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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas Laboratório de Mídias e Linguagens

Gustavo Henrique Souza Silva Luíz Guilherme Macedo Marcos Paulo Rodrigues Tainá Fernandes Fonseca

COBERTURA DOS JOGOS OLÍMPICOS RIO 2016

Belo Horizonte ­ MG 2016

1) Trata­se de um evento planejado? Os Jogos Olímpicos são eventos planejados que ocorrem de quatro em quatro anos desde 1896. Cresceram ao ponto de se transformarem no maior evento esportivo do planeta e o único capaz de reunir delegações de mais de 200 países em uma mesma cidade. Para a realização de um grande evento como as Olimpíadas é necessário muita preparação, necessitando de uma grande infraestrutura para a disputa dos Jogos. Portanto, é um projeto de extrema grandeza. Para tal, foi criado o Comitê Rio 2016, cujo intuito é organizar os primeiros Jogos Olímpicos do Brasil e da América do Sul. A organização não tem fins lucrativos. Mais de 140 mil pessoas estarão envolvidas na organização do evento, sendo 7 mil integrantes do Comitê Organizador, 65 mil pessoas contratadas e mais 70 mil voluntários.

1.2) Qual o tema principal? O tema principal das Olimpíadas Rio 2016 foi "Viva sua paixão" e contou com dois mascotes que representam a fauna e a flora; eles são: Vinícius (representa os animais do Brasil) e Tom (representa as plantas do Brasil). Os nomes são justas homenagens a dois grandes compositores da música popular brasileira: Vinícius de Moraes e Tom Jobim. A candidatura do à sede dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016 convidou atletas e torcedores de todo o planeta à compartilhar a paixão do povo brasileiro pelo esporte. O slogan da campanha, “Viva a sua paixão”, foi lançado no Réveillon de 2009, na Praia de Copacabana, e projetado na roda gigante montada no Forte de Copacabana. O slogan traduz a maneira do brasileiro de se “envolver apaixonadamente em tudo o que faz”. Ele também reflete a maneira aberta e democrática com que o país recebe e convive com as diferentes culturas, raças, religiões e comportamentos. “A candidatura Rio 2016 é um convite aberto para que todo mundo viva a sua paixão pelo esporte nesta cidade maravilhosa, seja como atleta, oficial, jornalista ou espectador”, explica Leonardo Gryner, Diretor de Marketing e Comunicação Rio 2016. Vale ressaltar que o slogan olímpico não é o mesmo que o lema olímpico: Citius, Altius, Fortius (“Mais rápido, mais alto, mais forte”). Este, foi criado por Pierre de Coubertin em 1894 e simboliza o espírito olímpico no geral. Cada Olimpíada também possui sua música tema. A primeira da atual edição foi intitulada “Alma e Coração” e cantada por Thiaguinho e Projota. O clipe foi feito com crianças que já praticavam os esportes mostrados no vídeo, como natação, atletismo e boxe; sendo realizado em parceria com a Samsung. Katy Perry também lançou a musica Rise como tema das Olimpíadas, no clipe ​ ​ ela escolheu representar os desafios enfrentados por atletas. No fantástico, programa da Rede Globo, também foi lançada uma música oficial do ‘Time Brasil’, a delegação de mais de 400 atletas brasileiros nos Jogos Olímpicos. O clipe teve a participação de diversos artistas como Toni Garrido, Preta Gil, Ana Carolina e Gabi Amarantos. A canção possui o objetivo de engajar ainda mais os atletas com o clima dos Jogos Olímpicos na Cidade Maravilhosa. O clipe oficial teve a participação de diversos competidores do país como a judoca e campeã olímpica Sarah Menezes, Flávia Saraiva, da ginástica artística, entre outros. Além de destacar o orgulho de ser brasileiro e a garra dos atletas, o vídeo também mostra imagens de conquistas históricas como as de Robert Scheidt na vela.

2) Qual o objetivo fundamental do evento? A cada quatro anos, atletas de centenas de países se reúnem em um país sede para disputarem um conjunto de modalidades esportivas. A própria bandeira olímpica representa essa união de povos e raças, pois é formada por cinco anéis entrelaçados, representando os cinco continentes e suas cores. A paz, a amizade, o bom relacionamento entre os povos e o espírito olímpico são os princípios e o objetivo fundamental dos Jogos Olímpicos. Além da religiosidade, os gregos buscavam através dos Jogos Olímpicos a paz e a harmonia entre as cidades que compunham a civilização grega. Isso também mostra a importância que os gregos davam aos esportes e a manutenção de um corpo saudável. Posteriormente, após a tentativa do francês Barão de Coubertin em reviver o espírito das primeiras competições, os Jogos Olímpicos se tornaram um evento globalizado e de grande importância no mundo. Quando foram celebrados os primeiros Jogos Olímpicos da Era Moderna, se pretendia apenas realizar um evento que reunisse algumas centenas de pessoas que praticavam o esporte como atividade de tempo. Mal sabia o Barão de Coubertin que a competição iria se transformar em um dos principais eventos culturais do planeta, ultrapassando, sem dúvida, os limites do esporte. Os Jogos Olímpicos podem proporcionar um significativo avanço econômico para a cidade e o país­sede do evento. Embora o fato de se candidatar ao megaevento exija uma série de responsabilidades, principalmente em relação à infraestrutura das cidades­candidatas, os benefícios econômicos gerados pelos jogos são em tese, bem maiores do que os próprios investimentos para sua realização. A projeção da cidade e do país­sede do evento é tamanha, que é capaz de provocar profundas e permanentes mudanças socioeconômicas positivas. A atração de turistas de diversas partes do mundo faz com que melhorias estruturais permanentes sejam realizadas, como rede de transporte, moradia e instalações esportivas. Sem contar nos inúmeros novos postos de trabalho que são gerados direta ou indiretamente através do evento.

