Universidade De São Paulo Escola De Comunicações E Artes
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE COMUNICAÇÕES E ARTES PAULO VINICIUS BIO TOLEDO Debates sobre teatro e sociedade após o golpe de 1964: reflexão e trabalho teatral de José Celso Martinez Corrêa e Augusto Boal São Paulo 2018 PAULO VINICIUS BIO TOLEDO Debates sobre teatro e sociedade após o golpe de 1964: reflexão e trabalho teatral de José Celso Martinez Corrêa e Augusto Boal Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, para a obtenção do Titulo de Doutor em Artes. Área de Concentração: Teoria e Prática do Teatro, Orientador: Prof. Dr. Sérgio Ricardo de Carvalho Santos. São Paulo 2018 Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa desde que citada a fonte. TOLEDO, Paulo V. Bio. Debates sobre teatro e sociedade após o golpe de 1964: reflexão e trabalho teatral de José Celso Martinez Corrêa e Augusto Boal – Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2018. Aprovado em: Banca Examinadora Prof. Dr.________________________Instituição_________________________________ Julgamento_____________________Assinatura________________________________ Prof. Dr.________________________Instituição_________________________________ Julgamento_____________________Assinatura________________________________ Prof. Dr.________________________Instituição_________________________________ Julgamento_____________________Assinatura________________________________ Prof. Dr.________________________Instituição_________________________________ Julgamento_____________________Assinatura________________________________ Prof. Dr.________________________Instituição_________________________________ Julgamento_____________________Assinatura________________________________ Para meus pais, Flávio e Silvia Para Sara Para meu filho Antônio. AGRADECIMENTOS Não é nada fácil escrever uma tese de doutorado. Ao menos para mim não foi e, na verdade, teria sido uma tarefa impossível não fosse a solidariedade, o carinho, a amizade e a confiança de tantas pessoas que, no fim das contas, são o que ampara um trabalho tão desgastante como este. Apesar da assinatura ser individual, os agradecimentos são a chance de dizer que o trabalho é fruto de um esforço coletivo, de uma rede de sustentação que alicerça o pensamento. Agradeço então meus pais e meus irmãos, pelo inacreditável apoio em todos os momentos imagináveis. Minhas avós, Dona Cida e Dona Teresinha, mulheres de aço que carregaram gerações. E toda minha grande família que faz o peso do mundo ser mais suportável. Também agradeço à nova família na qual fui aceito, a Nena, Augusto, Julia, Tânia, Lucas, Marcelo, Valério, e os sobrinhos que formam com meu filho uma espécie de gangue terrorista, célula de guerrilha, navio pirata e fazem qualquer almoço de domingo se transformar num caos cheio de vida. Agradeço às parceiras de Canoa, a Júlia, a Alpha e a Sara. Também à todos os parceiros e parceiras de pensamento no LITS e a Nina Hotimsky, que ajudou especialmente enviando documentos e pesquisas próprias. Agradeço aos companheiros do Centro Livre de Artes Cênicas (CLAC), um belo projeto que foi descontinuado com a mudança de gestão na prefeitura de São Bernardo do Campo, mas que foi marcante para mim nos dois anos em que dei aulas ali. E muito especialmente agradeço a todas e todos os alunos e alunas que encontrei durante estes quatro anos, no departamento de Artes Cênicas da USP e em São Bernardo. Foram momentos inesquecíveis que abriram um horizonte novo na minha vida e que me mostraram na prática que dar aulas é (ou deveria ser) um momento de aprendizagem mútua, de dinamização do conhecimento e de trocas fantásticas. Agradeço à CAPES pela bolsa concedida nos três últimos anos da pesquisa, e pela bolsa no Programa de Doutorado Sanduíche no Exterior (PDSE), que possibilitou período de estudos e pesquisa em Portugal junto à Universidade Nova de Lisboa. Foram quatro meses de grandes descobertas no pequeno país ibérico. Descobertas multiplicadas pela ajuda e amizade da Amarílis Felizes, do Jorge Louraço, do José Soeiro e de todo o pessoal do Óprima, uma rede fascinante de ativismo, pensamento e trabalho com Teatro do Oprimido. Também agradeço muito ao Julián Boal e a Cecília, com quem vivi dias felizes em terras portuguesas. E muito especialmente agradeço à Professora Raquel Varela, coorientadora no exterior, e intelectual de incrível obstinação crítica e convicção apaixonante. Agradeço pela forma tão carinhosa com que me recebeu, por toda a ajuda, confiança e amizade. Também agradeço a disposição e ajuda das funcionárias, bibliotecárias e arquivistas do Museu Nacional do Teatro e da Dança em Lisboa (principalmente a Sofia Patrão, que tanto me ajudou lá), da Escola