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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP Denivaldo Matos Moreira Almeida e Silva A escrita negra de Solano Trindade: movimentos de resistência e modos de identidade da consciência poética MESTRADO EM LITERATURA E CRÍTICA LITERÁRIA SÃO PAULO 2013 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP Denivaldo Matos Moreira Almeida e Silva A escrita negra de Solano Trindade: movimentos de resistência e modos de identidade da consciência poética MESTRADO EM LITERATURA E CRÍTICA LITERÁRIA Dissertação apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para a obtenção do título de MESTRE em Literatura e Crítica Literária, sob a orientação da Prof.ª Dr.ª Maria José Pereira Gordo Palo. SÃO PAULO 2013 Banca Examinadora _____________________________ _____________________________ _____________________________ Dedicatória Ao meu pai, Nivaldo, pelo espelho de vida. Á minha mãe, Maria, pelo fôlego de vida e dedicada educação. Aos filhos amados, Mireille e Miguel, brotos da minha existência. Agradecimentos Aos nossos deuses, pelo sentido da vida. À Prof.ª Dr.ª Maria José Gordo Palo, por sua dedicação e orientação, desde a primeira letra ao último ponto. Agradecimentos pela paciência e sugestões meticulosas e sempre esclarecedoras, além do afeto e amizade. À Prof.ª Dr.ª Tania Celestino Macêdo, pelas palavras elogiosas e pela grande contribuição nos apontamentos no Exame de Qualificação. À Prof.ª Dr.ª Maria aparecida Junqueira, pelos elogios ao nosso texto, também, pela contribuição e sugestões dadas no Exame de Qualificação. Aos professores do programa de Pós-Graduação em Literatura e Crítica Literária da PUC-SP, pelas aulas empolgantes, esclarecedoras para além da criticidade e conceituação. Às professoras doutoras: Alda Carlini, Sonia Aparecida, Maria Celina, e Marta Scarpato do Curso de Especialização em Magistério do Ensino Superior da PUC-SP, pelo incentivo e ensinamentos. Aos professores doutores da “Tibira”, 1986: Carlos Alberto Vecchi, Paulo Vasconcelos (Latim), Paulo Zambonin, Álvaro Cardoso e Antônio Medina da USP e USJT. À professora Enide Franzini, pelo apoio nas aulas de Francês e Linguística. Aos colegas do Programa de LCL: Aline Abreu, André Luiz, Diego, Edison, Gissela, Gládiston, Janaína, José Geraldo, Luís Guilherme, Luiz Guilherme Sakai, Marcel, Marcílio, Majori, Mércia, Raul e Maria de Lourdes, pela amizade, troca de ideias e conversas fiadas. Não posso esquecer-me da Ana Albertina, a secretária do Programa, sempre tirando as nossas dúvidas constantes. Aos meus avós, pelas histórias divertidas. Aos meus ancestrais, negros e índios, do Vale do Mucuri, circuito das pedras preciosas, em Minas Gerais, pela cultura, identidade e resistência. Aos meus familiares pelo apoio e influência em minha educação. Pela paciência nas minhas ausências. Aos meus alunos e colegas professores do Capão Redondo, Campo Limpo e Jardim das Rosas, pelo convívio e amizade. Agradecimento especial à Professora Rosana, pelo amor, apoio e compreensão. Á minhas irmãs: Dora, Diná, Deise, Carol e Isabel. Aos meus irmãos Danilo e Felipo. Ao “Darilo” e a Rose, pela paciência e pelos cafezinhos. Aos meus sobrinhos, pela companhia, estima aos bichos e plantas, também pelos comentários divertidíssimos sobre os desenhos, seriados e super- heróis... Aos professores e demais colegas do futebol society, pelo futebol e xingamentos, na ginga do futebol e nas gozações sobre o meu time de coração, o Palmeiras, que está na segunda divisão. Aos amigos do futebol de campo aos domingos na liga varzeana de Itapecerica da Serra. Botafogo e Mocidade da Vila Marilu. Kurriola, Amigos do bairro e Favelinha do Jardim Paraíso. Estrela e G7 do Parque Paraíso, onde não joguei nada de médio volante, mas sempre fui ou quis ser titular. Aos colegas do quarto ano do interminável curso de Direito da UNIFMU, desde 1989. Agradecimento especial à minha tia Té, pela paciência de me aturar o dia inteiro, quando eu era moleque, lá no campo do Zé Cacau ou nas matas, lagoas... Chupando as canas do quintal com meus primos, sempre tentando fazer um engenho, um bodoque, um estilingue, um laço ou uma arapuca, além da caça às preás e aos lagartos do terreiro. Aos meus mais de quinhentos primos, entre Minas Gerais e São Paulo. À família de Solano Trindade, pela preservação de um mito. Ao CAPES (Centro de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), pela bolsa de estudo que tornou possível a realização deste sonho. Epígrafe Quando pararei de amar com intensidade? Quando deixarei de me prender aos seres e coisas? Quando me livrarei de mim? Do que sou, do que quero, do que penso? Quando deixarei de prantear? No dia em que eu deixar de ser eu No dia em que eu perder a consciência Do mundo que idealizei... Neste dia... Eu