3) Qual o objetivo primeiro da cobertura? Informar, engajar, entreter etc?

O objetivo inicial da cobertura é informar aos públicos sobre o funcionamento e os resultados dos Jogos Olímpicos, assim como a trajetória dos atletas, seus pontos fortes e fracos e a tradição de cada país nas respectivas modalidades. .Porém, por se ​ ​ tratar de uma competição esportiva que provoca grandes emoções nos espectadores, o entretenimento está intrínseco à cobertura. A Olimpíada tem um grande poder de engajamento, o espírito olímpico causa grandes comoções para diversos temas que são importantes para a sociedade. Na cerimônia de abertura, por exemplo, foram abordados assuntos como a preservação do meio ambiente, a inclusão e a tolerância; que se tornaram pautas para a mídia e para a sociedade em geral durante o período olímpico. Durante a cobertura feita pela Rede Globo, Galvão Bueno e os comentaristas faziam questão de evidenciar os fatores da abertura que estavam relacionados a esses temas. No momento em que a pira olímpica foi acesa, por exemplo, Galvão fez questão de ressaltar que as chamas estavam mais baixas do que se viu em edições anteriores dos Jogos para diminuir a poluição ocasionada por gases. Isso, sobretudo pelo fato de a pira central ficar acesa durante todo o período dos Jogos Olímpicos. Além disso, por ​ ser um evento de escala global, a mídia também deve estar ciente e transmitir tudo o que acontece e que tenha relação com o evento, como e questões políticas e econômicas, segurança e controvérsias.

4) O evento é local, regional, global? Qual a magnitude? (Detalhar dias, horários, esforço necessário para a cobertura etc)

O evento em si é regional, as provas ocorreram principalmente em 32 locais de competição em quatro regiões (zonas) da cidade do Rio de Janeiro e em outros estados brasileiros, contudo, o evento possui uma dimensão global; pois é acompanhado em todos os continentes e por ser o maior acontecimento esportivo do planeta. Segundo o site oficial dos canais SportTV que fazem parte da Rede Globo , “entre os dias 5 e 21 de agosto, foram mais de quatro mil horas de transmissão, com a participação de 35 narradores e 110 comentaristas; entre eles nomes consagrados como a romena Nádia Comaneci (ginástica), o norte­americano Mark Spitz (natação), o cubano Javier Sotomayor (saltos em altura), dentre outros. O público pode escolher entre até 16 canais SporTV em HD. Além da cobertura na televisão, o SporTV disponibilizou aos torcedores outros 40 sinais ao vivo na internet. Ao todo, os assinantes puderam escolher entre 56 opções distintas de transmissão e acompanhar tudo o que acontece nos jogos. Com o objetivo de transmitir a vibração das competições a quem estava em casa, os canais SporTV 1, 2 e 3 exibiram as principais disputas e as modalidades nas quais os atletas brasileiros possuíam maiores chances de chegarem ao pódio. O SporTV 4 foi um guia de todos os outros 15 canais, 24 horas ao vivo. As demais competições da Rio 2016 foram agrupadas de acordo com modalidades afins como, por exemplo, esportes aquáticos. Cada grupo de esportes olímpicos foi inserido em um dos outros 12 canais SporTV, temporariamente abertos na frequência dos canais Premiere. Já no SporTV Play, o público teve acesso a todo o conteúdo dos Jogos Olímpicos 24 horas por dia nas suas mãos. Além das transmissões ao vivo e on demaond, o assinante encontrou diversos programas especiais que puderam ser vistos e revistos independentes de local e horário. Por meio da plataforma, a emissora disponibilizou um player de vídeo altamente interativo também em outras telas. Desse modo, o torcedor pôde navegar pelas telas, pausar ou retroceder a transmissão, e, até mesmo, escolher os eventos por data ou modalidade de acordo com a sua preferência. O SporTV Play pode ser acessado por meio de computadores, smartphones, tablets, Smart TV e videogame (XBox). Os torcedores ainda tiveram a oportunidade de ficar por dentro dos Jogos Olímpicos através do aplicativo SporTV Rio 2016. Com atualização constante, o público usufruía de acesso à grade de programação do canal, quadro de medalhas e vídeos de transmissões ao vivo e on demand. Os usuários puderam ainda ativar os alertas e receber notificações nos horários das principais disputas ou quando seu atleta favorito iria competir. Essa funcionalidade também podia ser encontrada em outras plataformas SporTV. A maratona de cobertura do canal também incluía o SporTV.com. Ao acessar a página, o usuário encontrava tudo o que acontecia na Rio 2016 por meio do Almanaque Olímpico, notícias, matérias especiais, galeria de fotos, vídeos, calendário, grade de programação, quadro de medalhas e outras estatísticas para os fãs de esporte”.