Superior de Teatro e Cinema, da Fundação Calouste Gulbenkian, da Hemeroteca Municipal de Benfica e, no Brasil, do Arquivo Edgar Leuenroth na Unicamp. Agradeço muito ao Prof. Walter Garcia e ao Prof. Alexandre Flory por aceitarem participar da banca de defesa. E especialmente à Professora Sílvia Fernandes e ao Professor José Antônio Pasta, que acompanham o trabalho desde a primeira banca de qualificação no mestrado, passando pela defesa da dissertação e o exame de qualificação desta tese, sempre com considerações fundamentais e decisivas para o decorrer dos estudos, uma leitura generosa do trabalho e um sentido rigoroso e construtivo de avaliação crítica. É um grande honra e alegria contar com ambos nestas várias bancas deste penoso processo de pós- graduação. Com o fim deste processo de doutoramento, fecha-se um ciclo de 10 anos nos quais fui orientado de forma ininterrupta pelo Professor Sérgio de Carvalho. Começou em 2008 com um projeto de iniciação científica e se estendeu até este doutorado. Para mim, que tenho 33 anos, esta década significa quase a terça parte da minha vida. Digo isso para tentar assinalar a extensão da importância que este encontro possui para mim. Algo que vai desde o aprendizado de como organizar e expor os fluxos de pensamento, perceber os vários ângulos de olhar para as coisas, até a atenção para o que importa. Perspectivas que parecem simples, mas que transcendem o campo do pensamento intelectual e se encontram com o da ética e o da amizade. Agradeço pela confiança em todos esses anos e pelo companheirismo no enfrentamento do mundo. Por fim, agradeço a Sara, companheira de viagem, alicerce desta jornada e o amor de minha vida. Sem ela nada seria possível. As derrotas seriam terríveis e as vitórias insignificantes. E agradeço ao nosso filho Antônio, que é a razão, a força e a inspiração de tudo, a felicidade de cada dia. RESUMO TOLEDO, Paulo V. Bio. Debates sobre teatro e sociedade após o golpe de 1964: reflexão e trabalho teatral de José Celso Martinez Corrêa e Augusto Boal. 2018. Tese (Doutorado em Teoria e Prática do Teatro) – Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, 2018 Augusto Boal e José Celso Martinez Corrêa foram artistas que protagonizaram momentos de singular importância na história do teatro brasileiro nas décadas de 1960 e 1970. Apesar da significativa diferença no trabalho artístico entre os dois, eles transitam por categorias semelhantes e decisivas para aquela geração que deu novos rumos para a modernização do teatro no Brasil. Com este trabalho, buscou-se acompanhar as formulações estéticas e políticas dos dois diretores após o golpe civil-militar de 1964. Tomou-se como base a discussão sobre a fratura histórica ocasionada pela ditadura no campo da arte engajada e os impasses decorridos dela. A partir daí, a tese analisa alguns espetáculos, o tipo de trabalho criativo e principalmente o material teórico e reflexivo produzido por Boal e Zé Celso a partir de 1967, quando ambos iniciam um processo de reavaliação sobre as tentativas de resistência no campo de teatro político. A proposta foi de tentar compreender a linha de pensamento que leva-os até as formulações vanguardistas do começo da década de 1970, os caminhos de resistência e enfrentamento sugeridos por eles e, fundamentalmente, o tipo de travamento histórico que suas posições sofreram no Brasil. Por fim, o trabalho apresenta uma pesquisa sobre os anos de exílio de ambos, quando tiveram a chance de trabalhar em ambientes marcados por forte agitação social fora do país. Foi no exílio que as formulações de Boal e de Zé Celso ganharam novos sentidos críticos que, por sua vez, proporcionaram um ângulo diverso para compreender o trabalho realizado no Brasil entre 1964 e o começo da década de 1970. Palavras-chave: Augusto Boal; José Celso; Teatro Oficina; Teatro de Arena; Teatro do Oprimido ABSTRACT TOLEDO, Paulo V. Bio. Debates on theater and society after the 1964 coup: reflection and theatrical work of José Celso Martinez Corrêa and Augusto Boal. 2018. Thesis (Doctorate in Theater Theory and Practice) – Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, 2018. Augusto Boal and José Celso Martinez Corrêa were artists who performed moments of singular importance in the history of Brazilian theater in the 1960s and 1970s. In spite of the significant difference between their artistic work, they moved through similar and decisive categories for that generation that gave new directions for the modernization of theater in Brazil. With this work, we sought to follow the aesthetic and political formulations of the two directors after the civil-military coup of 1964. The discussion was based on the historical fracture caused by the dictatorship in the field