O Que Você Veio Fazer Na Sala De Aula? Intelectuais Indígenas Brasileiros E a Educação
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO MESTRADO ACADÊMICO EM EDUCAÇÃO UISLLEI UILLEM COSTA RODRIGUES O QUE VOCÊ VEIO FAZER NA SALA DE AULA? INTELECTUAIS INDÍGENAS BRASILEIROS E A EDUCAÇÃO Belém - Pará 2019 UISLLEI UILLEM COSTA RODRIGUES O QUE VOCÊ VEIO FAZER NA SALA DE AULA? INTELECTUAIS INDÍGENAS BRASILEIROS E A EDUCAÇÃO Dissertação apresentada ao Programa de Pós- graduação em Educação da Universidade Federal do Pará-PPGED/UFPA, linha de pesquisa Educação, Cultura e Sociedade, como requisito obrigatório para a obtenção do título de Mestre em Educação. Orientadora: Profa. Dra. Sônia Maria da Silva Araújo Belém-Pará 2019 UISLLEI UILLEM COSTA RODRIGUES O QUE VOCÊ VEIO FAZER NA SALA DE AULA? INTELECTUAIS INDÍGENAS BRASILEIROS E A EDUCAÇÃO Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal do Pará-PPGED/UFPA, linha de pesquisa Educação, Cultura e Sociedade, como requisito obrigatório para a obtenção do título de Mestre em Educação. Belém, 20 de maio de 2019 BANCA EXAMINADORA ____________________________________ Prof.ª Dra. Sônia Maria da Silva Araújo] Universidade Federal do Pará- UFPA (Orientadora) ____________________________________ Prof.ª Dra. Lucia Isabel da Conceição Silva Universidade Federal do Pará- UFPA (Examinadora - Interno) ____________________________________ Prof. Dr. Raimundo Nonato de Pádua Câncio Universidade Federal do Pará- UFPA (Examinador - Interno) __________________________________________ Prof.ª Dra. Valéria A. Cerqueira de Medeiros Weigel Universidade Federal do Amazonas- UFAM (Examinadora - Externo) Belém - Pará 2019 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISBD Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Pará Gerada automaticamente pelo módulo Ficat, mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a) R696q Rodrigues, Uisllei Uillem Costa O QUE VOCÊ VEIO FAZER NA SALA DE AULA? : INTELECTUAIS INDÍGENAS BRASILEIROS E A EDUCAÇÃO / Uisllei Uillem Costa Rodrigues. — 2019. 146 f. Orientador(a): Profª. Dra. Sônia Maria da Silva Araújo Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Educação, Instituto de Ciências da Educação, Universidade Federal do Pará, Belém, 2019. 1. Intelectual Indígena. 2. Produção Acadêmica. 3. Educação. I. Título. CDD 370 Dedico àqueles que transformam seus sonhos em realidade e jamais desistem de lutar por eles. AGRADECIMENTOS Para os filhos de pretos, indígenas e pobres cursar a pós-graduação é um ato de insurgência. Significa dizer que mesmo com a insistente força colonial predominante na universidade, não desistimos dos sonhos e não perdemos as lutas mais importantes. Significa, mesmo sem palavras, declarar que enfrentamos a discriminação e/ou o racismo. Significa superar, mesmo diante de uma educação pública que nos estimula a não chegar em lugar algum, nossas limitações escriturais e produzir debates de uma perspectiva audaciosa. É reivindicar o direito de expor nossos próprios saberes e articulá-los às experiências acadêmicas. É também provar que temos epistemologias outras e que são igualmente importantes. É, sobretudo, não se conformar com a imposição a um lugar subalterno para vivermos os sonhos que quisermos. No entanto, nessa jornada, tive o apoio de tantos para que este sonho fosse possível e por todos eles, eu tenho profunda gratidão, em especial agradeço: A Deus, que tem me ajudado a realizar os desejos do meu coração, cuidando de mim por onde quer que eu ande e que tem me feito crescer enquanto humano mesmo diante de tantas dificuldades. A minha orientadora, Profa. Dra. Sônia Maria da Silva Araújo, que, ao me aceitar, abraçou o sonho que não era só meu e que me permitiu desconstruir-me inúmeras vezes para que eu pudesse evoluir tanto academicamente como ser humano. Ao Prof. Dr. Raimundo Nonato de Pádua Câncio, que, com sua presença tranquilizadora, me ajudou a encontrar caminhos para que eu conseguisse desenvolver o percurso discursivo desta pesquisa e com quem compartilho algo comum: o interesse em pesquisar os povos indígenas. A Profa. Dra. Lúcia Isabel da Conceição Silva, que me apresentou perspectivas audaciosas de pensar as questões indígenas, com quem tive interessantes oportunidades de diálogo todos igualmente poderosos para refletir para além desta dissertação; A Profa. Dra. Valéria A. Cerqueira de Medeiros Weigel, que apreciou esta produção contribuindo para reelaborar o percurso discursivo; A minha mãe Sânora, mulher guerreira, que fez tudo que estava a seu alcance para que eu jamais desistisse dos estudos e que buscasse neles a mudança de vida. Apesar de suas próprias inseguranças e medos, por ter seu filho longe de casa, apoiou cada decisão; Ao meu pai Valdeci, que me fez ser a pessoa forte que sou hoje, com