PROGRAMAS ESPECIAIS Segundo o site oficial do SporTV “Além da transmissão ao vivo do evento, o canal prepara programas especiais para enriquecer ainda mais a maior cobertura da história dos Jogos Olímpicos. Os fãs de esporte já começam o dia bem informados com o "Bom Dia SporTV" que abre a programação simultaneamente no SporTV 1 e SporTV 4, às 7h, diretamente do estúdio panorâmico do canal, dentro do Parque Olímpico. O programa, com apresentação de Domitila Becker e Bárbara Coelho, traz informações sobre o dia de competições, mostra como está o clima e o trânsito na cidade, exibe entrevistas com atletas e conta com entradas ao vivo diretamente do IBC, com muita informação e interatividade. A mesa redonda do noticiário esportivo brasileiro também tem espaço na cobertura do SporTV. Diariamente, às 22h30, o Extraordinários recebe convidados especiais – do esporte e do meio artístico – para conversar sobre as curiosidades e principais acontecimentos da Rio 2016. Apresentado por Maitê Proença, Felipe Andreoli, Xico Sá e Eduardo Bueno, o programa conta com a participação da turma do Casseta & Planeta que apresenta um outro lado das Olimpíadas regado a muito humor. O programa vai ao ar no SporTV 4, mas conta com uma reprise no SporTV à 1h. Dando sequência a programação do SporTV 4, de 23h30 às 7h, entra no ar o Madruga SporTV, diretamente do glass estúdio montado pelo canal na Avenida Abelardo Bueno. Com um formato de late show, o programa recebe convidados especiais, exibe reportagens e conta com a participação de correspondentes espalhados por diversas partes do planeta. Além disso, acompanha o dia dos atletas brasileiros e dos grandes nomes dos Jogos e conta com a participação do time de comentaristas do SporTV que analisa os principais fatos com o apoio de muitos recursos gráficos e tecnológicos. Outro destaque é a exibição do programa É Campeão!, que reúne algumas lendas da história dos Jogos Olímpicos. Nadia Comaneci (ginástica artística), Javier Sotomayor (salto em altura), Mark Spitz (Natação), Greg Louganis (saltos ornamentais), Carl Lewis (atletismo), Bart Conner (ginástica artística) e Nalbert (vôlei) são alguns dos principais nomes que estarão presentes no programa. Além de relembrar as conquistas, eles analisam os momentos marcantes da Rio 2016. Por fim, o tradicional SporTV News não vai ficar de fora da cobertura olímpica. Diariamente, de 1h a 1h30, o telejornal esportivo apresenta os principais acontecimentos do dia de um jeito dinâmico e atrativo. Apresentado por Vanessa Riche, o programa traz matérias exclusivas e entrevistas com atletas e comentaristas. O canal aberto da Globo além da cobertura na TV que altera a programação da emissora para transmitir todas as competições brasileiras , oferece as transmissões das competições pelo aplicativo Globo Play e também em um segundo canal exclusivo, 24 horas dedicado aos Jogos Olímpicos, através de sua plataforma de video on demand e do globoesporte.com. O canal ‘Play nos Jogos’ é gratuito e aberto aos usuários em todo o Brasil pelo Globo Play. A programação oferece conteúdo complementar ao que vai ao ar na TV aberta, com a transmissão de competições exibidas com exclusividade nas plataformas digitais, flashes dos melhores momentos do dia e, ainda, o programa ‘Balada Olímpica’.”

5) Qual a mídia principal da cobertura?

Pelo fato de ser o maior evento esportivo do mundo, os Jogos Olímpicos têm uma cobertura midiática muito abrangente que envolve a maioria dos meios e veículos de comunicação. Apesar da força da internet, o principal veículo de cobertura ainda é a Televisão. As emissoras oficiais de cobertura do evento normalmente abrem mão da programação diária para a transmissão dos Jogos, sobretudo quando há brasileiros na disputa. A Rede Globo, devido a todo o investimento, alterou toda a sua grade de programação. Foram 160 horas de transmissão somente no canal aberto.

6) Qual a empresa responsável pela cobertura? Seu tamanho, estrutura?

