Sou Negro E Tenho Orgulho! Política, Identidades E Música Negra No Black Rio (1960-1980)
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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE HISTÓRIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA MESTRADO EM HISTÓRIA SOCIAL CARLOS EDUARDO DE FREITAS LIMA SOU NEGRO E TENHO ORGULHO! POLÍTICA, IDENTIDADES E MÚSICA NEGRA NO BLACK RIO (1960-1980) NITERÓI 2017 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE HISTÓRIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA MESTRADO EM HISTÓRIA SOCIAL SOU NEGRO E TENHO ORGULHO! POLÍTICA, IDENTIDADE E MÚSICA NEGRA NO BLACK RIO (1970-1980) CARLOS EDUARDO DE FREITAS LIMA Dissertação submetida ao Programa de Pós- Graduação em História da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em História. Área de concentração: História Social Orientadora: Profa. Dra. Laura Antunes Maciel 2 NITERÓI 2017 3 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE HISTÓRIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA MESTRADO EM HISTÓRIA SOCIAL SOU NEGRO E TENHO ORGULHO! POLÍTICA, IDENTIDADES E MÚSICA NEGRA NO BLACK RIO (1960-1980) BANCA EXAMINADORA _____________________________________________ Profa. Dra. Laura Antunes Maciel (Orientadora) Universidade Federal Fluminense _____________________________________________ Profa. Dra. Julia Galli O’Donell Universidade Federal do Rio de Janeiro _____________________________________________ Profa. Dra. Juniele Rabelo de Almeida Universidade Federal Fluminense _____________________________________________ Profa. Dra. Olga Brites (suplente) PUC-SP _____________________________________________ Profa. Dra. Larissa Viana (suplente) Universidade Federal Fluminense NITERÓI 2017 4 L732 Lima, Carlos Eduardo de Freitas. Sou negro e tenho orgulho! Política, identidades e música negra no Black Rio (1960-1980) / Carlos Eduardo Lima. – 2017. 167 f. ; il. Orientadora: Laura Antunes Maciel. Dissertação (Mestrado em História) – Universidade Federal Fluminense. Instituto de História, 2017. Bibliografia: f. 167-169. 1. Black Rio (Movimento musical negro). 2. Bailes. 3. Subúrbios. 4. Rio de Janeiro, RJ. 5. Ditadura. I. Maciel, Laura Antunes. II. Universidade Federal Fluminense. Instituto de História. III. Título. 5 AGRADECIMENTOS À minha orientadora, professora Drª Laura Maciel, pela confiança e serenidade. Às professoras Juniele Pacheco, Larissa Viana, Olga Brites e Julia O’Donnel pela disponibilidade e entusiasmo em participar da banda e pelas valiosas sugestões, sem as quais este trabalho não seria possível. Aos professores Luiz Fridman, Nívea Rocha, Everardo Andrade, Renata Vereza e Maurício Pinheiro pelos ensinamentos e exemplos dados dentro e fora da sala de aula. À minha mulher, Maria Estrella e ao meu enteado-filho, Gabriel Estrella, pelo amor, confiança e aJuda, nas formas mais distintas, sutis e gentis do mundo. Aos meus amigos Bruna Salles, Rennan Lemos, Otávio Augusto, Juliana Meato, Thatiane Piazza, Allan Bastos, Gabriel Barbosa, Pedro Terra, Gabriel Macena e Cynthia Stolze, pelo companheirismo permanente e pra toda vida. A Dom Filó, Gérson King Combo, David Obadia, Julia Bezerra e Zeca Azevedo, pelas entrevistas preciosas e essenciais para a pesquisa. A Lucas Pedretti, pelo acesso aos documentos da CEV-RJ e sua generosidade e gentileza em sua cessão para a pesquisa. À CEV-RJ pelo admirável trabalho realizado. A Marvin Gaye, James Brown, Smokey Robinson, Kenny Gamble, Leon Huff, The Temptations, Four Tops, Gilberto Gil, Jorge Ben, Tim Maia, Genival Cassiano e todos os meus heróis da música negra desde sempre. Para minhas mães, Helena e Maria; minha avó, Ruth e meu avô, Victor, todos em memória, por tudo. 6 LIMA, Carlos Eduardo de Freitas. Sou negro e tenho orgulho! Política, identidades e música negra no Black Rio (1960-1980) – Programa de Pós-Graduação em História Social, Instituto de História, Universidade Federal Fluminense. RESUMO Esta pesquisa investiga o surgimento dos bailes de música negra americana nos subúrbios do Rio de Janeiro, no fim dos anos 1960, procurando identificar suas características, sua transformação ao longo das décadas de 1970 e 1980 para avaliar como eles assumiram traços de celebração do orgulho negro em plena ditadura civil- militar. O texto procura identificar momentos de tensão entre autoridades e participantes dos bailes, bem como refletir se, e para quem, a participação nestes eventos significou um ato de resistência ao racismo e à ditadura. A pesquisa buscou mapear os indivíduos e grupos que ainda hoJe reivindicam o legado do Black Rio, analisando as iniciativas de construção e preservação de memórias sobre o movimento. Palavras-chave: Black rio, bailes; música negra americana; subúrbios; Rio de Janeiro; ditadura civil-militar 7 ABSTRACT This research investigates the emergence of American black music dances in the suburbs of Rio de Janeiro