Teatro De Máscaras Conselho Editorial Professora Dra
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Teatro de Máscaras Conselho Editorial Professora Dra. Adriana Schneider Alcure – UFRJ Professora Dra. Ana Maria Amaral – USP Professora Dra. Izabela Brochado – UNB Professora Dra. Maria Brígida Miranda – UDESC Professor Dr. Wagner Cintra - UNESP Teatro de Máscaras Valmor Níni Beltrame e Milton de Andrade (Org.) Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC Reitor Prof. Sebastião Iberes Lopes Melo Diretor Geral do Centro de Artes Prof. Dr. Milton de Andrade Leal Jr. Chefe do Departamento de Artes Cênicas Prof. Dr. Edélcio Mostaço Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Teatro (Mestrado) Vera Regina Martins Collaço Estudantes bolsistas Luana Mara Pereira Veruska Costa Haber Edição e capa Design Editora Diagramação Beatriz Sasse Revisão Marcos Leptretinf Foto da capa Máscaras e acordeões da coleção de Claudia Contin – foto de Graziano Cicuto. Teatro de Máscaras /Valmor Níni Beltrame e Milton de Andrade, org. Florianópolis: UDESC, 2010. ISBN 978-85-60332-96-0 1. Teatro de Máscaras 2. Formação do Ator. 3. Máscaras Brasileiras. 4. História do Teatro. CDD 792 M7125 SUMÁRIO Apresentação Valmor Níni Beltrame e Milton de Andrade ..................................................... 7 Máscara: corpo. Artifício Felisberto Sabino da Costa ............................................................................. 11 A magia das máscaras: ator e seu duplo Elizabete Lopes .............................................................................................. 27 Madeira, couro, cores e carne: histórias entre Commedia dell’Arte e máscaras do mundo Claudia Contin ............................................................................................. 57 A máscara do clown e a subjetividade do ator Marianne Consentino ................................................................................. 119 A máscara e seus desdobramentos tecnológicos Paulo Balardin ............................................................................................. 139 Respirando para dentro da máscara: o corpo toma forma no teatro-dança balinês topeng - uma experiência de aprendizado Carmencita Palermo .................................................................................... 153 As máscaras nas manifestações teatrais populares brasileiras Tácito Borralho ........................................................................................... 167 Ator - escultor de personagens Heloisa Cardoso .......................................................................................... 189 A máscara (segundo caderno) Léon Chancerel ........................................................................................... 209 Máscaras Larvárias Foto de Felisberto Costa APRESENTAÇÃO o final do século XIX e durante o século XX a máscara esti- Nmulou o trabalho de diretores e pedagogos do teatro engaja- dos na renovação da arte teatral. As contribuições da máscara para tais mudanças podem ser percebidas em duas direções nas práticas de diversos artistas: na busca por uma nova teatralidade, abrindo perspectivas para a criação de espetáculos fundados principalmente na exploração do gesto, do movimento e da imagem, e em experi- mentações sobre um novo modo de interpretar, constituindo desse modo um elemento importante na formação do ator. As concepções e o modo como as máscaras foram utilizadas no referido período certamente diferem de acordo com a prática de cada artista, dramaturgo, diretor e o contexto em que viviam. Para Vsevólod Meyerhold (1874–1940) e Evguêni Vakhtángov (1883- 1920), na Rússia, a máscara foi um poderoso recurso cênico para teatralizar o teatro e criar encenações que se opunham ao teatro na- turalista. Para Lugné-Poe (1869-1940) e Alfred Jarry (1873-1907), com a encenação de Ubu Rei, no Théâtre de l´Oeuvre em Paris, ela contribuía para a instalação do grotesco na cena. Antonin Ar- taud (1896-1948), impactado com as máscaras balinesas, vê ne- las o caminho para a recuperação da teatralidade perdida no teatro textocentrista que de certa forma predominava então na Europa. Edward Gordon Craig (1872-1966) propõe a substituição do ator pela Übermarionette, compreendida como o intérprete inteiramente coberto por uma máscara, impedindo-o de mesclar suas emoções e personalidade na representação da personagem. Jacques Copeau Teatro de Máscaras Teatro 7 8 (1878-1949) cria a máscara noble e funda uma pedagogia para a formação do ator, cujos desdobramentos reverberam ainda hoje, como máscaras neutras, na formação de jovens artistas: basta lem- Teatro de Máscaras Teatro brar as gerações que passaram pela Escola de Jacques Lecoq (1921- 1999), em Paris. Bertolt Brecht (1898-1956) a utiliza em seu teatro épico com a perspectiva de evidenciar contradições no comporta- mento