Jackson Do Pandeiro

Total Page:16

File Type:pdf, Size:1020Kb

Jackson Do Pandeiro Suplemento literário do Jornal A União Julho - 2019 Ano LXX - Nº 5 R$ 6,00 Exemplar encartado no jornal A União apenas para assinantes. Nas bancas e representantes, R$ 6,00 Jackson do Pandeiro 100 anos Jornalistas, pesquisadores e artistas trazem à tona a obra e a intimidade do gênio paraibano 6editorial Jackson do Pandeiro faz 100 anos Em meio a resenhas de Um timaço de ta nas lembranças da viúva livros, poemas e artigos, o Neuza Flores e de músicos Correio das Artes abre pas- jornalistas, que conviveram no palco sagem para reverenciar um com ele, ou o viram de per- mestre da música, um gênio pesquisadores, to em apresentações pelo nascido no interior da Pa- Nordeste, em depoimentos raíba, alguém que sincopou historiadores e inéditos que se somam a le- certo por ritmos tortos e des- artistas compõe vantamentos biográficos e ta batida diferente saiu uma memórias que tornam este nova linguagem, reverencia- um relicário exemplar, uma fonte rica da até hoje, 100 anos depois para consulta de fãs, estu- do seu nascimento. de memórias, dantes e apreciadores do le- A edição que você tem em gado do Rei do Ritmo. Tudo mãos é especial. Por ocasião fatos e análises isso orientado pelo melhor do centenário de José Gomes guia que se pode ter na pra- Filho, o Jackson do Pandei- que tornam ça: o pesquisador e biógrafo ro, um timaço formado por do artista, Fernando Moura. jornalistas, pesquisadores, Jackson, um Para coroar o material, historiadores e artistas, que imortal uma seleção exclusiva com conheceram bem o homem e/ 20 músicas que retratam o ou sua obra, compõe um re- talento e a majestade de Jack- licário de memórias, fatos e son do Pandeiro, com comen- análises que tornam Jackson, tários faixa-a-faixa e que o um imortal. de, intrinsecamente ligada leitor poderá ouvi-la a partir Nas próximas páginas, aos batuques do quilombo do seu smartphone, através você irá mergulhar no berço Caiana dos Crioulos, à con- de um QR Code que você en- que trouxe Jackson do Pan- sagração no Rio de Janeiro, contrará na página. deiro ao mundo e a estrada depois de passar por Campi- de sucesso que ele seguiu, da na Grande (PB) e Recife (PE). O editor sua origem em Alagoa Gran- A intimidade do ritmis- [email protected] 6 índice , 38 @ 40 2 42 D 46 SARAU LITERATURA CLARISSER AO RÉS DA PÁGINA Levando poesia e Com misto de 'making of' e Professora Analice Pereira "O sonho é a ficção da performance aos palcos resenha, Roberto Menezes mergulha no universo memória". A partir desta de João Pessoa, grupo disseca 'Carta à Rainha do escritor Leonardo afirmação, o escritor Tiago Evocare é tema de análise Louca', novo romance da Padura a partir do seu Germano avalia o papel do do professor e poeta vencedora do Jabuti, Maria mais recente livro, 'A inconsciente na criação Expedito Ferraz Júnior. Valéria Rezende. Transparência do Tempo' literária. SECRETARIA DE ESTADO DA COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL EMPRESA PARAIBANA DE COMUNICAÇÃO S.A. Naná Garcez de Castro Dória DIRETORA PRESIDENTE Albiege Léa Fernandes Maria Eduarda dos Santos Figueiredo DIRETORA DE MÍDIA IMPRESSA DIRETORA DE RÁDIO E TV Correio das Artes Uma publicação da EPC BR-101 Km 3 - CEP 58.082-010 Distrito Industrial - João Pessoa/PB OUVIDORIA: Phelipe Caldas André Cananéa Paulo Sergio de Azevedo 99143-6762 GERENTE EXECUTIVO DE MÍDIA IMPRESSA EDITOR DO CORREIO DAS ARTES DIAGRAMAÇÃO Domingos Sávio PABX: (083) 3218-6500 / ASSINATURA-CIRCULAÇÃO: 3218-6518 / Comercial: 3218-6544 / 3218-6526 / REDAÇÃO: 3218-6539 / 3218-6509 ARTE DA CAPA 6 jackson 100 anos Turururururur Jack-som-do-Pandeiro ♫♫♫ DO NASCIMENTO EM ALAGOA GRANDE À BOÊMIA EM CAMPINA GRANDE: UM CONTEXTO HISTÓRICO DAS