50 E. Gomes Filno & j. Énéas Fitho Revtabrasil. Bot. 14:51-59(1991)

SHEORAN,I. S. & GARG, O.P. 1978.Effect of salinityon WILSON, C.M. 1969. A rapid staining technique for thé activities of RNase, DNase and protease during détection of RNase after polyacrylamjde gel A famïïia Gesneriaceaena regiâo cacaueira da Bahia, Brasil. germination and eariy seedling growth of mung bean. electrophoresis.Anal. Biochem. 31:506-511. Physiol.. 44:171. 174. WILSON, C.M. 1971.Plant nudease. III Polyaciylamide gel ALAIN CHAUTEMS l TUVE, T.W. & ANRNSEN, C.B. 1960.Préparation and electrophoresisof com ribonucleaseisoenzymes. Plant properties of spinach ribonuclease. J. Biol. Chem. Physiol.48:64-68. 235:3437-3441. WILSON, C.M. 1975. Plant nucleases. Ann. Rev. Plant (aceito em 19/09/90) VIEIRA DA SILVA, J.B. 1970.Contribution à l'étude de la Physiol.26:187-208. résistanceà la sécheressedans le genreGossypiwn. II. La WILSON, CM. 1978. Plant nucleases.V. Suivey of com ABSTRACT- (ThéfamilyGesneriaceae in thé cocoa région of Bahia,Brazil). A speciesinventoiy of Gesneriaceaefamily in thé variation de quelques activités enzymatiques. Physiol. ribonucleaseII isoenzymes.Plant Physiol. 61:861-863. cocoarégion (Bahia) was established. A total of 19species and 11 générawere listed after field observationand herbarium Végétale8:413^47. examination:Besteria flavovirens Nées & Mart.,B. lodfloraBenth., Codonanthe gracilis (Mart. ) Hanst.,C. u/eana Fritsch, C. mattos-silvaeChautems sp. nov., C. serrulataChautems sp. nov., Cubitanthus alatus (Cham. & Schlecht.) Barringer,Dalbergaria sanguinea(Fers. ) Steudel,Diymonia coccinea (Aubl. ) Wiehler,D. semilata(Jacq. ) Mart., Lietziabrasiliensis (Regel) Schmidt, Napeanthuspriinulifolius (Raddi) Sandwith,Nematanthus corticola Schrader, Paliavana tenuiflora Mansf., Sinnïngia barbata (Nées& Mart.) Nichais,S. sceptrum(Mart. ) Wiehler,S. speciosaIIiem, S. villosaLindl., indet. sp.l. Despitethé limited informationavailable for somespecies (9 of 19wcre not observedor collectedduring thé oneyear study in thé région),thé distributionand frequency data are interpreted in relationto thédiversification of thé Gesneriaceaefamily in Braziland in thé neotropics.

RESUMO- (A familiaGesneriaceae na regiâo cacaueira da Bahia,Brasil). Procedeu-se o levantamento das espécies da familia Gesneriaceaeda regiâocacaueira (Bahia). Foram registradas 19 espécies pertencentes a 11gêneras, com base no examedas coleçôesde herbàrioe observaçôesem campo: Besleria flavovireiis Nées & Mart.,5. laxiflomBenth., Codonanthe gracilis (Mart.) Hanst.,C. uleanaFritsch, C. mattos-silvaeChautems sp. nov.,C. serrulataChautems sp. nov.,Cubhanthus alatus (Cham. & Schlecht. ) Barringer, Dalbergariasanguinea (Fers. ) Steudel, Dryinonia coccmea (Aubl. ) Wiehler, Jr3.serrulata (Jacq.) MaTt., Lietzia brasiliensis(Regel) Schmidt, Napeanthus prunulifolius (Raddi) Sandwith, Nematanthus corticola Schrader, Paliavana tenuiflora Mansf.,Smningia barbota (Nées & Mart.) Nichols,S. sceplrum (Mart. ) Wiehler,S. speciosa IIiero, S.aff. villosii Lindl., indet. sp.l. Apesarda escassezde informaçôespara varias espécies (9 dos19 taxa nâo foram observados e/ou coletados durante o ano deestudo na regiâo), tenta-se interpretar os dados de distribuiçâo geogràfica e deocorrência em relaçâo com a diversificaçâoda familiaGesneriaceae no Brasile nasdemais regiôes neotropicais.

