Poesia Negra Das Américas Solano Trindade E Langston Hughes

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Poesia Negra Das Américas Solano Trindade E Langston Hughes UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO - UFPE CENTRO DE ARTES E COMUNICAÇÃO - CAC DEPARTAMENTO DE LETRAS E COMUNICAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS POESIA NEGRA DAS AMÉRICAS SOLANO TRINDADE E LANGSTON HUGHES ELIO FERREIRA DE SOUZA Recife/PE, outubro de 2006. ELIO FERREIRA DE SOUZA POESIA NEGRA DAS AMÉRICAS SOLANO TRINDADE E LANGSTON HUGHES Tese apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Letras da Universidade Federal de Pernambuco, como requisito à obtenção do grau de Doutor em Letras, área de concentração Teoria da Literatura, linha de pesquisa Literatura Comparada, sob a orientação do Prof. Dr. Roland Walter. Recife/PE, outubro de 2006. Souza, Elio Ferreira de Poesia negra das Américas: Solano Trindade e Langston Hughes / Elio Ferreira de Souza. – Recife : O Autor, 2006. 369 folhas. Tese (doutorado) – Universidade Federal de Pernambuco. CAC. Letras, 2006. Inclui bibliografia. 1. Literatura negra - Américas. 2. Poesia negra. 3. Cultura negra. 4. Memória negra. 5. Negritude. 6. Diáspora negra. I. Título. 82 CDU (2.ed.) UFPE 800 CDD (22.ed.) CAC2007- 7 DEDICATÓRIA À minha mulher Francira, ao meu filho Irapuá e à minha filha Egbara, pelo carinho, incentivo e por compreenderem a minha ausência durante o período em que estive afastado de casa para cursar o Doutorado. Aos meus irmãos Maria Anésia, Elza Maria, Ilza Maria, Vitorino, Maria Onélia, Aluísio Filho, Betânia e Chico. Aos meus pais Aluísio Ferreira de Souza e Inez de Souza Rocha (in memoriam). AGRADECIMENTOS 9 Minha especial gratidão pelo Professor Doutor Roland Walter, pela orientação segura, atenciosa e a amizade que se construiu nesses quatro anos de convivência. 9 Agradeço à minha família pelo apoio e incentivo durante a realização deste trabalho. 9 Agradeço à CAPES do Ministério da Educação por ter me concedido a bolsa para a realização do Doutorado. 9 Agradeço à Universidade Federal do Piauí e à Universidade Estadual do Piauí por terem me concedido afastamento para cursar o Doutorado. 9 Agradeço à Diretora do Programa de Pós-Graduação Ângela Dionísio, Doutor Lourival Holanda, Doutora Sônia Ramalho, Doutora Luzilá Ferreira e aos demais professores do Programa de Pós-Graduação em Letras da UFPE. 9 Agradeço aos Professores Doutores Sébastien Joachim, Zuleide Duarte, Roberto Seidel, Feliciano José Bezerra Filho, Alfredo Cordiviola e Maria do Socorro Fernandes de Carvalho da Banca Examinadora do Doutorado da UFPE. 9 Aos amigos Chico Coelho e Katya Carnib pela hospitalidade. 9 Agradeço ao Professor Luís Filho pela revisão da tese. 9 Ao Professor Antonio de Sampaio pela colaboração nas traduções do Inglês para o Português. 9 À Raquel Trindade, pela entrevista e pelos artigos de jornais. 9 Ao Sr. Júlio Romão pelas bibliografias, memórias da negritude brasileira e nossa amizade. 9 Ao amigo Manuel Ciríaco pelo incentivo. 9 Ao Senhor Raimundo de Araújo do bumba-meu-boi “Imperador da Ilha” do bairro Monte Castelo, em Teresina. 9 Ao Professor Paulinho, ao Mestre Nagô, ao Mestre Camisa do Abadá Capoeira e a todos os capoeiristas. 9 Aos amigos poetas da Roda de Poesia & Tambores de Teresina-PI, ao Movimento Hip Hop no Piauí, aos poetas marginais de Recife-PE e Fortaleza-CE, ao Quilombhoje Literatura/SP, ao IFARADÁ / UFPI, ao bloco afro-piauiense Coisa de Nêgo. 9 Ao Professor Doutor Leão de Alencar da UECE / Fortaleza-CE. 9 Ao Professor Alejandro do Curso de Letras/Espanhol, aos meus Alunos e à Coordenação do Curso de Letras da Universidade Estadual do Piauí – UESPI. 9 Ao Professor Doutor Saulo, às Professoras Doutoras Maria Auxiliadora e Socorro Reis, ao Professor Fonseca e colegas do Departamento de Letras da UFPI. 9 Agradeço ao Sébastien Joachim e ao Núcleo de Estudos Canadenses da UFPE pelos livros que foram emprestados. 9 Ao poeta Pedro Américo pelo impréstimo do livro O imenso mar, de Langston Hughes. 9 À amiga Lucinha pelos preparativos do coquetel de comemoração da tese. 9 Ao babalorixá Carlinhos pelo apoio espiritual com a sua presença a caráter durante a defesa da minha tese. 9 Agradeço aos colegas Tânia Lima, Derivaldo Santos, José Lira, Luís Valverde, Lê Pê, Ana Dourado, Alexandre, Moisés Neto, Amarino Bezerra pelo material bibliográfico, aos colegas e funcionários do Programa de Pós-Graduação em Letras – Teoria da Literatura da UFPE 2002.1. 9 Aos brincantes do antigo Boi Jardineiro do Seu Né Preto, à memória dos antigos contadores de história da cidade de Floriano no Estado do Piauí. 9 Ao amigo Paulão da São Francisco Pneus de Teresina, pelas narrativas de memória de sua infância em Floriano. 9 Aos antigos mestres que me estimularam à leitura de obras literárias: Frei Antônio Cursio do Colégio Industrial São Francisco de Assis, de Floriano, ao Professor Luís Paulo, à Professora Lourdinha Borborema, à Professora Rubenita e a todos que colaboraram direta ou indiretamente no processo de contrução para a realização desta tese. BOI DA CARA BRANCA Boi, boi, boi... Boi da cara branca Pega esta criança Que tem medo de Carranca. Elio Ferreira RESUMO Esta tese prioriza o estudo da poesia negra do brasileiro Solano Trindade (1908-1974) e do norte-americano Langston Hughes (1902-1967). Minha pesquisa também freqüenta a obra de outros poetas como Countee Cullen (dos E.U.A.) e os caribenhos Nicolás Guillén (de Cuba), Aimé Césaire (da Martinica), de alguns poetas brasileiros, romancistas, narrativas escravas, canções, cantigas, contos, lendas, ritos religiosos e outras expressões da cultura afro- descendente. Inicialmente, analiso a poesia dos precursores e fundaroes da literatura negra no Brasil, e a escrita de algumas mulheres negras de hoje. Faço uma leitura comparativa entre a épica clássica do colonizador europeu e a épica quilombola “Canto dos Palmares”, de Solano Trindade. Enfatizo a relação, o entrecruzamento da literatura negra com a música das Américas, a performance do griot, poeta da antiga tradição africana, e de outros mestres de cerimônia da Diáspora. Enfoco a memória pessoal e coletiva no discurso poético, a construção da identidade negra, o discurso engajado da negritude marxista, a história da escravidão, a violência, o exílio social do negro, a cultura e suas estratégias de resistência. Conto minhas memórias de infância, falo sobre o Boi da minha cidade - o nascimento do Bumba-meu-boi no Piauí e sua transferência para o Maranhão. Relaciono os poemas de Hughes à alegria de ser negro, à reivindicação dos direitos civis e da América também para os negros, denunciando a ação terrorista da Ku Klux Klan. Analiso a poesia de Hughes que traduz os motivos temáticos, filosóficos e estéticos das canções de blues/jazz. Destaco a estética, a temática e a função social da poesia negra, do jazz, da capoeira. Mapeio semelhanças e diferenças na performance do poeta, do jazzista e do capoeirista, que evocam a memória gestual do corpo através da poesia, canto, música, dança, ginga, luta, trama e dissimulação. Abordo a poesia de Hughes e de Solano, a partir da perspectiva da memória pessoal, autobiográfica e coletiva desses autores, em relação com os contos populares e as narrativas de experiência dos ancestrais negros. Retomo minhas considerações acerca da tradição africana, da identidade negra e as experiências da vida moderna na Diáspora, que resultaram na Negralização das culturas das Américas. Faço ainda a tradução de catorze poemas de Langston Hughes, da língua inglesa para a portutuesa. PALAVRAS-CHAVE: Literatura Negra, Américas, Memória. ABSTRACT This thesis gives priority to the black poetry study of the Brazilian poet Solano Trindade (1908-1974) and of the north American poet Langston Hughes (1902-1967). My research also visits other poets’ works such as Countee Cullen (in the United States) and the Caribbean poets Nicolás Guillén (from Cuba), Aimé Césaire (from Maritinica) and some Brazilian poets, fiction writers, slave narratives, songs, ditties, short stories, legends, religious rites and other expressions of Afro descendants. Initially I analyze the poetry of forerunners and founders of black literature in Brazil and some contemporary black women writing. I make a comparative reading between the classic epoch of the European colonizer and the quilombola epic “The Palmares Song” of Solano Trindade. I also emphasize the relation, the inter crossing of black literature with the relation, the inter crossing of black literature with the music of the Americas, the performance of griot, poet of ancient African tradition, and of other masters of ceremony in the Diaspora. I focus on the personal and collective memory in the poetic discourse, the construction of black identity, the engaged speech of Marxist negritude, the slavery history, the violence, the negro social exile, culture and its resistance strategies. I tell about my childhood memory, about the Ox (Boi) in my town – The “Bumba- meu-boi” birth in Piauí and its transference to Maranhão. I relate the poems of Langston Hughes to the joy of being black, to the vindication of civil rights and of an America for the Blacks (Negroes) denouncing the Ku Klux Klan terrorism action. I analize Hughes poetry which translates the thematic, philosophic and aesthetic motives (motifs) of blues/jazz songs. I point out the aesthetic, thematic and social role of black poetry, jazz, capoeira. I describe similarities and differences in the poet performance, of the jazz musician and of the capoeirist that evoke the gesture memory of the body through poetry, chant, music, dance, swing, fight, plot and dissimulation. I approach the poetry of Hughes and Solano from the perspective of personal, autobiographical and collective memory of these authors in relation to popular short stories and narrative of black ancestry experience. I retake my considerations about the African tradition, of black identity and modern life experiences in the Diaspora that resulted in the Negralization of cultures in Americas. I also translate fourteen poems of Langston Hughes from the English to Portuguese Language. KEY WORDS: Black Literature, Americas, Memory. RESUMEN Esta tesis prioriza el estudio de la poesía negra del brasileño Solano Trindade (1908- 1974) y del estadounidense Langston Hughes (1902-1967).
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