Soul Music No Brasil Nos Anos 1970
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unesp UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” Faculdade de Ciências e Letras Campus de Araraquara - SP Carlos Eduardo Amaral de Paiva Black Pau: A soul music no Brasil nos anos 1970 ARARAQUARA – S.P. 2015 Carlos Eduardo Amaral de Paiva Black Pau: A soul music no Brasil nos anos 1970 Tese de Doutorado, apresentada ao, Programa de Pós Graduação em Ciências Sociais da Faculdade de Ciências e Letras – Unesp/Araraquara, como requisito para obtenção do título Doutor em Ciências Sociais. Linha de pesquisa: Cultura, Democracia e Pensamento Social Orientador: Eliana Maria de Melo Souza Bolsa: CAPES ARARAQUARA – S.P. 2015 Carlos Eduardo Amaral de Paiva BBLLAACCKK PPAAUU:: A soul music no Brasil nos anos 1970 Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Faculdade de Ciências e Letras – UNESP/Araraquara, como requisito para obtenção do título de Doutor em Ciências Sociais. Linha de pesquisa: Cultura, Democracia e Pensamento Social. Orientador: Eliana Maria de Melo e Souza Bolsa: CAPES Data da defesa: 29/07/2015 MEMBROS COMPONENTES DA BANCA EXAMINADORA: Presidente e Orientador: Dra. Eliana Maria de Melo Souza Faculdade de Ciências e Letras, UNESP, Araraquara. Membro Titular: Dra. Ana Lúcia Castro Faculdade de Ciências e Letras, UNESP, Araraquara. Membro Titular: Dr. Dagoberto José Fonseca Faculdade de Ciências e Letras, UNESP, Araraquara. Membro Titular: Dr. José Adriano Fenerick Faculdade de História, Direito e Serviço Social, UNESP, Franca. Membro Titular: Dra. Márcia Regina Tosta Dias Escola de Filosofia, Letras e Ciência Humanas, UNIFESP. Local: Universidade Estadual Paulista Faculdade de Ciências e Letras UNESP – Campus de Araraquara Dedico esta tese aos meus avós, Eduardo Franco do Amaral, Conceição Brisola do Amaral, José Alexandre de Paiva e Maria Sabina Gouveia de Paiva. Agradecimentos A elaboração desta tese não seria possível sem o apoio institucional. Assim, agradeço ao Programa de Pós Graduação em Ciências Sociais da UNESP de Araraquara pelo fomento às condições institucionais de pesquisa e pelo apoio do programa ao desenvolvimento desta pesquisa, fruto de quatro anos de dedicação. Agradeço também à CAPES pela bolsa concedida, o que viabilizou a confecção desta tese, bem como pelo financiamento do Programa de Doutorado Sanduiche (PDS) pela oportunidade de desenvolver parte de minha pesquisa na Universidade de Coimbra, Portugal. À professora Dra Eliana Melo e Souza pela orientação acadêmica e ética, que no papel de orientadora soube me indicar os caminhos e respeitar minhas próprias intuições. Agradeço ainda à professora Dra. Isabel Ferin Cunha pela tutoria na Universidade de Coimbra e pela atenciosa recepção de um estudante deslocado em terras estrangeiras. Pelas orientações institucionais e práticas de como resolver problemas inevitáveis no contexto de uma cultura estrangeira. À professora Dra. Ana Lúcia Castro e ao professor Dr. José Adriano Fenerick presentes na banca de qualificação, pelas riquíssimas orientações que auxiliaram a lançar novos olhares sobre o objeto de estudo. Aos funcionários da Faculdade de Ciências e Letras, sempre atentos às nossas dúvidas, problemas e necessidades institucionais, e também aos funcionários da biblioteca da Escola de Comunicação e Artes (ECA) da USP pelo atendimento e auxílio na pesquisa de documentos fundamentais para elaboração desta tese. Agradeço ainda ao compositor Hyldon e ao cantor Tony Tornado pelas respectivas entrevistas, o que trouxe dados riquíssimos para esta tese. Aos meus pais pelo incondicional apoio a minha condição de pesquisador. À Tais Matheus pela paciência, compreensão e pelas inteligentes leituras. Peço desculpas pelas horas roubadas e pelas desatenções. Aos meus amigos e colegas de faculdade que tornaram esse caminho menos solitário. Que bloco é esse? Eu quero saber É o mundo negro Que viemos cantar pra vocês Somos crioulo doido Somos bem legal Somos cabelo duro Somos black pau Branco Se você soubesse o valor que o preto tem Tu tomava banho de piche E ficava negro também Eu não ensino de sua malandragem Nem tampouco sua filosofia Quem dá luz a cego É bengala branca Ou Santa Luzia Paulinho Camafeu (GIL, Gilberto, 1974) RESUMO Esta tese investiga a aclimatação do gênero musical soul music no Brasil dos anos 1970. Por meio da análise da canção de importantes músicos negros da época: Tim Maia, Jorge Ben e Tony Tornado, bem como do chamado movimento “Black Rio”, sugerimos uma inflexão na formação de uma identidade negra no país, o que representou a emergência de uma estrutura de sentimentos negra e transnacional. Esta estrutura de sentimentos se caracterizou pela sua afirmação étnica e pelo seu internacionalismo vinculado à contracultura negra ocidental. No contexto político