Simposio-18-Trabalho

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Simposio-18-Trabalho Anais do XIV Encontro Estadual de História - Tempo, memórias e expectativas, 19 a 22 de agosto de 2012, UDESC, Florianópolis, SC Eu quero ver quando Zumbi chegar: a luta antirracista nas canções de Jorge Ben Jor (1970-1980) Camila Evaristo da Silva1 Resumo: Esta pesquisa buscou, por meio de um estudo da discografia de Jorge Ben, de entrevistas e outras matérias veiculadas em semanários da época, investigar as conexões entre a Música Popular e as lutas dos movimentos sociais. Pouco se sabe sobre este componente da produção artística de Jorge Ben Jor e sua contribuição para a disseminação de um discurso antirracista e de valorização das culturas africanas em nosso país. Jorge Duílio Lima Meneses, carioca, nascido em 22 de março de 1945, músico, cantor e compositor, lançou seu primeiro disco em 1963, quando era chamado Jorge Ben, e seu último em 2007. Em suas canções, que passeiam por diversos gêneros musicais, são exaltadas a cultura afro-brasileira e africana e as luas destas populações. Suas canções, configuradas nas décadas de 1970 e 1980, são expressão das novas formas de reivindicações do período. Paralelo a isso, a luta pelos direitos perpassava pelos países africanos e diaspóricos, assim como, se encaminhavam as independências dos países africanos. Tudo isto causou grande impacto nas comunidades afrodescendentes e, de algum modo, despertou em vários atores políticos, sociais e culturais o desejo de envolver-se. Este trabalho pretende discorrer sobre o envolvimento de Jorge Ben neste contexto. Palavras-chave: Jorge Ben Jor, movimentos sociais, luta antirracista. INTRODUÇÃO Mas houve uma carta, enviada por uma menina, uma menina de 10 anos que estudava em White Plains High School. Li essa carta e jamais a esquecerei. Ela simplesmente dizia: “Querido dr. King: sou aluna da White Plains High School. Embora não devesse importar, queria mencionar que sou uma menina branca. Li no jornal sobre o seu infortúnio e o seu sofrimento. E li que, se o senhor tivesse espirrado, teria morrido. Escrevo simplesmente para lhe dizer que estou muito feliz que o senhor não tenha espirrado”. (KING, 2006, p. 170).2 Em fevereiro de 2010 matriculei-me na disciplina História e Populações Negras em Santa Catarina, lecionada pela Professora Cláudia Mortari Malavota3, que me chamou a atenção para diversas questões relacionadas às populações afrodescendentes. Questões que 1 A graduar História na Universidade do Estado de Santa Catarina. E-mail: [email protected] 2 KING, Martin Luther. Eu estive no topo da montanha. In: Um apelo à consciência: os melhores discursos de Martin Luther King. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2006. 3 Professora do Departamento de História da Universidade do Estado de Santa Catarina, leciona as disciplinas de História da África. Desenvolve projetos de pesquisa e extensão no Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros – NEAB/UDESC. Anais do XIV Encontro Estadual de História - Tempo, memórias e expectativas, 19 a 22 de agosto de 2012, UDESC, Florianópolis, SC nunca eu tivera contato até então. Um mundo se abriu, e descobri as lutas das populações de origem africana em nosso país. Tal e qual a missivista do Dr. King4, uma menina autodenominada branca, que lhe escreveu em solidariedade em sua causa, senti-me envolvida pelo desejo de conhecer esses esforços por direitos civis dos negros brasileiros. Tomei parte de uma luta que não sou protagonista. No ano seguinte veio o contato com o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros desta Instituição e a atual bolsa de extensão, Centro de Memória e História das Populações de Origem Africana em Santa Catarina, que objetiva dar visibilidade5 às populações afrodescendentes em Santa Catarina. Posteriormente, quando cursava a disciplina de História do Brasil IV, lecionada pelo Professor Reinaldo Lindolfo Lohn6, a partir de um trabalho para a disciplina sobre modernas tradições brasileiras7, onde foi abordada a música de Jorge Ben Jor sob a influência pan-africanista, conheci mais a fundo a música de Jorge Ben Jor8, quando fiquei exaltada por toda esta sinergia. Em diálogo com Meu orientador, Prof. Paulino de Jesus Francisco Cardoso, articulamos este desejo ao projeto de pesquisa Um país impresso: entre culturas políticas e sociabilidades revistas semanais, projetos sociais e memória histórica no Brasil (1964-1990, coordenado pela Professora Silvia Arendt. Por meio da produção musical de Jorge Ben Jor, pretendo apreender outros aspectos da luta anti-racista, seus vínculos com a Música Popular Brasileira e seu envolvimento com os movimentos de redemocratização. Nas palavras de CUNHA Jr. (2006, p. 85)9: ________________________________ 4 Martin Luther King Jr., pastor protestante estadunidense, foi um líder da luta pelos direitos civis de pessoas negras nos Estados Unidos. 