Universidade De Mogi Das Cruzes Rosana Gonzaga Franco Melo Massa a Dignidade Do Trabalhador Usuário Da Linha 11 Coral Da
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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES ROSANA GONZAGA FRANCO MELO MASSA A DIGNIDADE DO TRABALHADOR USUÁRIO DA LINHA 11 CORAL DA CPTM – ACIDENTES DE TRAJETO Mogi das Cruzes – SP 2014 UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES ROSANA GONZAGA FRANCO MELO MASSA A DIGNIDADE DO TRABALHADOR USUÁRIO DA LINHA 11 CORAL DA CPTM – ACIDENTES DE TRAJETO Dissertação apresentada ao Programa de Pós Graduação da Universidade de Mogi das Cruzes como parte dos requisitos para obtenção do grau de Mestre em Políticas Públicas. Área de Concentração: Realidade Regional: Qualidade de Vida e Dignidade Humana Profª. Orientadora: Dra. Luci Mendes de Melo Bonini Mogi das Cruzes – SP 2014 Figura 01 – Plataforma 04 – Estação da Luz – Outubro/2014 Dedico esse trabalho a Roberta Franco Massa, Bruna Franco Massa, Carla Franco Massa, Roberto Melo Massa e Leandro Coelho, família amada, presente de Deus aos meus dias, e, às perdas irreparáveis do meu caminho: meu pai, Manoel Gonzaga Franco, que morreu com câncer de pele, adquirido, enquanto trabalhou sob o sol escaldante nas lavouras de Mato Grosso do Sul. Provavelmente nunca ouviu falar em acidente de trabalho ou doenças laborais. Ao Sr. Pedro Moura (Pedro Guarda), em cuja companhia e fazenda, muitas horas felizes vivemos, no cerrado goiano, sem imaginar que um asbesto escondia-se, silencioso, em seu pulmão, até minar-lhe toda a força...herança do trabalho em beneficiamento rudimentar do ami- anto, e, a Suely Maria Pereira Fonseca, mártir de assédio moral - por parte de um ex dirigente da FUNDACENTRO - e que teve sua vida abreviada aos 54 anos, por um câncer...Coincidência, ou não, os estudos e pesquisas no campo das ciências soci- ais e psicologia do trabalho, por certo, um dia esclarecerão. AGRADECIMENTOS À Professora Dra. Luci Mendes de Melo Bonini, mestre que me orientou nes- se trabalho, além das inúmeras atividades que exerce enquanto Coordenadora do Curso de Mestrado em Políticas Públicas na Universidade de Mogi das Cruzes, sempre com seu sorriso franco e encorajador. À minha mãe, Maria Caselli, que, embora o pai não a tivesse deixado estu- dar, pois mulheres, em 1927, “não tinham necessidade disso”, aprendeu a ler e escrever, quase que sozinha e sempre escreveu, inclusive cartas para quem não sabia escrever, e sempre me incentivou aos estudos. À Fundação Jorge Duprat de Figueiredo de Segurança e Medicina do Traba- lho, FUNDACENTRO, no que representa para mim, e, aos seus servidores do Cen- tro Técnico Nacional e Unidades Regionalizadas Aos amigos, Maria Amélia de Souza Reis, Paulo Guimarães, Sergio Luiz Pe- reira, Ligia Wrasse Veras e Valdir Luiz dos Santos, pelo inestimável apoio e aos irmãos amados: Celso, Beto, Pedro e Cida. Aos amigos do Sindicato dos Servidores Públicos Federais do Estado de São Paulo, (SINDSEF), porque acredito na luta diária da sua base. Figura 02 – Estação da Luz – Outubro/2014 – 7h É! A gente quer valer o nosso amor A gente quer valer nosso suor A gente quer valer o nosso humor A gente quer do bom e do melhor... A gente quer carinho e atenção A gente quer calor no coração A gente quer suar, mas de prazer A gente quer é ter muita saúde A gente quer viver a liberdade A gente quer viver felicidade... É! A gente não tem cara de panaca A gente não tem jeito de babaca A gente não está Com a bunda exposta na janela Prá passar a mão nela... É! A gente quer viver pleno direito A gente quer viver todo respeito A gente quer viver uma nação A gente quer é ser um cidadão A gente quer viver uma nação...(Gonzaguinha, 1977) “A procura de homens regula necessariamente a produção de homens como de qualquer outra mercadoria. Se a oferta é muito maior que a procura, então parte dos trabalhadores cai na miséria ou na fome. Assim, a existência do trabalhador tor- na-se reduzida às mesmas condições que a existência de qualquer outra mercadori- a. O trabalhador transformou-se numa mercadoria, e terá muita sorte se puder en- contrar um comprador” (Karl Marx, 1867). “Se esse estádio não fosse da Copa, os auditores teriam feito um auto de in- fração por trabalho precário e paralisado a obra. Estamos fazendo de conta que não vemos algumas irregularidades” (Luiz Antônio Medeiros, Superintendente Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo, jornal Folha de S. Paulo, em 03/04/2014). RESUMO Classificado como acidente de trabalho, o acidente de trajeto engloba danos causa- dos à saúde do funcionário no caminho de casa para o trabalho ou vice-versa e pou- cos estudos trazem o contexto do acidente de trajeto para a discussão de políticas públicas. A distância que percorremos para trabalhar está comprometida com a nos- sa vida de trabalhador. O estresse dos congestionamentos, os atrasos causados por falhas mecânicas