no Gestus de personagens. Em todas essas iniciativas — é importante insistir — as másca- ras contribuíram para a renovação da arte teatral a na organização de procedimentos e propostas para a formação do ator. No Brasil, o trabalho com máscaras ganha visibilidade a partir dos anos de 1980 com ações simultâneas de grupos de teatro e de professores universitários. Os Grupos Moitará, do Rio de Janeiro; Fora do Sério, de São Paulo; e o Stravaganza, do Rio Grande do Sul, para citar apenas três importantes grupos brasileiros, iniciam suas atividades no ano de 1988, usando a máscara seja como ele- mento constitutivo do espetáculo, seja no treinamento do ator. No mesmo período são criados diversos cursos superiores de teatro e algumas Universidades incluem o ensino do Teatro de Máscaras em seus programas curriculares. Na Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC, o ensino do Teatro de Máscaras acontece desde o ano de 1988, com o objetivo de contribuir para o conhecimento das possibilidades ex- pressivas desse fazer artístico como linguagem teatral, de colaborar na formação do ator e no trabalho do ator animador no Teatro de Formas Animadas. Os vínculos entre Teatro de Máscaras e Teatro de Animação são evidentes uma vez que os princípios que regem o uso da máscara pelo ator são equivalentes à animação do títere ou do objeto. Com a organização do presente livro, o Grupo de Pesquisa Po- éticas Teatrais pretende colaborar com as discussões sobre o Teatro de Máscaras e estimular a realização de pesquisas, principalmente junto ao Programa de Pós-graduação (Mestrado e Doutorado) em Teatro, ao qual o Grupo está vinculado. A colaboração dos artistas professores e pesquisadores de diversas universidades brasileiras e estrangeiras foi fundamental para esta publicação. Felisberto Costa, Professor na Universidade de São Paulo – USP, colabora com um estudo chamando a atenção para a “redes- coberta” das máscaras no teatro brasileiro, ao situar como grupos se apropriam dela de diferentes maneiras e as práticas desenvolvidas em Universidades do nosso país. Ao mesmo tempo, convida o leitor a pensar nas máscaras como experiências humanas singulares que transitam indistintamente pelos domínios físico, mental e espiri- tual. A professora Elizabete Lopes, uma das pioneiras no uso da máscara na formação do ator no Brasil, analisa as contribuições de Jacques Copeau e como seus ensinamentos foram incorporados e modificados por seus seguidores espalhados por diversos países. Si- multaneamente, apresenta suas próprias concepções e o modo de atuação como pedagoga do teatro. Claudia Contin, diretora da Escola Experimental do Ator, em Pordenone, Itália, contribui com um alentado estudo no qual ex- plora a categoria “material” com que se concebem e se constroem os diversos tipos de máscaras. A autora mostra que os materiais são de- sencadeadores de complexas reflexões que denotam visões de mun- do, culturas, diferentes idéias sobre a máscara, instigando o leitor a utilizar a expressão Teatro de Máscaras, no plural. Grande parte do texto é dedicada às máscaras da Commedia dell’Arte, e conclui que o que as “eterniza” é o seu uso pelo ator. A diretora da Cia. Traço de Teatro, Mariane Consentino, ana- lisa a máscara do clown e os procedimentos pedagógicos para a aprendizagem da arte do Palhaço. A autora afirma que seu texto é um relato apaixonado sobre suas próprias experiências vividas como atriz e encenadora. O Diretor Teatral e Professor, Paulo Balardim, da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC, destaca a prática contem- porânea do Teatro de Máscaras associada a recursos tecnológicos. Hoje é comum o uso de máscaras eletrônicas comandadas por con- trole remoto, o que se tornou objeto de pesquisa e experimentação entre grupos de teatro. Carmencita Palermo, Professora da Escola de Estudos sobre Linguagens Asiáticas da Universidade da Tasmânia, Austrália, con- Teatro de Máscaras Teatro 9 10 tribui com um estudo sobre o Wayang Topeng, tradicional teatro- -dança com máscaras da Ilha de Java, Indonésia. O estudo resulta de suas pesquisas e da sua convivência direta junto a mestres baline- Teatro de Máscaras Teatro ses com os quais aprendeu a dançar. Tácito Borralho, Professor da Universidade do Maranhão – UFMA, apresenta um amplo registro da diversidade de máscaras brasileiras presentes em nossos folguedos, em nossas manifestações populares também conhecidas como danças dramáticas. A Professora Heloisa Cardoso nos oferece um estudo detalhado sobre materiais e procedimentos para a confecção de diversos tipos de máscaras, sintetizando parte da atividade à qual se dedica há anos na Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP. O último texto que integra o presente livro é um precioso es- tudo de Léon Chancerel (1886-1965), escrito em 1941, do qual o Professor José Ronaldo Faleiro, tradutor