Temporada 2O16 Estado De Escuta
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TEMPORADA 2O16 ESTADO DE ESCUTA 3 2 ESTADO DE ESCUTA 6 TEMPORADA 2016 96 ASSINATURAS 1 Para abrir os ouvidos Para ampliar os sentidos Para liberar o silêncio Para acolher os sons Para nos dar um tempo Para nos dar o tempo Para nos livrar da compulsão de produzir Para nos livrar da compulsão de consumir Para nos livrar da compulsão de comunicar Para dar valor à vida real (sem cópia virtual) Para nos ensinar a diferença Para nos irmanar Para dar espaço ao devaneio Para resistir à obrigação de velocidade de funcionalidade Para renovar a memória Para renovar a invenção Para escapar do trabalho permanente de autoadministração 2 Para voltar ao que se sabe e embarcar no que não se sabe Para compartilhar uma experiência Para fugir do ciclo permanente de gasto e desperdício Para mergulhar mais fundo Para dar mais vida à vida Para apostar mais uma vez na alegria Para nos consolar Para nos justificar Para nos levar, de novo, à música: Estado de escuta ESTADO DE ESCUTA 3 texto anterior não tem qualquer pretensão lite- rária; quer apenas sugerir o muito que fica no horizonte dessa nossa Temporada 2016. A cada Oano, renova-se nossa aposta na música como força humanizadora, perpétua e cada vez mais urgentemen- te necessária. Respondendo a desafios de toda ordem, sem duvidar por um segundo do papel que nos cabe, chegamos mais uma vez a esse grande conjunto de concertos e outras atividades — educativas, editoriais e de democratização da música —, que aqui se anuncia de forma resumida. Serão 32 semanas de assinatura, dez delas regidas pela nossa Diretora Musical, Marin Alsop, e as demais pelo Re- gente Associado, Celso Antunes, pela nova Regente Assis- tente, Valentina Peleggi, e por outros 13 maestros convi- dados, dos quais sete vêm reger a Osesp pela primeira vez. Entre os destaques, está a figura da nova Artista Associada 2016-18, Nathalie Stutzmann, que ao longo das próximas três temporadas junta-se a nós como regente e também como cantora. Está também nosso Artista em Residência, o pianista Paul Lewis, que entre outras coisas fará a inte- gral dos concertos para piano de Beethoven, sob regência de Marin Alsop. O ciclo “Schubert em Foco” trará um número significativo de obras de um dos compositores mais extraordinários da his- tória da música. Béla Bartók será o Compositor Transversal (com obras tocadas por todos os grupos) e teremos pequenos ciclos dedicados aos centenários de Ginastera e Dutilleux. Faremos a estreia de cinco obras de compositores brasi- leiros, além das estreias latino-americanas de outras duas obras coencomendadas pela Osesp: o Concerto Para Percussão n. 2 do escocês James MacMillan (que foi nosso Composi- tor Visitante em 2014) e uma peça sinfônica do compositor português Luís Tinoco, no âmbito da parceria com a Funda- ção Gulbenkian (projeto SP-LX Nova Música). Recebere- mos neste ano dois Compositores Visitantes: o jovem autor norte-americano Mason Bates e o consagrado compositor inglês Julian Anderson. A partir de 2016, passamos a editar, tocar e lançar grava- ções de obras de Francisco Mignone, para muitas formações – empreitada que vem na esteira da edição e gravação das Sinfonias de Villa-Lobos, regidas por Isaac Karabtchevksy (ainda em curso) e de tantos outros projetos de resgate e cultivo da música brasileira. 4 De Haydn, Brahms e Verdi a Bach e Mozart, de Elliott Carter e Marlos Nobre a Tchaikovsky e Rachmaninov, pas- sando por Villa-Lobos, Debussy e Stravinsky, a Temporada traz música de todas as vertentes, para todos os gostos. A extensa lista de solistas inclui nomes como Sol Gabetta, Fazil Say, Khatia Buniatishvili, Heinz Holliger, Thomas Zehetmair, Colin Currie e Gabriela Montero, e regentes como Robert Spano, Juraj Valcuha,ˇ Giancarlo Guerrero, Thierry Fischer e Richard Armstrong, para fechar os nomes em uma dúzia. Abrimos com a Primeira de Mahler e fechamos com Mahler também, a Sinfonia nº 2, ambas regidas por Marin Alsop. Te- remos, como de hábito, além das séries sinfônicas, várias séries de câmara (Orquestra de Câmara, Quarteto Osesp, Solistas da Osesp), recitais e concertos do Coro da Osesp e do Coro Acadêmico da Osesp. Tudo isso está sinteticamente explicado nas páginas a seguir. Continuamos muito empenhados nas atividades educati- vas — recebendo cerca de 70 mil crianças e adolescentes na Sala São Paulo, ampliando aos poucos as atividades da Academia da Osesp e do Coro Acadêmico da Osesp, e ad- ministrando o Festival de Inverno de Campos do Jordão, que em 2016 chega à 47a edição. A curadoria de uma Temporada como essa representa tra- balho de mais de dois anos, envolvendo dezenas de pessoas, incluindo não só as Direções Artística, Musical e Executiva da Fundação Osesp, mas também a Comissão Artística da Orquestra, a Associação do Coro, o Spalla, os Consultores Estrangeiros e vários outros interlocutores — sem falar na Secretaria de Estado da Cultura, sem a qual nada disso seria possível. O resultado são centenas de concertos, numa tra- ma riquíssima de relações musicais, intelectuais e pessoais. Que tudo gire em torno à música e que tudo resulte, afinal, em música será sempre motivo de gratidão. Enquanto segue a Temporada 2015, ficamos, desde já, à espera do tanto de música que vem por aí, em 2016. Estado de escuta. E que seja a melhor Temporada para todos nós. ARTHUR NESTROVSKI Diretor Artístico da Osesp. 