A empresa geradora das imagens foi a Olympic Broadcasting Services (OBS), ​ mas a principal emissora responsável pela trasmissão dos Jogos Olímpicos foi a Rede Globo, que integra o . A Globo foi a primeira emissora a fazer uma transmissão jornalística em rede para vários estados brasileiros de maneira simultânea, consolidando­se como a maior Rede de televisão do Brasil até hoje. Em dezembro de 2015, a emissora adquiriu, junto ao COI (Comitê Olímpico Internacional), os direitos de transmissão das Olimpíadas de verão e de inverno até os Jogos de 2032, tornando­se assim, a empresa detentora dos direitos exclusivos de transmissão na TV fechada, na internet e via Mobile. Contudo, a transmissão na TV aberta não foi exclusiva, tendo a Rede Record e a TV Bandeirantes como concorrentes. De acordo com a coluna de TV e Famosos do site UOL, a aquisição dos direitos de transmissão das Olimpíadas até o ano de 2032 custou cerca de U$100 milhões (R$320 milhões) ao Grupo Globo. Consideramos que a Rede Globo foi a principal emissora na transmissão dos Jogos Olímpicos do Rio, porque, apesar de ter sido a detentora de apenas um canal na rede aberta da televisão brasileira, ela possuía diversos outros canais em que realizava a transmissão das Olimpíadas de 2016. Entre eles, o principal era o SporTV, que contava com cinquenta e seis canais de transmissão dos Jogos do Rio de Janeiro, sendo dezesseis na TV e outros quarenta na internet. Enquanto os , Record e Bandeirantes transmitiam apenas as competições em que os brasileiros participavam, os canais do SporTV realizavam a transmissão de todas as competições do dia. De acordo com a coluna de TV e Famosos do site UOL, a Rede Globo investiu cerca de U$120 milhões somente em produção, infra­estrutura, equipes, logística, pessoal, alimentação, hospedagem, transporte e custos de produção de reportagens.

7) Qual a infraestrutura disponível por parte dos organizadores para a cobertura?

O Comitê Olímpico Internacional disponibilizou uma megaestrutura não esportiva para os Jogos Olímpicos Rio 2016. A infraestrutura oferecida pelo COI para a cobertura esportiva dos Jogos, conta com três estruturas construídas no Parque Olímpico para utilização exclusiva dos veículos de mídia que trabalharam na cobertura do evento. Foram elas: Centro Internacional de Mídia (IBC): estrutura de 79 mil m², distribuídos em duas torres que, durante os Jogos, vão funcionar 24 horas por dia. A estrutura do IBC é capaz de alocar 10 mil jornalistas, sendo o local onde foi gerado o sinal para as emissoras de rádio e televisão detentoras dos direitos de transmissão dos Jogos.

Centro Principal de Mídia (MPC): estrutura de 29 mil m² que abrigou comunicadores da mídia impressa e on­line do mundo inteiro. Assim como o IBC, o MPC também funcionou em período integral durante a realização das Olimpíadas.

Hotel de Mídia: Hotel de 29 mil m², com 404 quartos, área de lazer completa, centro de convenções, academia e bar. O ambiente de qualificação 4 estrelas foi construído para abrigar parte da mídia credenciada na cobertura dos Jogos, além de integrantes da OBS.

Além dessa estrutura oferecida pelo COI para a cobertura esportiva dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, foi construído também, o Rio Media Center (RMC). O prédio de 2.700 m², localizado fora do Parque Olímpico, foi construído para receber as mídias nacionais e internacionais interessadas na cobertura não somente do evento, mas de tudo o que aconteceu na capital carioca ­ conhecer as principais atrações ​ urbanísticas, culturais, sociais e turísticas da cidade. O RMC ofereceu estrutura para ​ facilitar o trabalho dos comunicadores, com internet cabeada e Wireless, além de sinal de satélite para transmissões ao vivo. Assim como as demais estruturas oferecidas à mídia, o RMC funcionou 24 horas por dia durante a realização das Olimpíadas.

8)Todos os jornalistas têm acesso a esta estrutura?

Como destacado, a organização da Olimpíada de Verão Rio 2016 ofereceu aos jornalistas credenciados o Centro Internacional de Transmissão (IBC), Centro Principal de Mídia (MPC) e o Hotel de Mídia. Para ter acesso ao Centro Internacional de Transmissão, era necessário que o jornalista estivesse credenciado. O jornalista que queira ter acesso ao Centro Principal de Mídia também precisava ser credenciado, e o mais importante, ser da imprensa escrita. No Hotel de Mídia também era necessário ​ ser credenciado para se ter acesso. Portanto, todas as estruturas eram direcionadas somente aos jornalistas credenciados ao evento.

9) Como funciona o credenciamento? Há restrições ao número de profissionais envolvidos?

O credenciamento de jornalistas e fotógrafos para participar do evento foi rigoroso e com um número limitado. As credenciais foram disponibilizadas apenas para profissionais de Comunicação Social, sendo 5800 vagas para a imprensa escrita e fotográfica. Segundo o site do COI, a imprensa escrita e fotográfica que quisesse participar das Olímpiadas devia solicitar o credenciamento para os Jogos Rio 2016 a partir de Julho de 2014, ao Comitê Olímpico Nacional do país em que a sua organização se baseia. Já o processo de acreditação para os não direitos segurando rádio / organizações de televisão foi gerido diretamente pelo COI. Os credenciamentos foram tipificados em categorias: Jornalista, Jornalista específico de um esporte, fotógrafo, fotógrafo específico de um esporte, técnico, pessoal de apoio e não detentor de direitos organismo de radiofusão.

10) Orçamento para a cobertura

De acordo com a coluna de Tv e famosos do site Uol, os gastos do Grupo Globo com as Olimpíadas chegaram e U$250 milhões (R$800 milhões). Esse gasto envolveu a cobertura feita pela TV aberta, pelos canais SporTV, a internet e os aplicativos mobile. Desses, U$40 milhões foram gastos com a compra de direitos de transmissão, U$80 milhões com permutas e aquisição do título de patrocinador de mídias dos Jogos, e outros U$120 milhões em produção, infraestrutura, equipes, logística, pessoal, alimentação, hospedagem, transporte e custos de produção de reportagens. Já em relação aos gastos com estruturas físicas para dar suporte ao evento, foram investidos R$ 1,685 bilhão, dos quais R$ 1,150 bilhão de recursos privados e R$ 535 milhões da prefeitura. Não é possível dizer exatamente quanto foi gasto com a mídia (construção do IBC, MPC e do Hotel), já que o valor divulgado abarca também o que foi gasto na infraestrutura da Vila e do Parque Olímpico, além da obra nas Arenas Cariocas 1,2 e 3.

11) A cobertura foi planejada para ser transmidiática?

Identificamos que a cobertura da Rede Globo foi planejada para ser transmidiática. Várias características deste universo foram incorporadas no trabalho ​ da emissora, que apresentou uma grande expansão de conteúdo e narrativas entre várias plataformas; possibilitando uma maior participação e envolvimento de diferentes seguimentos de público. ”Trasmidiação como um modelo de produção multiplataforma, que opera a partir de estratégias e práticas interacionais propiciadas pela cultura participativa. (FECHINE, 2014,p.15). Uma das características que reforçam o planejamento transmidiático da Globo para a cobertura é a hipertextualidade, base dos textos da área. “Pode ser pensada, ​ ​ como um modo de organização da linguagem baseado na remissividade entre textos, ou seja, os textos podem ser associados entre si a partir de pontos de conexão propostos pelos produtores, mas ativados pelas correlações estabelecidas entre os leitores”.( FECHINE, 2014 ,p.15). Ou seja, a associação entre os diferentes tipos de ​ textos, que podiam ser acionados pelos leitores em diferentes plataformas exemplifica um planejamento da emissora, que visava uma maior participação dos públicos; característica transmidiática. Durante as transmissões foram oferecidas 160 horas de transmissão durante o período dos jogos além de diversas reportagens, séries e quadros especiais que ​ explicam modalidades, apresentam atletas e relembram histórias do esporte; com destaque para a série de reportagens especiais, do Jornal Nacional, chamada perfis que apresentavam atletas de destaque que participaram dos jogos. Além da TV aberta, dos canais SporTV (16 canais) , a Rede Globo contou com diversos canais de transmissão online (40) , a maioria para assinantes dos canais SporTV e somente com áudio ambiente, sem narrador ou comentarista. Um desses canais de transmissão que se destaca está presente no site globoesporte.com (para acompanhar, basta entrar no site com o login do globo.com ou pelo perfil do Facebook) e faz a transmissão durante ​ todo o tempo que ocorrer algum evento olímpico no dia, transitando entre tudo o que está acontecendo; é chamado de Play nos Jogos. Durante as transmissões o canal conta com alguns comentaristas que interagem com os internautas que estão acompanhando a transmissão, através do Twitter com a #Playnosjogos. Além de todos esses canais, existe também uma cobertura minuto a minuto , que é um pequeno resumo do que está acontecendo, somente com texto e algumas vezes com fotos. A Rede Globo disponibilizou também dois aplicativos para smartphone, Rio 2016 e o SporTV Rio 2016, que possuem notícias, conteúdos especiais dos jogos e a agenda de transmissões dos canais. Toda essa cobertura, aumenta um potencial de criação por parte dos internautas de diversos memes, vídeos, pontos que ampliam a interatividade de quem acompanha os jogos. Durante a transmissão no site, através do Play nos Jogos, diversos memes são criados pelos espectadores nesse diálogo entre os comentaristas e os internautas através do Twitter. Vale destacar também a mesa tática, um dispositivo de projeções holográficas utilizada pela TV Globo durante os jogos para analisar jogadas, lances e estratégias das equipes fazendo com que o público entenda melhor o que acontece no campo de jogo. Outro aspecto que vale ressaltar, é que para uma cobertura ser configurada “plenamente transmidiática” é necessária a participação do público. Neste cenário, a cultura participativa se faz necessária, para que assim, o público possa interferir na produção e circulação de conteúdos. Todavia o que se percebe é que o Grupo Globo criou espaços de participação, mas sempre sob a sua tutela, direcionando os espaços e as condições de participação nas transmissões. Um exemplo de aplicação deste conceito foi no programa “Balada Olímpica” apresentado ao vivo por Carol Barcellos e Flávio Canto, com duas horas de duração, escolhido para substituir o programa do Jô durante as olimpíadas. Ao longo do programa os tweets de espectadores com a #baladaolímpica escolhidos pela produção, eram lidos e comentados pelos apresentadores. Acontecia diariamente também, um giro virtual pelas notícias que estavam fazendo sucesso nas redes sociais nos dias em que os programas foram transmitidos. Ou seja, notícias que estavam sendo compartilhadas, curtidas, retweetadas e até transformadas em memes pelos públicos. Através dessas ações eles demonstram por quais notícias têm interesse e quais possuem mais “relevância”. Contudo a Rede Globo sempre atua no papel de intermediadora, selecionando o conteúdo que julga adequado e que possui relevância para a emissora.

