ela quem esteve ao meu lado colorindo meus dias sombrios. A família, enfim. Aos Freitas Alves mais uma vez. Família, muito obrigada por todo o cuidado que tiveram com minha educação e pelo incentivo constante apesar das adversidades. O tio Fernando é referência que levo no coração; o tio Marco, um amparo indispensável. O pequeno Vitor nasceu junto com essa pesquisa (lá no tempo da graduação) e a cada amanhecer renova as esperanças de todos ao seu redor: o mundo é bom, menino! Obrigada por manter a vovó tão bem. Agradeço ao Mateus, meu irmão, cuja tranquilidade me ensina coisas que realmente importam. E por último, o agradecimento mais difícil: minha mãe e avós maternos. A eles dedico esse trabalho. Nunca conseguirei exprimir em palavras toda gratidão e amor. Tudo que fizer nesta vida sempre será por vocês. Primavera de 2016 “O conselho para sempre virar à esquerda me fez recordar que era esse o procedimento comum para descobrir o pátio central de certos labirintos.” (Jorge Luís Borges) Resumo Esta dissertação tem como objetivo analisar um conjunto da obra poética de Machado de Assis. O objeto principal da dissertação é a coletânea Americanas (1875), que tem características indianistas. Portanto, para entender a tomada de decisão do autor em escrever sobre o indianismo, acompanhei o que ele produziu na sua obra poética desde o início. Logo, a intenção foi colocar Machado de Assis e sua obra poética em diálogo com as discussões acerca da literatura nacional nas décadas de 1860 e 1870. Surgindo temas como a formação da nacionalidade e da literatura brasileira, política, escravidão e sociedade imperial. Assim, observei parte da formação do próprio autor enquanto homem de letras na imprensa do Rio de Janeiro. Bem como os anseios do escritor sobre a constituição da nação e da sociedade brasileiras, discutindo assuntos como indianismo, escravidão, romantismo, cientificismo e raça. Palavras – chave: Machado de Assis; poesia; indianismo; Americanas; Abstract The objective of this thesis is the analysis of Machado de Assis’ poetic work. Its principal object of analysis is the collection under the title Americanas (1875), which has Indianist characteristics. In order to understand the author’s decision to write about Indianism, I followed his productions in his poetic work since its beginning. Therefore, my intention was to set Machado de Assis and his poetry in a dialogue with discussions about national literature in the 1860s and the 1870s. Thus, themes such as the formation of Brazilian nationality and literature, politics, slavery and Imperial society arose. Consequently, I observed part of the author’s formation as a “man of words” in Rio de Janeiro’s press. As well as his aspirations
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