Keywords- ,, plant distribution, atlantic rainforest, Brazil

Introduçâo A regiâo cacaueirasitua-se no sul do estado da Bahia entre 13° 00' e 18° 15' de latitude sul. 0 estudoda famflla Gesneriaceaeno Brasil, Mori & Silva (1979) descreveramsuas caracte- iniciadocom a revisâodo gêneroNematanthus nsticas geogrâficase os seustipos de vegetaçâo. (Chautems1988), tornou-se mais fâcil depuisda Todos os taxa de Gesneriaceae citados neste redelimitaçâogenérica feita par Wiehler(1983). trabalhoforam coletados na zonada matahigrô- A famïïia conta assimcom aproximadamente fila. Essaformaçâo cobre uma fabcade ça. 70km 2500espécies, dividida em duassubfamilias: uma de largura,de relevéondulado e numaaltitude dedistribuiçâopaleotropical,a outra neotropical. quevaria de 10 a 400m.E unicamentenesta zona Estaûltima contémcerca de 1300espécies e 54 que se cultiva o cacau. Porém, o terme "regiâo gêneras.Para o Brasil, o ûnico trabalho disponîvel cacaueira" abrange uma ârea maior que corres- a nîvel de familia e o tratamento de Hanstein ponde a uma realidade sôclo-econômica.Essa (1864)para a Flora Brasiliensls.Neste trabalho, mata higrôfila pertence a um trecho da mata 96espécies e 14gêneras foram descritos.De acor- atlântica que jâ foi reconhecido como centra de do com o nosso conhecimentoatual, a familia e endemismode varias famiïias de plantas (France estimadaem 23 gênerase ± 180 espécies. A 1979,Mori et al. 1981,1983) e de animais (Van- grandemaîoria dos taxa se enontra nasmatas ûmidas zolini & Williams 1970, Haffer 1974, Brown da regiâoamazônica ou na osta oriental do Brasll 1977). (mataadântica), mas algumas espécies se diferencia- 0 présente trabalho tem por objetivo ramtambém nos campas rupestres do planalto. apresentar dados sobre a taxonomia e a dis- tribuiçâo da famflia Gesneriaceae na regiâo cacaueira da Bahia. For meio duma anâlise Conservatoireet Jardin Botaniquesde Genève,Case dos padrôes dos taxa, tenta- Postale 60, CH4292 Chambesy/GE, Suiça. Bolsista do de distribulçâo FNRS (Fonds National Suisse de la Recherche se explicar a diversificaçâo ocorrida na re- Scientifique). giao, ^.é-§i lllî G :1 ^ u e & s sa a g' s e s l 5 5 l 2 5 ilJII 52 5 £ S S 5 g s à

ix ixixx i xxxx x Sil l .I §11 il31 o . u r=! § §1i j*- .Qf iy3 ^> ^^ J= sê^ o S-2 s 2 5 S .§ s sl îlil l N t t" {-> 01 fû WS> ^ ^ s" 6t ^ as oi K^^t. M s ss lin î £^lï

l .o?. SSSo; SSrt.S ^ ctf e '.§ < .t w ÏXiTIÇ"c^ l î l^lli l3 1 II l .s R l u 5||1|| gll^JI !§^â|i ^O^C/3U <£ ^. ^^tsë 'g.8. 11 l . lii. 32 l s u 0 llî C^ -. U3 l&§11 ?f!U CO .3 & 5û-o v-( .iJÎS § 2-5 s î l '3 '2 ^- lit il! .M s< l ^ Sfc J3 _03 U C5 i>5 c-i c-i .5 a. 3 &pii ;ô &ô g-sllï

p <£ .U -: J , . *

s -s M (D l? £ g à^ u <â.§ u _. s 1^^^^ê -§ sl's'l & J J Il l ^ ^ ^ Ijîl -§& ÎK il 3 S §.§ E-i Oi ^-? S Il «" ë2 . . §)'d' ^ |ss ^^ i.lâl . §)N itjltli -a e-e l PÙL° S u S & li-1 e 2'% o ^ ^ " u 11^ ^3 &^.S ? E3J3 '5 » l . "Il j §§ ^<: §J s t:'rl "S ^: '§ u"'^ iu -Q ^'5_ i'iilëfi i£I 0 -S Bîî s§ g illiill s 'r-1' i^^ ri § < 1 3 â^ l lit .1^31^il^ o c/i ïniîêi 1§ w '- 0 !SSI l! ù^ 2 o. ^ ù^ u il! »! -3^ cg u S c ^ .-y w .o â^àl.l5]l l-s e ^11 ^^ .i?l§j2llili !! Se § l s K! !Il t il e .'g 0 .< -a, s^< l Il S! Eu 11 m. lîltllS . IIIIiijriin. §> ^. < s ^.û'og ^. ^^iiu^.5 '5 S"u '§'l<§ g^ g< §). S5"^ llg2 Ïf III! rt2 u ça e j< l llti ÎJrîJ^'. n^N-'. j-i^ w

il! 'S.SQ § &'5 ^3 5 <(^ SI .'s.i a3§g'sj^11^3§;il§£ ça l- ÊÔ^âs^-ël à^ S^Jû

ffÏ U3

.

