Edgar Henrique Clemente Pêra O Espectador
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EDGAR HENRIQUE CLEMENTE PÊRA O ESPECTADOR ESPANTADO UNIVERSIDADE DO ALGARVE Faculdade de Ciências Humanas e Sociais 2017 1 EDGAR HENRIQUE CLEMENTE PÊRA O ESPECTADOR ESPANTADO RELATÓRIO PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE DOUTOR EM COMUNICAÇÃO, CULTURA E ARTE TRABALHO EFETUADO SOB A ORIENTAÇÃO DE ANA ISABEL SOARES UNIVERSIDADE DO ALGARVE Faculdade de Ciências Humanas e Sociais 2017 2 ÍNDICE 0. NOTA INTRODUTÓRIA……………………………………………………. 7 O PAPEL DA ESTEREOSCOPIA……………………………………...…. 9 OS FILMES-TESE…………………………………………………………. 12 DIÁLOGO…………………………………………………………………... 14 MAPAS……………………………………………………………………… 16 INTRODUÇÃO…………………………………………………………...… 17 NOTA FINAL………………………………………………………….......... 23 1. PRIMEIRAS PISTAS………………………………………………………. 25 O CINE-ESPECTADOR - IDEIAS-COORDENADAS…………………... 30 BLINK THEORY - A TEORIA DO PESTANEJAR…………………….…. 44 PRÉ-VISIONAMENTOS & MANIPULAÇÃO DOS ESPECTADORES… 45 ÉTICA(S) DO ESPECTADOR - SEGUNDO MICHELE AARON……….. 48 VER OU INDEXAR?............................................................................... 53 ADENDA ESPECTADOR CEREBRAL VS ESPECTADOR VISCERAL. 56 2. DO ESPECTADOR-RECPTOR AO ESPECTADOR-CRIADOR……..... 63 CINEFILIA NA PRIMEIRA PESSOA……………………………………… 65 AS AVENTURAS DE BUCKAROO BANZAI - ATRAVÉS DA OITAVA DIMENSÃO…………………………………………………………………. 67 THEY LIVE………………………………………………………………….. 72 O ESPECTADOR-CRIADOR……………………………………………... 78 3. TIPOLOGIAS E PATOLOGIAS DO ESPECTADOR……………............ 89 OS FÃS & O VÍRUS………………………………………………………... 98 NOTA FINAL………………………………………………………………… 100 4. O ESPANTO E O ESPANTALHO……………………………………….... 102 CINESAPIENS STILLNESS AMAZEMENT AND FEAR MOMENTOS DE ESPANTO………………………………………………………………. 102 THAUMA & EXPAVENTARE: AS DUAS FACES DA PALAVRA ESPANTO…………………………………………………………………… 104 FRACTURA EXPOSTA - O CASO CINESAPIENS…………………….. 107 CINE-BIBLIOGRAFIA.……………………………………………………... 108 O ESPECTADOR DE CINESAPIENS….………………………………… 118 3 STILLNESS…………………………………………………………………. 124 RECEPÇÃO……………………………………………………………….... 126 AMAZEMENT AND FEAR…………………………………………………. 127 MOMENTOS DE ESPANTO…………………..………………………….. 127 ADENDA: CINE-PATOLOGIAS…………………………………………... 131 5. REAL VERSUS CINE-REAL…………………....………………………... 133 CINE-DIÁRIOS ARKITEKTURA 3D VOL.1……………………………… 150 MAR PORTUGUEZ………………………………………………………… 152 6. ESPECTADOR GLOBAL E CINE-COSMOPOLITISMO………………. 155 7. A CÂMARA ESPANTADA…………………………………………………. 174 O ARTISTA IMAGINATIVO………………………………………………... 174 LISBON REVISITED……………………………………………………….. 182 RECEPÇÃO………………………………………………………………… 186 LISBOA REVISITADA……………………………………………………… 190 8. O OUVIDO ESPANTADO………………………………………………..... 193 CINEMA PALRADOR: KINO-BABEL…………………………………….. 195 ESPANTO E ESTRANHEZA……………………………………………… 197 O OUVINTE IMAGINADO…………………………………………………. 202 O ASSINCRONISMO………………………………………………………. 205 9. ESTRANHAS FORMAS DE ESPANTO…………………………………. 223 PRAXIS SÓNICA…………………………………………………………… 209 A BANDA SONORA DOS FILMES-TESE……………………………….. 217 ESTRANHAS FORMAS DE ESPANTO…………………………………. 222 NOSTRA FIDES……………………………………………………………. 225 CINE-DANÇA………………………………………………………………. 220 SUB-MUNDO (As Almas ardem debaixo de água?)…………………… 232 RESSURREIÇÃO! RESSURREIÇÃO! RESSURREIÇÃO!................... 