in the late 1960s, trying to identify their characteristics, their transformation throughout the 1970s and 1980s to evaluate how they assumed traces of celebration of black pride In full civil-military dictatorship. The text seeks to identify moments of tension between authorities and participants in the dances, as well as reflect on whether and for whom, participation in these events meant an act of resistance to racism and dictatorship. The research sought to map the individuals and groups that still claim the legacy of Black River, analyzing the initiatives of building and preserving memories about the movement. Keywords: Black Rio, dances; American black music; suburbs; Rio de Janeiro; Civil- military dictatorship 8 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Big Boy à frente do Baile da Pesada, no Canecão, em 1970. Acervo Big Boy.................................................................................................................................. 42 Figura 2: Ademir Lemos (esq.) e Big Boy em uma das edições do Baile da Pesada, no Canecão, em 1970........................................................................................................... 43 Figura 3: Dom Filó (esq.) e o sociólogo Carlos Alberto Medeiros no Clube Renascença em uma das “Noites do Shaft”, 1972. Acervo CULTNE .............................................. 53 Figura 4: Equipe Soul Grand Prix, Baile Renascença, anos 1970, Filó, de chapéu. Acervo CULTNE........................................................................................................................ 54 Figura 5: Equipe Soul Grand Prix, ensaio fotográfico, 1977. Filó, ao centro. Acervo CULTNE.........................................................................................................................58 Figura 6: Coletânea da Soul Grand Prix, lançada pela gravadora Top Tape, em 1975................................................................................................................................ 62 Figura 7: Segunda coletânea da Soul Grand Prix. A primeira lançada pela Warner, em 1976.................................................................................................................................64 Figura 8: Baile da Soul Grand Prix, nos anos 70. Fotografia de Almir Veiga/Jornal do Brasil. Acervo CPDOC/JB..............................................................................................74 Figura 9: Volante/convite para lançamento do LP da Equipe Black power, no Clube Magnatas/RJ, 1975..........................................................................................................81 Figura 10: Frequentadores de baile Black no Centro do Rio. Fotografia de Almir Veiga/Jornal do Brasil. Acervo CPDOC/JB..................................................................102 Figura 11: Folheto apreendido Fundo Polícias Políticas. Acervo APERJ. Reproduzido de PEDRETTI, Lucas. “Dançando sob a mira do DOPS: bailes soul, racismo e ditadura nos subúrbios cariocas nos anos 1970”.........................................................................105 9 SUMÁRIO INTRODUÇÃO – Copacabana, 1976 ......................................................................... 11 CAPÍTULO 1 MÚSICA, CULTURA E MERCADO FONOGRÁFICO SOUL: DO RÁDIO AOS BAILES ..................................................................................................................... 28 1.1 Soul e funk – História e conceitos ........................................................................ 29 1.2 A chegada da soul music ao Brasil ...................................................................... 36 1.3 Black Rio e os primeiros bailes ........................................................................... 39 1.3.1 Dom Filó, Clube Renascença e a “Noite do Shaft” .......................................... 45 1.3.2 Equipes de som: Funky Santos, Black power e Soul Grand Prix .................... 52 1.4 O mercado fonográfico descobre o Black Rio ..................................................... 58 1.5 Outros artistas da soul music brasileira ................................................................ 67 CAPÍTULO 2 A MÍDIA E A DITADURA “DESCOBREM” O BLACK RIO: TENSÕES E CONTRADIÇÕES ..................................................................................................... 74 2.1 Samba e soul: diferentes modos de ser negro? ..................................................... 82 2.2 Vigilância e repressão aos bailes e ao movimento Black Rio .............................. 105 CAPÍTULO 3 MEMÓRIAS, (RE)INTERPRETAÇÕES E DISPUTAS EM TORNO DO BLACK RIO .................................................................................................................................... 124 3.1. Releituras, apropriações e transformações dos bailes black................................ 124 3.2. Memórias do Black