O Comboio em

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038 Prefácio da 22ª exposição fotográfica “O Comboio em Portugal” - Guimarães Biblioteca Interactiva - pólo de azurém (Guimarães) - Universidade do Minho - 26 de março a 13 de abril de 2007

Marco no desenvolvimento Martins Sarmento, a Associação Ar- dos muros da sua historicidade e tística Vimaranense e a Associação passar a ser também uma cidade Casimiro Silva e Samuel Silva Comercial de Guimarães, além da do Presente e do Futuro. própria Câmara Municipal. Se há um símbolo da Modernida- E conseguiu-o, por força das loco- de é o comboio. Máquina perfeita, E não havia melhor maneira de motivas que todos os dias percor- simultaneamente mãe e filha da transportar a Modernidade até à ci- riam a linha-férrea que liga a Trofa Revolução Industrial, a locomotiva dade-berço que não fosse trazê-la a Guimarães. Isto fez com que o puxou o Ocidente para um nível de em carris. século XIX se tornasse, após a Fun- desenvolvimento até então único e, dação, a época mais importante da para muitos, inimaginável. O com- Por isso é que o dia 14 de Abril de vida vimaranense. Guimarães pas- boio foi o mais importante agente 1884 marca o nascimento da Gui- sou a ser um pólo industrial mui- da Revolução Industrial, transpor- marães Moderna. Nesse dia, o pri- to importante no plano regional e tando as gentes, os produtos, abrin- meiro comboio chegou à estação o transporte em caminho-de-ferro do o Mundo e espalhando um novo do Cavalinho – que na altura estava constituiu uma componente funda- impulso à sua passagem. demasiado longe da cidade, motivo mental na expansão da sua indús- pelo qual, nos anos seguintes, foi tria. Nesse tempo, em Guimarães, aqui- rasgada a actual Avenida D. Afonso lo que o jargão contemporâneo pas- Henriques – um monte muito dis- O comboio foi, na viragem do sécu- sou a designar por Sociedade Civil, tante da centralidade do Toural. A lo XIX para o século XX, um motor uniu-se em torno de um objectivo partir de então Guimarães passou de conhecimento. Com a maior faci- comum: trazer a Modernidade à ci- a fazer parte do “admirável mundo lidade com que agora se podia via- dade. Esse era um desejo marcado novo” que nascia na Europa. Ainda jar, as novidades circulavam muito e (ver-se-ia depois) marcante dos vi- que o fizesse tarde, a cidade entra- mais rapidamente. Esse facto mar- maranenses. E foi concretizado com va na nova era. cou um avanço significativo para a a intervenção de instituições locais cultura e a ciência europeias. marcantes dos finais do século XIX Porque a Guimarães do século XIX e início do século XX: a Sociedade queria crescer. Queira libertar-se Hoje, o conhecimento tem o seu

2 |04 www.ocomboio.net motor nas Universidades e, muito reforçando a comunicação entre as a verdade é que, desde os primór- particularmente, na forma como es- duas principais cidades minhotas. dios do caminho-de-ferro, as duas tas se conjugam com os diferentes cidades quiseram estar unidas por sectores da sociedade. Nesse as- O que nem sequer seria uma gran- comboio. Por um motivo ou por pecto, a cidade de Guimarães pode de novidade. Aliás, logo em 1865, outro, as ligações sempre fracassa- estar satisfeita. Acolhe um dos pó- apenas um ano depois da primeira ram. Mas ainda vamos a tempo de los da Universidade do Minho. E ligação em caminho-de-ferro em emendar a mão. tem as suas empresas e a sua au- Portugal ser concluída, António Al- tarquia a trabalharem fortemente ves Carneiro, presidente da câmara Ligar a Universidade do Minho por com a universidade. de Guimarães, já tinha começado ferrovia, mais do que fazer todo o os seus esforços para a concre- sentido, é uma forma de ganhar o Esta é uma realidade que não ter- tização da linha entre a cidade do futuro enaltecendo quem, no passa- mina em Guimarães. Estende-se a , Guimarães e Braga. E esse do, soube projectar a ligação entre Braga e ao outro pólo da Universi- objectivo foi continuado e defendi- Guimarães e Braga. Tanto mais que, dade do Minho. Juntos, os campi do intensamente durante 20 anos no caminho entre os dois pólos, de Azurém e Gualtar fazem da UM pelos presidentes do município vi- se situarão dentro de muito pouco umas das instituições de ensino maranense que se lhe seguiram: tempo duas instituições de Inova- mais prestigiadas do país. Juntas, Barão do Pombeiro e Rodrigo de ção & Desenvolvimento de excelên- Guimarães e Braga podem assumir- Meneses. cia e nível internacional como são se como o terceiro grande pólo me- o Ave Park e o Instituto Ibérico de tropolitano nacional. E o comboio Outros projectos se seguiram, pro- I&D. pode – e deve! – fazer parte desta pondo uma ligação ferroviária entre dinâmica. Ligando os dois pólos da as duas cidades. Com traçados di- Guimarães, 23 de Março de 2007. Universidade UM e, dessa forma, ferentes e dinamizadores distintos,

3 |04 www.ocomboio.net O Comboio em Portugal OCOMBOIO.NET é actualmente Ferroviária da Europa. é um projecto online sobre a Vida, o maior centro de documentação Em paralelo, desenvolve acções Património e Memória do Caminho online sobre o Caminho de Ferro concretas de promoção do Cami- de Ferro português desenvolvido português, disponibilizando largas nho de Ferro como sejam exposi- a partir da Universidade do Minho dezenas de reportagens originais, ções fotográficas, edição de postais por uma equipa pluridisciplinar entrevistas, artigos de opinião, tex- e outros materiais, colaboração na constituída por professores, jorna- tos históricos, ensaios, portfolios organização e publicação de docu- listas, artistas, estudantes, inves- fotográficos, documentos técnicos mentação histórica, contactos com tigadores, escritores, animadores e documentação multimédia. autarquias, escolas e bibliotecas e sociais, profissionais do audiovisu- OCOMBOIO.NET foi, em parceria outros espaços culturais. al, bibliotecários e profissionais do com a Biblioteca Nacional Digital, Caminho de Ferro. criador da primeira Bibliteca Digital

Fotografias de Dario Silva, autor e editor do portal Ocomboio.net

1 - Ponte de São João, Porto~Gaia, 10 - O Comboio em Castelo de Vide 19 - Pontes Maria Pia e São João 2006. e Marvão, Ramal de Cáceres, 2006. sobre o rio Douro, 2006. 2 - Porto Campanhã, 2006. 11 - O Comboio em Marvão-Beirã, 20 - Catenária em Nine, Linha do 3 - Estação de Porto São Bento, 2006. Minho, 2005. 2006. 12 - O Comboio no Douro, 2003. 21 - Estalagem Rainha D. leonor, 4 - Ruílhe, Ramal de Braga, 2004. 13 - As Ferroviárias no Alentejo. antiga estação de Cabeço de Vide, 5 - O Chefe de Estação de Bifurca- 14 - , 2005. -Estação, ção de Lares. 15 - Vale do Mondego, 2005. 2005. 6 - Estação de Alfarelos, 2006. 16 - Túnel de Seixas, Linha do 22 - Renovação do Ramal de Bra- 7 - O Comboio no vale do Mon- Minho, 2006. ga, 2004. dego, 2006. 17 - O Comboio em Porto São 23 - Os Ferroviários no Douro, 8 - Granja, . Bento, 2006. 2006. 9 - Catenária, 2006. 18 - Linha do Norte, 2006.

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