Portanto, a expansão de conteúdo pelas multiplataformas se configura importante para o fenômeno transmidiático, porém o engajamento e a participação do público ainda é modesta; configurando assim, uma cobertura transmidiática “incompleta” em sua essência. A partir da análise da cobertura, como citamos acima, levando­se em consideração o que foi dito por Henry Jenkins, podemos sim afirmar que a cobertura foi planejada para ser transmidiática. De acordo com ele, “A narrativa transmidiática ​ refere­se a uma nova estética que surgiu em resposta à convergência das mídias – uma estética que faz novas exigências aos consumidores e depende da participação ativa de comunidades de conhecimento” (JENKINS, 2008, p.49).

12) Ao final do evento, as extensões continuarão ativas?

Ao término dos Jogos Olímpicos, a maioria das extensões não continuaram ativas, devido ao fato de ter sido um projeto especial para a cobertura. O canal na TV aberta voltou com sua programação ordinária e, os canais SporTV, voltaram aos seus 3 canais regulares. Os 40 canais de transmissão online, também foram desativados. A cobertura minuto a minuto, é um modo de comunicação que já era recorrente nas transmissões de futebol e em eventos especiais do esporte, através do site globoesporte.com. Quanto aos aplicativos, não encontramos informações mas, tanto a Globo quanto o SporTV, já possuem seus aplicativos e esses devem continuar sendo os principais. Os aplicativos disponibilizados exclusivamente para os Jogos Rio 2016 não estão sendo alimentados desde o término das Olimpíadas.

13) Como foi estruturada a cobertura transmidiática? Quais departamentos foram envolvidos?

A cobertura das Olimpíadas Rio 2016 foi estruturada a partir de transmissões ​ em 17 canais de televisão (Rede Globo e SporTV), 40 canais na internet, diversos aplicativos para mobile, a Rádio Globo, além da transmissão ao vivo de todos os programas transmitidos em canal aberto da Rede Globo através do site globo.com. Além disso, firmou­se uma parceria com o aplicativo Snapchat com o objetivo de realizar uma maior interação dos profissionais com os públicos. O grupo de trabalho não teve acesso a informações específicas sobre como foi feita a estruturação da cobertura dos Jogos por parte do Grupo Globo. Porém, de acordo com observações feitas ao longo do período de análise, somadas às leituras de textos, consideramos que a cobertura pode ter sido estruturada através da propagação. “A chave da estratégia transmídia denominada de propagação é a ressonância, a retroalimentação dos conteúdos. Um conteúdo repercute ou reverbera o outro, colaborando para manter o interesse, o envolvimento e a intervenção criativa do consumidor de mídias do universo proposto, agendando­o entre outros destinatários ou instancias, constituindo comunidades de interesses” (FECHINE, 2014, p.8). Na transmissão realizada pela Rede Globo conseguimos perceber a total relação entre as diversas plataformas disponibilizadas pela Rede. Em vários momentos, as transmissões feitas pela TV ou pela Internet chamavam os públicos para acompanharem a cobertura dos Jogos através do Play nos Jogos e vice­versa. Em entrevista concedida ao Uol, Renato Ribeiro, diretor de esportes da Globo, comentou a importância da participação do público na transmissão dos jogos. “Tivemos a preocupação de preparar o público para ser o grande anfitrião desta festa. Desde março de 2015, começamos a exibir séries, reportagens e quadros especiais explicando modalidades, apresentando os atletas brasileiros que vão nos representar e os ídolos internacionais que são referência mundial nos esportes. Até o final dos Jogos Olímpicos, já teremos exibido mais de 2.500 reportagens com temas olímpicos”, disse. Isso ilustra o protagonismo que o telespectador possui no processo comunicacional, os “prossumidores” assumem um papel não passivo, influenciando na produção dos conteúdos e em sua circulação. Desde 2010 a Rede Globo afirma que investe em ações transmidiáticas para o universo das telenovelas. Ou seja, a cobertura das olimpíadas está inserida em uma nova perspectiva adotada pela emissora há 6 anos. Este cenário está inserido na convergência corporativa: “Empresas midiáticas estão aprendendo a acelerar o fluxo de ​ conteúdo midiático pelos canais de distribuição para aumentar as oportunidades de lucros, ampliar mercados e consolidar seus compromissos com o público” (JENKINS,2008, p.40) A necessidade de criar uma relação efetiva com o consumidor, que também produz informações e constituem as coberturas transmidiáticas é perceptível na cobertura do grupo Globo. No site da cobertura da Rádio Globo, do Globoesporte, do SporTV e dos demais, a interação e a expansão da narrativa se complementam umas as outras. Acreditamos que como uma cobertura transmidiática envolve diversos setores e tipos de mídia diferentes, provavelmente todos os departamentos de comunicação social e muitos departamentos técnicos foram envolvidos na cobertura.

Considerações Gerais: ● Apresentação dos dados separados por data : ● Primeira Fase da Coleta de 05 a 09 de Agosto de 2016. ● (* Todos os links presentes no cronograma estão devidamente referenciados na parte final do trabalho.)

