Flavia Tese Versão Definitiva.Pdf

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Flavia Tese Versão Definitiva.Pdf UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA DE MÚSICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MÚSICA CAPOEIRA ANGOLA, EDUCAÇÃO MUSICAL E VALORES CIVILIZATÓRIOS AFRO-BRASILEIROS FLAVIA CANDUSSO Salvador 2009 ii FLAVIA CANDUSSO CAPOEIRA ANGOLA, EDUCAÇÃO MUSICAL E VALORES CIVILIZATÓRIOS AFRO-BRASILEIROS Tese apresentada ao Programa de Pós- graduação em Música da Escola de Música da Universidade Federal da Bahia, como requisito parcial para a obtenção do título de Doutora em Música. Área de concentração: Educação Musical Orientadora – Profa. Dra. Ângela Lühning Salvador 2009 C216 Candusso, Flavia. Capoeira Angola, educação musical e valores civilizatórios afro-brasileiros. / Flavia Candusso. - 2009. Xiii, 244 f. : il. Inclui DVD Orientadora : Prof.ª Dr.ª Ângela Lühning Tese (doutorado) - Universidade Federal da Bahia. Escola de Música, 2009. 1. Musica – Instrução e ensino. 2. Cultura popular. 3. Capoeira Angola I. Lühning, Angela. II. Universidade Federal da Bahia. Escola de Música . III. Título. CDD – 780.7 iv © Copyright by Flavia Candusso Julho, 2009 vi para meu filhote Leonardo e para minha família ... vii AGRADECIMENTOS Ao Mestre Faísca, pela sua confiança desde minha primeira visita ao Centro Esportivo de Capoeira Angola e pelos grandes ensinamentos sobre a capoeira, sobre uma nova maneira de pensar o tempo e sobre a vida. Minha eterna gratidão pela colaboração, pela parceria, pela disponibilidade, pela amizade e energia positiva, que caracterizaram todas as minhas passagens pelo CECA e qualquer outro momento. Ao Mestre João Pequeno, pela sua grande sabedoria e humanidade que conseguiu me passar até nos momentos de silêncio. A Edney Jovenase, Thiago, a todos os alunos do projeto João e Maria, Capoeira Angola e Cidadania (Kayodê, Kehindê, Juliana, Joana, Daisy, Laíse, Wendel, Camila, Lorena, Estéfany e outros com os quais tive menos contato) e a todos os integrantes do CECA-Rio Vermelho pela colaboração e paciência que tiveram comigo, acompanhando uma não- capoeirista neste mergulho no mundo da capoeira angola. À Angela Lühning, minha orientadora e companheira de caminhada, com a qual tive o prazer de compartilhar opiniões, leituras e visões sobre a vida, a educação musical, tendo em comum o compromisso com as comunidades, as crianças, jovens, adultos e idosos das periferias. Aos docentes do Programa de Pós-Graduação em Música da UFBA, Cristina Tourinho, Joel Barbosa, Ricardo Bordini, Manuel Veiga, Paulo Costa Lima, Diana Santiago, Alda Oliveira, Sônia Chada, Heinz Schwebel, Lucas Robatto pelos grandes ensinamentos proporcionados, que estarei sempre levando comigo ao longo da vida. À Maisa Santos e Selma Magalhães, secretárias do Programa de Pós-Graduação pelo suporte e carinho em todas as horas. Ao Marzio e à Angiola, meus pais, Giulia, minha irmã, Gianluca, Andrea, minha família que, mesmo distante, sempre esteve presente, dando força e colaborando de todas as formas possíveis. E junto a eles, Augusta, Francesca, Vanna, Anna, Maurizio, Joanne, Moira que sempre torceram para que tudo desse certo. Ao Leonardo, meu filho, pelas horas roubadas ao convívio com ele, sem poder brincar, desenhar, sair e nos divertirmos juntos. À paciência que, no final, acabou manifestando, ao me ver eternamente sentada ao computador. Você me deu sempre joia e energia para superar todos os obstáculos. viii À dona Lourdes e seu Ulisses Oliveira, meus ex-sogros, e família completa, por terem me dado apoio e colaborado nos cuidados com Leo, enquanto eu estudava e escrevia. À dona Luciene, pela força de suas orientações e pela luz que continuamente deu para abrir os caminhos. Ao Ubaldo, pela parceria, companheirismo e todos os sonhos compartilhados durante a nossa união. Um obrigado especial por ter aparecido nas horas difíceis dos últimos dias, trazendo paz e equilíbrio. Às minhas amigas especialíssimas, Laila e Harue, sem as quais teria sido impossível aguentar o peso e a pressão de tantos momentos da vida e da fase final do doutorado. Vocês são a prova viva do que é companheirismo e amizade. Ao Carlos Veiga pela parceria e pela força que me deu, me substituindo nas aulas. Aos meus compadres e comadres, Juraci e Beth, e Rosa e Nilton pela força, carinho, compreensão e colaboração. Às colegas e aos colegas de curso, Ana Margarida Camargo, Raul Costa d’Ávila, Vilma Fogaça, Eduardo Luedy, Jean Joubert, Eric Barreto, Luciano Caroso, Leonardo Cunha pelas conversas enriquecedoras, trocas de ideias, mútuas orientações e desorientações ao longo destes anos. Aos colegas do Curso de Música Popular, Rowney Scott, Pedro Augusto, Tom Tavares, Sérgio Souto, Flávio Queiroz, Ivan Bastos com os quais compartilhei parte das batalhas para a implantação do curso, muito obrigada especial por terem me dado luz e esperança