235 CINE-KOMIX……………………………………………………………….. 237 CINE-DIÁRIOS EM DIRECTO…………………………………………… 237 TESE SÍNTESE ANTÍTESE……………………………………………… 240 TIPOLOGIA DE CINEMAS - UM ESBOÇO……………………………. 243 OS FUTUROS DO CINEMA E O CINEMAS DO FUTURO…………... 247 A CAVERNA……………………………………………………………….. 250 FILME ANTÍTESE………………………………………………………… 252 4 IMPROVISAÇÃO…………………………………………………………. 253 RECEPÇÃO………………………………………………………………. 259 10. O ESPECTADOR ESPANTADO………………………………………. 262 RECEPÇÃO & INTERPRETAÇÃO……………………………………... 267 O ESPANTO DA RE-VISÃO……………………………………………… 270 ESTEREOSCOPIA E AUTO-REFLEXIVIDADE…….………………….. 272 DELÍRIO EM LAS VEDRAS………………………………………………. 275 11. PERDER TEORIAS………………………………………………………... 285 NOVAS PALAVRAS………………………………………………………… 288 FORA DE ÓRBITA…………………………………………………………. 292 DO CINEMA 3D AO CINEMA VIRTUAL…………………………………. 295 CINEMA VISCERAL E CINEMA VIRTUAL………………………………. 296 CINEMA SUBJECTIVO VIRTUAL: O ESPECTADOR – CÂMARA…… 298 CAMINHOS MAGNÉTICOS………………………………………………. 303 12. REFERÊNCIAS…………………………………………………………….. 305 Anexos DIÁRIOS CINE-TESE…………………………………………………………. 1 NOTAS VISIONAMENTO & LEITURAS RELACIONADAS……………….. 32 ENTREVISTAS…………………………………………………………………. 149 Outros Anexos Projecto Livro Tese Memória Descrítiva Espectador Espantado Memória Descritíva Cine Sapiens Memória Descritíva Cine Intervalo Link directo para Projecto Livro Tese e Memórias Descritívas https://www.dropbox.com/sh/zk8hv1z7dntjcns/AABTYXR7_kxchrKj9Y886Iuta?dl=0 Nota: Os óculos anaglíficos que enviei são necessários para visionar os pdfs em anexo. 5 Filmes - A Caverna - Cinesapiens - Delírio em Las Vedras - Lisbon Revisited - Lisboa Verde 3D - Nostra Fides - Stillness - O Espectador Espantado - Mar Portuguez 6 NOTA INTRODUTÓRIA O Espectador Espantado decorre de um estudo sobre o ato de ver cinema e remete para uma noção dúplice de espanto, que tem tanto de maravilhamento como de assombro. Mas convém esclarecer desde logo que, tratando-se de um relatório final para obtenção do doutoramento na área das artes, nomeadamente do cinema, o seu resultado se traduz em trabalhos interdependentes, quer na área fílmica quer no presente relatório escrito. Imagens e textos são, na mesma medida, objetos complementares de reflexão artística e teórica. No seu conjunto, formam um todo, pelo que, apesar de poder funcionar autonomamente, este relatório só será totalmente apreensível com o visionamento dos filmes que compõe toda a tese. E, se os textos aqui incluídos são complementados por imagens, também os filmes desta tese incluem texto escrito sobreposto às suas imagens. Apesar de cada filme poder ser visto separadamente, a sua visão global em companhia dos textos dará ao espectador-leitor um outro entendimento desta pesquisa. Este livro-tese tem como ponto de partida os filmes, as entrevistas realizadas durante o período de 2010-2016 e os diários teóricos resultantes de leituras e visionamentos, sendo o filme-síntese O Espectador Espantado o elemento de atração para o qual confluem todos os outros elementos visuais e teóricos. Procura-se com esta abordagem combinar a investigação específica sobre o cinema e o espanto com os saberes acumulados ao longo de 35 anos de prática cinematográfica. No entanto, ao invés de escrever sobretudo acerca de um percurso fílmico passado, optei por criar um percurso novo, fundamentado nos pontos de partida desta investigação, e criar filmes, a partir de textos escritos, que viessem, por sua vez, a servir de material de reflexão, para mais reflexão escrita, a que acrescentaria imagens retiradas das novas obras fílmicas produzidas. A tese, por consequência, é um trabalho simultaneamente artístico e teórico, uma reflexão ancorada na pesquisa efetuada ao longo dos últimos seis anos. A relação teórica entre imagem e texto é ainda muito incipiente, pelo que a 7 mais valia para a tese apresentada neste relatório estará justamente em recorrer à experiência fílmica da minha obra para estabelecer elos entre teorias e práticas. Trata-se de colocar as ferramentas teóricas ao serviço de uma prática artística. Tanto o livro como o filme são, ao mesmo tempo, objetos de arte e de reflexão. O livro contém um diálogo constante entre os textos e as imagens dos filmes que fizeram parte desta investigação: pretende-se, assim, criar um universo visual no qual as reflexões teóricas possam encaixar umas nas outras. Ao invés de reciclar as páginas estudadas, dá-se a ver, ouvir e ler imagens, sons e textos em harmonia com o universo cinematográfico que se pretendeu analisar: é o espanto nas suas múltiplas manifestações. Propõe-se como um reboot de práticas e de reflexões e uma viagem ao passado e um passo em direção ao futuro – de espectador-estudante a criador auto-reflexivo. Quer o livro quer os filmes foram concebidos numa relação direta com o espectador contemporâneo. As teorias do espectador estão na ordem do dia: nos filmes, nos festivais, nas declarações dos cineastas, nos textos académicos. Mas as teorias do espectador colonizam territórios de sentidos: o objetivo de alguns é fixar a sua teoria numa história cristalizada das ideias, como se a História avançasse num só sentido. Nasceu, por isso, em mim uma necessidade de libertação, de revolta contra a tirania dos sentidos únicos, que obriga o leitor a fazer opções. A linguagem utilizada no livro e nos filmes desta tese é simultaneamente de pendor artístico e (auto e hétero) reflexivo. São leituras visuais (e sonoras). Num livro, tudo é imagem – tanto as fotografias como o texto – e essa característica foi sublinhada neste projeto. Num filme podemos acrescentar a dimensão sonora, que não só viaja no tempo como no espaço. Ambos funcionam como um raio-x das investigações efetuadas. 8 O PAPEL DA ESTEREOSCOPIA Ao longo da História do Cinema, existiram diferentes ciclos de espanto do espectador. Num resumo, pode apontar-se que, no primeiro ciclo de espanto, que coincide com o nascimento do cinema, o espectador admirava as proezas do animatógrafo. Com o aparecimento do cinema falado (regra geral, reconhecido no filme de 1927, The Jazz Singer), o espanto deslocou-se para o verbo e para o sincronismo imagem/som. Com as cores (cujo uso se aceita estar generalizado em 1936, com o processo Technicolor), o cinema rumou para a alta definição, ilusão “suprema” da realidade. Com a introdução do 3D digital (os primeiros cinemas equipados em Hollywood com esta técnica foram-no em 2005), aconteceu uma nova revolução: é através desta mais recente tecnologia que todos os filmes realizados para