. ù» §^,cJ^^^ 1§ ^3 0 J!-ll-s.IIJIIjlltlll-B.lî^s|ï 'III l||jv"tl||ÎI||1| 1T3 ^-» il ,ul. § s ^^ si e

lilijll^JJ . j j5 t? &«ç > .J-i Oi iii u Slilâ'i'S.SIl '^ ï> c\ '§ 18sjyls^i s "§ '§ "s» yïy 1.11u l iiiiiii§ii s CS ^ ~n°. rt s^ s s S.9U llîii &<'^w 3 w. o " s IIINîIJIj 21-S S5 . à .» .9 -s y i 3 5

maisatenuados na base, pela corola mais alarga- da.C. caribaea tem, além disso, uma distribuiçao ocorrem nos cacauais. Codonanthe serrulata mostra uma distribuiçâo confinada estritamente restritaao Caribe(Guadeloupe, Tririidad, Toba- sp.nov.e Cubitanthusalatus sâo atualmente co- à Mata Atlântica.Os taxa,porém, mostram dife- go e penfnsulade Pariana Venezuela). nhecidasexclusivamente nos municfpios citados; rentesadaptaçôes ecolôgicas neste ambiente. As- cadauma com apenasduas coletas registradas. sim,Codonanthe gracilis apresenta-se como epf- Nestecaso, a noçâo raridade tem ainda maior Codonantheserrulata Chautems, sp. nov. de fita ou asvezes rupfcola. Esta espécie e a ûnicado (figura2) significado.Codonanthe serrulata sp. nov.e uma grupo B que ocorre em toda a extensâo desta plantagraciosa, corn corola branca e frutos car- mata, chegando até ao Rio Grande do Sul. A nosose Ervaepiphytica, tota pubescens,species habitu vistososde cor laranja.Sô foi encontrada espécieindeterminada e uma epîfita de hâbito cum Codonanthedevosiana Lem. optime con- atéagora no municfpiode Camacâ;a populaçâo trepadore pendente;sua morfologia floral a dife- observada era abundante e colonizava os troncos gruens,sed differt follis serratis,lacinus calycis renciade todasas outras Gesneriaceae da regiâo, oblongo-Ianceolatislatioribus, corola ventricosa. egalhos de uma plantaçâo de cacau com poucos maso fruto,do tipo "displaycapsule" (Wiehler tratosculturais. Frutos férteis foram coletadosem Tipo:BRASIL, Bahia, Mun. Camacâ, estrada que 1983)a aproximade Nematanthus.Lietzia brasi- fevereiroe mesmo simila- ligaa rodovia BR-101 aSanta Luzia-Una (altura maio do ano; sâomuilo liensis e mais freqûentemente encontrada nos res em tamanhoe coloraçàoaos frutos daponte sobre o Côrregode Ouro), ça. 10km da de C afloramentosrochosos em lugares mais ou menas entrada,depois da sededa fazendaSanta Cruz, devosiana,espécie bastante fréquente na mata abertos.A suamorfologia floral indica uma adap- atlântica entre o estado de Sâo Paulo e o norte do Plantaçâodecacau corn poucos tratos culturais taçâoà polinizaçâopor morcegos(Vogel 1969). Rio Grande do Sul. Na ausênciade dados sobre epiffticanos troncos e galhosde cacaueiros, ma- Figura2.Codonantheserrulata Chautems, ramo Horîfero, Col. Sinningiaspeciosa cresce geralmente nas fendas terial cornfrutos, 19. 02.1987,CHAUTEMS & Chautems& Edwards 217 (CEPEC) efotografia do materiai o polinizadore o agentedisseminador de semen- derochas, em locais semi-sombreados. Foia par- VIVO. EDWARDS217, (CEPEC holôtipo; G isôtipo). tes,fica impossfvelentender o porquêdessas di- tir destaespécie que os horticulturesobtlveram, Parâtipo:material cultivado na estufado "Con- ferençasde distribuiçâoentre essas duas espécies na segundametade do séculopassade, as varie- prôximas.Codonanthe sermlata esta em cultura dadescomercializadas até hoje com o nomede servatoireetJardin botaniques de Genève", cole- ^laterialcultivado - Estufado Conservatoireet em Genebra, numa estufa no Jardim Botânico e "Gloxinia".Napeanthus primulifolius e de lugar tadonomesmo lugar que o tipo, numéro de regis- JardinBotaniques, Genebra, Suiça, nQ de registro tro AC-1307,20. 05.1989,material corn flores. emSâo Paulo, num orquidârio particular. Espe- escurocom umidade elevada;cresce nas imedia- AC-1313,coletado na localidade do tipo em maio a es- CHAUTEMSs.n., (G). ' ~ ramosassim contribuir para proteçâodesta çôesde nos, em barrancosrochosos. Sinnmgta "'"""""' de1987, idem, estufa do sftio de Mauro Pebcoto, pécieque tem um insofismâvelvalor ornamental. vlllosaexige ambiente ûmido e tem um pequeno SâoPaulo, Mogi das Cruzes, Biritiba-Ussû; idem Felizmentesua reproduçâo e fâcil por propaga- tubercule,subterrâneo. Finalmente, S. sceptmm Ervaepifîtica, toda pubérula. Caule ramificado, tre- estufado "BotanyDepartment", Smithsonian cao vegetativa ou sementes. Cubitanthus alatus colonizaos terrenos