Salvador Da Bahia
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Salvador da Bahia Interações entre América e África (séculos XVI-XIX) salvador-da-bahia-MIOLO.indb 1 20/09/17 14:32 UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA Direção da coleção Evergton Sales Souza (UFBA) Reitor João Carlos Salles Pires da Silva Pedro Cardim (CHAM - FCSH/NOVA-UAC) Vice-reitor Paulo Cesar Miguez de Oliveira Hugo Ribeiro da Silva (CHAM - FCSH/NOVA-UAC) Assessor do Reitor Paulo Costa Lima Giuseppina Raggi (CHAM - FCSH/NOVA-UAC) Comissão Científica da colecção Diogo Ramada Curto (IPRI-UNL) Jean-Frédéric Schaub (EHESS – Paris) João José Reis (UFBA) EDITORA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA José Pedro Paiva (Universidade de Coimbra) Júnia Furtado (UFMG) Diretora Laura de Mello e Souza (Université de Paris IV Flávia Goulart Mota Garcia Rosa - Sorbonne) Conselho Editorial Lígia Bellini (UFBA) Alberto Brum Novaes Luís de Moura Sobral (Université de Montréal) Ângelo Szaniecki Perret Serpa Maria Fernanda Bicalho (UFF) Caiuby Álves da Costa Margarida Vaz do Rego Machado (CHAM - FCSH/ Charbel Niño El Hani NOVA-UAC) Cleise Furtado Mendes Nuno Gonçalo Monteiro (ICS-UL) Evelina de Carvalho Sá Hoisel Pedro Puntoni (USP) José Teixeira Cavalcante Filho Rafael Chambouleyron (UFPA) Maria do Carmo Soares Freitas Roquinaldo Fereira (Brown University) Maria Vidal de Negreiros Camargo Stuart Schwartz (Yale University) Esta publicação resulta dos seguintes projetos de investigação e desenvolvimento: • Salvador da Bahia: American, European, and African forging of a colonial capital city (BAHIA 16-19), financiado pelo IRSES / Marie Curie Actions (PIRSES-GA-2012-31898); CENTRO DE HISTÓRIA D'AQUÉM • Uma cidade, vários territórios e muitas culturas. Salvador da Bahia e o mundo Atlântico, da América portuguesa ao E D'ALÉM-MAR (CHAM) Brasil República, financiado pela Fundação para a Ciência e Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Tecnologia (2165/2013) e pela CAPES (10395/13-0). NOVA de Lisboa, Universidade dos Açores Director João Paulo Oliveira e Costa Sub-Director (Pelouro Editorial) Luís Manuel A. V. Bernardo Coordenadora Editorial Cátia Teles e Marques O Centro de História d'Aquém e d'Além-Mar da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboa e da Universidade dos Açores é financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, através do projecto estratégico UID/ HIS/04666/2013. salvador-da-bahia-MIOLO.indb 2 20/09/17 14:32 Giuseppina Raggi, João Figuerôa-Rego e Roberta Stumpf (Organizadores) coleção atlântica Salvador da Bahia Interações entre América e África (séculos XVI-XIX) SALVADOR – LISBOA EDUFBA – CHAM 2017 salvador-da-bahia-MIOLO.indb 3 20/09/17 14:32 2017, autores. Direitos para esta edição cedidos à Edufba. Feito o Depósito Legal. Grafia atualizada conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, em vigor no Brasil desde 2009. Capa e Projeto Gráfico Gabriel Cayres Revisão Líliam Cardoso de Souza Silva Ficha Catalográfica S182 Salvador da Bahia: interações entre América e África: séculos XVI-XIX / Giuseppina Raggi, João Figuerôa-Rego, Roberta Stumpf, organizadores. –Salvador: EDUFBA, 2017. ???p. il. ISBN: 1. África. 2. Bahia. 3. Escravidão. I. Giuseppina Raggi. II. João Figuerôa-Rego. III. Roberta Stumpf, IV. Título. CDU 330.342.112 Editora filiada à Editora da UFBA CHAM Rua Barão de Jeremoabo FCSH/NOVA-UAc s/n - Campus de Ondina Avenida de Berna, 26 40170-115 - Salvador - Bahia 1069-061 Lisboa - Portugal Tel.: +55 71 3283-6164 Tel.: +351 217972151 Fax: +55 71 3283-6160 Fax: +351 217908308 www.edufba.ufba.br www.cham.fcsh.unl.pt [email protected] [email protected] salvador-da-bahia-MIOLO.indb 4 20/09/17 14:32 Sumário Introdução, 7 GIUSEPPINA RAGGI, JOÃO FIGUERÔA-REGO E ROBERTA STUMPF parte i comércio, escravidão e poder: bahia e áfrica ocidental Entre Bahia e a Costa da Mina, libertos africanos no tráfico ilegal, 13 LUIS NICOLAU PARES “Preto cativo nada é seu?”: escravos senhores de escravos na Cidade da Bahia no século XVIII, 51 DANIELE SANTOS DE SOUZA Interações Atlânticas entre Salvador da Bahia e Porto Novo (Costa da Mina) no século XVIII, 73 CARLOS SILVA JR. O Regimento que se há de observar no Estado do Brasil na arrecadação do tabaco, 99 JOÃO FIGUEIROA-REGO As práticas governativas de Dom João de Lencastre no Atlântico Sul: a regulação do comércio da aguardente entre Angola e Brasil (1688-1702), 121 CAMILA AMARAL parte ii administração e agentes no espaço americano Entre a catequese e o cativeiro: notas sobre a administração das aldeias pelos jesuítas no século XVIII, 141 FABRICIO LYRIO SANTOS Curas de almas nativas: o clero indígena na América Portuguesa (século XVIII), 161 MARIA LEÔNIA CHAVES DE RESENDE A formação acadêmica e a ação episcopal dos prelados da América Portuguesa (séc. XVII e XVIII, Bahia, Olinda e Rio de Janeiro), 195 EDIANA FERREIRA MENDES “Bahia de Todos os Santos e de quase todos os pecados”: O luso-tropicalismo e a história comparativa no espaço luso-americano (1640-1750), 223 JAIME GOUVEIA A representação do ultramar nos armoriais portugueses (séculos XVI-XVIII), 251 MIGUEL METELO SEIXAS Os autores, 281 salvador-da-bahia-MIOLO.indb 5 20/09/17 