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TEORIA E CULTURA 159

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Sheyla Castro Diniz Sheyla Castro at Poli/USP (1973) Poli/USP at de na Poli/USP (1973) na Poli/USP Gil de Gilberto Political denunciation and counterculture: the Gilberto Gil’s “forbidden show” “forbidden the Gilberto Gil’s counterculture: and denunciation Political Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais - UFJF v. 13 n. 2 Dezembro. 2018 ISSN 2318-101x (on-line) ISSN 1809-5968 (print) ISSN 2318-101x (on-line) 2018 ISSN 13 n. 2 Dezembro. Sociais Ciências em - UFJF v. de Pós-Graduação Programa Denúncia política e contracultura: o “show proibido” proibido” o “show e contracultura: política Denúncia 1 Doutora e mestre em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Graduada em Música e Ciências e Ciências em Música Graduada (Unicamp). Estadual de Campinas Sociologia em e mestre pela Universidade 1 Doutora (UFU). de Uberlândia Federal Sociais pela Universidade Keywords: Gilberto Gil. Political denunciation. Counterculture. Dictatorship. Student Movement. Movement. Student Dictatorship. Counterculture. denunciation. Political Gilberto Gil. Keywords: musician – who had returned to Brazil a little over a year ago, after his exile – is an important an important exileis his – after ago, a year over a little Brazil to – who returned had musician as well as youth, 70’s by adopted strategies the political denunciation understanding for document closely sometimes and too dichotomous sometimes values: the counterculture’s with their relations to still insists that regime the undemocratic against resistance a broader sides of these are related, us. haunt Abstract ofthe School Polytechnic atthe Gilberto by Gil performed show ofthe analysis an offers This paper in a Movement the Student by organized event 1973, an in May (Poli/USP) São Paulo of University tropicalista of emblematic the concert This the military of dictatorship. repression intense of context Palavras-chave: Gilberto Gil. Denúncia política. Contracultura. Ditadura. Movimento Estudantil. Movimento Ditadura. Contracultura. política. Denúncia Gilberto Gil. Palavras-chave: Este artigo propõe uma análise do show que Gilberto Gil realizou na Escola Politécnica da Universidade da Universidade Escola na Politécnica Gilberto realizou Gil que do show análise uma propõe artigo Este Estudantil pelo Movimento promovido gratuito de 1973, evento em maio (Poli/USP) de São Paulo trazer o para Ao militar. da ditadura repressão de intensa sobcontexto um da(ME) universidade do exílio regressado havia de um ano mais pouco há que tropicalista, o expoente palco improvisado se para compreender importante fonte numa consiste Poli/USP na de Gil a apresentação forçado, escolarizada da época,bem da juventude parcelas por adotadas política denúncia de estratégicas as e ora dicotômicas muito faces, ora da contracultura: de valores a gama com relações suas as como ainda que, antidemocrático o regime contra ampla mais resistência conectadas,uma de intimamente assombrar. em nos insiste hoje, Resumo 160 TEORIA E CULTURA de 2010 circulava no Youtube da censura.da vozes em1978pelas Consagrada redemocratizaçãopela eo relativo arrefecimento ouvidos dogrande público emmeio àexpectativa Composta em1973,Cálice da ditadurada àmúsicadedicada popular brasileira no contexto conhecido eraramente bibliografia citado pela àqueleo acesso material até então pouco numerosa, aprisão doilustre ex-presidente para denunciar, emcumplicidade com aplateia agora, nãoainsistência sob deestudantes, mas Janeiro, dos Arcos aos pés Retomada,Lapa. da 2018 no Festival Lula Livre, no de Rio sediado 2008), foi retomada autores pelos emjulho de Ministério Cultura da dogoverno Lula (2003- com aquele que, mais bem tarde, assumiria o a emblemática Cálice dosestudantesdepois apedido no show Poli, da 73 Phono do Parque Anhembi, emSãoPaulo, durante o conturbado história da brasileira. ressignificada à luz do atual momentopolítico que aMPB dosanos de1960e1970tem sido veio acalhar, somando-se aoutros em episódios São Paulo (Poli/USP) Politécnica1973, na Escola Universidade da de restaurado doshow que omúsico realizara, em três CDs duplos, contendo, um deles, o áudio lançaram uma caixa-box Gil com deGilberto 6 5 Disponível em:https://www.youtube.com/watch?v=4XgFk2HS8es. Acesso 2018. em16set. 262-266), projeto que, contudo, concretizaria se só em2017. também assistira àapresentação. Após recuperar oáudio, Paulo pretendia lançá-lo emCD(COSTA, 2003, p. 193-194; engenharia eparticipava civil doGrupo deTeatro Politécnico. Perez repassou omaterial para omúsico Paulo Tatit, que posteriormente. Até então perdidos, os rolos Poucas tiveram pessoas ao registro, acesso reproduzidofragmentadas emfitas K-7 que chegarampela USP acircular 4 Oshow Gil foi deGilberto gravado estudante pelo deengenharia Guido elétrica Stolfi equipamentonum de rolo akai 3 Disponível em:https://www.youtube.com/watch?v=dIwKGsjRqGQ. Acesso 2014. em01set. Gil.2 Gilberto Caixa-box com três CDs duplos Anos 2017. Geral, 70ao vivo. DiscoBertas/Geleia Anpuh com2017b), realizada oapoio FAPESP, da que edotrabalho apresentei epubliquei nos Anais Simpósio doXXVIII da 8 Este artigo consiste numa versão ampliada deum dos subcapítulos erevisada de doutorado tese deminha (DINIZ, 7 Disponível em:https://www.youtube.com/watch?v=PKPBsOD1cXM. Acesso 2018. em21set. compôs (2.ªe4.ª)Milton aquelas Gil por (1.ªe3.ª). Gilberto criadas Phonogram/Philips, 1978. Nesse registro, que contou MPB4, canta com Chico do grupo a participação as estrofes que Cálice Censurada emplenoCensurada Centro deConvenções Em 2017, os selos DiscoBertas e Geleia Geral Geral eGeleia DiscoBertas Em 2017,osselos Introdução (DINIZ, 2015a). ( (Chico Gil). LPChico eGilberto Buarque (interpretação Buarque deChico eMilton Nascimento). 3 , possibilitando aosfãs epesquisadores , e, mesmo assim, interpretada dias Programa dePós-Graduação - UFJF v. emCiências Sociais 13n.2Dezembro. 2018ISSN 2318-101x(on-line) ISSN 1809-5968 (print) 4 . Olançamento emCD, no entanto, , parceria Buarque deChico desde o início da década década oinícioda desde 2 . Oáudio, na íntegra, já só alcançou só os akai foram localizados em 2002 por Ary Perez, foram em 2002 por Ary localizados que, em 1973, cursava 5 . chumbo” de uma resistência mais ampla em“anos de de engajamento ditatorial, no período fez parte nem sempre emconta levada quando trata se meio universitário; contracultura que, embora valores contraculturais eexperiências naquele e oestudantado deesquerda eaexistência de realçar os acordos entre e tensões o tropicalista com uma mais mirada abrangente, procurando analiso oshow Gil na deGilberto Poli/USP Para doque além Cálice em aguçar amemória recente. denosso passado este artigo compartilha mesma da tenacidade discutido. Não obstante outro, meu foco seja marcantes MPB da é assunto ainda para ser muito dessas eoutras retomadas decomposições vicissitude dostempos. então entrado num acordo diante demanda da e obra discos, em seus ecriador parecem ter tropicalista sempre evitou eque jamais gravara de Chico edeMiltonde Chico Nascimento noutras apresentações de2018 a este último que juntou Gil se para cantá-la Os significados políticossocioculturais Os e significados Cálice fato deeuestar aqui cantando ecomo pensar nisso derelação haver otipo quecabeça podia entre o um negócio marcado, estereotipado na minha fazer. oque eupoderia na cabeça minha Não era é...”. Eu muita não tinha não ideia, era muito preciso é importante,lá, é interessante pra como eles, sabe Disseram: “Ó, USP da lá quer que opessoal vá você Eu aqui vim porque, osmeninos lá, me sei pediram. 8 . eo“show proibido” representou na ocasião, 7 . Canção que o 6 , foi também . Programa dePós-Graduação -UFJF v. emCiências Sociais 13n.2Dezembro. 2018ISSN 2318-101x(on-line) ISSN 1809-5968 (print) TEORIA E CULTURA 161 . Hoje Hoje . 