brejosos e osbarrancos ûmi- padeiro-pendente15-40cm de comprimento.Fo- Institution,Washington D. C.,Estados Unidos. Ihasiguais nos pares, pecfolo l-2mm de omprimen- temHor pequenae discreta;tem a aparênciade dos de estrada, nâo sendo encontrada em mata carnosa,ovalada, 0, de umaplanta invasorade plantaçâode cacau. E fechada. to, lamina 8-l,5cm As diferençasque eristem entre essa espé- possfvelque essaespécie se encontreem outras grupoC reûnetaxa que têm uma ârea de comprimento,margem dentada, verde na face ada- cie e C. devosianasâo fâceis de observar.As 0 xial,verde faceabaxial nervurasaver- localidadesna mataûmida do sul da Bahia,mas distribuiçàoque se estende até a regiâonordeste. pâlidona om folhassâo geralmente menores que a corola, corn passoudespercebida dos coletores até agora. Ne- Codonanthe mattos-silvae foi varias vezes coleta- melhadas.Flores solitârias nas axUas dos pedolos, a margemnitidamente dentada, os segmentos do matanthuscorticola se destacapelo seuaspecto dacrescendo sobre dendê (Elaeis guineensis) em gradosas,pedicelo 2-5mm de comprimento, seg- calicesâo largos e nâolineares, a corolae maior muitopeculiar corn pedûnculos de 10 a 20cm e formaçâomais aberta que a mata.Dalbergaria mentosdo caliceoval-oblongados, agudos e aver- e muito ventricosa.0 epfteto "serrulata" seréféré corolasvermelhas de 4 a5cm de comprimento. A sanguineaexige mais umidade e oeupa as matas melhadosno âpice,7-lOmm de comprunento,2- aospequenos dentés da margem das foUias; esse 2, 2, de sua distribuiçâoendêmica da regiâo cacaueira de brejo do nordeste(Andrade-Lima 1981). Pa- 5mm de largura,corola branca, 0cm carâcterpermite uma identificaçâo fâcil da espé- représentaum casoûnico no gêneroNematanthus liavanatenuiflora e um arbustoque crescenos comprimento,base cilmdrica de 3mm de compri- cie cm estadovegetativo. Essas duas espécies mento,3^iiun de diâmetro,inflada numventre che- pelofato de ficar isolado das outras espécies que afloramentos rochosos da mata ûmida e nos cam- diferemtambém pela distribuiçâo geogrâfica. C. ocorrem todas mais ao sul, entre o estado do gandoa8mm de altura por 6inm de largura, lobos devosianae assunencontrada na mata atlântica pos rupestresem matasciliares. Siwnngiabarba- Espfrito Santo e o norte do Rio Grande do Sul. A ta, alémda suafreqûência na matahigrôfila e nos subiguais,4-5mm de omprimentopor 5-6mm de entrea divisados estados do Rio de Janeiro/Sâo espéciemais prôxima pela morfologia floral e pela cacauais, coletadaperto de Cachoeira(oeste largura,estâmes indufdos, anteras reunidas em dois Pauloe o extrêmenorte do Rio Grandedo Sul. foi distribuiçàoé crassifoliusque cresce nas matas deSalvador) e em très matas isoladas (brejo) na pares,pôlen branco, disco formado de duas glându- As medidasusadas na descriçâoforam to- dasserras perto de Vitôria, a umadistância de no caatinga.Sua ocorrência também foi registrada lasnectarîferas decor crème ereunidas em posiçâo madasapartir de material vivo; notou-se que este, mînimo500 km e chegaaté a SerradaBocaina no umavez no sul do estadodo EspfritoSanto. dorsalna base do pistilo, ovârio esverdeado, estUete apôssecagem, apresenta uma notâvel reduçâo de brancocorn estigma amarelado, inclufdo na corola. tamanho. estadode Sâo Paulo. Esse isolamento tem prova- 0 grupoD e compostade espéciesque têm velmentea ver corn uma adaptaçâo a um polini- ampladistribuiçâo nos neotrôpicos e apresentam Bagacamosa, globular, de cor laranja. A distribuiçâogeogrâfica das 19 espécies e zador,que poderia ser um beija-flor,ou cornou- disjunçôesentre a mata amazônicae a hiléiabaia- apresentadanatabela 2. Cinco grupos ou padroes trosfatores aînda estabelecidose ligados à Materialexaminado - BRASIL, Bahia: Camacâ, se sobressaem. mal na.E intéressante notar que todas as très espécies histôriada vegetaçâoda hiléiasul-bahiana. sâoepiffticas e se encontramnas plantaçôes de BR-101do rio Pardo,T. S.SANTOS 1696, 24-V- 0 grupoA incluitrès espécies estritamente 1971,(CEPEC, R). 0 grupoB, com seteespécies encontradas cacau;esse fato indica provavelmenteboa apti- endêmicasda regiâocacaueira, duas das quais na regiào cacaueirae no sudestee sul do Brasil, dâopara colonizar diversas formaçôes végétais. 5c V. Chau