nos momentos de desânimo. Às amigas que foram colegas de curso que sempre me deram força e carinho de perto ou de longe, Cássia Coelho Souza, Luciana Wilke Garbosa, Lu Basile. Aos estudantes do curso de graduação, fonte de inspiração constante... que eu esteja sempre aprendendo com vocês. Aos meus anjos da guarda, Luciana, Carine e Mara, secretárias, que, uma após a outra, me auxiliaram nos cuidados com Leo e da casa ao longo destes anos. Suas colaborações foram essenciais. A todos e todas Minha profunda gratidão ix No amplo território do Pelourinho, homens e mulheres ensinam e estudam. Universidade vasta e vária, se estende e ramifica no Tabuão, nas Portas do Carmo e em Santo Antônio Além-do-Carmo, na Baixa dos Sapateiros, nos mercados, no Maciel, na Lapinha, no Largo da Sé, no Tororó, na Barroquinha, nas Sete Portas e no Rio Vermelho, em todas as partes onde homens e mulheres trabalham os metais e as madeiras, utilizam ervas e raízes, misturam ritmos, passos e sangue; na mistura criaram uma cor e um som, imagem nova, original. Aqui ressoam os atabaques, os berimbaus, os ganzás, os agogôs, os pandeiros, os adufes, os caxixis, as cabaças: os instrumentos pobres, tão ricos de ritmo e melodia. Nesse território popular nasceram a música e a dança: “Camaradinho ê Camaradinho, camará.” (Jorge Amado. Tenda dos milagres. Rio de Janeiro: Record, 1977) x RESUMO A presente pesquisa teve como objetivo compreender e refletir sobre a contribuição dos valores civilizatórios afro-brasileiros no ensino e na aprendizagem musical da capoeira angola no projeto “João e Maria, Capoeira Angola e Cidadania”, promovido pelo Centro Esportivo de Capoeira Angola – Academia João Pequeno de Pastinha, coordenado pelo Mestre Faísca. A tese começa com a descrição de duas cenas, extraídas do diário de campo, que têm a intenção de introduzir o leitor em uma “aula de ritmo” da oficina capoeira angola desse projeto. No primeiro capítulo, situo minha fala, descrevo o objetivo da pesquisa e o contexto investigado, justifico esta escolha e apresento a estrutura do trabalho. No segundo capítulo, são apresentados os pontos de partidas teóricos, discuto a relação entre formal, não- formal e informal, apresento uma revisão de literatura sobre os saberes locais e as artes musicais e conceituo os valores civilizatórios afro-brasileiros. No capítulo sucessivo, descrevo a trajetória histórica da capoeira, o ritual da roda, entro no mérito da música na capoeira angola e da sua transmissão de conhecimento. O quarto capítulo descreve o caminho metodológico utilizado para realizar este estudo – um estudo de caso através de uma abordagem qualitativa. O capítulo 5 trata do contexto da pesquisa, ou seja, o Centro Esportivo de Capoeira Angola do Rio Vermelho, coordenado pelo Mestre Faísca, abordo o projeto, a oficina de capoeira angola, descritas em seus dois momentos: a aula de ritmo e a aula de movimento. No sexto capítulo, retomo as duas cenas iniciais como ponto de partida para apresentar a análise e discussão dos dados, estabeleço um diálogo entre a capoeira angola, a educação musical e os valores civilizatórios afro-brasileiros. Na conclusão são tecidas as considerações finais, as contribuições deste estudo e suas implicações para a área de educação musical. Palavras-chave: capoeira angola; educação musical; valores civilizatórios afro-brasileiros. xi ABSTRACT This research focuses on the Afro-Brazilian civilizing values, on the comprehension of their contributions and their relationship with the music teaching and learning in Capoeira Angola. The fieldwork has been realized in the social project named “João e Maria, Capoeira Angola e Cidadania” (John and Mary, Capoeira Angola and Citizenship), supported by Centro Esportivo de Capoeira Angola - Academia João Pequeno de Pastinha, coordinated by Mestre Faísca. The thesis begins with two short scenes from my fieldwork diary, where I intend to introduce the readers into the Capoeira Angola educational context. In the first chapter I write about my own life history, the reasons of this research topic and its context. The theoretical approaches are discussed on the second chapter, concerning the relationship between formal and informal education, indigenous knowledge and the musical arts and the concepts of the Afro-Brazilian civilizing values. The next chapter takes into account Capoeira Angola through its history, the ritual aspects, the music and its transmission. Methodology is the main issue of the forth chapter, which is a case study under a qualitative approach. In the fifth chapter I describe the Centro Esportivo de Capoeira Angola do Rio Vermelho (in Rio Vermelho, Salvador, Bahia, Brazil), coordinated by Mestre Faísca. In this part, I am interested in the social Project named João e Maria, Capoeira Angola e Cidadania, and the class of Capoeira Angola: rhythm
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