14 , não obstante obstante , não . Acusado de . Acusado 13 12 . À apresentação de Gilberto Gil, Gilberto de Gil, . À apresentação 11 No dia 16 de março de 1973, um discente de 1973, um discente dia 16 de março No tropicalista na Poli (COSTA, 2003) –, lembra que que –, lembra 2003) (COSTA, Poli na tropicalista universidade na presença registraram também Baltar, Amelita Gonzaguinha, como músicos não show Sosa num e, Mercedes Piazzola, Astor outono no livre ao ar celebrado marcante, menos Som banda sua e Nascimento de 1974, Milton Imaginário apurado, o caso desencadeou enorme impacto e impacto o caso desencadeou enorme apurado, e em parcelas universitário meio indignação no Cerca de Católica. dasociedade dacivile Igreja memória em à missa mil pessoas três assistiram Arns Evaristo Dom por presidida de Alexandre, as versões falseadas sobre a sua morte sua a versões falseadas as sobre entretanto, antecederam fatos e se somaram e se somaram fatos antecederam entretanto, pontuais. expectativas muito Alexandre do cursoda de geologia USP, os colegas entre Leme (conhecido Vannucchi agentes sequestrado por foi “Minhoca”), como Criada (Oban). em da Operação Bandeirantes de centralizar o objetivo em 1969, com São Paulo armada, a luta e aniquilar de repressão forças as sobretudo consideráveis, êxitos logrou a Oban em novembro ao assassinato, concerne que no líder da Ação Marighella, de 1969, de Carlos considerado e (ALN) LibertadoraNacional (ver da ditadura inimigos um dos maiores praticamente 171-178). Já 1987, p. GORENDER, em 1973, os grupos clandestinos desmantelados à a recorrer passaram armada de ofensiva recompor de tentativa na estudantil esfera de militância os seus quadros envolvimento com a ALN, Alexandre faleceu a ALN, Alexandre com envolvimento dependências nas março, em 17 de sob tortura, Operações de Informação de do Destacamento (DOI- de Operações– Centro de Defesa Interna de São Paulo do II Exército CODI) . 10 . 9 – não há outra fonte conhecida conhecida fonte outra há não – Cale-se Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais - UFJF v. 13 n. 2 Dezembro. 2018 ISSN 2318-101x (on-line) ISSN 1809-5968 (print) ISSN 2318-101x (on-line) 2018 ISSN 13 n. 2 Dezembro. Sociais Ciências em - UFJF v. de Pós-Graduação Programa e como planejar isso e tal. Então, eu fiz uma escolha uma eu fiz tal. e isso Então, planejar e como meio de um critério dentro cantar pra de músicas daquilo evidentemente, E dentro, mesmo. absurdo do meu dentro exercitável mais atual, é mais que [...] (Gilberto Gil) repertório Gilberto Gil ao vivo na USP (1973). DiscoBertas/Geleia USP na vivo ao Geral, Gil 2017. CD Gilberto Nesse contexto, Gilberto Gil não foi o único foi Gilberto não Gil contexto, Nesse No início dos anos de 1970, sob o rigor sobde 1970, o rigor início dos anos No 10 Angélica Müller sustenta a hipótese que os Centros Populares de Cultura da União Nacional dos Estudantes (CPC da dos Estudantes Nacional da União de Cultura Populares os Centros que a hipótese sustenta Müller 10 Angélica dos princípio no Estudantil do Movimento político-cultural a reorganização 1962 e 1964, inspiraram entre UNE), ativos 72). de 1970 (MÜLLER,anos 2010, p. 166- p. 2017a, DINIZ, em 1974, ver USP, na e Som Imaginário Nascimento de Milton o show sobre informações 11 Para 168. tinha estudantil movimento “o que salienta Ridenti Marcelo armada, ME e luta entre eventuais dos trânsitos 12 Apesar da conquista sentido no de base, principalmente das reformas democráticas, das liberdades defesa na tradição de luta nas a cogestão e e gratuito público do ensino a extensão coisas, outras dentre implicava, que universitária, da reforma ver e universidade, ditadura estudantil, movimento sobre análises outras 121). Para 2010, p. (RIDENTI, faculdades” (2014). (1987) e MOTTA FILHO MARTINS Ustra. Alberto de Carlos Brilhante sob o comando estava de São Paulo do II Exército o DOI-CODI que 13 Cabe ressaltar 9 In a tecer um extenso relato da apresentação do daapresentação relato extenso um tecer a artista de renome a atrair uma plateia numerosa numerosa plateia uma a atrair artista de renome Costa, e autor jornalista Caio Túlio a USP. para livro do das medidas autoritárias e antidemocráticas e antidemocráticas das medidas autoritárias n.º 5 (AI-5) – Institucional Ato no previstas de 1968 –, os diretórios em dezembro editado intensificaram acadêmicos daUSP e centros artístico-culturais. a realização de atividades de filmes, exibição de peçasEncenação de teatro, de jornais e produção musicais apresentações agenda na constavam informativos boletins e (ME). Em fevereiro Estudantil do Movimento estipulado havia Médici de 1969, o governo de AI-5 das 477, chamado n.º o Decreto-lei sustentação oferecia decreto Tal universidades. desde praticadas legal açõespara arbitrárias Nacional a União quando militar, o golpe entidade (UNE), principal dos Estudantes colocada na foi estudantil, do setor representativa sobre pairava vigilância A que clandestinidade. como contudo, funcionado, ter parece os campi a gradativa para espécie propulsora uma de mola do ME. Além revitalização de proporcionarem artístico- lazer atividades e sociabilidade, as para fundamentalmente contribuíram culturais políticos. os debates se aprofundassem que mesmo oposição, uma Articulava-se, portanto, ditatorial ao regime velada, que 162 TEORIA E CULTURA São Paulo, entre osdias10e13demaio de1973 Centro deConvenções doParque Anhembi, em Phonogram, com cast deseu osartistas noites 73 doPhono Alexandre constituiu-se dasquatro na segunda no pós-AI-5. pública degrande contra porte oregime militar dentre outros criticava: aspectos, calar-se forçando-o afazerexatamente oque aletra, o som domicrofone foi deChico cortado, tinto desangue”. Emdeterminado momento, refrão: “Pai, afasta Cálice demimesse Frisaram, contudo, fragmentos dosimbólico improvisos e palavras censura prévia à canção, os dois entoaram interpretar Cálice arecém-criada Na noite Buarque 11,Gil dodia eChico tentaram Edson LuísEdson assassinato àqueima roupa dosecundarista de JaneiroRio – motivada pelo em larga escala PasseataDepois da Mil em1968,no dosCem naSão Paulo, Catedral Sé, da no 30 de março. dia ser traído eentregueser aossacerdotes leique da o estribilho, ao citar as palavras de Cristo antes de liberdade deexpressão imposta censura. pela O 2002, p. referia 91)–não somente se tão àfalta de verbo, no imperativo, “cale-se” (ver MENESES, paronomásia entre osubstantivo “cálice” e o Phono 73 17 Phono 16 Oespetáculo, que não rendia premiações, visava adar mais visibilidade aosmúsicos doelenco Phonogram. da março de1968,no restaurante estudantil apelidado Calabouço, no deJaneiro. Rio 15 Edson Luís foi morto militar por umpolicial durante uma manifestação por melhores condições dealimentação, em (COSTA,Leme 2003,p. 28;43-67;111-117). foi que sofria, assassinadoperseguições política pouco tempo atiros polícia pela depois morte da deAlexandre Vannucchi recrutamentopelo de estudantes para aclandestinidade”. Queiróz, que havia em 1973 já abandonado a USP às devido mantinham estreitos com vínculos ocolega Ronaldo Mouth Queiróz (“O papa”), militante ALN e “responsável da três estudantes USP degeologia da docurso (Alexandre Vannucchi Leme, Adriano Alonso Diogo Lázaro) eAlberto http://verdadeaberta.org/mortos-desaparecidos/alexandre-vannucchi-leme. Acesso em 25 mai. Costa, 2015. Segundo 14 Ver “Caso Alexandre Vannucchi Leme”. In Comissão da Verdade do Estado de São Paulo Ruben Paiva. Disponível em: chegou aatingir onúmero de20.000exemplares” 2010,p. (MÜLLER, 80). Müller, Ponte “A 20 “Chico e Gil, uma dupla proibida”, ponte A Buarque,de Chico “Umda censura”, fiscal Jornal da Tarde, SãoPaulo, p. 2,14 mai. 1973. no censura Phonogram”, epela Jornal Tarde da 19 “Música Popular”, 1996, p. 138-139. percebidoteria oduplo sentido palavra “cálice” da eexplorado aquestão censura. da Para mais informações, ver RENÓ, deCristo,18 Amenção aomartírio alinhavado com arepressão eatortura, partiu deuma reflexão Chico de Gil. Gilberto Buarque Gil eChico Gilberto 73 no Phono Jornal Tarde da O “elo” entre Gil eamorte Gilberto de Cálice –cujo próprio título consiste numa Programa dePós-Graduação - UFJF v. emCiências Sociais 13n.2Dezembro. 2018ISSN 2318-101x(on-line) ISSN 1809-5968 (print) 15 : ocanto deumpovo. DVD, 35min.Universal, 2005.Para uma interpretação análise da deCálice –,aquela eraaprimeira manifestação se propunha se mural, umjornal ser semanal que, decirculação durante 1973,ano desua fundação, , a edição seguinte, aedição esclareceuda censura que umfiscal foi quem ordenou odesligamento domicrofone Jornal do Brasil B,, Caderno de Janeiro, Rio p. 14, 13 mai. 1973; “Chico censurado duas vezes, pela , espetáculo promovido, espetáculo pela nonsense sobre a melodia. . Cientes da , ver GARCIA, 2014,p. 118-129. , SãoPaulo, p. 14,12 mai. 1973.Adespeito dotítulo matéria dessa publicada .../ de vinho .../ devinho , jornal-mural USP, da do CCA 3.º exemplar, 19a 25 mai. 1973. Segundo 17 . , no 16 . (DSI) doMinistério Educação (MEC)–havia da subordinado eInformação àDivisão deSegurança eInformaçãoSegurança (AESI) USP da –órgão de acordo de aAssessoria com Especial Costa, impôs etampouco objeções, exigiu cachê. Ainda entrada pela livre,se Gil não àqual Gilberto do público. Apesar dasdivergências, decidiu- que acobrança comprometer poderia ointeresse partidário, mas atuantes entendiam no CCA, a UNE,na clandestinidade. Outros, vínculo sem ingressos, pretendendo converter arenda para defendiamdo Brasil (PCdoB) acobrança de alguns estudantes ligadosaoPartido Comunista colega Alexandre. Conforme CaioTúlio Costa, denunciar torturas as prisões, eamorte do Politécnico concordavam sobre aurgência de evento, osmembros eosdoGrêmio doCCA universidade.da integrasse as atividades político-culturais doME impulsionado oconvite Gil para aGilberto que no campus no d’ a reproduziu, na íntegra, no terceiro exemplar Conselho deCentros Acadêmicos USP da (CCA) de Janeiro, 13 de maio de 1973) 12 de maio de 1973) e no foiletra publicada no aludiam àrepressão eàtortura condenariam ao encontro ia à cruz, de estrofes que A ponte A Responsáveis eorganizar por articular o , jornal-mural amplamente divulgado 20 . Daí a repercussão canção da ter Jornal Tarde da Jornal do Brasil (Rio 18 . Mesmo a vetada, 19 . Dias depois, o (São Paulo, por por Programa dePós-Graduação -UFJF v. emCiências Sociais 13n.2Dezembro. 2018ISSN 2318-101x(on-line) ISSN 1809-5968 (print) TEORIA E CULTURA 163