Gesneriaceaena regiâo cacaueira 57

Tabe,a2.D,stribuiç.ogeo^cadasesp.ciesnos»unic.p.osdosu,aaBah.a,noB»sHenosneo^cos. GrupoA: endêmicas Etentador concordar corn Andrade-Lima (1981) secundâriode diversificaçâopara a famûia Ges- em interpretar a ocorrência de Codonanthe ulea- Codonantheserrulata neriaceae.A regiâocacaueira situa-se na margem Cubitanthtisalatus Camacâ lia,Drymonia coccinea e D. serrulataem algumas destecentra, tendo très espécies estritamente en- Nematanthuscorticola Ilhéus,Itajuipe localidadesda regiâonordeste (AL, PE e CE), dêmicas: Codonanthe serrulata e Nematanthus Buerarema,Ilhe'us, comoremanescente de uma antiga formaçâo con- corticolaque tem suasespécies mais prôximas Itacaré,Maraù, tfnua de mata ûmida entre a Amazônia e a costa Ubaitaba,Una, entre os estadosdo Espfrito Santo e Sào Paulo, Uruçuca atlântica no terciârio. Porém, sem uma anâlise enquanto Cubltanthusalatus nâo mostra afmida- GrupoB: BA, sudeste e/ou sul do Brasil detalhadada histôriaevolutiva de umgrupo taxo- de definidacom outras taxa (a suaposiçâo taxo- Codonanthegracilis nômico,e muitodiiïcil fazertais aïïrmaçôes. nômicae discutfvele poderia ser colocadono Cairu, Camacâ BS,RJ,SP,PR, 0 grupo E reflète uma situaçâode extrema future na famfliaScrophulariaceae). Quando se Ilhéus, Una Lietzia brasiliensis SC,RS disjunçâo.As duasespécies de Besleriaocorrem Camacâ,Itajuipe, considéraa regiâocacaueira e asregiôes imedia- ES,MG,RJ a Napeanthusprimulifolius Itamarajù separadaspor pelomenas 3000 km entre regiâo tamente contiguas, evidenciam-se cinco outras Camacâ,Una Smningiaspeciosa RJ,SP Guianas-Roraimae o sul da Bahia,enquanto B. espéciesendêmicas do Brasil orientai, entre os S. villosa Itamarajù ES,RI flavovirense restrita à regiào Guianas-Roraima estados de Pernambuco e Rio de Janeiro. Trata- S.sceptrum Teixeira de Freitas ES Belmonte,Una nonorte do continentesul-americano, A laxiflora se Codonanthemattos-silvae (com eSpécies Indet.sp.l ES,RJ,MG, de Camacâ,Ibirataia, ES temuma larga e continuadistribuiçâo, das Guia- afinsna regiàoamazônlca e no Caribe),Lietzia Itacaré,Itamaraju nasaté o Mexico;As duasespécies sâo ervas ou brasiliensis,Paliavana tenuiflora, Sm/iinffa barba- GrupoC: sul da Bahia e Nordeste pequenosarbustes de mataûmida e densa.Essa la, S.speciosa e indet.sp. l (todoscom taxa prôxi- Codonamhemattos-silvae extrema disjunçâo séria um outra elemento mosdistribufdos na regiàosudeste). Para confîr- Cairu,Camamù, BA (Cachoeira, Ilhéus,Ubaira, apoiandoa teseda antigaligaçâo entre a mata mar a afinidade das Gesneriaceaeda reglâo Cruzdas Aimas), atlântica e a hiléia amazônica. Besleria e um dos Dalbergariasanguinea Uruçuca SE cacaueiracom as espéciesda reglào sul-oriental, Una Paliavanatenuiflora PE,CE maioresgêneros de ,corn pelo me- bastacitar Codonanlhe gracilis, Napeanthus pri- Ilamarajù, BA (campas nos 150 espéciescuja distribuiçâo vai ao Mexico Simingiabarbala PortoSeguro mitlifolius,Sinnmgia sceptmm, S. villosa que atin- rupestres), MG,PE até o Brasil e o Caribe; o noroesteda América do gemna regiâo os seus limites de extensâo em Almadina,Camaçâ, BA (Cachoeira), Camamù,Canavieiras, PE,ES Sulparece formar um importante centro de diver- direçâoao norte. Resumlndotudo, chega-se a Ilhe'us,Itacaré, sidade(Skog 1979). No Brasil,as matasûmidas Portiraguâ, catorzeespécies num total de dezenove,ou seja, dos estadosdo de Janeiro e Sâo Paulo abri- Ubaitaba,Una, Rio maisde doisterços dos taxa, com origem e distri- Uruçuca gam entre 10 e 15 espéciesque se diversificaram buiçâo no sudeste do Brasll, incluindo o sul da unicamente nessa ârea, constituindo assim um Bahia.As cincoespécies restantes sào encontra- ?SS2, Bahia'NOKiesteeAmazônia> Gu-> centrasecundârio de diversidadepara o gênero. das na Amazônia e nas Guianas, mas elas conse- Çodonantheuleana 0 examedas afinidades das espécies da re- guiramtambém se estabelecer na regiào cacauel- Cajrû,Camacâ, PE,AL, Amazônia ra. Ibicarai,Ilhéus, giào cacaueiracom as outras espécicsdo mesmo SantaCruz Cabralia, gênero fornece dados ûteis ao estudo da diversi- Essa discussâo baseada em dados de distri- Una,Uruçuca, ficaçâona famûia Gesneriaceae.A tabela 3 resu- buiçâode Gesneriaceaeprécisa ser relacionada Valença Diymoniacoccinea meas principais informaçôes disponîvcis sobre os Camacâ,Ilhéus, com as hipôtesesexistentes sobre a origeme a PE,PI, Amazônia, gênerasde Gesneriaceaedo Brasil. Itacaré,Uruçuca, Guianas evoluçâoda flora que ocupaatualmente a zona D. serrulata Valença Nestatabela estâorelacionados os numéros neotropical.E sabidoque a vegetaçâoherbâcea e Almadina,Camacâ, Boli'via,CE, GO, estimadosde espéciesde cadagênera e suadis- epiiïticapassou par um intenso processo de espe- Ilhéus ' - ~"' MG, Amazônia, tribuiçâono Brasîl e nosneotrôpicos. Destaca-se ciaçâo a partir do fim do terciârio. No decorrer Ouianas,América assim gênerasque tem a suamaior Central, Caribe um grupode dasHutuaçôes climâticas mais récentes, no qua- OrupoE: sul da Bahia, Guianas eAmérica Central concentraçâode espéciesno Brasil, particular- ternârio, mesmo nas fases mais secas,o clima Besleriaflavovirens mente na regiâo sudeste e centro-oeste. Esses manteve-se ûmido nas encostas da Serra do Mar Ilhéus,Itacaré, RR, Guianas gênerossâo por ordemde importância numérica: situadasperto do litoral dos estadosdo Rio de B. laxiflora Itamarajù ,Nematanthus, Paliavana, Vanhouttea, Janeiro,Sâo Paulo e Paranâ.Par essemotivo, Çamacâ,Itamarajù, Porto América Central Seguro, Una Goyaziae Lietzia.Codonanthe représenta uma diverses autores consideram a Serra do Mar AbreviaçôesdosEstados brasileiros citados: situaçâointermediâria com cinco espécies de dis- comoum réfugia.Os dadosde distribuiçâoda tribuiçâosul-oriental e très espéciesdiversifica- famfliaGesneriaceae na regiâo cacaueira do Bra- 'ÊS^^s^-^^. ^^^SS^^'s^^s""-^ das no nordeste ou norte do Brasil. Todos os si', no entanto, nâo sustentamclaramente a exis- ^'fiQ 3SS"i^^ss£sSSHdo outrasgêneras mostram grande concentraçào de tênciade um réfugiaquaternârio na latitudedos espéciesentre a Colômbiae o Equador.A regiâo estadosda Bahiae EspfritoSanto, como postula- sudestedo Brasil pareceser assimum centra do por France(1981). A diversidadede gêneras