ORIGENS DE JACKSON DO PANDEIRO Vanderley de Brito e Ida Steinmüller Especial para o Correio das Artes ocê bem sabe que a ema quando canta, vem trazendo no seu canto um bocado de azar, e parece que naquele dia de 31 de agosto de 1919, quando nascia o filho do oleiro José Gomes e da cantadora de coco Flora Mourão, a ema gemeu nas circun- V jacências do Engenho Tanques, município de Alagoa Gran- de, no brejo paraibano. Negro, pobre, nordestino, raquítico e da voz fina, anasa- lada, José Gomes Filho tinha tudo para não dar certo. Foi um sinal bem triste, mas parece que nesse momento nas- cituro, enquanto a ema gemia seu agouro no tronco do juremá, na Lagoa do Paó, simultaneamente, o sapo esta- va contente, alegrando o dia com sua toada improvisada em dez pés: Tião, Oi! Foste? Fui! Compraste? Comprei! Pagaste? Paguei! Me diz quanto foi? Foi quinhentos réis. Naquela palhoça, o menino brejeiro veio ao mun- do sob o signo do sincretismo sonoro da tristeza e da alegria, tomando gosto pelo ritmo para se tornar um negrinho de olhar triste, mas com uma capacidade in- TO comum e inigualável de semear alegria. I Sendo supostamente neto de escravos, e certamen- te filho de cantadeira, solto de cangas pelo vale do Mamanguape, o negrinho do Engenho Tanques pas- sou sua infância entre as vocalizações da natureza brejeira misturado aos sons do bumbo, triângulo, ganzá e dos sapateios que animavam os cocos-de- -roda e cirandas, expressões mais vivas da tradição ILUSTRAÇÃO: VANDERLEY DE BR musical de raiz negra escravocrata. Nesse contexto, de clima úmido e festivo, o negrinho se impregnou de sistemática musical simples, replicante, conta- giante e simbiótica com o enlevo jocoso, mordaz e sensual das danças de roda... c | João Pessoa, julho de 2019 4 Correio das Artes – A UNIÃO ARCERVO FERNANDO MOURA c Uê, uê... uê, uá..Uê, uê... uê, uá... A lua vai saí e eu vô girá/ A lua vai saí e eu vô girá. Vou caçá meu tatu, meu ta- manduá/ Vou caçá meu tatu, meu tamanduá. (Lundu de Roda - autor desco- nhecido) Sua infância foi entre o traba- lho na roça, a caieira de tijolos, as brincadeiras de criança e as rodas de coco. Entre os seus, no compasso dessas cantorias que aconteciam vinculadas ao co- tidiano do trabalho de eito e do entretenimento, aos sete anos de idade o negrinho aprendeu a tocar zabumba, iniciando-se na percussão ao substituir o zabum- beiro que acompanhava sua mãe nas apresentações. Tum-tum- -tum, tum-tum-tum... Nascia o percussionista. Talvez você já tenha entendi- do que o negrinho que estamos a falar, no futuro seria considera- do um dos maiores ritmistas da história da música popular bra- sileira. Mas para entender esse Engenho Tanques, em Alagoa fenômeno, nascido nos ermos do um dos 13 legítimos quilombos Grande: avós, supostamente brejo paraibano, é preciso, pri- brasileiros pela Fundação Cultu- escravos, de Jackson do meiro, se reportar às suas raízes ral Palmares. Essa comunidade, Pandeiro ficaram entre os que mais remotas: Pois bem, em tem- que até hoje mantém viva as tra- não foram removidos para o quilombo pos de 1872, um censo feito pelo dições herdadas de seus antepas- Império indicou que a freguesia sados, ainda se brinca e se diverte de Nossa Senhora da Conceição com o coco-de-roda e a ciranda, de Areia, que englobava a re- que aliava canto, dança e alegria gião de Alagoa Grande, com seus (veja mais na página 8). 1.424 escravos, era na Paraíba a Desde pelo menos a década de região com a maior população 1940, a comunidade também já ciaram das ações dos idealistas escravizada. era conhecida pela sua banda ca- abolicionistas e os avós escravos Nesses tempos, dois morado- baçal, que animava festas na sede do negrinho ficaram entre os que res de Areia tomaram a frente no do município de Alagoa Gran- não foram removidos para qui- processo de libertação de escra- de. Provavelmente, os pais do lombo, permaneceram, portanto, vizados: o farmacêutico Manuel menino José Gomes Filho eram no Engenho Tanques, que à épo- Silva e o bacharel Coelho Lisboa, ligados por laços familiares com ca pertencia ao político renoma- que atuaram na organização de esses quilombolas e, sem dúvi- do Apolônio Zenaide. eventos para arrecadar recursos das, muitas vezes o negrinho de Em 1888, com a Lei Áurea, que para a compra de escravizados, engenho acompanhou seus pais permitiu a liberdade de todos os acolhiam escravos fugitivos e até à comunidade, e essas visitas, escravizados, por comodismo ou mesmo incentivavam a fuga de certamente, ficaram mais cons- medo de enfrentar esse mundo cativos. tantes quando o menino passou hostil, muitos escravos se man- Nessa dinâmica idealista, nas- a acompanhar sua mãe na ani- tiveram voluntários nos afazeres ceram os quilombos que circun- mação de festas nos sítios e feiras do engenho. dam a região do brejo paraibano, dos arredores de Alagoa Grande. Em seu livro Menino de Enge- com especial destaque para a co- Ela, tocando ganzá, cantando e nho, José Lins do Rego conta a munidade quilombola de Caiana dançando cocos, e ele, na percus- forma como os negros libertos do dos Crioulos, estabelecida com são do zabumba, como já lhe ex- engenho da sua família “fizeram culturas de subsistência num ter- pomos linhas atrás. muita festa no dia 13 de maio de reno bastante elevado e aciden- É bom que você saiba que os 1888, mas no dia seguinte conti- tado a 12 quilômetros da atual Gomes não eram propriamen- nuaram a trabalhar no campo. cidade de Alagoa Grande, e reco- te quilombolas, pois nem todas Não me saiu do engenho um ne- nhecido, em maio de 2005, como as senzalas da região se benefi- gro só. Para esta gente pobre a c A UNIÃO – Correio das Artes João Pessoa, julho de 2019 | 5 c abolição não serviu de nada”.
Recommended publications
  • Jackson É Pop 100 Anos
    O Centro Cultural Câmara dos Deputados e o Museu de Arte Popular da Paraíba apresentam a exposição Jackson é Pop 100 anos Brasília, outubro de 2019 A,E,I,O,U Ipsilone 4 5 6 7 PARTILHAS A Universidade Estadual da Paraíba, através do seu Museu de Arte Popu- lar da Paraíba - MAPP, inaugurado em 2014, vem desenvolvendo de forma sistemática exposições e eventos destinados à preservação e difusão das & expressões da literatura, da música e das artes manuais. Edificado às margens do Açude Velho, importante referência histórica da cidade de Campina Grande, o MAPP tem na sua instigante arquitetura o traço de Oscar Niemeyer - uma das suas últimas concepções. Carinhosa- mente conhecido como “Museu dos Três Pandeiros”, por lembrar em sua forma esse instrumento consagrado na cultura brasileira, cujo apelido teria partido do próprio arquiteto, apaixonado pela música popular e admirador de Jackson do Pandeiro. Esta mostra é uma extensão da exposição dedicada ao centenário de nas- cimento do ritmista paraibano, que hora acontece no MAPP, mostrando ao Brasil uma das mais influentes personalidades da música popular brasileira. TESOURO A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, através do Centro Cultural da Câmara dos Deputados, reconhecendo a importância desse legado, par- ticipam dessas comemorações, certos que neste gesto estarão irradiando para todo o país lição de vida de um brasileiro que nascendo pobre, negro e analfabeto até os trinta e cinco anos, foi capaz de superar adversidades produzindo uma obra dignificante, extraída das suas próprias raízes e dos mais diferentes aspectos de tempos e espaços da vida nacional. Parte dos tesouros do rei do ritmo chega à Capital Federal, saindo da Pa- raíba para a partilha do conhecimento e deleite amplos.
