Rodrigo Fracalossi De Moraes a Cooperação
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Instituto de Filosofia e Ciências Humanas Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais RODRIGO FRACALOSSI DE MORAES A COOPERAÇÃO BRASIL-ARGENTINA NA ÁREA MILITAR: DA AUTONOMIA DAS FORÇAS ARMADAS ÀS RELAÇÕES ESTRATÉGICAS (1978-2009) Porto Alegre / RS 2010 2 RODRIGO FRACALOSSI DE MORAES A COOPERAÇÃO BRASIL-ARGENTINA NA ÁREA MILITAR: DA AUTONOMIA DAS FORÇAS ARMADAS ÀS RELAÇÕES ESTRATÉGICAS (1978-2009) Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Relações Internacionais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul como requisito para a obtenção do título de Mestre em Relações Internacionais Orientadora: Profª Drª Maria Susana Arrosa Soares Porto Alegre / RS 2010 3 RODRIGO FRACALOSSI DE MORAES A COOPERAÇÃO BRASIL-ARGENTINA NA ÁREA MILITAR: DA AUTONOMIA DAS FORÇAS ARMADAS ÀS RELAÇÕES ESTRATÉGICAS (1978-2009) Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul como requisito para a obtenção do título de Mestre em Relações Internacionais Orientadora: Profª Drª Maria Susana Arrosa Soares Banca Examinadora: Profª Drª MARIA SUSANA ARROSA SOARES Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS Prof. Dr. SHIGUENOLI MIYAMOTO Universidade Estadual de Campinas - Unicamp Prof. Dr. RAÚL ENRIQUE ROJO Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS Prof. Dr. ENRIQUE SERRA PADRÓS Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS Porto Alegre / RS 2010 4 Para Aline e Mika 5 AGRADECIMENTOS Este trabalho não ocorreria sem que dele fizessem parte importantes parentes, amigos e professores. Agradeço, primeiramente, à minha esposa Aline, pela paciência com as minhas divagações e pelas leituras de meus rascunhos, mesmo em suas versões mais incompreensíveis. Também agradeço aos meus pais, sem os quais este caminho não haveria se iniciado. Aos colegas da turma de 2008, em especial ao Marc Antoni, ao Edson Neves e ao Fernando Rodrigo, agradeço pelo incentivo cotidiano e pelas agradáveis conversas vespertinas às sombras dos plátanos no Campus do Vale ou em algum canto da Cidade Baixa. Aos professores do Mestrado, pelo apoio e dedicação ao programa e também à Bia, secretária do Pós, por sua permanente prestatividade. À Profª Maria Susana, pelo auxílio constante e por seu apoio aos que, como eu, optaram por temas “difíceis”. Ao Prof. Shiguenoli, por ter aceitado me auxiliar mesmo em uma situação atípica, tendo sempre demonstrado grande disponibilidade. A sua experiência acadêmica me enriqueceu bastante. Agradeço, por fim, ao Prof. Marco Cepik. A sua ajuda foi fundamental para o meu ingresso no Mestrado e para o posterior desenvolvimento deste trabalho. É claro que, se este trabalho estiver bom, o mérito também é deles. Se não estiver, a culpa terá sido apenas minha. 6 A diplomacia sem meios de pressão econômica ou política, sem violência simbólica ou clandestina, será pura persuasão – e talvez não exista. Mesmo a diplomacia pura insinua, ainda que de modo implícito, que poderia exercer pressão com outros meios, se se decidisse a isto. (Raymond Aron, Paz e Guerra entre as Nações). 7 RESUMO A cooperação militar entre Brasil e Argentina é um fenômeno que ocorre desde 1978, quando a Marinha do Brasil e a Armada Argentina realizaram um exercício militar denominado de Operação Fraterno. Nos anos seguintes, a cooperação militar bilateral se expandiu de forma tanto quantitativa como qualitativa, abrangendo gama variada de atividades. Esta cooperação, contudo, não seguia diretrizes traçadas pelas chancelarias ou pelos chefes de Estado. As decisões pela realização das atividades eram tomadas no âmbito das próprias Marinhas, atendendo a critérios puramente técnico-operacionais, não fazendo parte, portanto, das políticas externas dos dois governos. Quando, nos anos 1990, os Exércitos e as Forças Aéreas passaram a realizar suas próprias atividades de cooperação, o padrão de autonomia manteve-se o mesmo. Foi apenas a partir de 2005, por meio da assinatura de dois acordos bilaterais, que a cooperação militar passou a ser um instrumento a serviço das políticas externas dos dois governos. O objetivo governamental era que aquelas atividades se enquadrassem em um conjunto de ações em prol do estreitamento das relações bilaterais em áreas estratégicas. Com tal estreitamento, o eixo Brasil-Argentina seria fortalecido, tornando-se mais provável a manutenção de um ambiente de estabilidade no Cone Sul, assim como a atração dos países do Norte Andino em direção a este eixo. Ademais, se evitaria o surgimento de polos alternativos de poder no subcontinente. Em conjunto, tal configuração contribuiria para que o projeto brasileiro de integração sul-americana pudesse ser viabilizado. Palavras-chave: relações Brasil-Argentina, cooperação militar, relações