nas linhas e vagões, são testemunhas da concentração do trabalhador a caminho do trabalho. Objetivo - identificar o acidente de trajeto como problema a ser reconhecido na articulação de ações de prevenção à saúde do tra- balhador, uma vez que acomete o trabalhador externamente ao seu ambiente labo- ral, na trajetória do trabalhador de sua casa para o trabalho ou vice versa, que têm feito com que as estatísticas mantenham-se elevadas no que se refere aos impedi- mentos do trabalhador para cumprir as suas missões laborais diárias. Pesquisa ex- ploratória de campo, quali-quantitativa, em população constituída por 30 trabalhado- res, sendo 15 do gênero feminino e 15 do gênero masculino, no itinerário da linha 11- Coral, da CPTM, utilizando entrevistas semiestruturadas, com aplicação de con- ceitos da legislação trabalhista previdenciária, no ano de 2014. Resultado - As aná- lises realizadas sugerem a não contabilização de muitos acidentes de trajeto em es- tatísticas oficiais, além de, ofensa à diginidade humana, do cidadão trabalhador usuário do meio de transporte ferroviário diário. Conclusões – Há a comprovação de que, no transporte ferroviário da região metropolitana, através da linha 11- Coral, da CPTM , os cidadãos trabalhadores sofrem acidentes de trajeto, se remetendo à sugestão de que as injúrias à sua dignidade e dificuldades são semelhantes em ou- tros transportes coletivos, sendo que a sua trajetória de casa para o trabalho, ou do trabalho para casa, deriva sofrimento, prejuízos materiais e psicológicos, lesões, a- fastamentos e mortes. Essas ocorrências impedem a prática digna do seu trabalho e o amplo exercício da sua cidadania. Palavras Chave: Acidente de trajeto, ocorrências no trajeto, dignidade humana, es- tatística de acidentes de trajeto, cidadania e trabalho ABSTRACT Ranked accident at work, accident at the journey encompasses damage the health of staff on the way home to work or vice versa, and few studies present the context of the crash path to dis-cussion of public policy. The distance we have traveled is com- mitted to working with our lives worker. The stress of congestion, delays caused by mechanical failures in the lines and wagons, are witnesses to the concentration of workers going to work. Purpose - To identify the accident path to be recognized as a problem in the articulation of prevention to workers' health, since it involves the ex- ternal to your workplace employee, the trajectory of his home worker to work or vice versa, that have meant that the statistics remain up high in relation to impairments of the employee to fulfill their daily work assignments. Exploratory field research, quali- tative and quantitative, in a population of 30 employees, including 15 females and 15 males, the route of the line 11 Coral CPTM, using semistructured interviews, applying concepts of welfare labor laws in the year 2014. Result - the - analyzes suggest not accounting for many commuting accidents in official statistics, and affront to human diginidade citizen worker user through daily rail. Conclusions - There is evidence that, in rail transport in the metropolitan region through line 11 Coral CPTM, citizens suffer workers commuting accidents, whether referring to the suggestion that insults their dignity and difficulties are similar to other public transportation , and its trajectory from home to work or from work to home, suffering stems, material and psychological losses, injuries, departures and deaths. Prevent such occurrences worthy practice of their work and the broad exercise of their citizenchip. Key words: Accident path, the path occurrences, human dignity, estatistics of com- muting accidents, work and citizenship LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 01 – Plataforma 04 – Estação da Luz – Outubro/2014..................................04 Figura 02 – Estação da Luz – Outubro/2014 – 7h.....................................................06 Figura 03 – Estação Tatuapé – Agosto/2014 - 8h.....................................................14 Figura 04 – Estação Tatuapé – Outubro/2014 – 6h30min....................................... 23 Figura 05 –Podando árvores – Rua Julio de Castilhos – Novembro/2014................27 Figura 06 – Estação Tatuapé – Julho/2014 – 6h.......................................................30 Figura 07 –Sacoleiras - Estação Brás – Outubro/2014.............................................35 Figura 08–Moradores de Rua – muro lado externo Tatuapé – Outubro/2014 ........37 Figura 09 – Estação Guainazes – Setembro/2013 – 8h30min..................................42 Figura 10 – Estação Brás – “onde está sua bolsa agora?” Agosto/2014.................45 Figura 11 –Estação Tatuapé – Agosto/2014 - 17h....................................................50 Figura 12 – Estação Guaianazes – Junho - 07h30min.............................................57 Figura 13 – Porta de Acesso à Estação