CONSERVATOIRE^OTM-1tq*X 5i . 'i. Cha. tems Gesneriaceaena regiâo cacaueira 59

Tabela3.Gêneros deGesneriaceae noBrasil enos neotrôpi, 11COS. e espéciesencontradas ali parecemais ligada à 5, série Pragas e Moléstias. Livraria Duas Américas. Salvador. tribo variedadede fatores climâticos, edâficose topo- gênera n° total BROWN, K.S. JR. 1977. Centras de evoluçâo, refûgios nede espécies grâficos.Faltam ainda trabalhos revisôestaxo- de espécies no Brasil e distribuiçâo de quatemarios e conservaçâode patrimônios genéticosna do gênera nômicasna famiïia Gesneriaceae,incluindo ob- no gêpero distribuiçâo regiâo neotropical: padrôes de diferenciaçâo em nos néo- servaçôessobre ecologia,biologia da reproduçâo Ithomïinae (Lepidoptera: Nymphalidae). Acta Gloxinieae tropicos Amazônica 7:75-137. Gloxinia e da dispersâo de sementes,como iadicado por 21 GO-MT. CHAUTEMS, A. 1988.Révision taxonomique et possibilités 4: DF. Peru MG-SP. France (1988), para se propor um modela da d'hybridations de Nematanthus Schrader Goyazia 2 -»Argentina 2: GO-MT. DF. diversificaçâo e da filogenia dos gêneras desta (Gesneriaceae), genre endémique de la forêt côtière Lietzia 2 XXX 2:BA. ES-RJ. brésilienne. Diss. bot. 112:1-226. Paliavana XXX famflia na América tropical. 6-7 6-7:BA-MG- GOUVÊA, J.B.S., MATTOS SILVA, L.A. & HORI, M. XXX Os dadosreunidos até agoraindicam que os ES.RJ. 1976. l. Fitogeografia e mapa de vegetaçâo. In Sinningia ±65 taxade Gesneriaceaese diversificaram na regiào ±60: Brasil. Mexico Diagnôstico técnico-econômico da regiâo cacaueira, oriental e méridional do Brasil de maneira isolada Recursosflorestais, vol.7. ComissâoExecutiva do Piano Vanhouttea 6 -*Argentina 6: MG-RJ-SP. da Lavoura Cacaueira e o Instituto Interamericano de Koellikeria XXX do resta da famîlia; algumasespécics, no entanto, l GO-MT. l: Costa Rica CiênciasAgricolas-OEA- Ilhéus, Bahia, Brasil, p.1-7. Beslerieae apresentamdisjunçôcs entre o Brasiloriental e a Besleria ±180 -*Argentina MAFFER, J. 1974. Avian spcciation in tropical South 17: RJ.SP/BA Mexico regiâoamazônica ou guianense.As aïïnidades America. Nuttall. Ornithol. Club, Cambridge,Mass. /Amazônia -»Çaribe -> entre as espéciesindicam também um centra de HANSTEIN, J. 1864. Gesneriaceae In Martius, Flora Anetanthus l Peru. diversidadena regiâo sudestedo Brasil, mas em Brasiliensis 8:342^(28. l: MG-RJ. MORI, S. & MATTOS SILVA, L.A. 1979.Thé herbarium of Colômbia -* algunsexemples, a afinidadee maior com taxa Cubitanthus l Boli'via. thé "Centra de pesquisasdo cacau" at Itabuna, Brazil. 1:BA. encontradosno centra principal de diversidade Brittonia 31:177-196. Episcieae Albplectus ±60 da famflia que selocaliza no noroesteda América MORJ, S., BOOM, B.M. & FRANCE, G. 1981.Distribution 3-5: Amazônia. Colômbia do Sul (Equador-CoIômbia). pattemsand conservationof EastemBrazilian coastal Nematanthus 26 -*Caribe. foresttree species. Brittonia 33:233-245. 