transgovernamentais, relações em eixo, ordem internacional multipolar. ABSTRACT Military cooperation between Brazil and Argentina has been occuring since 1978, when Brazilian Navy and Argentine Navy performed a military exercise called Operação Fraterno . In subsequent years, the bilateral military cooperation expanded so both quantitative and qualitative, embracing wide range of activities. However, this cooperation did not follow guidelines set by foreign ministers or heads of state. Decisions to perform activities were made by the two Navies, based solely on technical-operational criteria. They were not subordinated to the governments´ foreign policies. When, in the 1990s, the Armies and Air Forces began to perform their own combined activities, the degree of autonomy was the same. Only from 2005, through the signing of two bilateral agreements, military cooperation became an instrument of foreign policies for both governments. The purpose of governments is that those activities be part of a set of actions in support of closer bilateral relations in strategic areas. With such relations, the “axis” Brazil- Argentina would be strengthened and would be more liKely that a stable environment be maintained in the Southern Cone and, in addition, the Andean North could be atracted to the orbit of relations between Brazil and Argentina. Moreover, it would prevent the emergence of alternative centers of power in the subcontinent. This configuration would contribute to the feasibility of the Brazilian project of South American integration. Keywords: Brazil-Argentina relations, military cooperation, transgovernamental relations, axis relations, multipolar international order. 8 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AAA Aliança Anticomunista Argentina ABACC Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares ABDI Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial ABIMDE Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança ACNUR Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados AEB Agência Espacial Brasileira AIAB Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil ALCA Área de Livre Comércio das Américas AMAS Área Marítima do Atlântico Sul AMC Area Material Cordoba (Argentina) AMIA Asociación Mutual Israelita Argentina AMISEC African Union Mission for Support to the Elections in the Comoros (Missão da União Africana para o Apoio às Eleições no Comoros) AMISOM African Union Mission to Somalia (Missão da União Africana para a Somália) ANZUS Security Treaty between Australia, New Zealand and the United States of America (Tratado de Segurança entre Austrália, Nova Zelândia e os Estados Unidos da América) APEX Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos ARF ASEAN Regional Forum (Fórum Regional da ASEAN) ASEAN Association of Southeast Asian Nations (Associação de Nações do Sudeste Asiático) ASTROS Artillery Saturation RocKet System (Sistema de Foguetes de Artilharia de Saturação) BID Base Industrial de Defesa (Brasil) BRIC Brasil, Rússia, Índia e China CAEx Centro de Avaliações do Exército Brasileiro CAMAS Coordenação da Área Marítima do Atlântico Sul 9 CAMEX Câmara de Comércio Exterior (Brasil) CAN Comunidade Andina CARICOM Caribbean Community (Comunidade do Caribe) CASA Comunidade Sul-Americana de Nações CCC Comando de Caça aos Comunistas (Brasil) CDS Conselho de Defesa Sul-Americano CEBRI Centro Brasileiro de Relações Internacionais CEE Comunidade Econômica Europeia CEPAL Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe CERN European Organization for Nuclear Research (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear) CIA United States Central Intelligence Agency (Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos) CICV Comitê Internacional da Cruz Vermelha CINAR Complexo Naval Industrial Argentino CNPC Companhia Nacional de Petróleo da China COMDEFESA Departamento da Indústria de Defesa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo COMPERSEG Comité Permanente de Seguridad (Comitê Permanente de Segurança) CSDP Common Security and Defence Policy (Política Comum de Defesa e Segurança) CSH Comissão de Segurança Hemisférica CS-ONU Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas CTA Centro Técnico Aeroespacial (Força Aérea Brasileira) CTEx Centro Tecnológico do Exército Brasileiro DCT Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército Brasileiro DET Diréccion de Evolución Tecnológica de lo Ejército Argentino DoD United States Department of Defense (Departamento de Defesa dos Estados Unidos) EADS European Aeronautic Defence and Space Company EAS East Asia Summit (Cúpula do Leste Asiático) 10 ECOMIL ECOWAS Mission In Liberia (Missão da ECOWAS na Libéria) ECOMOG ECOWAS Monitoring Group (Grupo de Monitoramento da ECOWAS) ECOWAS Economic Community Of West