Revista CCCRJ
Total Page:16
File Type:pdf, Size:1020Kb
Revista do Café Centro do Comércio de Café do Rio de Janeiro Ano 97 - Dezembro 2018 - Nº 867 Cafeicultores Fluminenses focam na qualidade Revista do Café Centro do Comércio de Café do Rio de Janeiro Ano 92 - Junho 2013 - Nº 846 Sumário Reportagens Carmen Nery, Eduardo Buitron e Nilo Dante Colaboradores 04 Cafeicultores Fluminenses Afonso Lourenço, Francisco de Paula Chagas Netto, J.B. investem em qualidade e Matiello, Luiz Otávio Araripe, Rodrigo Prado Figueiredo e Rubens Barbosa certificação de origem Foto Capa Jantar de Confraternização CCCV Moacyr Carvalho, presidente da ASCARJ, ladeado pelos vice- 08 presidentes José Ferreira (Região Noroeste), Paulo Roberto dos Santos (Região Vale do Paraíba) e Marcos Vinicius Lima 12 Exposição Pianistas de armazém Fernandes (Região Serrana). Crédito da Capa 08 Ronaldo de Oliveira Coelho Diagramação, Arte e Projeto Gráfico Hands-on Editoração Eletrônica 14 Homenagem João Leão Sattamini Impressão Gráfica Netto 16 Festa do Café CCCMG Centro do Comércio de Café do Rio de Janeiro 18 Nacionalismo, patriotismo e Interesse nacional – Rubens Diretoria Biênio 2017/2019 Barbosa 12 Presidente Guilherme Braga Abreu Pires Filho Diretor Tesoureiro: Batista Mancini Diretor Secretário: Alexandre Todeschini Pires Diretor Patrimônio: Oswaldo Aranha Neto 20 Copa do Mundo do Café realizada Gerente Geral: Guilherme Braga Abreu Pires Neto no Brasil Conselho Administrativo Warrant Exportadora e Importadora Ltda Unicafé Cia. Comércio Exterior 24 Análise de blends comerciais por Armada Administração e Participação Ltda Espectroscopia – Luiz O. Araripe Agropecuária São Francisco de Paula Ltda Sumatra Comércio Exterior Ltda GBP Assessoria e Consultoria Empresarial Ltda 26° Encafé – Uruguai Alexandre Todeschini Pires 27 Três Aranhas Com. Ind. Ltda Antonio Augusto Cardoso Garcez 28 Sistema de poda safra zero – J.B. 16 Matiello Membros Suplentes Eisa Interagrícola S/A Stockler Comercial e Exportadora Ltda Halley Importadora e Exportadora Ltda 32 Resenha Jurídica Sindicato do Comércio Atacadista de Café do Município do Rio de Janeiro 38 Estatística Exportações Brasileiras Diretoria Quadriênio 2018/2022 Presidente: Guilherme Braga Abreu Pires Neto PANORAMA Secretário: Ruy Barreto Filho 40 Tesoureiro: Batista Mancini Diretor de Patrimônio: Alexandre Todeschini Pires 52 Série Cafeterias – Castelo do Rua Quitanda, 191 - 8º andar - Centro - CEP: 20091-000 Café, Manhuaçu/MG Rio de Janeiro - RJ - Brasil Fone: (21) 2516-3399 / Fax: (21) 2253-4873 27 [email protected] / www.cccrj.com.br Cafeicultores Fluminenses investem em qualidade e certificação de origem CRÉDITOS FOTOS: RONALDO DE OLIVEIRA COELHO Carmen Nery 4 Revista do Café | dezembro 2018 Associação de Ela será presidida por Moa- e Cambuci. A Região Serrana Cafeicultores do Estado cyr Carvalho Filho e é formada representa 30% da produção em A do Rio de Janeiro por Daniel Mac Mahon Bastos, municípios como Bom Jardim, (Ascarj) está passando por diretor superintendente; Everar- Barra Alegre, Duas Barras, São uma reestruturação para poder do Erthal, diretor financeiro; e José do Rio Preto, Cantagalo acompanhar as novas iniciativas Moacir José Malheiros, diretor e Cordeiro. O terceiro polo é que visam a melhorar a secretário. Na ocasião, Guilher- a região do Vale do Café, que qualidade do café produzido no me Braga Abreu Pires Filho, pretende retomar sua tradição estado. A entidade foi criada em presidente do CCCRJ, foi ho- cafeicultora histórica, por ter 2002 e reúne os cafeicultores menageado pelo apoio histórico sido a primeira região produtora fluminenses distribuídos em à Ascarj, sendo eleito Presiden- do estado. Juntos, os três polos três polos produtores. Em te de Honra da associação. produtores contam com cer- assembleia realizada em 29 de ca de 1,3 mil cafeicultores que novembro, na sede do Centro Cerca de 70% da produ- produzem em torno de 350 mil do Comércio do Café do Rio ção do Rio de Janeiro vêm da sacas de café por ano. de Janeiro (CCCRJ), líderes Região Noroeste, que inclui produtores dessas três regiões as localidades de Varre e Sai, “Mais do que aumentar discutiram a futura estratégia e Porciúncula, Bom Jesus do Ita- a produção, nosso objetivo é elegeram uma nova diretoria. bapoana, Natividade, Itaperuna aumentar a qualidade. Nossa Revista do Café | dezembro 2018 5 produção é de montanha, com terrenos íngremes, que não permitem a mecanização vi- sando ao aumento de produção. A melhoria da qualidade passa por um tratamento cuidadoso pós-colheita. O Sebrae está nos dando apoio, assim como nos- sos agrônomos”, explica Moa- cyr Carvalho Filho. O Sebrae tem um programa já realizado em 2014, na região Noroeste, e, em 2015, na Região Assembleia Geral da ASCARJ realizada no CCCRJ Serrana, para enviar consultores às regiões produtoras a fim de avaliar os processos pós-colheita. e Paulo Tassinari, receberam dutora de cafés de qualidade”, A iniciativa conta com contrapar- a homenagem póstuma. O pri- explica