5 Sobre o conceito de invisibilidade, de acordo com BOAVENTURA (1996, p. 40), “na literatura científica, o negro é invisibilizado, seja porque não intencionam revelar a efetiva contribuição destes, seja porque os textos vão se deter na sua ausência, na reafirmação de uma suposta inexpressividade.” LEITE, Ilka Boaventura. Negros no sul do Brasil. Invisibilidade e territorialidade. Florianópolis: Letras Contemporâneas, 1996. 6 Professor do Departamento de História da Universidade do Estado de Santa Catarina, vinculado ao Laboratório de Estudo de Cidades – LEC/UDESC e ao Programa de Pós Graduação em História do Tempo Presente – PPGH da mesma Instituição. 7 Sobre modernas tradições brasileiras, ver em ORTIZ, Renato. A moderna tradição brasileira. São Paulo: Brasiliense, 1994. 8 O recorte aqui escolhido para a análise da produção musical de Jorge Ben Jor, década de 1970, se remeta à época em que este era conhecido por Jorge Ben. Porém, neste projeto, ele será chamado como ele se autoidentifica atualmente, Jorge Ben Jor. 9 CUNHA Jr., Henrique. História africana para compreensão da História do Brasil. In: História e cultura afro-brasileira e africana: educando para as relações étnico-raciais. Cadernos temáticos – Educação para as relações étnico-raciais. Curitiba: SEEDIPR, 2006. 2 Anais do XIV Encontro Estadual de História - Tempo, memórias e expectativas, 19 a 22 de agosto de 2012, UDESC, Florianópolis, SC A história do Brasil sem o conhecimento da história africana era uma história unilateral, branca, marcada por concepções eurocêntricas. Por vezes essas concepções eurocêntricas eram marcadas pelos preconceitos e por concepções históricas racistas. Para termos uma história brasileira ampla e justa se necessita da imersão na história e na cultura africana, visto que a sociedade brasileira resulta da imensa participação de africanos e afrodescendentes, transmitindo conhecimento material e imaterial para a cultura brasileira. Pouco é conhecido sobre este componente da produção artística de Jorge Ben Jor e sua contribuição para a disseminação de um discurso antirracista e da valorização das culturas africanas no Brasil. Este trabalho pretende contribuir para o acréscimo de conhecimento dos estudos da diáspora africana no Brasil. Que, por sua vez, contribui para uma história de não inferiorização das populações afrodescendentes no Brasil. Este artigo é fruto desses nossos primeiros movimentos de diálogo com a bibliografia especializada sobre o tema e os resultados devem apresentados como meu projeto de Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação e História na UDESC em 2013. Serve como um esboço de discurso, feito como os elementos já existentes, determinadas canções de Jorge Ben Jor e determinadas publicações sobre África e diáspora nas Revistas Veja e Visão, ambas na década de 1970. Com tais elementos, se pretendeu preencher as lacunas na construção de uma narrativa. 1 MANIFESTAÇÕES DE LUTA ANTIRRACISTA NO BRASIL Em fins dos anos 1920 foram criadas organizações identificatórias raciais negras, no final dos anos 1940 teve início o Teatro Experimental Negro, no final dos anos 1970 foi dado início à formação do Movimento Negro Unificado.10 As canções de Jorge Ben Jor, configuradas nas décadas de 1970 e 1980, são expressões das novas formas de reivindicações do período, quando se encaminhava a redemocratização do Brasil. Esta época, de instituições em crise (Igreja, esquerdas, sindicalismo), fez “a política criar novos lugares para exercitar- se”, como conta CHAUÍ (2006, p. 11), complementa a autora (2006, p. 12)11: ________________________________ 10 GONÇALVES, Luiz Alberto de Oliveira. Os movimentos negros no Brasil: Construindo atores sociopolíticos. Trabalho apresentado na XXI Reunião Anual da ANPEd, Caxambu, setembro de 1998. P. 33. 11 CHAUÍ, Marilena. Prefácio. In: SADER, Eder. Quando os novos personagens entraram em cena: experiências, falas e lutas dos trabalhadores da Grande São Paulo, 1970-80. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988. 3 Anais do XIV Encontro Estadual de História - Tempo, memórias e expectativas, 19 a 22 de agosto de 2012, UDESC, Florianópolis, SC Que são as migalhas das pequenas vitórias das pequenas lutas? São a experiência que os excluídos adquirem de sua presença no campo social e político, de interesse e vontades, de direitos e práticas que vão formando uma história, pois seu conjunto lhes “dá a dignidade de um acontecimento histórico”. Neste contexto de novas experiências e configuração do Movimento Negro no Brasil, o Professor Paulino de Jesus Francisco Cardoso 12, em uma de suas orientações, depõe: “a luta negra não era pela Revolução, mas por papel higiênico, e 5 minutos para o café”. Migalhas das lutas cotidianas que se tornam um acontecimento histórico para os excluídos, que visam “a criação de direitos, a
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