. Às Às . 23 –, suscitou reformulações de críticas críticas de reformulações suscitou –, , embora não se possa ignorar que que se não possa, embora ignorar 25 24 (1972), contemplava os interesses da os interesses (1972), contemplava Tal parceria, assim como aquela que que aquela como assim parceria, Tal o recrudescimento do regime foi fator crucial fator foi regime do o recrudescimento “polarida- e de outras dessas o rearranjo para e de Gil exílio o forçado Além disso, des”. se que mais 1969 e 1972, por entre Caetano, por e mais políticas questões por menos explique acusadosvez uma – fundode moral questões culturais agitadores de serem pelos militares licenciosos vésperas do show na Poli, entretanto, as velhas velhas as entretanto, Poli, na do show vésperas em vista, tendo amansadas, hostilidades estavam Gilberto entre inédita a parceria naturalmente, um típico considerado este e ChicoGil Buarque, na e constantemente de protesto compositor mira da censura. e ao juntos & Caetano LP Chico no resultou vivo os da precisamente mais fonográfica, indústria seu em mantinha que Phonogram, gravadora mesmo num artistas. Promover os três dessemelhanças cujas discopalco músicos ou não festivais” “era dos na conflitos fomentaram e de econômica de ser estratégia uma deixava marketing cena artístico-cultural do final artístico-cultural décadada cena 1960, de de períodoo estudantado de hostilidades entre ao lado se destacou, que o músico e esquerda um dos principais como de , (1967-68) do Tropicalismo expoentes , p. 200). Sua Sua 200). p. , – um tanto – um tanto 22 . Na lousa do anfiteatro, escrito a escrito anfiteatro, do lousa Na . 21 Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais - UFJF v. 13 n. 2 Dezembro. 2018 ISSN 2318-101x (on-line) ISSN 1809-5968 (print) ISSN 2318-101x (on-line) 2018 ISSN 13 n. 2 Dezembro. Sociais Ciências em - UFJF v. de Pós-Graduação Programa Sábado, 26 de maio de 1973, setenta dias de 1973, setenta 26 de maio Sábado, 21 A estimativa do número de pessoas presentes no show aparece na legenda de umas fotos reproduzidas no livro livro no reproduzidas fotos de umas legenda na aparece show no de pessoas presentes do número 21 A estimativa que –, Prado Carmen na épocaregistradas estudante pela . Costaque imagens, nas se Cale-se – o afirma pode conferir p. 192; 250-252). 2003, de espaço (COSTA, falta por janelas nas “pendurados” estudantes havia que e lotou o anfiteatro o que em São Paulo, das Nações, Teatro no de shows temporada uma de 1973, Gilberto realizava Gil 22 Em maio de o ME. Vizinha e integrava Sociais de Ciências USP na era estudante Laís Abramo dos estudantes. o contato viabilizou 182-183; 188-189). 2003, p. (COSTA, ao músico de fazer o convite a tarefa a ela coube em Salvador, criança, quando Gil da Pontifícia Teatro de 1968 no ocorrida em setembro da Canção, Internacional das fases do III Festival 23 Numa O proibir”. proibido “É canção Caetano e sua contra bradou estudantil o público de São Paulo, Católica Universidade o tomar quer diz que que juventude “a criticava qual no discurso um provocador, proferiu já intencionado, músico, Jimi de dissonâncias nas Gil inspirada de composição ordem”, “Questão de desclassificado havia que poder”o júri, e tensões entre as porém, Antes, 297-307. p. 1997, e VELOSO, 229-254, 1997, p. CALLADO, ver o episódio, Sobre Hendrix. em junho da USP, e Urbanismo de Arquitetura Faculdade na à tona vieram de esquerda e o estudantado os tropicalistas era o Tropicalismo, cujo assunto um debate para convidados e Rogério Duprat, Neto Torquato Caetano, de 1968. Gil, In e insultos”. detalhes, “Provocações ver Para de bombinhas”. a “explosão direito com vaiados, amplamente foram Tropicália, um projeto de Ana de Oliveira, disponível em: http://tropicalia.com.br/identifisignificados/%20curiosidades/ disponível de Oliveira, de Ana um projeto Tropicália, envolvendo político-ideológicos dos conflitos análise uma 2014. Para em 01 nov. Acesso provocacoes-e-insultos-2. 231-286. 2001, p. NAPOLITANO, ver engajada”, da “arte e defensores tropicalistas os de 1973 entre maio e fevereiro meses os de entre 1972) figurou (Phonogram, vivo e ao juntos & Caetano 24 O LP Chico DO FUNDO IBOPE, 1973). (INVENTÁRIO de São Paulo de sucesso paradas nas executados mais meses de detenção dois da edição dias depois do AI-5. Após de 1968, quinze em dezembro presos foram 25 Caetano e Gil Dificultadasas domiciliar. prisão cumpriram onde Salvador, para seguiram ambos Rio e no de Janeiro, em São Paulo de 1972 em janeiro definitivamente de 1969, regressando o exílio partiram para em junho de trabalho, possibilidades 347-421. 1997, p. VELOSO, ver informações, mais permissão Para concedida judicial. lhes foi quando após a morte de Alexandre, Gilberto Gil subiu Gilberto subiu Gil de Alexandre, a morte após do Vermelho palcoao pequeno do Anfiteatro mais ao show Assistiram do Biênio. Auditório cursos de diferentes oriundos de mil discentes matriculados não na além de jovens da USP, universidade se posicionado contra a realização da atividade. a realização da atividade. se contra posicionado transferido lhe foi o que Determinado a acatar da Escola Politécnica o diretor ordem, uma como do presidente do justificativas cedendo às acabou o ocorrido se espalharam sobre Boatos grêmio. ao então conferindo pelo campus, rapidamente de “proibido” de Gilberto um caráter Gil show 194-195). 192; 2003, p. (COSTA, giz, constavam a programação cultural da semana da semana cultural a programação giz, constavam da recém-liberados de estudantes e o número quatro de outros os nomes bem como prisão, de pelos aparatos presos continuavam ainda que não Gil que Obviamente do regime. repressão chegando ali, razões as de estar políticas ignorava – estudantes dos convite o considerar a mesmo até e jornalista professor pela filha do sociólogo, feito Laís Abramo Abramo, Perseu quanto utilitário. Antes que o aceitasse, teria dito: teria dito: o aceitasse, que Antes utilitário. quanto ao palco eu suba coisas dizer para que “Querem dizer?”vocês devem idemque (apud aos remontava de provocação, em tom resposta, a marcaram que político-ideológicos conflitos 164 TEORIA E CULTURA anos depois: repertório,de seu como ele próprio insinuaria canção diferenciada eaté uma exceçãono âmbito “engajamento político”, mesmo uma essa sendo reincorpora àsua persona aexpressão-chave esquerda. Gil, sobretudo, quando assina Cálice antes destinadas aosmúsicos por setores da àqueles que bis pediram evento, conforme havia prometido, acontragosto, Gil cantou Cálice de ditadura. pelos Sua em parte encoberta fala, opapel arte emtempos ser da edoartista deveria estudante tomou apalavra para perguntar qual mão deuma retórica sutilmente desafiadora, um encorajou plateia. da intervenções Lançando canção, que, no contexto daquele show informal, tratava-se primeira da completa divulgação da ME.Apóspelo oque ocorrera se 73 no Phono corroborando adenúncia política almejada estudantes, orefrão gerou um momento catártico, pôde recusar pôde que perguntaram lhe ele que queria aletra, se não consequências –,foi desarmado no instante em visavase resguardar asipróprio depossíveis oupouco erafalso verdadeiro importa se –ou Buarque. por Chico criadas argumento, Seu “pedacinho”, alegando recordar não se dasestrofes mas concordou cantar que poderia apenas um 29 In oficialmente” (apud Anfiteatro do Biênio – Grêmio Politécnicoda USP –1.500 universitários [?]. No final cantou Cálice prontuário domúsico junto aoDepartamento deOrdem Política deSãoPaulo: (DOPS) “28/3/73–Show eSocial no 28 Gil não sofreu represálias por interpretar amúsica. Oocorrido, entretanto, foi registrado (com data no errada) jornal-mural USP da doCCA no deCálice qual aletra 27 Oestudante que sugeriu emmãos, provavelmente, aGil tinha aletra uma cópia doterceiro exemplar deAponte, Brasil,Canal 2011. 26 In Sob ainsistênciaSob plateia da Poli, da Gil hesitou, MORAES NETO, Geneton. Canções do exílio: alabareda que lambeu tudo. Documentário, deJaneiro, 150min.,Rio CDGilberto Gil ao vivo na USP (1973),op. cit. hoje muito. Tenhocantar de dificuldade essa música até tristonho [...].Isso, melodia da enfim, me tocava de uma individualidade. Asombra doPai. Eoar paternidade da ideia Essa como assalto àautonomia Trindade, com sua sombra permanente sobre nós. imagemessa Santíssima da primeira da pessoa a repressão, acensura. Etem história essa doPai: música [...].Porque ela ésobre ador, otormento, Eu tive mesmo muita delidar com dificuldade a 26 Programa dePós-Graduação - UFJF v. emCiências Sociais 13n.2Dezembro. 2018ISSN 2318-101x(on-line) ISSN 1809-5968 (print) . 27 . Num duplo desacato à censura, NAPOLITANO, 2004,p. 122). earetomou no desfecho do 28 . Reforçado pelos havia sidoreproduzida. , , emendou acabou com sonho O “linguagem fresta”, da metafórica. Na sequência, aplausos, Gil sugeria que da melhor fazeruso seria mesmo que instituir aautocensura. compositor, posto que, assim o se fosse, seria existir uma fórmula para ocomportamento do o teor decobrança, afirmando que não deveria por enquanto...”),dele cale-se esse Gil desmontou contrário, incentivando-a (“Deixa ele falar. Afasta políticos. Não questão, da furtando se mas, ao a transformar oevento emarena deconflitos plateiaparte da reunida ali não estava disposta que ointerpelava. Tal que reação acusa grande vaias, direcionadas não aomúsico, esimàquele registra o único momento ouvem no qual se que oanfiteatro –, não estivessesendovigiado gesto deproteção, ingenuidade pois seria supor do violão de Gil – quem numdedilhados sabe Resposta corajosaResposta e que risos desencadeou cima, ooutro vem por epassa baixo [risos] Um deobstáculos? corrida cara vem por epassa uma barreira qualquer”. Acho que não. Tem uma o comportamento é que tipo desse contra é válido “Só dizer: zer também acensura Seria decá. dolado compositor. Porque fa- amesma coisa: aí seria seria uma regra parauma ocomportamento cartilha, do Não acho que haver deva umpadrão, ummétodo, um,quecada foi oque perguntou você no fim... enfrentar [...].Eu acho que ocomportamento de deatitudetipo castradora. [...] E agente tem que que agente tem frequentemente contrárias aesse totalidade dascoisas; haja as vista manifestações é critério deles. Não abrange deforma nenhuma a Vai eoque Mas dizeroque não pode. pode isso [cochichos]. Não é?No é final que vaiseleção. fazera uma coisa que, no Brasil, chama se censura diante problemas desses instituiu Opoder todos. qual existe vê alei. se na sua Eoartista criação Você quer dizeroseguinte: Existe umsistema, no , música proibida 30 , escolha , escolha 29 . Programa dePós-Graduação -UFJF v. emCiências Sociais 13n.2Dezembro. 2018ISSN 2318-101x(on-line) ISSN 1809-5968 (print) TEORIA E CULTURA 165 , durou cerca de cerca , durou , levou a plateia às às a plateia , levou ), ambas praticadas por Gil Gil por praticadas ), ambas (Antoninho Lopes e Jaú). Sem Lopes e Jaú). (Antoninho foi criada no exílio, quando Gil Gil quando criada exílio, no foi Yin e Yang Yin , numa performance que, contando com com contando que, performance numa , Oriente (Firmo Jordão “Doca” e Germano Mathias) Mathias) Germano e “Doca” (Firmo Jordão . A começar pelo título, a canção abarca abarca a canção pelotítulo, . A começar 33 (Phonogram, 2222 (Phonogram, LP Expresso no Gravada Senhor delegado delegado Senhor destreza com que manejava os ritmos complexos complexos os ritmos manejava que com destreza entre mesmo despercebida passou não ao violão Antes opiniões. suas às afeitos menos aqueles à Cálice menção de qualquer jocosos e cantar ao comentar gargalhadas Chiclete com banana como de 1950, dos anos na nega e Almira Castilho), Minha (Gordurinha janela e pedidos, alguns privilegiou desprezasse que e, afinidade tinhamais quais as com canções julgava que canções declaração, sua conforme com o show abriu Gil acaso, por Não atuais. mais Oriente loco in elaborado um interlúdio dez minutos. 1972), Baleares/Espanha), (Ilhas em Ibiza férias passava e paraíso de todo o mundo de hippies recanto e mística vertente em sua da contracultura naturalismo, (esoterismo, neorromântica da expansão a natureza, com comunhão e a maconha, o LSD como via drogas consciência etc.) duas possibilidades semânticas não excludentes. excludentes. não semânticas possibilidades duas ideia cuja Oriental, o Mundo para aponta Uma condutas embasava e religiosidade de cultura a meditação como vida na cotidiana, holísticas preceitos nos (ancorada e a dietamacrobiótica chineses o verbo para aponta A outra período. naquele oriente, (“Se imperativo no que, “orientar”, de definir um a necessidade indica rapaz...”), é mais Uma posicionamento. ou caminho focada realidade na mais A outra, transcendental. harmônico de um ritmo Valendo-se objetiva. mas oriental, à música remetia que circular do berimbau, angola” ao “toque também de cheio Gil, por improvisado o interlúdio em Nele, de imediato. a plateia cativou melismas, complementar a dualidade com sintonia estreita letra na e nos e entrelaçada título no sugerida . 31 Clementina Clementina , Gil conversou com os com conversou , Gil 32 . Talvez Gil não escapasse das escapasse não Gil . Talvez Phonogram/Philips, 1972. 2222. Phonogram/Philips, LP Expresso (Gilberto Gilberto Gil). Gil. Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais - UFJF v. 13 n. 2 Dezembro. 2018 ISSN 2318-101x (on-line) ISSN 1809-5968 (print) ISSN 2318-101x (on-line) 2018 ISSN 13 n. 2 Dezembro. Sociais Ciências em - UFJF v. de Pós-Graduação Programa Tensões e consonâncias Tensões no esteve que em horas três quase Nas

Gil na Poli/USP, 26 de maio de 1973. Fonte: 1973. Fonte: de maio 26 de Poli/USP, na Gil COSTA (2003, p. 252). Foto: Carmen Prado. Carmen 252). Foto: (2003, p. COSTA 30 O sonho acabou 31 Sobre o Tropicalismo, ver, por exemplo, SCHWARZ, 1978, e FAVARETTO, 2007. Sobre contracultura e Tropicalismo, e Tropicalismo, contracultura 2007. Sobre 1978, e FAVARETTO, SCHWARZ, exemplo, por ver, o Tropicalismo, 31 Sobre 45-54. p. 2017b, 2009; e DINIZ, DUNN, exemplo, por ver, de apesar horas, três quase por estendeu-se das 17h30min, iniciado volta por o show, hora, meia durar para 32 Previsto das Nações. Teatro 21h no as para marcado show outro ter Gil 143). (1999, p. e FONTELES 127) p. (1996, declaraçõesde Gilberto em RENÓ Gil consultar a criação dacanção, Sobre 33 estudantes e procurou descontrair o ambiente. A o ambiente. descontrair e procurou estudantes estratégica já que a canção refletia criticamente criticamente refletia a canção já que estratégica pelo vivenciada contracultural a euforia sobre utopias das declínio o exílio sobre e no músico 1960. de anos os embalaram que revolucionárias àla do contagiante ritmo O de Jesus, relação feita pelo próprio compositor, compositor, pelo próprio feita relação Jesus, de e emotivo grave o clima dispersar por acabou Cálice por gerado da canção, a tocar não em caso insistisse vaias porém, Muitos, a par. estavam os estudantes qual independentemente ao show compareceram de já gostavam dessa expectativa. Antes, do pós- em cujo repertório Gilberto Gil, rock do inglês, do de influências repleto exílio, renovado interesse um de e oriental misticismo brasileiras, e musicais tradiçõespor culturais tropicalista à concepção continuidade dava anfiteatro da Poli da anfiteatro Àquela altura, 1973, modificado objetiva e 1973, modificado objetiva altura, Àquela do estudantado o ME, parcelas subjetivamente receptivas bem mais mostravam-se de esquerda combatidas. anteriormente e posturas ideias às e valores de práticas notável a presença Basta ver universitário. meio naquele contraculturais 166 TEORIA E CULTURA um “sujeito oriental” eoutro “ocidental”. noutro momento elementos musicais de Migliaccio (Xerife),Migliaccio fez um enorme sucesso entre opúblico infanto-juvenil. Walther37 De Negrão, Adriano Suart eSylvan Paezzo, protagonizada asérie, atores pelos Paulo José (Shazan) eFlávio 36 Sobre oassunto, ver 1995. SOLER, 35 CDGilberto Gil ao vivo na USP (1973),op. cit. 34 Para deOriente uma análise detalhada entendeu? Claro. Shazan, coisa nossa! Música malandro. vai Ou cantar as “coisa” que nossa, ésó com nhánhánhá esse aí, não, viu? Vai diferente, ser Sujeito Ocidental: Embreve, “tu não vai” ficar mais Sujeito Oriental: [Improviso vocal]. Imbecil. coisa aver com Oriente. cara édoido Esse mesmo. Sujeito isso aqui Ocidental: Como se tivesse alguma Sujeito Oriental: [Improviso vocal]. aíFica com nhánhánhá... esse rapaz, novela. da Aquela que aparece na televisão. Sujeito Ocidental: Pois é, uma rapaz.daquelas, Leva Sujeito Oriental: [Improviso vocal]. aí! éque Esse éosom gente. da som gente da éoutro, rapaz. Ei, Shazan, rapaz. Olha nada aver com isso, não, rapaz. Olha aí, rapaz! O ocidental,Civilização rapaz! Industrial! Não tem a ver, rapaz! Isso aqui éBrasil, rapaz! Ocidente! com Fica nhánhánhá. esse palhaço! Não tem nada Sujeito cara, Ocidental: Que que Olha, que babaca! Sujeito Oriental: [Improviso vocal]. no Brasil, rapaz! deOrientechinfra aqui comigo, rapaz! Nós “tamo” Sujeito rapaz, Ocidental: Ah, tirando fica essa Sujeito Oriental: [Improviso vocal]. nhánhánhá, rapaz! Sujeito Você Ocidental: Ah... aí com negócio esse de Sujeito Oriental: [Improviso vocal]. Sujeito com isso, Ocidental: Cala rapaz! Sujeito Oriental: [Improviso vocal]. Sujeito édoido... cara tá já Esse Ocidental: Ah... Sujeito Oriental: [Improviso vocal]. Sujeito rapaz! aboca, Ocidental: Cala vocal]. mesmo lamento. Omesmo sofrimento. [Improviso lamento. Éamesma pobreza. [Improviso O vocal]. na Arábia Saudita. [Improviso Éomesmo vocal]. Saudita. Nas “terra maldita” donordeste. Éomesmo Sujeito canto Oriental: Esse éomesmo na Arábia Programa dePós-Graduação - UFJF v. emCiências Sociais 13n.2Dezembro. 2018ISSN 2318-101x(on-line) ISSN 1809-5968 (print) 34 –,simulava umdiálogo entre Oriente – como detalhei , ver DINIZ, 2015b. A voz que imperial nos atribuíam. Eaqui [no que com vinha a discussão já o Tropicalismo. confirmada ecoavatropicalista:que afase “Era grosso modo, éum“outro eu”, dualidade com oalterego, né?”. diz àplateia: “É sempre importante agente falar ao HQ chama aatenção. Ao finalizar Oriente mais seja sugestivo,global inerente umaspecto O sonho acabou. Embora com ovínculo asérie adversário Dr. Silvana,por figuracitada em Gil do mago Shazam, Capitão Marvel tem como de Billy Batson, jovem que recebe ospoderes de1970.AlteregoBrasil no década inícioda quadrinho estadunidense muito popular no ao Capitão Marvel, super-herói história da em (porém com “m”) fosse talvez ainda uma alusão estudantes identificampersonagem. o “Shazam” 74 Xerife entre Globo eCia, exibida 1972- TV pela provável referência humorística à série Shazan, júbilo aparecem quando Gil pronuncia “Shazan”, inventado, eas suas primeiras demonstrações de ou deixo-o”. Aplateia diverte se com odiálogo corresponderiado pós-AI-5, a“Brasil, ame-o entendeu!”, canalizado para se uma máxima nacionalista. Oexcerto “Agora vai pra Índia, industrialização, do expressivo além enfoque de progresso,que é das noções e civilização pragmatismo eironiza lamentos, seus defensor cantoria desfia sua enquanto o outrolhe cobra sertão nordestinosertão influênciacultura na moçárabe popular do 37 Termo freudiana, psicanálise da alterego, Repentista a um só tempoRepentista aumsó –haja a vista . Certamente conhecedores os série, da maldita” na Arábia Saudita... [improvisos vocais] nordeste. nas “terra Lá maldita” donorte. As “terra mo canto desofrimento. nas “terra Lá maldita” do verdade éomesmo. Omesmo lamento. Omes- Sujeito Oriental: [Improvisos vocais]. Mas na produtividade etal... entendeu?! Isso aqui num é... Isso aqui élugar de brasileira! Entendeu? então... Ou Vai pra Índia, 36 –,o“sujeito oriental”, absorto, , Gil 35 . Programa dePós-Graduação -UFJF v. emCiências Sociais 13n.2Dezembro. 2018ISSN 2318-101x(on-line) ISSN 1809-5968 (print) TEORIA E CULTURA 167 , gravada num num , gravada , para Gil, na qual qual na Gil, , para , frisando, no entanto, entanto, no , frisando, , era ligada, era PCdoB. ao Procissão 282). Corrente vinculada ao pensamento vinculada ao pensamento 282). Corrente , montada em 1971 pelo Grupo de Teatro em 1971 pelo de Teatro Grupo , montada Solicitado pela plateia para que tocasse o que para Solicitado pela plateia “Abaixo a ditadura!”, e cuja atuação seria atuação e cuja a ditadura!”, “Abaixo slogan Uma delas, Caminhando delas, Uma canção à famosa explícita referência Seu nome, não que dizer não – “Para de Geraldo Vandré as –, insinuava (Caminhando)” falei flores de segundo “só ela, que, grupo, do preferências o resto Todo e de pingão. saberqueria de sambão Laís turma e sua seria do imperialismo”. coisa de Beatles e Rolling mais “gostavam de amigos a gente [...]. E aí de Caetano e Gil de rock, Stones, tinha também que da Libelu, mais se aproximava apud (Laís Abramo, libertária” mais essa coisa idem: a recuperar a primeira como apontada trotskista, o da e para UNE a reconstituição para importante final no pró-redemocratização, manifestações as da década (Liberdade e Lula) de 1970, a Libelu Suzuki caracterizada pelo Matinas jornalista foi Costa – a Caio Túlio junto participou dela – que curioso político- e original amálgama “um como convivia o trotskismo em que comportamental, meninas as fuminhoo com e com rock, o com JR, 1997, p. (SUZUKI do pós-queima-dos-sutiãs” do parte de apreço o reforça dado que Outro 12). que é a peça Por tropicalistas ME pelas propostas não? et Panis ou a partir do LP Tropicália Politécnico 2003, p. 1968) (COSTA, (Phonogram, circencis 176). Costa ao citar dá não os devidos créditos à alusão clara é uma contudo, que, um trecho, Zé Senhor cidadão de Tom canção em 1971. pela RGE, simples, compacto parque, no Domingo tropicalista”, seu“manifesto sendo pedido, ao prontamente atendeu Gil “ê coros nos pelos estudantes acompanhado a em revisitar concordou Antes, ê João”. José, pré-tropicalista já de compositor seu discernimento que de “músicas todas aquelas ultrapassado havia Em 1973, Procissão protesto”. compaixão, com do povo o sofrimento retratara , , 39 , sem em- 38 . 40 COSTA, 2003, p. 270). 270). p. 2003, COSTA, apud Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais - UFJF v. 13 n. 2 Dezembro. 2018 ISSN 2318-101x (on-line) ISSN 1809-5968 (print) ISSN 2318-101x (on-line) 2018 ISSN 13 n. 2 Dezembro. Sociais Ciências em - UFJF v. de Pós-Graduação Programa e os aspectos de vanguarda, Gil lembrava lembrava Gil e os aspectos de vanguarda, Nesse interlúdio nada extemporâneo, Gil Gil nada extemporâneo, interlúdio Nesse o pessoal do tropicalismo. Estava todo mundo todo mundo Estava pessoalo tropicalismo. do 200). Em 2003, p. (COSTA, [o show]” apoiando que relata Laís ao jornalista, Abramo depoimento políticas tendências duas havia em 1973, USP, na os estudantes. entre oponentes bem definidas e passava a limpo as divergências de outrora, tendo tendo de outrora, divergências as a limpo passava Costa, Caio Túlio indicou como de si, diante de os da música senão bicavam: que “públicos de desbundada rotulada e os da música protesto bargo as suas menções à novela e à televisão e à menções à novela suas as bargo perspectiva tropicalista. própria a reafirmassem que de conta se deram muitos quando 1968, Em de ideia passível numa se convertia a revolução engajada arte entre o impasse ser comercializada, da indústria e a consolidação revolucionária ou do jáera inócuo cultural os participantes para aos meios adesão cuja sem pudor Tropicalismo, vista pelos críticos foi de massa de comunicação Embora e antirrevolucionária. exibicionista como à ditadura, deixassem de senão contrapor Caetano do que se despiram os tropicalistas de esquerda” de “populismo chamou Veloso 38 Sobre as apropriações à direita e à esquerda do nacionalismo, ver CANDIDO, 1995, e SCHWARZ, 1987. 1995, e SCHWARZ, CANDIDO, ver do nacionalismo, e à esquerda à direita apropriações as 38 Sobre boa uma que e da esperança e sim da compaixão carismático”, de “líder de esquerda sinônimo como não 39 Populismo abordagem uma Para política. o seu aliado luta como na concebendo-o “povo”, no depositava leva de artistas e intelectuais ver à de Schwarz, oposta abordagem uma Para 2012. SCHWARZ, ver segundo Caetano, do populismo” crítica da “morte 2012. MONTEIRO, 1978. SCHWARZ, ver Tropicalismo, no o moderno e o arcaico entre a relação 40 Sobre interlúdio] era um diálogo entre os dois, só que só que dois, os entre diálogo um era interlúdio] De alterego” a posição. se invertendo estava (Gilberto Gil Com seu alterego ou “sujeito ocidental”, Gil Gil ocidental”, “sujeito ou Com seu alterego cujo da direita, nacionalismo o tanto desvelava segurança”, com era “desenvolvimento lema da esquerda o nacionalismo quanto desvencilhando-se consequentemente do ônus do ônus consequentemente desvencilhando-se social”. da revolução “arautos de se tornarem artística e a linguagem revolucionar por Optaram sintonizados vida na cotidiana, o comportamento internacionais os movimentos com estavam que o o rock, obstante não Porém, de contracultura. kitsch evidenciado igualmente havia Tropicalismo o que dizia o como pois, arcaico, traços de um Brasil é o verdade “na oriental/repentista”, seu “sujeito Lá nas de sofrimento. canto O mesmo mesmo... do nordeste...” maldita’ ‘terra 168 TEORIA E CULTURA popular de meados da década de1960 popular década da demeados igualmente nacional- ao ideário associadas aoutrasReportando-se desuas canções religiosamente, era “ingênua eincorreta”. concebendo-o como política alienado e adquirido de dizer: ‘É, realmenteadquirido de dizer: o Gil...’” Pois aí terão vocês odireito mais devidamente Porém, tem uma coisa: eupreferiria chegar efazer. músicas minhas. Algumas, eunão lembro mais. entrar [...].Eu que sei conhecem vocês muitas comem discussão num vocês; diálogo euposso 68, Gil neutralizou osânimos: “Não vou entrar teleológicas”, comuns àprodução musical dopré- concernente àcensura eàs “retóricas populistas e declaração emque reafirmavaposicionamentoseu como que 42 As canções Procissão, Louvação, Roda 1998,ORTIZ,CONTIER, 2006,eRIDENTI, 2000. 41 Sobre o“nacional-popular” na produção de1960, ver, década artístico-cultural da por exemplo, CHAUÍ, 1982, 50 CDGilberto Gil ao vivo na USP (1973),op. cit. 49 Objeto sim, objeto LPGal não Costa. Gil). Gal (Gilberto dos pioneiros estética da glitter. conterrâneo deSalvador Edy Star, músico assumidamente de1970,como homossexual na eque década destacaria, um se 48 originalmente entre 1973e1974). 47 Umeboshi 46 Iansã 45 Filhos de Gandhi Gil Gil). eJorge Gilberto (Gilberto LPGil &. . Phonogram/Philips, 1975. 44 Idem 43 CDGilberto Gil ao vivo na USP (1973),op. cit. 1967). Edyth Cooper Gil). Edy Star. (Gilberto LPSweet Edy. Livre, Som 1974.Gil compôs acanção especialmente para seu Um pouco inquieta aplateia depois dessa verdade... Você entendendo? tá Não diga! dizera censura, não dasbarreiras... você pode Se objetivamente! Evolta denovo aquele negócio da objetivas! não são Elas idealistas! todas Não falam hojerealidade éoutra! maniqueístas. são Elas São São músicas que não interessam hoje A emdia. ou fora daquele contexto. Eacho coisas incorretas. que, hoje, euconsigo ou além, aquém, discernir Meu discernimento esteve naquele estágio. Só disso! Eu por ali. Eu passei estive naquela condição. injustiças então... Essas, sociais... Eu não rejeito nada depensamentoao tipo engajado, às denúncias das chamadas canções deprotesto, que estavam ligadas fez?você Louvação, Procissão então, que repudia você aquele todo que trabalho geralmente[...] as pessoas dizem assim: “Quer dizer, Louvação, Roda . (Gilberto Gil Veloso). eCaetano (Gilberto Maria LPDrama Bethânia. 3.ºAto “Luz da noite” . Phonogram/Philips, 1974. Programa dePós-Graduação - UFJF v. emCiências Sociais 13n.2Dezembro. 2018ISSN 2318-101x(on-line) ISSN 1809-5968 (print) (Gilberto Gil). Gilberto Gil. Gil). Gilberto (Gilberto LPCidade Salvador do eEnsaio geral ?”. Principalmente as eEnsaio geral gravadas estão Gil no Louvação LPdeGilberto 42 ,alegou 43 . 41 44 , tais . Em (“O psicodélico”). CBD/Philips, 1969. (Filhos Gandhi de comunicação demassa, carnaval baiano mais variados, a maioria rente à contracultura: a discorrer, aolongo doshow, sobre temas dos consonância com repertório, seu Gil então passa homossexualidade (Edyth Cooper candomblé (Iansã Objeto sim, objeto não tachado dedesbunde movimento fora doscript opinasse que “Gil desbundado tinha bastidores esquerda”, da houve quem defato e divertido: provocação, cujo efeito foi outra vez apaziguador próximo dopalco, omúsico lançou mais uma aimpaciênciaperceber deumjovem que estava nunca viu nada!”, ouve-se como resposta. Ao condições políticas existentes: “Aqui, ninguém omesmo queseria alienar-se gravidade da das alguns, ocupar-se deassuntos natureza dessa avistado,tinha como ele, voadores. discos Para . Universal, foram 1998(as disco canções desse registradas De acordoDe “no com Costa, pós-show, nos Não é?[risos] pensam, não. Existe? Então vamos ver! Oquê que é? voadordisco não énadaalienante como as pessoas essas coisas Portanto, todas... problema esse de razão, enxergar, ojoio ver dotrigo..., ediscernir de realizar necessárias, eetc. as etc. ações Eter a responsabilidadeda deviver deagir, vida, essa qualquer desalvação.seja, tipo Não isenta ninguém lugares ou estar com apromessa doque quer que fato ter dejá visto, ter andado, ter idopara outros também. Não interfere. Não isenta ninguém o voador disco existe,Se ótimo. não existe, Se 50 46 . 45 ), macrobiótica (Umeboshi ), culturas afro-brasileiras, ” (COSTA, 2003,p. 258) 49 , indagou já ali alguém se da militância séria era militância da séria 48 ) e, aosom de . Qualquer . Qualquer (Phonogram, 47 51 ), . Programa dePós-Graduação -UFJF v. emCiências Sociais 13n.2Dezembro. 2018ISSN 2318-101x(on-line) ISSN 1809-5968 (print) TEORIA E CULTURA 169

. 52 – e, sobre sobre – e, 54 –, esse e outros –, esse e outros 55 . 53 RENÓ, 1996, p. 169). 1996, p. RENÓ, Redimido o Tropicalismo por boa por parte da Redimido o Tropicalismo esquerda estudantil, a ponto dos dois ícones mais mais ícones dos dois a ponto estudantil, esquerda estimados serem baiano” do “grupo célebres o show de oposição”, “cantores legítimos como pesassem em que Poli/USP, de Gilberto na Gil atestava reincidentes, ou latentes os desacordos e contracultura/desbunde, engajamento que não homéricos, conflitos de passado vetores no princípio no em polos estanques consistiram ainda que da década de 1970, problemática da vasta de pesquisadores da atenção carece de contramão Na do período. cultural produção época, na como, teses propagadas pessimistas cultural” “vazio famosa, a mais ela, o próprio Gil já advertia, através de Chico já advertia, Gil através o próprio ela, um que lembrar bom sempre “é que Buarque, de ar” vazio está cheio copo emprestado o título da canção, também de 1975, de 1975, também da canção, o título emprestado a reconstrução tematizava Gil qual , na Refazenda da e sociedade,como do indivíduo tendo experiências as das comunidades inspiração ato/ teu acataremos “Abacateiro, alternativas: o pato como mato, do somos também Nós no brincare-mos e o leão/Aguardaremos, amor, frutos, teu tragam nos que Até regato/ é recolhimento teu Abacateiro, coração/ teu o significadotemporão/ da palavra justamente abacate/ teu trouxer não o tempo Enquanto [...]” mamão anoitecerá tomate, Amanhecerá Para um dos fundadores da tendência, Marcelo Marcelo da tendência, um dos fundadores Para a autocrítica até de refazer “tínhamos Chueiri, últimos daqueles da esquerda do movimento A ideia era proposta. nova uma e elaborar anos Refazendo O nome prática. crítica na uma fazer Carlos outro, Para ideias”. todas essas condensa essa tem Gil “Gilberto Massafera, Eduardo de o momento Foi indireta. responsabilidade (apud fizemos” nós que início da crítica profunda COSTA, 2003, p. 279) 2003, p. COSTA, . WEA, 1975. Referindo-se à canção, Gil comenta sobre uma uma sobre comenta Gil Referindo-se1975. WEA, . canção, à Refazenda ), o mapa astral da astróloga e astral da astróloga mapa o ), , era até então um “músico engajado” engajado” “músico um então era até , Oriente Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais - UFJF v. 13 n. 2 Dezembro. 2018 ISSN 2318-101x (on-line) ISSN 1809-5968 (print) ISSN 2318-101x (on-line) 2018 ISSN 13 n. 2 Dezembro. Sociais Ciências em - UFJF v. de Pós-Graduação Programa , p. 259-260). Prática inserida no rol de inserida rol no 259-260). Prática , p. Cálice A presença marcante de Gilberto Gil marcante A presença (Gilberto Gil). Gilberto Gil. LP (Gilberto Gilberto Gil). Gil. Refazenda fazenda próxima à cidade de Brasília: “Chegou-se a pensar em criar lá uma comunidade alternativa, onde nos juntássemos juntássemos nos onde alternativa, lá comunidade em criar a pensar uma “Chegou-se à cidade de Brasília: próxima fazenda (apud vendida” foi fazenda a deu certo, Não famílias. nossas todos com de três advinda tendência uma se tornando 112), “acabou (2010, p. Müller Angélica conforme que, 53 Da Refazendo, 8 de Revolucionário [Movimento do MR-8 era majoritária, que Marxista-Leninista], Popular da APML [Ação correntes: outros dentre igualmente, participaram Libertadora Nacional]”, da ALN [Ação de remanescentes também mas outubro], Paiva. e Veroca Arnaldo Jardim à época, Mercadante, Aluísio estudantes 51 Empregada originalmente por militantes da esquerda armada para tachar companheiros desertores, a gíria desbunde a gíria desertores, desbunde companheiros tachar para armada da esquerda militantes por originalmente 51 Empregada à aderiam que àqueles pejorativo, e modode vezes acusatório muitas se artístico para meio referir, no circulava 2017. DINIZ, ver discussão uma recente, [1978] 2004. Para de época, HOLLANDA, ver fonte uma Para contracultura. 52 Note-se que esse tipo de pensamento partia do esse tipo de pensamento que Note-se e exilado preso Gilberto Gil, de que princípio Chicode Buarque parceiro e agora peladitadura, em intimamente e contraculturais, e crenças valores (acima canções e suas Gil com sintonizada tudo de nos moldes mais tradicionais, justo ele que, aos que, ele justo tradicionais, mais moldes nos dos fim no do Tropicalismo, dos opositores olhos um “desbundado considerado de 1960, foi anos uma apenas que reiterar Vale hora”. de primeira Poli da anfiteatro no reunida da esquerda parcela cujos show essa impressão, com do show saiu do à organização se não limitaram preparativos de divergências espaço físico à resolução nem da Escola.a direção com e os estudantes entre e política de ordem questões dessas Ademais com avaliado previamente foi o evento estrutural, Socióloga astrológicos. base em conhecimentos de Laís, prima Abramo, Bárbara e astróloga, e local momento no a posição dos astros analisou “ascendia que Constatou de Gil. da apresentação E é Escorpião. que o signo da transformação, que posto damúsica, meio por transformação estava o signo, comanda que é o planeta que Marte, de sentimento – signo da comunhão, em Peixes enfim, Vislumbrava, [...]”. o intolerável mudar o coletivo com mexe que memorável, fato “um e renovação das rupturas [...] Urano da região. novas anunciando Libra, por transitava (apud de fazer política” jeito associações, novo idem de sua bem sabia que ele universidade, na renderia de opinião, formador como importância Tendência políticos. e desdobramentos reflexões criada tomou Refazendo a 1975, em estudantil socióloga não excluía o político. E, havemos de E, havemos o político. socióloga excluía não corretas. estavam conclusões suas que convir, 170 TEORIA E CULTURA se amparouse para compor orefrão desuas –fruto de umprocesso. Apassagem bíblica na qual Gil porém, que havia o apontamento ali do esgotar hinos deresistência àditadura. Pouco nota, se venerada transformasse ese num dosmaiores anos propiciou que acanção fosse ainda mais Buarque no emudecimentopelo domicrofone deChico na véspera (COSTA, 2003,p. 176).Adensada que prisãoalguns da tinham sido liberados política compartilhados estudantes, pelos sendo luto, necessidade dedenúncia eda indignação da Alexandre Vannucchi aoencontro Leme, ela ia do naquela ocasião, depois morte da tortura sob de merece mais algumas considerações. Apresentada “anos dechumbo”. apesardemocracia dochão histórico árido dos políticas, plantandoe articulações sementes de informais e extraoficiais dedenúncias, debates e pouco conhecidos, constituíram-se em espaços eventos musicais emblemáticos, embora restritos FUNDO IBOPE, 1978). IBOPE, FUNDO Phonogram, 1978)aparece entre na 12ªposição os mais vencidos no mês denovembro de1978(INVENTÁRIO DO Brasile rádiosAMpelo (DIAS, 2000,p. 58).Já no qual odisco acanção foi finalmentelançada (LPChico Buarque. 56 Entre dezembro de 1978efevereiro de1979,Cálice vazio 55 Copo 2000. VENTURA, “vazio-cheio”, cheio de iniciativas triviais artísticas e/ou que de “falta exprimiriam sensações de ar, sufoco e asfixia”. Ver formaisexperiências devanguarda –não indicava uma “ausência decultura” propriamente dita. Tratava-se, antes, de um reestruturaçãoe da indústria da cultural, diagnóstico –no qual detectava seu odeclínio donacional-popular edas 54 Aexpressão foi jornalista Zuenir pelo Ventura, cunhada emjulho de1971,na revista Visão Considerações finais Considerações Ápice doshow Gil na deGilberto Poli, Cálice espectros (SAFATLE,espectros 2018). qual lutam osvivos eosmortos, ospresentes eos é umcampo debatalha sobredeterminado, no não éestranha, pois verdadeira toda luta política e gestos que nos remetem aoutras cenas. Arazão outros tempos; elas parecem encarnar personagens atravessadas que por palavras parecem efrases de vir imediatamente afirmam. A momento,todo são elas nunca feitas são emnome apenas daquilo que elas camadas afunda na outra. se Por issoas lutas sociais de múltiplas camadas uma na dessas qual cada contrações, sua espessura éprópria deuma matéria O tempo histórico éuma pulsaçãocontínua de Programa dePós-Graduação - UFJF v. emCiências Sociais 13n.2Dezembro. 2018ISSN 2318-101x(on-line) ISSN 1809-5968 (print) (Gilberto Gil). Chico Buarque. Gil). Chico (Gilberto LPSinal fechado.Phonogram/Philips, 1974. Phono 73 Phono , a censura durante cinco foi mais executada de1.500 vezes ememissoras detelevisão

em que foi lançada egarantindoe televisão altas vendas aodisco realçar éque Cálice 2017, p. 205).Todavia, oque me interessa agora “lenta,da esegura” gradual distensão (DINIZ, imagem regime pelo positiva emtorno veiculada censuradas coadunava até ponto certo com a de mercado, de obras as liberações até então público politizado formava umbom nicho devantajosasAlém para as gravadoras, cujo tantoinfringia quanto antes instituído. opoder o conteúdo que fora alvo derepresálias não já (1980). Conforme sublinhei noutro momento, que origem daria aoPartido dosTrabalhadores anistia (1979)eomovimento aosexilados sindical protagonizada por estudantes –e, logo adiante, a redemocratizaçãopela –em larga escala encontrou como pano as defundo manifestações diria hoje.diria Entendeu? como Anão ser um reflexo né? As reagindo acoisas pessoas que eunão estranhamento ao“ver reação... essa atrasada, tempos. Buarque, Chico expressou à época, seu de composições anunciava amudança dos emergente, no qual umconjunto considerável progressista democrática. como via pela umtodo reorganização civil sociedade doMEeda aparatospelos derepressão esuplantado pela projeto revolucionário, aos poucos desbaratado vez maiscada evidente emrelação àquele de tortura –parecia apontar para arejeição – inequívoca e condenação crítica das práticas súplica ou ofraquejar na iminência domartírio perderam ou revolução. deram pela avida Mas a de militantes luta da armada, muitos dosquais 1969 e1973,traçava uma com analogia asaga humanidade.da que, Sacrifício sobretudo entre feito expiaçãoum sacrifício dospecados pela numameditações Semana Santa –versa sobre Autorizada sua gravação em1978,Cálice , alcançando sucesso emrádio 56 , destoava daquele contexto . Sob oimpacto. Sob doAI-5

Programa dePós-Graduação -UFJF v. emCiências Sociais 13n.2Dezembro. 2018ISSN 2318-101x(on-line) ISSN 1809-5968 (print) TEORIA E CULTURA 171 São , São . 3.ª ed. São . 3.ª ed. . Phonogram/ : a história de uma de uma : a história

Documentário, 110 min., Rio de Documentário, Disponível em: http://verdadeaberta.org/ Disponível , jornal-mural do CCA da USP, 3.º exemplar, 3.º exemplar, do CCA da USP, , jornal-mural Referências Certas palavras de Chico Chico de Certas palavras Maurício. BERÚ, Buarque. 1980. Culturais, Filmes Farkas Thomaz Janeiro, Tropicália Carlos. CALLADO, revolução musical. 4.ª ed. São Paulo: Ed. 34, 1997. Ed. São Paulo: 4.ª ed. musical. revolução In instável”. palavra “Uma Antônio. CANDIDO, escritos Vários Antônio. CANDIDO, Duas Cidades, 1995. Paulo: In LEME”. ALEXANDRE VANNUCCHI “CASO Ruben Paulo São de Estado do Verdade da Comissão Paiva. mortos-desaparecidos/alexandre-vannucchi- 2015. em 25 mai. Acesso leme. e o popular O nacional (org.). Marilena CHAUÍ, 1/6. São seminários, v. brasileira: cultura na 1982. Brasiliense, Paulo: fechado. Sinal LP BUARQUE. CHICO 1974. Phonogram/Philips, Buarque ______. LP Chico 1978. Philips, A PROIBIDA”, DUPLA E GIL, UMA “CHICO ponte 1973. 19 a 25 mai. VEZES, pela CENSURADO DUAS “CHICO da Tarde Jornal e pela Phonogram”, censura 1973. 14, 12 mai. p. Paulo, Lobo e Carlos “Edu CONTIER, Arnaldo Daraya. de protesto canção na e o popular o nacional Lyra: Revista Brasileira de História. 60)”. (os anos 13-52, 1998. 18, n.º 35, p. v. Paulo, a saga de Vannucchi Cale-se: Caio Túlio. COSTA, aldeia o show gaulesa, como a USP Leme, no final no por seus por . 58 . Por seu turno, Gil já havia dito que dito já havia Gil seu turno, . Por Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais - UFJF v. 13 n. 2 Dezembro. 2018 ISSN 2318-101x (on-line) ISSN 1809-5968 (print) ISSN 2318-101x (on-line) 2018 ISSN 13 n. 2 Dezembro. Sociais Ciências em - UFJF v. de Pós-Graduação Programa 57 , ressignificada, não reivindicava apenas a reivindicava não , ressignificada, [...] o caráter utilitário que as músicas têm, como como têm, músicas as que utilitário [...] o caráter de certas em coisas de informação instrumento Elas podem pode perecer. momento, determinado mais representar não repente: de ineficazes ficar como retrato, como representavam que aquilo época. de uma Elas fotografia podem continuar como [...]. Mas símbolos como fortes, poeticamente Aí político... instrumento como utilitária, coisa [...] são perecíveis coisas essas Documentário, 110 min., , Thomaz Farkas Filmes Farkas Thomaz Rio 110 min., de Janeiro, Documentário, Buarque. Chico de Certaspalavras Maurício. BERÚ, Não obstante date do show da Poli e ali se da Poli do show date obstante Não 57 In 1980. Culturais, cit. (1973), op. USP na vivo ao Gil 58 CD Gilberto da década de 1970. Mesmo assim, sob o governo sob o governo assim, da década de 1970. Mesmo é preciso de arrefecimento, sinais dava que militar popularizada a “mensagem” que reconhecer não Nascimento de Chico e Milton pelas vozes passado de um de todo o vigor:perdera emblema superar. se buscava que recente demasiado de Cálice retomadas atuais às Quanto que mais – por consagrados e intérprete autores de haveria o que sobre argumentar possamos de potência a maior sobre ou nisso, anacrônico em a MPB não que musicais produções outras aspectos da poéticatraduzir e musicalmente intuito claro o têm elas –, contemporaneidade um como da canção mesmo de reapropriar-se em convertida Contudo, político. instrumento da Lapa, Arcos nos o palco montado sobre ato Cálice dedicado foi ao qual libertação do ex-presidente, Nestes lá se que celebrou. de música o festival sido constantemente tem a História dias em que e a desinformação, fustigada pela ignorância saudosos discursos por não revisionistas, quando outra (proto)fascistas, limite, no e, da ditadura a reavivar era a de nobre menos não intenção alertar a para dizendo, melhor ou, memória; a que autoritário de um regime nefasta herança silenciou. brutalmente e tantos tantas referisse à fase pré-tropicalista, tal avaliação à fase pré-tropicalista, referisse pesando Gil, para oportuna continuou certamente Cálice decisão sua gravar de não sobre da perplexidade que existia para mim naquele danaquele mim perplexidade para existia que tempo” 172 TEORIA E CULTURA 1967. GILBERTO GIL.LPLouvação Campinas, ano 2,v. 2,p. 110-150,jan./jun. 2014. 1973, 1978,2011)”, Música Popular emRevista, GARCIA, Walter. “Notas sobre ‘Cálice Philips, 1969. . LP Brasília: Ed. UnB/ SãoPaulo: SESC, 1999. Giluminoso FONTELES, Bené. alegria. alegoria, FAVARETTO, Fernando. Celso Tropicália, EDY STAR. LPSweet Edy. Livre, Som 1974. brasileira. SãoPaulo: Ed. UNESP, 2009. Tropicália e osurgimento contracultura da DUNN, Christopher. jardim Brutalidade Ciências Humanas, 2017b. Campinas, Unicamp, Instituto e deFilosofia 1974). Tese dedoutorado emSociologia. e contracultura nos “anos de chumbo” (1969- ______. Paulo: Intermeios/ Fapesp, 2017a. amigos ecanções Esquina. doClube São da tudo______. “... De que agente sonhou”: jan./jun. 2015b. em Revista, Campinas, ano 3, v. 2,p. 119-145, Gil. LPEx-presso 2222,1972)”, Popular Música dualidade eanomia na canção ‘Oriente’ (Gilberto ______. “‘Se oriente, rapaz...’: misticismo, Anpuh, (1973)”, no contexto doshow Gil na deGilberto Poli/USP contracultura: uma canção análise da ‘Oriente’ DINIZ, Castro. Sheyla “Denúncia política e São Paulo: Boitempo, 2000. fonográfica e brasileira cultura.da mundialização DIAS, Márcia Tosta. donos voz Os da 2003. proibido Gil. deGilberto São Paulo: AGirafa, Florianópolis/SC, jul. 2015a. Anais do XXVIII Simpósio Nacional da Programa dePós-Graduação - UFJF v. emCiências Sociais 13n.2Dezembro. 2018ISSN 2318-101x(on-line) ISSN 1809-5968 (print) Desbundados & marginais: & Desbundados 4.ª ed. Cotia: Ateliê, 4.ªed. Cotia: 2007. Gal (“O psicodélico”). CBD/ : apo.ética doSer. . Phonogram, : indústria ’ (2010, MPB : a min., Rio deJaneiro,min., Rio Brasil, Canal 2011. labareda que lambeu tudo. Documentário, 150 MORAES NETO, Geneton. Canções do exílio : a Paulo: Ateliê, 2002. Buarque. epolítica emChico poesia 3.ªed. São MENESES, de. Adélia Desenho mágico: Bezerra 1987. militar ditadura e estudantil MARTINS FILHO, João Roberto. noite” MARIA BETHÂNIA. LPDrama 3.º Ato “Luz da discos. ______. Paulo, fev. amai. 1973. de sucesso das emissoras de rádio etelevisão. São mensal sobre gravações para execução nas paradas INVENTÁRIO Pesquisa IBOPE. FUNDO DO deJaneiro:5.ª ed. Rio Aeroplano, 2004. viagem: CPC,vanguarda edesbunde (1960/70). HOLLANDA, Heloísa Buarque de. Impressões de armada. SãoPaulo: Ática, 1987. esquerda brasileira perdidas àluta –dasilusões GORENDER, Jacob. Combate nas trevas: a Phonogram/Philips, 1975. GILBERTO GILEJORGE BEN. LPGil &Jorge. Anos 2017. Geral, 70ao vivo. DiscoBertas/Geleia ______. Caixa-box com três CDs duplos 1998. ______. LPCidade Salvador. do ______. LPRefazenda. WEA,1975. watch?v=dIwKGsjRqGQ. Acesso: 2014. 01set. Disponível em:https://www.youtube.com/ da Universidade de São Paulo. S./ grav., 1973. ______. Philips, 1972. ______. LPExpresso 2222.Phonogram/ . Phonogram/Philips, 1974. Rio deJaneiro, Rio jan. anov. 1978. Show ao vivo na Escola Politécnica Pesquisa mensal sobre vendas de . Campinas: Papirus, Movimento Movimento Universal, Programa dePós-Graduação -UFJF v. emCiências Sociais 13n.2Dezembro. 2018ISSN 2318-101x(on-line) ISSN 1809-5968 (print) TEORIA E CULTURA 173 ANEXO SCHWARZ, Roberto. Martinha Roberto. SCHWARZ, : ensaios e entrevistas. São Paulo: São Paulo: e entrevistas. ensaios : Florianópolis: Ed. UFSC, 1995. Ed. Florianópolis: 2ª ed. São Paulo. Ed. UNESP, 2010. UNESP, Ed. São Paulo. 2ª ed. espectrosdo tempo”, “Os Vladimir. SAFATLE, 28 set. São Paulo, Ilustrada, S. Paulo de Folha https://www1.folha.uol. em: 2018. Disponível com.br/colunas/vladimirsafatle/2018/09/os- set. em 28 Acesso espectros-do-tempo.shtml. 2018. 1964- e política, “Cultura Roberto. SCHWARZ, e família de O pai Roberto. 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Lista da USP, Politécnica as falas mais Inclui de apresentação. por ordem dos discos nos do e as referências músico longas seriam gravadas. as canções ou quais foram : , n.º Caderno In Tropicália, Tropicália, In Rio de Janeiro: Zahar, 2014. Zahar, Rio de Janeiro: O fantasma da revolução brasileira. brasileira. revolução da O fantasma : o canto de um povo. DVD, 35min. DVD, povo. de um : o canto São Paulo, v. 24, n.º 47, p. 103-126, jul. 103-126, jul. 24, n.º 47, p. v. São Paulo, Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais - UFJF v. 13 n. 2 Dezembro. 2018 ISSN 2318-101x (on-line) ISSN 1809-5968 (print) ISSN 2318-101x (on-line) 2018 ISSN 13 n. 2 Dezembro. Sociais Ciências em - UFJF v. de Pós-Graduação Programa ______. Em busca do povo brasileiro: brasileiro: povo do busca Em Marcelo. RIDENTI, Rio de daera à CPC do TV. artistasda revolução, 2000. Record, Janeiro: todas as letras todas as Gil: Gilberto (org.). Carlos RENÓ, pelo compositor. letras comentadas – incluindo Letras, das 1996. Companhia São Paulo: Disponível em: Disponível Oliveira. de Ana de projeto um http://tropicalia.com.br/identifisignificados/%20 Acesso curiosidades/provocacoes-e-insultos-2. 2014. em 01 nov. “PROVOCAÇÕES E INSULTOS”. INSULTOS”. E “PROVOCAÇÕES Universal, 2005. Universal, Phono 73 Cultura brasileira e identidade e identidade brasileira Cultura Renato. ORTIZ, 2006. Brasiliense, nacional. São Paulo: 2004. NAPOLITANO, Marcos. “Seguindo a canção” Marcos. NAPOLITANO, a censura sob suspeita: MPB ______. “A vista pela dos serviços ótica musical de vigilância de Brasileira Revista (1968-1981)”, política História. B, Rio de Janeiro, p. 14, 13 mai. 1973. 14, 13 mai. p. Rio de Janeiro, B, MPB na cultural e indústria político engajamento Annablume/FAPESP, (1959-1969). São Paulo: 2001. Jornal do Brasil, Brasil, do Jornal POPULAR”, “MÚSICA A resistência do movimento movimento do A resistência MÜLLER, Angélica. e o retorno ditatorial o regime contra estudantil de (1969-1979). 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LPJoão Gilberto. 5. 1978. Mathias. LPAntologia do samba-choro. Philips, Ernani Silva “Jaú”). Gilberto Gil eGermano 4. Philips, 1978. Germano Mathias. LPAn-tologia do samba-choro. “Doca” eGermano Mathias). Gilberto Gil e 3. Gil. LPExpresso 2222.Polygram/Philips, 1972. Macedo “Gordurinha” e Almira Castilho). Gilberto 2. Regina. LPElis. Phonogram/Philips, 1973. Expresso 2222.Polygram/Philips, 1972;Elis 1. Ele eeu(Gilberto Gil). Gilberto Gil. LP * Gil conversa com opúblico. Objeto sim, objeto não (Gilberto Gil). * Gil conversa com o público. Umeboshi (Gilberto Gil). Gilberto Gil. CD * Gil conversa com o público. Domingo no Parque (Gilberto Gil). * Gil conversa com opúblico. Procissão (Gilberto Gil). Gilberto Gil. LP Expresso 2222(Gilberto Gil). Gilberto Gil. Ladeira da preguiça (Gilberto Gil). Elis O sonho acabou (Gilberto Gil). Gilberto * Gil conversa com opúblico. Cálice (Gilberto Gil e Chico Buarque). Meio de campo (Gilberto Gil). Gilberto Eu quero um samba (Haroldo Barbosa e Senhor delegado (Antoninho Lopes e Minha nega na janela (Firmo Jordão Chiclete com banana (Waldeck Artur de Oriente (Gilberto Gil). Gilberto Gil. LP Programa dePós-Graduação - UFJF v. emCiências Sociais 13n.2Dezembro. 2018ISSN 2318-101x(on-line) ISSN 1809-5968 (print) 25. Gilberto Gil. Compacto simples. Philips, 1974. 24. 1975. Jorge Benjor. LP Gil & Jorge. Phonogram/Philips, vivo. Phono-gram/Philips, 1973;Gilberto Gil e Bethânia. LP Drama, 3.ºAto, Luz da noite, Ao 23. LP Expresso 2222.Polygram/Philips, 1972. 22. Sweet Edy. SomLivre, 1974. 21. Philips, 1973. ). Gilberto Gil. Compacto simples. 20. 1972. Maria Bethânia. LPDrama. Phonogram/Philips, 19. Gil. CDCidade do Salvador. Universal, 1998. 18. CD Cidade do Salvador. Universal, 1998. 17. registro original). canção, provavelmente danificações às devido do “Doente, morena”, o áudio dá sequência à próxima Philips, 1973.(Embora Gil anuncie que cantará Machado). Elis Regina. LP Elis. Phonogram/ 16. Cálice –Bis. Preciso aprender (Gilberto ser asó Gil). Filhos de Gandhi (Gilberto Gil). Maria Back in Bahia (Gilberto Gil). Gilberto Gil. Edith Cooper (Gilberto Gil). Edy Star. LP Eu quero só um xodó (Anastácia e Iansã (Gilberto Gil eCaetano Veloso). Cidade do Salvador (Gilberto Gil). Gilberto Duplo sentido (Gilberto Gil). Gilberto Gil. Doente, morena (Gilberto Gil eDuda * Gil conversa com opúblico. Programa dePós-Graduação -UFJF v. emCiências Sociais 13n.2Dezembro. 2018ISSN 2318-101x(on-line) ISSN 1809-5968 (print)