Mulheres Dos Deuses: For~A, Transe E Paixao Foto: Gildo Lima

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Mulheres Dos Deuses: For~A, Transe E Paixao Foto: Gildo Lima UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE ARTES MESTRADO EM ARTES CENICAS 0 PROCESSO PINA-BAUSCHIANO COMO PROVOCA(:AO A DRAMATURGIA DA MEMORIA LICIA MARIA MORAIS SANCHEZ Este exemplar e a reda;;ao final da ndida pel a Sra. Licia Maria Dissertac;:ao apresentada ao Curso de e aprovada pela Comissao Mestrado em Artes do Instituto de Artes da em 16/08/2001 UNICAMP como requisito parcial para a \, c...:.\---~'~1 obtenc;:ao do grau de Mestre em Artes ·-~---"- -:::- - rl C. Cenicas, sob a orientac;:ao do professor Doutor Marcio Aurelio Pires de Almeida. CAMPINAS - 2001. FICHA CATALOGRAfiCA ELABORADA PELA BffiLIOTECA CENTRAL DA UI\'ICAMP Sanchez, Ucia Maria Morais. Sa55p 0 processo Pina-bauschiano como provocaQii.O a dramaturgia da memoria I Ucia Maria Morais Sanchez.--Campinas, SP: [s.n.], 2001. Orientador: Marcia Aurelio Pires de Almeida DissertaQii.O (mestrado)- Universidade Estadual de Campinas, Institute de Artes. 1. Bausch, Pina- lnfluencia. 2 Stanislavski, Konstantin, 1863-1938 - lnfluencia. 3. Dramaturgia. 4. Memoria. I. Almeida, Marcia Aurelio Pires de II.Universidade Estadual de Campinas. lnstituto de Artes. Ill. Titulo. A Carlos Ramon, meu parceiro de cria<;ao e permanente colaborador. A Micaela, minha filha, e a Elza, minha tia-mae que me iniciou na arte. AGRADECIMENTOS A Pina Bausch, que compartilhou sua genialidade criadora. Aos professores Jean Cebron e Hans Ziillig, mestres de incomum competencia na transmissao das tecnicas de danqa moderna. A todos os mestres que transmitiram os conteiidos tecnicos e filos6ficos da nossa forma~ao. A grande amiga Julie Shanahan, e a todos os companheiros do Wuppertal. Ao orientador, Marcia Aurelio Pires de Almeida, pelo equilibria, sabedoria e sensibilidade artfstica da sua orientaqao. A Jaci Menezes, pela ajuda incondicional em todas as horas. A Sergio Farias, pelas sugestoes dos meus primeiros passos neste mestrado. A Inaicyra Falcao dos Santos, por sua atenqao em todos os momentos em que a solicitamos. A Maria Cecilia dos Santos Fraga e Marilda do Couto Cavalcante, pela importante contribuiqao. A todos os participantes do Projeto Alforria, Dan~a Jamal e outros projetos, que compartilharam conosco os momentos de cria<;ao. A Suzana Martins e Antrifo Sanches, pelos depoimentos valiosos. A Universidade Estadual de Campinas, e a todos os funcionarios da p6s-gradua~ao do Instituto de Artes. Ao Departamento de Artes Cenicas da UNICAMP, que abriu suas portas para as nossas experimentac;oes, e aos que foram nossos professores. Aos amigos Ivaldo Pessoa, Daniel Roseno da Silveira, Jennie Rodrigues Manteiga e Adriana Barao, pela constante disposic;ao em nos ajudar. A Felipe Serpa, Silvestre Ramos Teixeira, Monica Krugman, Dulce Aquino, Deolindo Checucci, Juc;ara Martins, Carlos Moraes, Dalal Achcar, Ciane Fernandes, Theodomiro Queiroz, Euzebio Lobo, Lucia Mascarenhas, Luiza Paraguai Donati, pel as contribuic;oes diversas. Ao Instituto Central de Educac;ao Isafas Alves, onde experimentamos desde o infcio. A Produtora Universitaria de VIdeo- Provideo I Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia- UESB, pela documentac;ao em video do nosso trabalho. A Universidade Federal da Bahia, onde iniciamos a nossa formac;ao academica. A CAPES, porter financiado o nosso curso pelo periodo de urn ano e meio. E a todos aqueles que estao nos abrindo portas. RESUMO Este trabalho descreve a trajet6ria de uma experiencia influenciada pela escola expressionista alema, que culminou com a nossa convivencia com a mais importante represemante desta corrente no mundo contemporaneo atual, a criadora de teatro de dan<;a Pina Bausch. Essa convivencia nos mostrou caminhos que vieram enriquecer a fluencia da nossa poetica com urn conseqUente fortalecimento da nossa identidade com proje<;ao universal, permitindo-nos a realiza<;ao de experiencias tanto artfsticas quanto pedag6gicas e uma reflexao sobre a rela<;ao entre as praticas de Bausch e de Stanislavski. ABSTRACT The present work describes the unfolding of a personal experience - my own experience -, which was influenced by the German Expressionist Dance School and culminated in a stint spent working with Pina Bausch, the creator of Dance Theater and the most important member of such school at the moment. This experience showed me new possibilities, which enriched the fluency of my poetics and strengthened my universal identity, therefore allowing me to have new artistic and pedagogical insights and to reflect about the practices of Pina Bausch and Stanislavski. SUMARIO INTRODU<;:Ao ................................................................................................. 9 Capitulo 1 RESlJMO DE UMA EXPERIENCIA ........................................................ 15 1. 