    [Show full text]
  • Universidade Estadual Da Paraíba Centro De Educação - Ceduc Departamento De História Curso De Licenciatura Em História
    UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA CENTRO DE EDUCAÇÃO - CEDUC DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA CURSO DE LICENCIATURA EM HISTÓRIA GLAUBER PAIVA DA SILVA DOS RITMOS DA VIDA AOS RITMOS DA HISTÓRIA: NORDESTINIDADES EM JACKSON DO PANDEIRO CAMPINA GRANDE – PB 2015 GLAUBER PAIVA DA SILVA DOS RITMOS DA VIDA AOS RITMOS DA HISTÓRIA: NORDESTINIDADES EM JACKSON DO PANDEIRO Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Departamento de História da Universidade Estadual da Paraíba como requisito parcial para obtenção do título de licenciado em História. Orientadora : Profa. Dra. Patrícia Cristina de Aragão Araújo. CAMPINA GRANDE - PB 2015 É expressamente proibida a comercialização deste documento, tanto na forma impressa como eletrônica.Sua reprodução total ou parcial é permitida exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, desde que na reprodução figure a identificação do autor, título, instituição e ano da dissertação. S586d Silva, Glauber Paiva da. Dos ritmos da vida aos ritmos da história [manuscrito]:nordestinidades em Jackson do Pandeiro / Glauber Paiva da Silva. -2015. 122 p. : il.color. Digitado. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em História)- Universidade Estadual da Paraíba, Centro de Educação,2015. "Orientação: Profa. Dra. Patrícia Cristina de Aragão Araújo,Departamento de História". 1. Jackson do pandeiro. 2. Música. 3. História.4. Identidade. I.Título. 21. ed. CDD920 Dedicatória À Roseane Paiva por ter me apresentado ao encantador mundo da leitura, dedico esse trabalho(In memoriam). À José de Paiva, pelo seu exemplo de caráter que me tornou a pessoa que sou(In memoriam). À Camilo Laurentino e Angela Paiva, pelo dom da vida que me concederam. Dedico esse trabalho ao amor, paciência e confiança de vocês.
    [Show full text]
  • Contemporary Carioca: Technologies of Mixing in A
    Con tempo C o n t e m p o r a r y raryC a r i o c a Cari oca ontemporary CCarioca Technologies of Mixing in a Brazilian Music Scene Frederick Moehn Duke University Press Durham anD LonDon 2012 © 2012 Duke University Press All rights reserved. Printed in the United States of America on acid-free paper ♾ Designed by Kristina Kachele Typeset in Quadraat and Ostrich Sans by Tseng Information Systems, Inc. Library of Congress Cataloging- in- Publication Data appear on the last printed page of this book. Duke University Press gratefully acknowledges the support of Stony Brook University, which provided funds toward the publication of this book. For Brazil’s musical alchemists ontents Illustrations ix C Preface xi Acknowledgments xxiii Introduction 1 1 Marcos Suzano: A Carioca Blade Runner 25 2 Lenine: Pernambuco Speaking to the World 55 3 Pedro Luís and The Wall: Tupy Astronauts 92 4 Fernanda Abreu: Garota Carioca 130 5 Paulinho Moska: Difference and Repetition 167 6 On Cannibals and Chameleons 204 Appendix 1: About the Interviews, with a List of Interviews Cited 211 Appendix 2: Introductory Aspects of Marcos Suzano’s Pandeiro Method 215 Notes 219 References 245 Discography 267 Index 269 llustrations Map of Rio de Janeiro with inset of the South Zone 6 1 “mpb: Engajamento ou alienação?” debate invitation xii 2 Marcos Suzano’s favorite pandeiro (underside) 29 I 3 Marcos Suzano demonstrating his pandeiro and electronic foot pedal effects setup 34 4 A common basic samba pattern on pandeiro 48 5 One of Marcos Suzano’s pandeiro patterns 49 6 Marcos
    [Show full text]
  • Versão Oficial – Jackson Do Pandeiro EF78 EST Ú DIOF
    Versão Oficial – Jackson do Pandeiro EF78 E S T Ú D I O F - programa número 78 Á U D I O T E X T O Música-tema entra e fica em BG; Locutor - A Rádio Nacional apresenta ESTUDIO F, Momentos Musicais da Funarte Apresentação de Paulo César Soares Paulo César : - Alô, amigos! No programa de hoje, um artista considerado pela crítica como um dos melhores ritmistas da história da música popular brasileira. Auxiliado por seu inseparável pandeiro, esse cara colecionou sucessos que refletem a influência negra na música nordestina. Além de ser um exímio instrumentista, era também dono de um recurso vocal único, conseguindo dividir a melodia de um jeito todo especial. Entra “Sebastiana” fica brevemente e cai em BG. Paulo César: - Com vocês, sua majestade o Rei do Ritmo! Jackson do Pandeiro agita o salão do Estúdio F. Quem quiser pode dançar! Sobe som e rola inteira 2 Paulo César: - “Sebastiana” foi o primeiro grande sucesso de José Gomes Filho, paraibano nascido na cidade de Alagoa Grande em 31 de agosto de 1919 que, anos mais tarde, viria a ser Jackson do Pandeiro. Seu pai, José Gomes, não exercia atividade ligada à música. Era Oleiro. Mas sua mãe, Flora Mourão, era uma folclorista pastoril especialmente talentosa. Com seus alegres cocos, animava o marido na dura jornada de moldar tijolos e também o pequeno filho, que aprendeu direitinho as lições maternas. Levou para o seu trabalho o ritmo do coco, divulgando-o nacionalmente em músicas como “Coco do Norte”. Entra “Coco do Norte” e rola inteira. Paulo César: - A mãe de Jackson, Dona Flora, era realmente especial.
    [Show full text]
  • Claudio Henrique Altieri De Campos JACKSON DO PANDEIRO E a MÚSICA POPULAR BRASILEIRA
    UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “Júlio de Mesquita Filho” Campus São Paulo – Instituto de Artes Claudio Henrique Altieri de Campos JACKSON DO PANDEIRO E A MÚSICA POPULAR BRASILEIRA: LIMINARIDADE, MÚSICA E MEDIAÇÃO São Paulo 2017 Claudio Henrique Altieri de Campos JACKSON DO PANDEIRO E A MÚSICA POPULAR BRASILEIRA: LIMINARIDADE, MÚSICA E MEDIAÇÃO Tese apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Música do Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista – UNESP, como exigência parcial para obtenção do título de Doutor em Música. Área de Concentração: Música – Relações Interdisciplinares. Linha de Pesquisa: Música, Epistemologia e Cultura. Pesquisa desenvolvida com o apoio da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). Orientador: Prof. Dr. Carlos Eduardo Di Stasi São Paulo 2017 Ficha catalográfica preparada pelo Serviço de Biblioteca e Documentação do Instituto de Artes da UNESP C198j Campos, Claudio Henrique Altieri de, 1975- Jackson do Pandeiro e a música popular brasileira : liminaridade, música e mediação / Claudio Henrique Altieri de Campos. - São Paulo, 2017. 322 f. : il. color. + CD Orientador: Prof. Dr. Carlos Eduardo Di Stasi. Tese (Doutorado em Música) – Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”, Instituto de Artes. 1. Jackson do Pandeiro, 1919-1982. 2. Música popular - Brasil. 3. Etnomusicologia. I. Carlos Eduardo Di Stasi. II. Universidade Estadual Paulista, Instituto de Artes. III. Título. CDD 780.981 Claudio Henrique Altieri de Campos JACKSON DO PANDEIRO E A MÚSICA POPULAR BRASILEIRA: LIMINARIDADE, MÚSICA E MEDIAÇÃO Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Música do Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista – UNESP, como exigência parcial para obtenção do título de Doutor em Música.