14:32 salvador-da-bahia-MIOLO.indb 6 20/09/17 14:32 Introdução Território mais amplo do que os seus próprios limites geográficos, espaço de conflu- ências e divergências, Salvador da Bahia oferece-se como lugar histórico de encruzi- lhadas e marco simbólico de encontros e desencontros entre historiografias. Como o título deste volume deixa transparecer, a cidade é entendida em conexão com outros espaços – baianos, americanos e africanos – e analisada sob novos ângulos. O que faz com que este livro seja uma partilha de estudos sob âmbitos diversos, predominando, entretanto, perspetivas que elegem, maioritariamente, como ponto de partida, geo- grafias extraeuropeias. Salvador da Bahia surge como palco de relações atlânticas per- mitindo destacar a história da África, sobretudo a partir do tráfico de africanos es- cravizados, mas também como centro de relações continentais, com o interior baiano – Recôncavo e sertões – e com outros territórios brasileiros. Esses olhares trazem à superfície novos atores sociais, um leque diversificado de povos indígenas, clero nati- vo e, ainda, africanos escravizados, libertos e livres, os quais protagonizam dinâmicas em que os maniqueísmos são revistos e as identidades ganham diversos significados. A primeira secção deste volume, denominada “Escravidão, comércio e relações de poder: Bahia e a África Ocidental”, incide nas múltiplas implicações do contato mer- cantil, em particular as nascidas do tráfico de escravizados de África e das trocas de produtos como o tabaco e a aguardente. Circunstância geradora de transformações económicas, sociais, políticas e culturais decorrentes de um variado jogo de interesses. Dinâmicas essas protagonizadas por homens e mulheres cujas identidades vão sendo construídas em função das respetivas trajetórias. Os estudos de João Figueiroa-Rego e Ca mila Amaral tratam de outras dimensões das relações mercantis entre o Brasil e a África. Figueiroa-Rego incide sobre o comér- cio do tabaco e sua interdependência com o tráfico de escravizados, mas olhados a par- tir das relações institucionais ligadas ao tabaco, bem como o papel da conflituosidade salvador-da-bahia-MIOLO.indb 7 20/09/17 14:32 8 INTRODUÇÃO velada ou notória entre os actores sociais que interagiam nesse âmbito. O sistema eco- nómico atlântico é, pois, observado a partir da macro visão das transações tabaqueiras e, também da micro visão que retrata a actividade dos diversos agentes que, em Sal- vador da Bahia, veiculavam a sua comercialização para diferentes espaços geográficos, no contexto de um monopólio da Coroa Portuguesa, muitas vezes em flagrante anta- gonismo com os interesses desta última. Por seu turno, a querela em torno do comér- cio da aguardente entre Bahia e África ocidental é vista por Amaral através da ação preponderante de governador D. João de Lencastre, no sentido num sistema mais de conciliar os interesses antagónicos das diferentes partes envolvidas e os seus enquanto “agente” do tráfico de africanos escravizados. Os textos de autoria de Daniele Santos, Carlos Silva Júnior e Nicolau Parés, consti- tuem uma tríade, sobretudo por abrirem perspetivas de pesquisa profundamente ino- vadoras, ainda que tributárias do legado deixado pela forte tradição do estudo da es- cravidão e do tráfico negreiro desenvolvido na Universidade Federal da Bahia (UFBA). Daniele Santos aborda um tema importante: os escravos proprietários de escravos na cidade de Salvador da Bahia, ressaltando a complexidade das lógicas do escravismo no Brasil. A autora traça a biografia destes homens cujo estatuto jurídico tornava precária sua condição de proprietários; Carlos Silva Júnior, por sua vez, toma como ponto de partida o protagonismo emergente de Porto Novo na disputa pelo comércio negreiro. Este cenário levou à reconfiguração geopolítica do Golfo de Benin, no período sete- centista. O autor evidencia o forte predomínio de negociantes baianos naquela região, bem como os interesses cruzados das autoridades envolvidas nesse contexto; Nicolau Parés centra-se na temática dos retornados agudás e nas dinâmicas sociais e comer- ciais que desenvolveram na Costa da Mina, estabelecendo redes atlânticas, sobretudo na época do tráfego ilegal de escravos, no século XIX. Para tanto, o autor recorre à reconstrução de percursos excecionais de libertos africanos que ascenderam social- mente através do comércio escravocrata. Parés esclarece ainda as diferenças de escala, de proporções e de investimentos dos seus negócios face ao tráfego atlântico equacio- nado como um todo. Os textos que integram a segunda parte deste livro, intitulada “Povos indígenas, clero e representações simbólicas”, avançam significativamente no estudo da agência indígena, bem como de um tema que só muito recentemente ganhou, verdadeiramen- te, a atenção dos historiadores: a administração eclesiástica e os seus agentes surgem trabalhados a partir de um enfoque americano mas sem esquecer a influência da ma- triz cultural portuguesa, presente em normativas e regimentos. Esta perspectiva ana- lítica possibilita destacar a atuação dos vários povos indígenas com os quais os portu- gueses interagiram, bem como as problemáticas relacionadas com o clero nativo.