sorrirei sem saber do que sorrio (Interrogação - último poema do poeta Solano Trindade – Embu, 1969) “Eu sou nuvem passageira Que com o vento se vai Eu sou como um cristal bonito Que se quebra quando cai Não adianta escrever meu nome numa pedra Pois esta pedra em pó vai se transformar Você não vê que a vida corre contra o tempo Sou um castelo de areia na beira do mar Eu sou nuvem passageira Que com o vento se vai Eu sou como um cristal bonito Que se quebra quando cai A lua cheia convida para um longo beijo Mas o relógio te cobra o dia de amanhã Estou sozinho, perdido e louco, no meu leito E a namorada analisada por sobre o divã Eu sou nuvem passageira Que com o vento se vai Eu sou como um cristal bonito Que se quebra quando cai Por isso agora o que eu quero é dançar na chuva Não quero nem saber de me fazer ou me matar Eu vou deixar em ti a vida e a minha energia Sou um castelo de areia na beira do mar. Eu sou nuvem passageira Que com o vento se vai Eu sou como um cristal bonito Que se quebra quando cai”. (Hermes Aquino) ALMEIDA E SILVA, Denivaldo Matos Moreira. A escrita negra de Solano Trindade: movimentos de resistência e modos de identidade da consciência poética. Dissertação de Mestrado . Programa de Estudos Pós- Graduados em Literatura e Crítica Literária. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, SP. Brasil, 2013, 135p. RESUMO Esta dissertação apresenta as contribuições da obra poética de Solano Trindade para a literatura negra, bem como a importante presença da memória pessoal e coletiva do negro na ritmicidade do corpo de sua poesia. A leitura concentra-se no levantamento das características da arte popular (música, dança, ritmos folclóricos e culturais) e, sobretudo dos modos identificadores da palavra idealizada do negro em nossa terra brasileira, sob o estilo marxista e estético único do poeta . Procura, também, verificar a relação entre a arte poética de Solano Trindade e o cotidiano cultural afro-brasileiro, tendo como pano de fundo o mito e o significado. O objetivo central é descrever como se processa a busca de identidade afro-brasileira e dos modos manifestos nos movimentos de resistência na composição da poesia de Solano Trindade, no entrecruzamento da literatura negra com o mito africano. A hipótese da pesquisa atesta que o mito é fundamento de reconstrução da identidade negra mediada pela representação, uma vez liberta das leis da ontologia metafísica. Como resultado, evidencia-se a dessubjetivação do eu poético inaugurada pela consciência de mundo incorporada à ideia do pensamento estético na voz negra da poesia trindadiana. Palavras-chave: Solano Trindade, Literatura Negra, Mito, Resistência, Identidade e Memória ALMEIDA E SILVA, Denivaldo Matos Moreira. Writing black Solano Trindade: resistance movements and modes of consciousness poetic identity . Master's Thesis. Program of Postgraduate Studies in Literature and Literary Criticism. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, SP. Brazil, 2013, 135p. ABSTRACT This dissertation presents the contributions of poetry Solano Trindade for black literature, as well as the important presence of personal and collective memory of the black rhythm in the body of his poetry. Reading focuses on surveying the characteristics of folk art (music, dance, folk rhythms and cultural), and especially the ways identifiers word in our idealized black Brazilian land, under the Marxist style and unique aesthetic of the poet. It also seeks to investigate the relationship between the poetics of everyday Solano Trindade and african- Brazilian culture, with the backdrop of the myth and meaning. The main objective is to describe how is the search for identity african-Brazilian and identifying ways manifest in resistance movements in the composition of poetry Solano Trindade, the crossing of black literature with African myth. The hypothesis of the research confirms that the myth is the foundation for the reconstruction of black identity mediated representation, once freed from the laws of metaphysical ontology. As a result, it is evident the desubjectivation inaugurated by the poetic self awareness of the world incorporated into the idea of aesthetic in black voice of the poet Solano Trindade. Keywords : Solano Trindade, Black Literature, Myth, Resistance, Identity and Memory Sumário Introdução........................................................................................................13 Capítulo I – A escrita negra na consciência poética de Solano Trindade..26 1.1 Negritude e identidade no vir a ser da consciência negra......................27 1.2 Por uma Literatura Negra.......................................................................32 1.3 A trajetória biográfico-poética de Solano Trindade.................................41 1.3.1 O artista e o