    [Show full text]
  • Jackson Do Pandeiro: Negro-Vida1
    JACKSON DO PANDEIRO: NEGRO-VIDA 1 JACKSON DO PANDEIRO: BLACK-LIFE Hernany Donato de Moura 2 Resumo : O trabalho em questão tem o interesse de apresentar a importância da vida do ritmista Jackson do Pandeiro tomando como parâmetro a construção do forró como expressão literária popular corrente no período de transição entre o século XIX - XX. A perspectiva teórica dialoga diretamente com a literatura clássica e com o cânone literário, entretanto sem deixar de conferir o protagonismo afro-brasileiro. Como metodologias foram analisadas vida e obra de Jackson do Pandeiro, selecionando algumas letras importantes ao repertório do cantor entre 1953-1977. Observamos em suas composições elementos da cultura afro-brasileira identificando o forró como literatura oral. Palavras-chave : literatura oral, forró, Jackson do Pandeiro. Abstract: The work in question has the interest to present the importance of the life of the rhythmist Jackson do Pandeiro taking as a parameter the construction of the forró as popular literary expression current in the period of transition between the nineteenth and twentieth century. The theoretical perspective is in direct dialogue with the classical literature and with the literary canon, although it does not fail to confer the Afro-Brazilian protagonism. As methodologies were analyzed the life and work of Jackson do Pandeiro, selecting some important lyrics to the repertoire of the singer between 1953-1977. We observed in his compositions elements of the Afro-Brazilian culture identifying the forró as oral literature. Keywords : Oral Literature, forró, blackness, Jackson do Pandeiro Introdução O presente artigo tem a intenção de abordar a vida do ritmista Jackson do Pandeiro e sua produção artística, a partir de um conjunto de canções no qual encontramos uma relação direta com questões de ordem racial, sobre as quais se relacionam com processos encontrados na vida desse autor, que, mesmo saindo do brejo paraibano, transporta-se além- fronteiras de uma cultura regional.
    [Show full text]
  • UNIVERSITY of CALIFORNIA Los Angeles Sounding Ceará: Music and the Environment in Northeastern Brazil a Dissertation Submitted
    UNIVERSITY OF CALIFORNIA Los Angeles Sounding Ceará: Music and the Environment in Northeastern Brazil A dissertation submitted in partial satisfaction of the requirements for the degree Doctor of Philosophy in Ethnomusicology by Michael Benjamin Silvers 2012 © Copyright by Michael Benjamin Silvers 2012 ABSTRACT OF THE DISSERTATION Sounding Ceará: Music and the Environment in Northeastern Brazil by Michael Benjamin Silvers Doctor of Philosophy in Ethnomusicology University of California, Los Angeles, 2012 Professor Anthony Seeger, Chair This dissertation is an acoustic ethnography of the state of Ceará in Northeastern Brazil, with a focus on drought and the natural environment; drought is of particular symbolic and material importance to people in Ceará. One of the central narratives of life in Ceará involves migration and return. Here, I consider the discursive construction of Ceará as a natural, rural and traditional place through processes of migration and through a recording industry that saw migrants as both consumers and icons for a changing urban and national character. However, my emphasis is on the question of return. I investigate how urbanized and nationalized constructions of Ceará—often imagined as exclusively rural and unremittingly drought-ridden—impact ii contemporary Ceará and its musical culture. How are sounds, musics, practices, natures, geographies, and individuals shaped by mediated representations and caricatures of those very sounds, practices, geographies and identities? Drawing from acoustic ecology (Schafer 1994),
    [Show full text]
  • Redalyc.Maracatunaíma. Musical Semiotics, the Northeastern. Imaginary and the Sound of Fortaleza
    VIBRANT - Vibrant Virtual Brazilian Anthropology E-ISSN: 1809-4341 [email protected] Associação Brasileira de Antropologia Brasil Maia Cruz, Danielle; Silvers, Michael B. Maracatunaíma. Musical Semiotics, the Northeastern. Imaginary and the Sound of Fortaleza VIBRANT - Vibrant Virtual Brazilian Anthropology, vol. 8, núm. 1, junio, 2011, pp. 227-260 Associação Brasileira de Antropologia Brasília, Brasil Available in: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=406941911009 How to cite Complete issue Scientific Information System More information about this article Network of Scientific Journals from Latin America, the Caribbean, Spain and Portugal Journal's homepage in redalyc.org Non-profit academic project, developed under the open access initiative Maracatunaíma Musical Semiotics, the Northeastern Imaginary and the Sound of Fortaleza Danielle Maia Cruz Universidade Federal do Ceará Michael B. Silvers University of California, Los Angeles Resumo Este artigo discute que a Eletrocactus, uma banda de rock fundada em Fortaleza, Ceará, Brasil, busca construir novos imaginários regionais por meio da difusão de signos musicais pré-existentes em sua cidade, estado e nação, bem como tenta criar novos vocabulários musicais. Desse modo, eles participam de uma multiplicidade de discursos sobre identidade local, regional e nacional. Para os membros da banda, suas músicas suscitam sentimentos de pertencimento e promove a preservação e produção da cultura local. Fundamentado na teoria da semiótica musical, este artigo interpreta gravações e apresentações da banda Eletrocactus considerando o contexto da história musical regionalista do Ceará e também a influência do maracatu cearense, do Pessoal do Ceará e do Movimento Cabaçal na formação da banda. Entende-se que as composições da Eletrocactus difundem imaginários de Fortaleza, do Ceará, do Nordeste e do Brasil.
