GT10 - Imagens E Sentidos: a Produção De Conhecimento Nas Ciências Sociais

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GT10 - Imagens E Sentidos: a Produção De Conhecimento Nas Ciências Sociais 30º Encontro Anual da ANPOCS 24 a 28 de outubro de 2006 GT10 - Imagens e sentidos: a produção de conhecimento nas ciências sociais Transgressão, Mercado e Distinção: A Violência Extrema no Cinema Paulo Cesar Almeida Scarpa Introdução O presente artigo1 tem como objeto mais amplo o mercado da violência estilizada. Em uma definição abrangente de mercado da violência, poderíamos dizer que se refere a todos aqueles fenômenos econômicos e simbólicos que têm a violência enquanto produto, diretamente ou não. Mais especificamente, o objeto tratado aqui será o campo cinematográfico e, dentro deste, um tipo de cinema específico: cinema exploitation (ou cinema de exploração em português). Esta produção cinematográfica é conhecida também por outros termos como, por exemplo, “cinema extremo”2 e, academicamente, é freqüente o uso do termo paracinema3. Uma das características peculiares a este tipo de cinema é que ele não é vendido nem produzido por grandes produtoras, não sendo facilmente acessível para o grande público. Como veremos adiante, tal hermetismo no acesso acaba se tornando parte fundamental da organização identitária de um grupo específico de consumidores. Os filmes em questão se caracterizam por alguns pontos em comum: grande quantidade de violência explícita, narrativa não convencional, pouca preocupação com o desenvolvimento de uma história complexa (sendo o efeito de choque o principal foco), baixíssimos custos de produção e, em alguns casos, um cunho político de fundo. Outro ponto em comum de tais produções é que muitas vezes elas contém elementos subversivos (violência, incesto, estupro, tortura etc) raramente encontrados na produção cinematográfica amplamente consumida e legitimada. Esta forma de produção cultural, assim como todas as coisas, têm as suas raízes. Em termos visuais, o uso da violência como elemento central para um espetáculo pode ser rastreado antes mesmo do cinema. No século XIX, na França, havia uma forma de teatro conhecido como Grand Guignol que oferecia produções que prometiam chocar e causar repulsa ao espectador. Lá o público podia assistir peças contendo desmembramentos, gargantas cortadas, mutilações, assassinatos, estupros etc, em produções de curta duração e, em alguns casos, com pouco ou nenhum enredo. Um dos teatros Grand Guignol mais bem sucedidos era o Theatr du Grand Guignol4 inaugurado em 1897 1 Este trabalho é a síntese de partes da dissertação de mestrado que desenvolvo para o programa de pós-graduação em Sociologia da Universidade Federal do Paraná. 2 Dentro da categoria cinema extremo encontram-se uma série de sub-categorias, entre elas por exemplo, o gore. O gênero gore é caracterizado por filmes violentos onde abundam cenas sangrentas, mutilação, tortura, etc. Ainda dentro desta definição mais ampla de cinema extremo, encontramos as sub-categorias Giallo, Mondo, Slasher, Trash, W.I.P e S/M. Durante o trabalho será explicado e definido cada cada um desses subgêneros, e será ainda discutido algumas diferenças de produção e consumo destes mesmos. 3 Ver por exemplo SCONCE (1995), HAWKINS (2000) e JANCOVICH (2002). 4 O nome é derivado de um personagem de fantoche famoso de Lyon no século XIX conhecido como Guignol e criado pelo dentista Laurent Mourgue. O dentista, ao perceber que seus pacientes, temendo dor na hora de terem seus dentes arrancados, ficavam desconfortáveis ou fugiam dele. Para resolver isso criou um personagem de fantoche que contava histórias para as pessoas na hora do tratamento. O fantoche acabou por fazer tanto sucesso que Mourgue 2 em Paris, na rua Chaptal, por Oscar Metenier. O Théâtre du Grand-Guignol era um teatro pequeno, com capacidade para pouco menos de 300 pessoas, o que acabava por contribuir para a proposta do teatro e das peças, uma vez que dependiam de truques e efeitos visuais, a proximidade e intimidade do teatro contribuíam para o efeito pretendido. Um dos principais autores das peças para o Théâtre du Grand-Guignol era André de Lorde, tendo escrito mais de cem peças entre aos anos de 1901 e 1926. Suas peças se concentravam no terror da vida mundana, sofrimento de inocentes, infanticídio, vingança e loucura. As peças eram quase todas de curta duração e várias seriam apresentadas em uma mesma noite. O teatro durou um pouco mais de 60 anos e na década de 1960, com o crescente interesse em filmes gore, gênero que se expandia cada vez mais para os cinemas, o Théâtre du Grand-Guignol, incapaz de competir com a nova mídia, acabou por fechar as suas portas. Processo semelhante aconteceu com as chamadas Burlesque Houses americanas com seu público migrando para os nudie films, filmes sexploitation e cinemas pornográficos durante a década de 70. A Inglaterra também teve sua versão do Grand Guignol, embora muito mais leve uma vez que a censura sempre foi muito estrita na Inglaterra - assim como continua a ser nos dias de hoje5. Em 1920, Jose Levy abriu o Grand Guignol Theatre em Londres apresentando peças semelhantes à versão francesa e, quase todas com a atriz Sybil Thorndik. Apenas dois anos depois, em 1922, o