Carvalho. tida financeira dos produtores. Os meiro concurso de qualidade cafeicultores também comparti- do café havia sido realizado em Hoje a maior parte da pro- lham suas boas experiências. De 2010, pelo CCCRJ, vencido por dução do estado é vendida acordo com José Ferreira Pinto, Moacyr Carvalho. para revendedores. O ideal se- presidente da Coopercanol. Co- ria vender para exportadores, perativa da Região Noroeste, os “O concurso do ano passado que fecham o negócio no país cafeicultores têm recebido ainda serviu para dar uma oxigenada já com comprador no exterior. apoio da Emater para a melhoria na entidade e estimular novas Para resolver esse problema, a da qualidade. “O Ministério da ações com vistas à melhoria da nova estratégia é contar com o Agricultura, apesar de não traba- qualidade”, diz Carvalho. Uma apoio da cooperativa Cooperca- lhar com extensão rural, tem fo- das propostas é ter a localização nol, que ficará responsável pelo cado em iniciativas de melhoria geográfica de origem, a exem- rebeneficiamento do café para da qualidade”, diz Ferreira. plo do vinho. As regiões serão ser preparado para exportação. classificadas em relação a ca- Recentemente, a Ascarj re- racterísticas, história, territó- “A Coopercanol foi criada alizou um concurso estadual rio e qualidade do café. “Cada em 1977, mas ficou inativa e, entre os produtores fluminen- região tem uma característica desde 2014, foi reequipada ses, em parceria com o Sebrae, diferenciada, e vamos colocar na cidade de Varre e Sai, na durante a Semana Internacional o estado no mapa dos cafés região Noroeste. Ela foi re- do Café, em Belo Horizonte. A com certificado de origem, que ativada com dois objetivos: vencedora foi a produtora Inês já existe no Brasil em Minas rebeneficiar o café e exportar Tassinari, de São José do Vale Gerais e Espírito Santo. Isso diretamente ou vender para do Rio Preto, na região Serrana, vai dar um reconhecimento, no o exportador. O café sairá de já falecida, cujos filhos, Laura país, da região fluminense pro- seus armazéns direto para o Porto do Rio, pronto para o embarque. O café que irá para a cooperativa será in natura para ser rebeneficiado”, expli- ca José Ferreira, presidente da Coopercanol. Em abril, a cooperativa começa a receber o café das três regiões. Ferreira ressalta que o objetivo é agregar va- lor ao café do produtor. Desde que foram iniciadas as ações de melhoria da qualidade, já é percebida uma melhora no produto e na venda. “Para a José Ferreira, Moacir Malheiros e Silvio Benetti 6 Revista do Café | dezembro 2018 comercialização da próxima tinado também para vender para Uma demanda da Ascarj é safra, estamos trabalhando as cafeterias brasileiras ou in- que o Banco do Brasil finan- para exportar 30 mil sacas”, ternacionais que queiram cafés cie o café na lavoura. Segundo sinaliza Ferreira. especiais”., resume Carvalho. Moacir José Malheiros, dire- tor secretário, o produtor seria O café que vem da lavoura Moacir José Malheiros, transformado em depositário tem vários tamanhos, ou seja, diretor secretário, diz que já do café financiado. Isso elimi- em “bica corrida” que na lin- houve um estudo explicando na a necessidade de transferir guagem técnica significa uma que diferença de spread entre o café para uma cooperativa mistura de todas as “penei- a exportação direta e a ven- ou armazém. “O café seria ar- ras”. Por isso o café para ser da para exportadores é tão mazenado na fazenda, e o BB exportado tem de ser processa- pequena que não vale a pena financiaria o café enquanto o do com a separação do grãos, exportar direto. “Dependendo produtor não o vendesse, pois pelo seu tamanho, separando- do exportador, a rentabilidade uma estratégia do produtor -se, para outra destinação, o para o produtor é muito maior. pode ser guardar para esperar grãos menores, que não ser- Além disso, exportar direto é um preço mais favorável”, jus- vem para ser exportados. Nor- uma operação complexa”, ob- tifica Malheiros. malmente, são formados lotes serva Malheiros. de peneiras mais graúdas, 16, Hoje o preço do café no 17 e 18. Além disso, os grãos Outra novidade entre os mercado internacional está têm defeitos, sejam de produ- produtores do estado é a volta baixo. Em um ano, perdeu ção ou adquiridos no primeiro da produção do Vale do Café. R$ 110 no preço da saca, que beneficiamento. Por isso, é ne- Segundo Silvio Benetti, con- caiu de R$ 510 para R$ 400, cessário um rebeneficiamento selheiro e produtor do Vale do café arábico, de melhor para a exportação. do Café, a região já fez uma qualidade. Isso porque a primeira colheita este ano e, mercadoria é uma commoditie. Mas a exportação direta em breve, terá uma medição. Em dezembro de 2017, o preço será uma segunda etapa da A produção é pequena, mas o na Bolsa de Nova York era de Coopercanol, pois o mais im- objetivo é produzir cafés es- 140 cents o libra-preço e caiu portante para os produtores, peciais que valem cinco ve- para 100 cents libra-preço em no momento, é o rebeneficia- zes mais.