    [Show full text]
  • Os Forrozeiros E Seu Outro Feminino: a Constituição Discursiva De Estereótipos Da Mulher Em Canções De Luiz Gonzaga, Jackson Do Pandeiro E Dominguinhos
    Maria Neile Alves da Silva Os forrozeiros e seu outro feminino: a constituição discursiva de estereótipos da mulher em canções de Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro e Dominguinhos. Fortaleza 2008 Maria Neile Alves da Silva Os forrozeiros e seu outro feminino: a constituição discursiva de estereótipos da mulher em canções de Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro e Dominguinhos. Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Lingüística da Universidade Federal do Ceará, como requisito para a obtenção de grau de Mestre em Lingüística. Orientador: Prof. Dr. Nelson Barros da Costa Fortaleza - Ceará 2008 “Lecturis salutem” Ficha Catalográfica elaborada por Telma Regina Abreu Camboim – Bibliotecária – CRB-3/593 [email protected] Biblioteca de Ciências Humanas – UFC S581f Silva, Maria Neile Alves da. Os forrozeiros e seu outro feminino [manuscrito] : a constituição discursiva de estereótipos da mulher em canções de Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro e Dominguinhos / por Maria Neile Alves da Silva. – 2008. 232 f. ; 31 cm. Cópia de computador (printout(s)). Dissertação(Mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Centro de Humanidades, Programa de Pós-Graduação em Linguística, Fortaleza(CE), 05/09/2008. Orientação: Prof. Dr. Nelson Barros da Costa. Inclui bibliografia. 1-GONZAGA,LUIZ,1912-1989 – CRÍTICA E INTERPRETAÇÃO.2-JACKSON DO PANDEIRO,1919-1982 – CRÍTICA E INTERPRETAÇÃO.3-DOMINGUINHOS,1941- – CRÍTICA E INTERPRETAÇÃO.4-ANÁLISE DO DISCURSO.5-MULHERES NA MÚSICA. 6-FORRÓ(MÚSICA) – HISTÓRIA E CRÍTICA.7-CANÇÕES - BRASIL,NORDESTE – HISTÓRIA E CRÍTICA.I- Costa,Nelson Barros da, orientador. II- Universidade Federal do Ceará. Programa de Pós-Graduação em Linguística.III- Título. CDD(22ª ed.) 782.42164014 01/10 Esta dissertação foi submetida ao Programa de Pós-Graduação em Lingüística como requisito necessário à obtenção do grau de Mestre em Lingüística.
    [Show full text]
  • Especial-Jackson---30-08-2009.Pdf
    ESPECIAL JACKSONJACKSON DO DO PANDEIRO PANDEIRO JOÃO PESSOA, DOMINGO, A UNIÃO “Paraíba democrática, terra amada” 30 DE AGOSTO DE 2009 Há 90 anos nascia... O Rei do Ritmo ESPECIAL A UNIÃO 2 JOÃO PESSOA, DOMINGO, 30 DE AGOSTO DE 2009 JACKSON DO PANDEIRO “Paraíba democrática, terra amada” UmaUma cidade cidade orgulhosaorgulhosa dede seu seu filho filho o mês que Jackson completaria nove décadas de vida, Alagoa NGrande homenageia seu filho ilus- tre com uma grande festa. Desde o último dia 17, artistas consagrados como Geni- val Lacerda e integrantes do grupo Clã Brasil vêm fazendo shows na cidade numa reverência ao eterno “Rei do Rit- mo”. A programação se encerra no dia 31 Alagoa Grande, no Brejo paraibano, tornou-se famosa por ser o berço do cantor e compositor Jackson do Pandeiro e ainda inclui apresentação de oficinas culturais e de peças teatrais. As ativida- des são promovidas pela prefeitura local das entre o povo nordestino. mente a Jackson do Pandeiro. no da música”, destaca. em parceria com o Governo do Estado. E A discografia de Jackson tem mais de 417 O amplo salão do Memorial do Jackson Caminhando pelos corredores do mu- prometem agradar ouvidos e gostos de músicas gravadas. Desde sua primeira gra- do Pandeiro é cercado por inúmeros ob- seu é possível escutar 35 dos 137 discos em todos os tipos. vação, “Forró em Limoeiro”, em 1953, até o jetos pessoais e profissionais do músico. vinil e compactos que foram gravados por Localizada no Brejo da Paraíba, assim último álbum, “Isso é que é Forró!”, de 1981, No lugar é possível encontrar itens con- Jackson.