Grand Guignol Theatre foi fechado pelo próprio Levy, pois, segundo ele próprio, era impossível realizar tal teatro com a censura britânica constantemente intervindo em seus espetáculos. O teatro inglês, proibido do estilo mais explícito do Grand Guignol francês, optou então pela veia do terror gótico. Adaptações de contos de Edgar Allan Poe, além de incontáveis adaptações de Drácula e Frankenstein tornaram-se recorrentes. As raízes da famosa produtora de cinema de terror, a Hammer, estão justamente nesta tradição6. largou a profissão de dentista e se dedicou exclusivamente à criação de bonecos de fantoche. A idéia tornou-se tão popular que começaram a aparecer ao redor da França vários Guignols - como eram conhecidos os espetáculos - com personagens de fantoches freqüentemente em situações satíricas na qual reclamavam da situação social, do governo, de Deus etc. O governo acabou por proibir tais apresentações mas isto acabou apenas por torná-las mais populares ainda com os artistas montando apresentações improvisadas em praças públicas fáceis de desmontar caso alguma autoridade aparecesse. Além do personagem de Guignol, ele tinha um amigo Gnafron e um inimigo Gendarme Flageolet (Gendarme se referia ao policial militar francês). 5 Até os dias atuais, filmes pornográficos explícitos são proibidos na Inglaterra bem como diversos filmes de terror. Os chamados videos nasties da censura britânica compõem uma lista de filmes que foram censurados e até hoje permanecem proibidos na ilha. 6 O início da Hammer é marcado com o filme de 1957 The Curse of Frankenstein (Dir: Terrence Fisher, 1957, Reino Unido). O seu enorme sucesso levou a um extenso catálogo de filmes de terror britânicos, a maioria com Christopher Lee e Peter Cushing nos papéis principais e, os mais bem sucedidos, dirigidos por Terence Fisher. 3 O Cinema Exploitation Na indústria do cinema, o termo exploitation (ou exploração) tem três sentidos, de acordo com Mattos (2003). Pode se referir ao processo de promoção, marketing e publicidade de um filme; ao diálogo que o filme estabelece com seu público, ou seja, ele “explora” um determinado nicho do público quando reflete as suas expectativas e seus valores; por último, pode ser uma espécie particular de filmes com algum assunto polêmico que pode ser altamente explorado pela publicidade. Nota-se então que o termo exploitation não carrega em si uma conotação negativa. Os exploitations de má reputação – que nos interessam para o presente trabalho - eram aqueles que abordavam temas proibidos pela censura e considerados tabus pela indústria tais como: higiene sexual, nudismo, prostituição, strip-tease, uso de drogas, atrocidades, exotismo pseudo-etnográfico ou qualquer outro assunto considerado de “mau gosto”. A distribuição de tais filmes, era geralmente feita através de muita propaganda, de tom sensacionalista, para dar a idéia de que estaríamos prestes a ver algo “chocante” e “perturbador”. Nos primórdios do cinema, enquanto que os filmes de prestígio eram exibidos em cinemas de luxo, com lugares reservados, programas impressos, orquestra sinfônica e ingressos mais caros, os filmes de exploração eram confinados a cinemas especializados e as sessões restritas ao público adulto, podendo ocorrer ainda uma separação por gêneros (uma sessão para homens e outra para mulheres). São deste período, até a década de 40, as famosas palestras que faziam parte das apresentações dos filmes de exploração que duravam de quinze a trinta minutos e eram pronunciadas em um intervalo durante a projeção ou após o final do filme. Conferencistas com credenciais falsos ou afiliados a organizações de saúde fictícias, recepcionistas vestidas de enfermeiras aparentemente com a função de ajudar membros da audiência que se sentissem mal durante as cenas mais fortes do filme lá estavam na verdade para transitar pelos corredores do cinema oferecendo diversas mercadorias recomendadas pelo palestrante. Em termos de produção, o filme exploitation é um gênero que geralmente sacrifica as noções tradicionais e legitimadas de mérito artístico em nome de uma apresentação, muitas vezes sensacionalista, de algum tópico ou temática na qual acreditam que o público possa ter curiosidade: temas considerados tabus, geralmente sexo e violência, são os mais recorrentes. No entanto, a temática de tais filmes é extremamente diversificada e não é critério o suficiente para caracterizar um filme enquanto sendo exploitation. Embora tais filmes sejam tão antigos quanto o próprio cinema, sua enorme popularização se deu durante a década de 60 e 70, após uma tendência nas sociedades ocidentais em relaxar a censura e padrões morais do que é aceitável no cinema, especialmente na 4 Europa. Antes de continuarmos adiante em uma definição e análise mais apurada, segue abaixo uma breve descrição da variedade de sub-gêneros encontrados sob o termo de exploitation7. Exploitation Clássico Os filmes de exploração são tão antigos quanto o próprio cinema, sendo um dos primeiros e mais importantes o filme Freaks (Dir: Tod Browning, 1932, EUA) que utiliza pessoas com deformidades físicas reais para efeito de choque em uma história de amor e decepção entre um anão de circo e uma trapezista.
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