repressivo da ditadura, este movimento musical ajudou a aglutinar jovens negros em torno de uma política de identidades, além de fazer uma oposição manifesta ao mito da democracia racial, ideologia oficial do regime civil-militar. Palavras Chaves: soul music, identidade negra, contracultura. ABSTRACT This thesis investigates the acclimatisation of soul music genres in Brazil in the 70's by the analysing the songs of important black musicians of the era: Tim Maia, Jorge Ben and Tony Tornado as well as the movement called "Black Rio". We suggest an inflection on the formation of the black identity in the country that represented the emergence of a black structure of feelings in transnational levels. This structure of feelings is chacacterised by its ethinic affirmation and its internationalism tied to black western counterculture. In a repressive political context of dictatorship, this musical movement helped bring together young black men around political identity and made a clear objection to the myth of racial democracy, the official ideology of the civil-military regime. Keyword: soul music, black identity, counterculture. Lista de figuras Figura 1: Capa do LP “Samba Esquema Novo”(1963)..........................................................................................................30 Figura 2: Capa do LP “Jorge Ben” (1969)............................................................48 Figura 3: Capa do LP “Tábua de Esmeralda” (1974) ..........................................84 Figura 4: Capa do LP “Gil & Jorge: Xango & Ogum” (1975).............................87 Figura 5: tira de Jaguar, o Pasquim (1970)...........................................................99 Figura 6: Reportagem da revista Veja (1971)......................................................109 1 Sumário Introdução .................................................................................................................... 2 O discurso nacional popular e o surgimento de vozes dissonantes. ............................. 8 Identidades transnacionais, diáspora e etnia. .............................................................. 14 A soul music nos EUA ............................................................................................... 17 Capítulo 1 ................................................................................................................... 23 MPB: a formação do campo e a emergência de uma estrutura de sentimentos negra. 23 1.1 O bairro da Tijuca, entre o rock internacional e a bossa nova. ............................. 23 1.2 Jorge Ben e o samba-jazz. .................................................................................... 29 1.3 Entre o iê-iê-iê e o fino ......................................................................................... 36 1.4 Um país tropical abriga o Anjo 45: O marginal cordial ....................................... 46 1.5 Tim Maia, um “agregado da fama”. ..................................................................... 55 Capítulo 2 ................................................................................................................... 65 Contracultura e negritude em Tim Maia e Jorge Ben ................................................. 65 2.1 Soul Music e nordestinidade em Tim Maia. ......................................................... 68 2.2 A Contracultura racional. ...................................................................................... 78 2.3 “Negro é lindo”: brasilidade e etnia na produção de Jorge Ben. .......................... 81 Capítulo 3 ................................................................................................................... 92 A TV em preto e branco: O V FIC e a democracia racial. .......................................... 92 3.1 Tony Tornado e Erlon Chaves ameaçam a “família brasileira”. ........................... 94 3.2 Elis Regina e os horríveis brancos da rua do ouvidor. ....................................... 109 3.3 “Dançar como dança um Black”: Gerson Combo e os dez mandamentos blacks. ................................................................................................................................... 115 Capítulo 4 .................................................................................................................. 118 Black Rio: os bailes e a banda ................................................................................... 118 4.1 As origens do Black Rio: orgulho negro e mercado musical .............................. 119 4.2 A produção da banda Black Rio ......................................................................... 133 Capítulo 5: ................................................................................................................ 137 Patrulheiros