    [Show full text]
  • Os Passos De Flora Na Vida De Jackson Do Pandeiro
    OS PASSOS DE FLORA NA VIDA DE JACKSON DO PANDEIRO Roberta Barbosa da Conceição* Ivonildes da Silva Fonseca** Resumo O trabalho ora informado neste resumo faz parte do Projeto de pesquisa intitulado “Flora, Sebastiana, a mulher do Aníbal e a mulher que virou homem: discutindo identidades de gêneros no cancioneiro de Jackson do Pandeiro” desenvolvido no Programa de Iniciação Científica da UEPB. O título do referido projeto é, em parte, auto explicativo do objetivo geral e de que as letras de músicas serão as fontes da pesquisa. Do andamento da investigação, elaboramos o presente artigo centrado na figura de Flora Mourão, mãe de Jackson do Pandeiro. Flora mulher negra, viveu em estado de pobreza e a atividade da música foi um de seus meios de sobrevivência. Cantando, tocando e dançando tornou-se coquista e este ofício influenciou sobremaneira a vida do homem e artista Jackson do Pandeiro. Esta influência é visível em muitas letras de suas composições das quais, três, serão selecionadas neste momento para a análise (Verdadeiro Amor, Boa Noite e Xéxeu de Bananeira). A partir dessas letras identificamos o significado dado à figura materna e que remete à construção social da mulher-mãe que será sublimada e ao mesmo aponta para um comportamento de respeito às diferenças, tão propalado em dias atuais. A influencia de Flora Mourão, a mulher- mãe, marcou toda a vida do “rei do ritmo” e a sua presença é visível em composições musicais e em ações do cotidiano. O apoio teórico que contribuirá para a problematização e análise virá de textos clássicos sobre gênero além da obra de Moura; Vicente (2001), esta última, fornecerá os dados das vidas da coquista e do seu filho cantor, compositor e ritmista.
    [Show full text]
  • The Brazilian Northeast, Inside Out: Region, Nation, and Globalization (1926-1968)
    The Brazilian Northeast, Inside Out: Region, Nation, and Globalization (1926-1968) By Courtney Jeanette Campbell Dissertation Submitted to the Faculty of the Graduate School of Vanderbilt University in partial fulfilment of the requirements for the degree of DOCTOR OF PHILOSOPHY in History August, 2014 Nashville, Tennessee Approved: Marshall C. Eakin, Ph.D. Edward Wright-Rios, Ph.D. Celso Castilho, Ph.D. Thomas Schwartz, Ph.D. Lesley Gill, Ph.D. To my nieces, Kendra, Avah, and Alexa ii ACKNOWLEDGMENTS This dissertation is the result of long months of research and writing, but it was far from a solitary process; instead, I received help and feedback from several individuals, groups, publishers and institutions along the way. I thank the Ralph Lee Woodward Jr. Award selection committee for their feedback and recognition of an earlier version of the first chapter of this dissertation, which received the prize for best graduate student paper on Latin America and Caribbean, Borderlands or Atlantic World history presented at the Southern Historical Association meeting in 2011. Likewise, I am grateful to Oxford Bibliographies in Latin American Studies for their feedback on my article “History of the Brazilian Northeast,” which helped me work through many of the questions outlined in the literature review of this dissertation and for which I won the Graduate Student Article Award in 2014. I am particularly grateful to the British Library for helping me give back to some of the Brazilian archives that helped me in my research through an Endangered Archives Programme grant that allows me to direct a multi-institutional digitization grant in archives in Paraíba.
    [Show full text]