5 TEM PO RA DA 2O16 6 CI CLOS SCHUBERT EM FOCO o longo da temporada, a Osesp interpre- ta várias obras do compositor austríaco – sinfônicas, corais e de câmara. Entre Aoutras coisas, o Artista em Residência Paul Lewis toca a Sonata nº 9, a Artista Associada Nathalie Stutzmann rege a Sinfonia nº 4 – Trágica e Solistas da Osesp apresentam o Trio com Piano n. 2 e o Octeto em Fá maior. GINASTERA 100 Osesp celebra o centenário do maior compositor argentino do século 20. Algu- mas de suas principais obras serão apre- Asentadas, como o Concerto Para Harpa, com o solista francês Xavier de Maistre, e o Concerto nº 1 Para Piano, com o mexicano Jorge Federico Osorio. O Regente Associado Celso Antunes co- manda a Orquestra de Câmara no Concerto Para Cordas e a regente venezuelana Maria Guinand es- tará à frente do Coro da Osesp num concerto espe- cial só de peças latino-americanas em diálogo com a música de Ginastera. DUTILLEUX 100 enri Dutilleux foi um dos compositores franceses mais notáveis do século pas- sado. No ano em que se comemora seu Hcentenário, a Osesp apresenta três im- portantes obras para orquestra: Métaboles (1965) regida por Heinz Holliger; Tout un Monde Loin- tain (1970), para violoncelo e orquestra, com Christian Poltéra e Giancarlo Guerrero; e Sur le Même Accord (2002), tendo como solista o spalla da Osesp, Emmanuele Baldini, sob regência de Isaac Karabtchevsky. Também Ainsi la Nuit (1976) será apresentada pelo Quarteto Osesp. 7 ARTISTA EM RESIDÊNCIA pianista britânico Paul Lewis será o Artista em Residência em 2016. Além de tocar o Concerto nº 12 Para Piano de Mozart e apresentar um Orecital com obras de compositores românti- cos, será protagonista de um dos maiores destaques da temporada: na primeira semana da outubro, sob regência de Marin Alsop, tocará em três dias os cinco concertos para piano de Beethoven. PAUL LEWIS ARTISTA ASSOCIADA esta Temporada, a Osesp recebe sua primeira Artista Associada, a contralto e regente Nathalie Stutzmann. Ao longo das próximas três Tempo- Nradas, ela estará conosco pelo menos duas sema- nas por ano, com atividades diversas: regendo a Orquestra e o Coro (como em 2016), cantando como solista da Osesp e também com grupos de câmara (como o Quarteto Osesp, com quem se apresentou memoravelmente em 2013), re- gendo a Orquestra de Câmara e ainda conduzindo master- classes com cantores e conversas com a plateia. Será um pri- vilégio para todos nós contarmos com a presença regular de uma das maiores personalidades artísticas da atualidade – consagrada internacionalmente e também pela nossa pla- teia, de quem se tornou uma das grandes favoritas. NATHALIE STUTZMANN 8 COMPOSITOR TRANSVERSAL éla Bartók, um dos maiores autores da modernida- de, cujas obras dialogam ao mesmo tempo com as vanguardas e os nacionalismos do século 20, será o BCompositor Transversal desta temporada da Osesp. O Quarteto Osesp dá início à integral de seus 6 quartetos, divididos entre esta e a próxima Temporadas. Grandes artis- tas convidados apresentam obras fundamentais do composi- tor húngaro, como o Concerto nº 2 Para Violino, com Thomas Zehetmair e regência de Heinz Holliger, e o Concerto Para Viola, com Lawrence Power e o maestro Robert Spano. BELA BARTÓK ENCO MENDAS antendo o compromisso da Osesp com a músi- ca do nosso tempo, em 2016 teremos a estreia de cinco novas obras de autores brasileiros: duas Mpara orquestra (de Maury Buchala e Jorge Villa- vivencio Grossmann), uma para piano e orquestra de câma- ra (de Rafael Amaral), uma para coro a cappella (de Regina Porto) e outra para quinteto de fagotes (de Roberto Sion). No âmbito do projeto SP-LX – Nova Música (parceria com a Fundação Calouste Gulbenkian, de Lisboa) faremos também a primeira apresentação na América Latina de uma obra or- questral de Luís Tinoco, O Sotaque Azul das Águas (inspirada em poema de Manoel de Barros), com regência do maestro norte-americano James Gaffigan. E também a estreia latino- -americana do Concerto nº 2 Para Percussão e Orquestra de Ja- mes MacMillan (nosso Compositor Visitante em 2014), uma coencomenda da Osesp. MAURY BUCHALA 9 COMPOSITOR VISITANTE compositor norte-americano é um dos nomes mais proeminentes de sua geração. Foi compo- sitor residente da Orquestra Sinfônica de Chica- Ogo (dirigida por Riccardo Muti), e no Kennedy Center for the Performing Arts.