26: BA -* RS e apresentados Codonanthe XXX Os resultados comentârios 17 8: PB -> RS MORI, S.,BOOM, B.M., DE CARVALHO, A.M. & DOS Mexico aquiconfirmam o grandeintéressé e valorda flora /Amazônia. SANTOS,T.S. 1983.Southern Bahian moist forests.Bot. -. Caribe da regiâo cacaueira.As suascaracterîsticas ûni- Rev. 49:155-232. Codonanthopsis 4 -*Bolivia. 4: Amazônia. casjustificamum esforçourgente de conservaçâo, FRANCE, G. 1979.Thé taxonomyand phytogeographyofthe Peru Chrysobalanaceaeof thé Allantic coastalforest of Brazil. Drymonia -*Guianas. diante dasdestruiçôes que aumentaminexoravel- ±80 5: BA. MT Revta. brasil. Bot. 2:19-39. Am. Central mente.Infellzmente, dévida ascontingôncias eco- FRANCE, G. 1981. Fprest refuges: évidence from woody -Amazônia -*Caribe nômicase polfticas atuais,essas riquezas naturais, angiosperms.In Biological Diversification in theTropics. Paradrymonia ->Equador. ±30 2: Amazônia. (G.T. France éd.), Columbia Univ. Press, New York, Am. Central resultado de milhôes de anos de evoluçâo, nâo p.245-251. Nautilocafyx ±45 -*Colômbia. recebema dévida consideraçâo. 10-15:Amazônia. Mexico FRANCE, G.T. 1988.Padrôes de distribuiçâo e especiaçâo em Chrysobalanaceaee outras familias de plantas -»Peru Agradecimentos- 0 autor agradeceao "Fonds National Trichantha amazônicas.Acta Bot. Bras.1:1-25 (supl. ). ±60 -*Venezuela. Suisse de la Recherche Scientifique" (FNSRS) pela boisa l: CE/Af. Guatemala SKOG, L.E. 1979.Gesneriaceae. In Flora of Panama.Ann. concedida para a execuçâodeste projeto (n° 84GE14), ao Missouri Bot. Gard. 65:783-996. -»Colômbia Conselho Nacional de Desenvolvimento Cienti'fico e Dalbergaria -*Guianas. VANZOLINI, P.E. & WILLIAMS, E.E. 1970. South ±40 Tecnolôgico (CNPq) pela autorizaçâode colctas,à équipe do 3: BA/CE Mexico American anoles: Thé géographie differentiation and /Amazônia. herbârio CEPEC pela sua colaboraçâo, aos diretores e -*Caribe évolution of thé Anolis chrysolepisspecies group (Sauria, curadoresdos herbarios citados pelo bom acolhimento. Meu Columnea ->Boli'via. Iguanidae).Arq. Zool., SâoPaulo 19:1-298. ±90 2:RR/AP reconhecimento a André M. de Carvalho pela revisâo do Am. Central VINHA, S.G. da, MATTOS SILVA, L. A., DE português e a Jacqueline Meroz pelas iluslraçôcs. -*Guianas CARVALHO, A. M., PEREIRA, R.C. & ZUMETA, Episcia 14 ->Caribe. H.R. 1983. Plantas herbàceas, epiïitas, arbustivas e 3-5: Amazônia Colômbia Referências trepadeirasassociadas à cultura do cacaueiro.Centra de -*Peru Pesquisasdo cacau,Ilhéus. Chrysothemis -*Gujanas. VOOEL, S. 1969. Chiropterophilie in der neotropischen 3: Amazônia. ANDRADE-LIMA, D. 1981.Present-day forest refuges in Am. Central Flora.Neue Mitteil. - Flora,(B) 158:185-222. Northeastem Brazil. In Biological diversification in thé I. -*Equador WIEHLER, H. 1983. A synopsis thé Neotropical tropics. (France, G.T. éd.), Columbia Univ. Press,New of -»Guianas. Gesneriaceae.Selbyana 6(1-4):1-219. Napeantheae York,p.245-251. Napeanthus ±20 2-3: BA. RJ.PR. Am. Central BONDAR, G. 1939.Insetos daninhose parasitasdo cacauna -»Guianas Bahia. Instituto do cacauda Bahia. Boletim Técnico ss=»s^, %s:--. -. "- -»BoIivia. ^', c".trc.doisPalscsindica d">tribuiçâo-comfnua: