13º Festival Do Filme Documentário E Etnográfico Fórum De Antropologia, Cinema E Vídeo
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13º FESTIVAL DO FILME DOCUMENTÁRIO E ETNOGRÁFICO FÓRUM DE ANTROPOLOGIA, CINEMA E VÍDEO CatalogoMiolo_FINAL_com_capa.indd 1 18.11.09 15:41:10 CatalogoMiolo_FINAL_com_capa.indd 2 18.11.09 15:41:10 13º FESTIVAL DO FILME DOCUMENTÁRIO E ETNOGRÁFICO FÓRUM DE ANTROPOLOGIA, CINEMA E VÍDEO CatalogoMiolo_FINAL_com_capa.indd 3 18.11.09 15:41:10 Em memória de Claude Lévi-Strauss * 1908 † 2009 CatalogoMiolo_FINAL_com_capa.indd 4 18.11.09 15:41:10 ÍNDICE APRESENTAÇÃO SESSÃO DE ABERTURA: CORUMBIARA MOSTRA CINEASTAS AFRICANOS MOSTRA OZUALDO CANDEIAS MOSTRA SUBTERRÂNEOS MOSTRAS COMPETITIVAS - JÚRI MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL MOSTRA COMPETITIVA INTERNACIONAL SESSÃO ESPECIAL RETROSPECTIVA ADRIAN COWELL SEMINÁRIO MARIE-JOSÉ MONDZAIN FÓRUM DE DEBATES LANÇAMENTOS OFICINA DE REALIZAÇÃO EXTENSÃO / ITINERÂNCIA ESTADUAL ENSAIOS / ENTREVISTAS PROGRAMAÇÃO ÍNDICE DE FILMES E DIRETORES CRÉDITOS Em memória de Claude Lévi-Strauss * 1908 † 2009 CatalogoMiolo_FINAL_com_capa.indd 5 18.11.09 15:41:10 CatalogoMiolo_FINAL_com_capa.indd 6 18.11.09 15:41:10 CatalogoMiolo_FINAL_com_capa.indd 7 18.11.09 15:41:10 CatalogoMiolo_FINAL_com_capa.indd 8 18.11.09 15:41:10 UMA PALAVRA Certa vez, os homens criaram os mitos. É uma opção, o cuidado com o conteúdo e a partilha das escolhas e Desde então, os mitos é que passaram a gerar novos homens. KPZJ\ZZLZ;VJHKVZWLSVZÄSTLZX\LYLTVZWLUZHYTHPZ\TH]LaJVT LSLZKL\THTHULPYHWHY[PJ\SHYUqVJSHZZPÄJH[}YPHJVTLTWLUOVLT mostrar sobretudo a diferença, construindo o diálogo entre as escolhas Nas nossas estantes, junto a livros e revistas, encontramos uma a partir da abordagem de temas caros à discussão atual, tanto política, porção de catálogos, doze volumes, para sermos mais precisos, com X\HU[VJPULTH[VNYmÄJHZLW\KLYTVZKPZ[PUN\PY\THKHV\[YH tamanhos e formatos variados, a criarem uma certa descontinuidade na superfície plana que os abriga. O conteúdo, que apresenta uma Acreditando na palavra do cinema, de um certo “cinema que resiste”, KP]LYZPKHKLKLTVZ[YHZLHsLZ[LUKVVKVJ\TLU[mYPVLHL[UVNYHÄH apresentamos aqui mais dessas “folhas que resistem ao vento”, como JVTVUVY[LHKVYLZ[YHaHTLT}YPHKL\TMLZ[P]HSX\LZLJVUÄN\YV\ as palavras de Aimé Césaire*: ao longo de todos esses anos, como referência, aqui e acolá, para JPUtÄSVZWLZX\PZHKVYLZYLHSPaHKVYLZJYx[PJVZ a palavra é mãe dos santos a palavra é pai dos santos Não é por acaso que encontramos em todas as apresentações dos catálogos com a palavra serpente é possível atravessar um rio um teor celebrativo. Celebrando um cinema “bem escrito”, como diria Agnès povoado de jacarés =HYKHVX\LUqVZPNUPÄJHWVYZ\H]LaHVWsqVWVYÄSTLZHJHIHKVZX\L me acontece desenhar uma palavra no chão se esgotam em si mesmos, buscamos ÄSTLZX\LLUNLUKYHTV\[YVZÄSTLZ. com uma palavra fresca pode-se atravessar o deserto de um dia Em tais apresentações, encontramos um desejo permanente e sincero de existem palavras remo para afastar tubarão compartilhar com o público e assistir, como público, obras que têm direito existem palavras iguana não só a mostrar e exprimir, mas direito a tudo dizer. existem palavras sutis essas são palavras bicho-pau existem palavras de sombra com despertadores em cólera faiscante (V WHZZHYTVZ VZ VSOVZ WVY [VKVZ LZZLZ JH[mSVNVZ KV PUxJPV HV ÄT existem palavras Xangô perceberemos, no crescente de uma trajetória, um coletivo cada vez maior TLHJVU[LJLKLUHKHYTHSHUKYVUHZJVZ[HZKL\THWHSH]YHNVSÄUOV e cada vez mais empenhado em manter e ampliar este festival. Sua razão de ser, contrária a ações mercantis que imprimem propostas esmagadoras, vem da afeição e dedicação de pelo menos trinta pessoas e, com essas, mais outras tantas que se envolvem e colaboram. Muitas vezes é esse descontínuo, em continuidade, que resiste e se faz *poeta antilhano, morto em 2008. potência, fragmento de tempo. Criamos, assim, um “não-formato”, um **Palavra-Macumba, poema publicado em Moi, laminaire (1982), Paris: Editions du Seuil. festival realizado também a partir de discordâncias, desistências Tradução: Léo Gonçalves e retomadas. CatalogoMiolo_FINAL_com_capa.indd 9 18.11.09 15:41:10 CatalogoMiolo_FINAL_com_capa.indd 10 18.11.09 15:41:10 ONE WORD Once men created the myths. It is an option, the care of the content and the sharing of choices Since then, myths are creating new men. and discussions. Sensitized by the movies, we want to think again with them in a particular way, non-graded, with the commitment 6UV\YZOLS]LZHSVUN^P[OIVVRZHUKTHNHaPULZ^LÄUKHSV[VM to show especially the difference, building a dialogue between catalogs, twelve books, to be more precise, with a miscellaneous the choices from the discussion of hard earned topics to the of sizes and shapes, creating a certain discontinuity in the surface J\YYLU[KPZJ\ZZPVUIV[OWVSP[PJHSHUKÄSTPM^LJHUKPZ[PUN\PZO that shelters us. The content, which features a variety of exhibitions one from another. and actions, with the documentary and ethnography as a guide, brings the memory of a festival which appeared, over all these Believing in the word of the cinema, a certain “cinema that resists”, years, as a reference here and there for moviegoers, researchers, here we present more of these “sheets that resist wind,” as the ÄSTTHRLYZJYP[PJZ words of Aimé Césaire*: 0[ PZ UV[ HU HJJPKLU[ [OH[ ^L ÄUK PU HSS L_OPIP[PVUZ H JLSLIYH[P]L le mot est père des saints content. Celebrating a “well written” movie, as Agnès Varda would le mot est mère des saints ZH`[OPZKVLZUV[TLHUPU[\YUHUVW[PVUMVYJSVZLKÄSTZ^OPJO H]LJSLTV[JV\YLZZLVUWL\[[YH]LYZLY\UÅL\]L deplete themselves. We seek ÄSTZ [OH[ LUNLUKLY V[OLY ÄSTZ. In peuplé de caïmans Z\JO WYLZLU[H[PVUZ ^L ÄUK H WLYTHULU[ HUK ZPUJLYL KLZPYL [V il m’arrive de dessiner un mot sur le sol share with the audience and watch - as the audience - works that avec un mot frais on peut traverser le désert have the right not only to show and express, but also the right to d’une journée say anything. il y a des mots bâtons-de-nage pour écarter les squales il y a des mots iguanes By looking at all these catalogues, from beginning to end, we il y a des mots subtils ce sont des mots phasmes ^PSS YLHSPaL PU H NYV^PUN ÅPNO[ HU PUJYLHZLK NYV\W HUK L]LU il y a des mots d’ombre avec des réveils en colère d’étincelles more committed to maintaining and extending this festival. il y a des mots Shango 0[Z YH[PVUHSL VWWVZLK [V [OL ÅV^ VM [OL THYRL[ [OH[ PTWVZLZ PST»HYYP]LKLUHNLYKLY\ZLZ\YSLKVZK»\UTV[KH\WOPU overwhelming proposals, comes from the heart and dedication of at least thirty people and with them so many more that get involved and collaborate. Often this is discontinuous, in continuity, which resists and becomes stronger, fragment of time. We create therefore a “non-format”, a *Antillean poet, who died in 2008 festival also held from discrepancies, drop off and retaking. **poem published in Moi, laminaire (1982), Paris: Editions du Seuil. CatalogoMiolo_FINAL_com_capa.indd 11 18.11.09 15:41:10 CatalogoMiolo_FINAL_com_capa.indd 12 18.11.09 15:41:10 CatalogoMiolo_FINAL_com_capa.indd 13 18.11.09 15:41:10 CatalogoMiolo_FINAL_com_capa.indd 14 18.11.09 15:41:11 CORUMBIARA Brasil | 2009 | cor | 117’ DIREÇÃO DIRECTOR Vincent Carelli FOTOGRAFIA PHOTOGRAPHY Vincent Carelli MONTAGEM EDITING Mari Corrêa, Tiago Torres PRODUÇÃO PRODUCER Vídeo nas Aldeias CONTATO CONTACT [email protected] Em 1985, o indigenista Marcelo Santos denuncia um massacre de índios na Gleba Corumbiara (RO) e =PUJLU[ *HYLSSP ÄSTH V X\L YLZ[H KHZ L]PKvUJPHZ )mYIHYV KLTHPZ V JHZV WHZZH WVY MHU[HZPH L JHP UV esquecimento. Ninguém foi responsabilizado pelas torturas que aquelas pessoas sofreram. Corumbiara é um esforço para provar o extermínio dos índios e tentar contato com os remanescentes. Sessão comentada por Vincent Carelli. In 1985, the Native American scholar Marcelo Santos denounces a Native American massacre in Corumbiara ;\YM96 HUK =PUJLU[ *HYLSSP ÄSTZ [OL L]PKLUJLZ [OH[ ^LYL SLM[ ;VVIHYIHYV\Z [OL JHZL ^HZ [HRLU MVY fantasy, and fall into oblivion. No one was blamed for the torture that those people suffered. Corumbiara is an effort to prove the extermination of the Native American and try to contact the remainings. Comment session by Vincent Carelli. CatalogoMiolo_FINAL_com_capa.indd 15 18.11.09 15:41:12 CatalogoMiolo_FINAL_com_capa.indd 16 18.11.09 15:41:12 CatalogoMiolo_FINAL_com_capa.indd 17 18.11.09 15:41:12 CatalogoMiolo_FINAL_com_capa.indd 18 18.11.09 15:41:12 CINEASTAS AFRICANOS: ÁFRICA SUBSAARIANA-NORTE Junia Torres, Bruno Vasconcelos, Carolina Canguçu, Denise Costa A descolonização jamais passa despercebida desse catálogo – não poderiam deixar de atravessar a constituição WVYX\LH[PUNLVZLYTVKPÄJHM\UKHTLU[HSTLU[L KH [YHQL[}YPH KHZ L_WLYPvUJPHZ JPULTH[VNYmÄJHZ UV *VU[PULU[L o ser, transforma espectadores sobrecarregados Questões às quais acrescentam-se tantas outras, tais como a forma de inessencialidade em atores privilegiados, pela qual estes diferentes povos - aos quais denominou-se África colhidos de modo quase grandioso pela roda- um dia – se relacionaram, se contrapuseram e se contrapõem às viva da história. Introduz no ser um ritmo culturas colonizadoras, ou de que maneira se articulam as matrizes próprio, transmitido por homens novos, uma culturais locais que povoam esse espaço imenso e diverso às nova linguagem, uma nova humanidade. A formas da chamada “modernidade”. descolonização é, na verdade, criação de homens novos. (Frantz Fanon 1979:26-27)1. Quando os cineastas africanos começam eles próprios a produzir imagens da África – a partir dos anos 1950 –, passam a intervir na O cinema realizado por autores africanos emerge no contexto das dinâmica cultural de seus povos através do cinema, potencializador independências políticas em diversos países do continente. Nasce, da produção do imaginário e dos encontros inter-culturais. O que WVY[HU[VLZZLUJPHSTLU[LSPNHKVnZYLÅL_LZHK]PUKHZKHZLZ[YH[tNPHZ se vislumbrou desde então foi a questão de se experimentar a anti-coloniais e à construção do ideal de uma unidade cultural que L_WYLZZqVJPULTH[VNYmÄJH]PNVYVZHKLJ\S[\YHZLTKL]PY(VSVUNV não subsumisse as diversidades culturais locais e os diferentes dessa história, diversas foram as posturas adotadas pelos cineastas grupos étnicos.