quem aprendi a ser disciplinado e que sempre me orientou para alcançar grandes voos na vida; A minha companheira Kerollaine, que sempre me apoia em meus projetos, que me ama com todas as manias e defeitos e que jamais permite que eu desista dos meus sonhos; A minha avó Ozinda (in memoriam), mulher indígena, que com sua força ancestral vive entre nós e seus ensinamento se perpetuam; Ao meu avô Valdomiro (in memoriam), que antes de partir me ajudou a (re)construir para esta dissertação os pedaços de minha história indígena; Ao meu tio-pai Jocivan (in memoriam), que nos deixou subitamente antes da conclusão de mais esta etapa, mas que foi um homem incrível e que graças a ele muitas conquistas foram possíveis Aos meus irmãos Sâmela, Weslley e William, que durante nossas conversas proporcionaram- me muitos momentos de alegria e carinho; A Eduardo Alves Vasconcelos, meu primeiro orientador, que ainda acompanha minha vida acadêmica e que me ensinou a tarefa árdua de ser pesquisador neste país e que me estimulou a ter paixão pela pesquisa cientifica; A Aline Barboza, amiga que me incentivou inúmeras vezes a trilhar esse caminho e que viu de perto minhas inseguranças e dificuldades para a conclusão desse trabalho, mas que me motivou e me estendeu a mão sempre; A Valena Calandrini, amiga e gestora, que compreendeu a importância dessa etapa para minha vida e permitiu que este percurso tivesse menos limitações e que pudesse ser mais leve; A Alyne Vieira, superintendente do SESI DR/AP, que me possibilitou viver esse sonho sem ter que abrir mão de outro: a docência; A Miriam Rosa, amiga, com a qual tive maravilhosas conversas sobre fé, Deus e família que me ajudaram a superar a saudade de casa; A Vitor Fernando, amigo, que inúmeras vezes me acolheu em sua casa e seu coração e com quem conversei diversas vezes sobre esta pesquisa. A Paulo Demétrio, amigo e poeta, que tornou as idas a Belém momentos de festa e alegria, mesmo quando eu estava bastante tenso para qualquer tipo de comemoração, homem de conversas e atitudes incríveis; A Izan Rodrigues, amigo, que ora cuidava de mim como pai ora como irmão, com quem tive diálogos filosóficos profundos e que sempre me dá referências literárias poderosas, apaixonantes e revolucionarias; E a todos aqueles que fizeram dessa caminhada uma experiência incrível, estimulante, apaixonante e única. Estou chamando a atenção de nossos jovens para que direcionem sua luta, mas, não no sentido de ser igual ao homem branco. Isso não. Minha proposição é a de que eles podem ter um nível de conhecimento igual ao de um não indígena, mas que jamais devem desejar ser igual a um [...] Esta mensagem é para que os jovens indígenas nunca se esqueçam de aprimorar os valores de sua alma indígena. Carlos Estevão Taukane Você não pode se esquecer de onde você é e nem de onde você veio, porque assim você sabe quem você é e para onde você vai”. Isso não é importante só para a pessoa do indivíduo, é importante para o coletivo, é importante para uma comunidade humana saber quem ela é, saber para onde ela está indo... Ailton Krenak RODRIGUES, Uisllei Uillem Costa. “O que você veio fazer na sala de aula?” Intelectuais indígenas brasileiro e educação. 2019. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal do Pará, Belém, 2019. O objeto de pesquisa desta dissertação é a intelectualidade indígena e sua produção acadêmica em Programas de Pós-graduação. O acesso à educação escolar aos povos autóctones, em todos os níveis, não é um fenômeno recente, muito embora na atualidade se tenha delineado novos contextos e percursos. O objetivo geral definido é: analisar o pensamento do intelectual indígena brasileiro sobre educação, manifesto em teses defendidas em programas de pós- graduação, para compreender seu sentido político. Consoante ao objetivo principal, delineamos os objetivos específicos: 1) Realizar revisão bibliográfica de estudos sobre este intelectual; 2) Analisar o conceito de intelectual indígena; 3) Debater a relação escolarização e intelectualidade desse sujeito; 4) Fazer um levantamento de nomes de intelectuais indígenas brasileiros; 5) Verificar, da relação de intelectuais indígenas brasileiros, os que trataram, em teses e dissertações, da questão da educação; 6) Analisar o pensamento desse sujeito intelectual sobre educação em teses e dissertações; 7) Verificar, a partir da materialização do pensamento intelectual indígena brasileiro sobre educação, seu sentido político. Metodologicamente, desenvolve-se a pesquisa sob a inspiração da análise de conteúdo. As questões levantadas são: 1) Quem são os intelectuais indígenas brasileiros? 2) Quais as contribuições da escolarização para a construção da intelectualidade indígena? 3) Como se apresenta o pensamento produzido pelo intelectual indígena? 4) Como a temática