0 processo ..................................................................................... 27 2. As perguntas e respostas ................................................................ 31 3. A fase de composi<;ao das pe<;as .................................................... 50 Capitulo 2 - "AS MlJLHERES DOS DEUSES'', 0 QlJE PINA BAUSCH TEM A VER COM ISSO? ................................................................................. 53 1. 0 que Pina Bausch tern aver com isso? ......................................... 69 Capitulo 3 "TUA OlJTRA CABEc;:A, TUA OUTRA MEMORIA" UMA EXPERIENCIA COM OS ALUNOS DO CURSO DE ARTES CENICAS DA lJNICAMP ......................................................................... 76 Capitulo 4 BAUSCH/STANIS LA VSKI. lJMA BREVE INTERPRETAc;:Ao ............ 89 CONCLUSAO ............................................................................................... 102 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ......................................................... 104 ANEXO I- Projeto Alforria; o que Ruy Barbosa nao queimou ANEXO II- Tua outra cabe<;a, tua outra memoria ANEXO III- Dan<;a Jornal INDICE DE ILUSTRA<;:OES Capa: As Mulheres dos Deuses: For~a, Transe e Paixao Foto: Gildo Lima Foto 1: Movimento, gesto e cria~ao no olhar de Pina Bausch ... ,.,. .............. 14 Foto: Ulli Weiss I Tanztheater von Pina Bausch, 1979 (Reprodu~ao retocada e invertida) Foto 2: No espelho, integrantes do elenco do Wuppertal Tanztheater ............ 52 Foto: l..nli Weiss I Tanztheater von Pina Bausch, 1979 Foto 3: Konstantin Stanislavski ..................................................................... 101 (Reprodu~ao retocada) As fotografias foram tratadas e processadas no Photoshop. lNTRODuc;:A.o "Pode ser que os cientistas tenham alguma exp/icar;ao sabre a natureza desse processo indizivel. Eu posso apenas descrever aquilo que eu mesmo sinto e como utilizo essas sensac;i5es na minha arte. " Constantin Stanislavsky Arte, Ciencia e Filosofia nao podem ser confundidas, evidentemente, porque nao sao a mesma coisa; entretanto, a academia nos disponibiliza urn espa~o propfcio para o dialogo de complementaridade destas ordens de saberes. Alguns colegas de profissao consideram limitada a contribui<;:ao que o artista tern para dar a academia, todavia, tanto o artista como o cientista e o fi16sofo precisam do insight em seus trabalhos. Desta forma, vemos que a arte, a ciencia e a filosofia estao bern pr6ximas uma das outras. Entre outras questoes relativas a arte. sabemos que esta nao se ensina, o "artista ja nasce artista" 1 Nossos processes criativos possuem mementos os quais podemos traduzir apenas de maneira aproximada, pais, "Os caminhos da criw;iio, na verdade, niio podem ser conhecidos "2 Este aspecto inclusive e objeto de estudo importante nas areas da psicologia e da educa<;:iio. Os processes pelos quais se da o produto artfstico sao a grande riqueza do artista, alem da sua obra ffsica. Sentimos que o relato destes processes, atraves dos 1 ALBANO, Ana Angelica. Tuneu, Tarsi/a e outros mestres... Sao Paulo: Plexus, 1998, p. 27. 2 STANISLA VSKI, Constantin. A criaqi:io de um papel. Trad. Pontes de Paula Lima. Rio de Janeiro: Civiliza<;iio Brasileira. 1999. p. 153. II nossos depoimentos, e uma forma de contribui~ao para o conhecimento te6rico/academico relacionado com a arte, Sendo assim, conduziremos este trabalho tendo como fator principal o relato da nossa trajet6ria pratica artfstica: seremos os observadores de n6s mesmos, Certamente nao estamos propondo descobertas como na ciencia nem usaremos os criterios de verdadeiro ou falso, Estamos propondo que os fatos apresemados possam ser compartilhados, sendo questionados e refletidos por aqueles que estejam interessados na discussao da contribui~ao que a narrativa da experiencia do artista pode trazer para o conhecimento academico artfstico, se assim podemos dizer, Atraves desse depoimento, tentaremos transmitir, entre outras quest5es, as influencias que assimilamos em nosso trabalho e a maneira como processamos a experiencia de dois anos intensivos, vividos ao !ado da criadora de teatro de dan~a Pina Bausch, no Wuppertal Tanztheater na Alemanha, Este relato sera pautado pelas nossas sensa~5es, sentimentos e interpreta<;5es, Nao sera uma narrati va linear, 0 pens amen to subjeti vo certamente deixa lacunas que podem ser subentendidas ou nao, mas tentaremos compartilha-lo ate onde podem nos levar as nossas reflex5es, Por outro !ado, as caracteristicas nao alienantes do processo vivenciado no Wuppertal nao nos permitiriam aprisiona-lo em teorias, regras, formulas ou metodos explfcitos, embora tenhamos de levantar principios, conceitos e conduta critica para com eles melhor esclarecer o esse relato, E oportuno registrar que, por muito tempo, adiamos a investida em urn curso de mestrado, acreditando que, por sermos da pratica
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