Dia 5 : No primeiro dia de pesquisa o grupo focou nas primeiras perguntas do ​ tópico 1: Objetivos e Premissas. Achamos informações sobre o evento ser planejado nos sites: http://www.brasil2016.gov.br/pt­br/olimpiadas/uma­disputa­milenar http://www.brasil.gov.br/defesa­e­seguranca/2014/08/defesa­inicia­planejamento­para­o limpiadas­2016 http://www.riodejaneiroaqui.com/olimpiadas2016/olimpiadas2016.html

*Em relação ao tema principal dessa edição, o escolhido foi "Viva sua paixão". Nos sites abaixo encontramos informações que justificam e explicam a escolha do tema, assim como sua aplicação. https://www.rio2016.com/noticias/rio­2016­lanca­slogan­viva­sua­paixao­no­reveillon­20 09 http://globoesporte.globo.com/olimpiadas/noticia/2014/12/vinicius­e­tom­sao­os­nomes­ escolhidos­pa ra­os­mascotes­de­2016.html

*Encontramos também exemplos de músicas feitas com o tema das Olimpíadas do Rio. https://www.youtube.com/watch?v=fyLMDoXyDzo https://www.youtube.com/watch?v=U3ciAv7wkJs http://www.b9.com.br/65832/musica/assista­ao­clipe­de­alma­e­coracao­musica­tema­d as­olimpiadas­do­rio­2016/ http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/viver/2016/08/05/internas_viver,658 694/katy­perry­lanca­clipe­de­rise­musica­tema­da­olimpiada­2016.shtml

http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2016/01/veja­em­primeira­mao­musica­oficial­do­ti me­brasil.html

http://globoesporte.globo.com/olimpiadas/noticia/2016/01/com­ivete­e­thiaguinho­time­b rasil­ganha­musica­tema­para­o­rio­2016.html

*Neste dia, também pesquisamos sobre o objetivo fundamental do evento e encontramos informações sobre os objetivos e importância das Olimpíadas no site: DANTAS, Tiago. "A importância dos Jogos Olímpicos"; Brasil Escola. Disponível em . ​ ​ Por fim, respondemos a questão 3 que indagava sobre o objetivo da cobertura. Não achamos resposta para essa pergunta em nossa pesquisa, contudo baseado em nossas observações podemos concluir que a cobertura possui objetivos variados e os explicamos em nossa resposta.

Dia 6: No dia 6 o grupo pesquisou sobre a a magnitude do evento, os dias, horários, ​ esforço necessário para a cobertura da Rede Globo. Encontramos informações nos seguintes sites: http://olimpiadas.globoesporte.globo.com/agenda/overview.html?intcmp=sr­byday­listvie w Este, mostra a agenda dos jogos, os dias das competições e os horários. Já nos sites da Rede Globo e do SporTV que fazem parte do grupo Globo encontramos explicações e informações detalhadas de como está sendo realizada a cobertura.

http://sportv.globo.com/site/programas/rio­2016/noticia/2016/07/­entrega­maior­co bertura­dos­jogos­olimpicos­rio­2016.html

http://redeglobo.globo.com/novidades/noticia/2016/08/jogos­olimpicos­rio­2016­confira­ programacao­da­globo­dias­5­6­e­7.html

Em seguida focamos na próxima questão a respeito da mídia principal na cobertura do evento. a partir de nossas observações concluímos que apesar da força da internet, o principal veículo de cobertura ainda é a televisão. Finalizamos a pesquisa do dia já com a primeira questão do tópico 2 “Estrutura e contexto”. a respeito da empresa responsável pela cobertura, seu tamanho e estrutura. No site: http://globoesporte.globo.com/olimpiadas/noticia/2015/12/coi­anuncia­acordo­com­glob o­pelos­direitos­olimpicos­ate­2032.html encontramos informações da empresa geradora das imagens Olympic Broadcasting Services (OBS), e sobre a emissora responsável pela transmissão dos Jogos Olímpicos, a Rede Globo, que faz parte do Grupo Globo. Nesse site também há informações sobre sua estrutura e magnitude.

Dia 7: No dia 7 o grupo se concentrou em rastrear os aspectos técnicos da estrutura ​ comunicacional preparada para o período olímpico, questões de credenciamento de imprensa e o que o credenciamento proporciona aos profissionais. Buscamos também os valores empregados no investimento para a produção de toda a cobertura da rede Globo.

http://www.brasil2016.gov.br/pt­br/olimpiadas/instalacoes/nao­esportivas

http://www.riomediacenter.rio/sobre­o­rmc/

Os links acima, apresentam a estrutura do espaço construído especialmente para a mídia no Parque Olímpico.

Esse apresenta os critérios para o credenciamento da imprensa: https://www.olympic.org/accred2016

Esses links apresentam os valores investidos na estrutura de comunicação geral das Olimpíadas: http://www.brasil2016.gov.br/pt­br/olimpiadas/instalacoes/nao­esportivas http://g1.globo.com/rio­de­janeiro/olimpiadas/rio2016/noticia/2015/11/paes­entrega­cent ro­internacional­de­transmissao­dos­jogos­rio­2016.html

Dia 8: No dia 8 partimos para as questões finais propostas ao grupo sobre a ​ transmidialidade da cobertura. A partir de nossas pesquisas, concluímos que a cobertura foi planejada para ser transmidiática. Percebemos que, ao final do evento, a maioria das extensões provavelmente não continuarão ativas (não conseguimos encontrar nada que dissesse sobre o andamento pós jogos). Concluímos que a cobertura foi estruturada através de diversos meios de comunicação e plataformas exclusivas que permitem interações com o público, o que configura uma cobertura transmídia. Outra conclusão foi que provavelmente todos os departamentos de comunicação social e alguns setores técnicos estão envolvidos na cobertura. Encontramos uma entrevista do Diretor de Esportes da Globo, Renato Ribeiro, ao site UOL. Nessa entrevista, ele ressaltou o esforço feito pela emissora, desde que o Rio de Janeiro foi confirmado como sede dos Jogos, em organizar uma cobertura em que os profissionais dialogassem ao máximo com os públicos; reconhecendo a importância da realização de uma cobertura transmidiática, indo muito além do que apenas as exibições pela TV e pela Rádio Globo. http://m.natelinha.uol.com.br/noticias/2016/08/05/diretor­de­esportes­da­globo­ce lebra­cobertura­da­olimpiada­sera­historico­101117.php

Este link mostra a dimensão preparada para a cobertura da Rede Globo http://redeglobo.globo.com/novidades/noticia/2016/08/jogos­olimpicos­globo­da­inicio­c obertura­multiplataforma­historica.html

Dia 9: O grupo fez uma revisão geral das questões anteriores e preparou a conclusão ​ em relação as questões e à coleta de dados.

Dia 10 a 21: Durante esse período o grupo acompanhou as transmissões oferecidas ​ pela Rede Globo nas diversas plataformas disponibilizadas, no intuito de confirmar ou de contestar o que havia sido observado anteriormente. Pelo que observamos nossas respostas estavam corretas, no entanto algumas necessitavam de informações complementares. Procuramos e completamos as informações em relação aos gastos da Rede Globo com a Cobertura. Encontramos essas informações no site http://tvefamosos.uol.com.br/noticias/ooops/2016/08/21/exclusivo­globo­investiu­us­250 ­mi­na­rio­2016­veja­gastos­de­outras­tvs.htm> referenciado no final do trabalho. ​

Dias 25 a 29: Depois das considerações feitas em sala de aula , tanto pela professora ​ ​ quanto pela monitora, o grupo leu os seguintes textos: ​ ​

JENKINS, Henry. Cultura da convergência Trad.: Susana Alexandria. São Paulo: ​ Editora Aleph, 2008.

SCOLARI, Carlos. Narrativa transmedia – quando todos los medios cuentan. ​ Barcelona: Deustos, 2013.

GAMBARATO, Renira; ALZAMORA, Geane; TÁRCIA, Lorena.Russian News ​ Coverage of the 2014 Sochi Winter Olympic Games: A Transmedia Analysis. ​ International Journal of Communication 10(2016), 1446–1469.

FECHINE, Ivana. Transmidiação e cultura participativa: pensando as práticas ​ textuais de agenciamento dos fãs de telenovelas brasileiras. In: Revista Contracampo, vol. 3, n. 1, dez­mar, 2014.

JENKINS, Henry. Piratas de textos – fans, cultura participativa y televisión. Madrid: ​ Paidós Comunicación, 2010

Os textos ajudaram na construção e no aperfeiçoamento do nosso embasamento teórico sobre as perspectivas observadas anteriormente, principalmente em relação as questões que abordavam o conceito de transmídia e de cobertura transmidiática. Com isso, o grupo foi capaz de melhorar e aprofundar o trabalho, principalmente os tópicos que questionavam se a cobertura foi planejada para ser transmidiática, de como foi feita a estrutura para a cobertura e quais os departamentos estavam envolvidos. Além disso, nesse período acrescentamos as referências que faltavam ao trabalho, tanto dos textos citados acima, quanto de imagens e demais fontes que não haviam sido devidamente referenciadas. Por fim, fizemos a conclusão do trabalho, ​ utilizando conceitos abarcados na disciplina que foram conjugados com as nossas experiências.

Conclusão

Os Jogos Olímpicos são realizados na Era Moderna desde ano de 1896, quando ocorreu em Atenas. Uma história que começou na Grécia Antiga, há cerca de 2500 anos e, hoje, já é escrita por atletas de mais de 200 países. Devido a essa magnitude, as Olimpíadas são hoje o maior evento esportivo do planeta e, em 2016, 120 anos após a realização do primeiro evento na Era Moderna, foi realizado pela primeira vez no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro. O tema dos Jogos Olímpicos de verão 2016 “ Viva a sua paixão” exemplifica o objetivo principal da competição: união entre os povos e um bom relacionamento entre os mesmos. A principal cobertura midiática das Olimpíadas foi realizada pelo Grupo Globo, que disponibilizou 17 canais entre TV aberta e fechada, 40 canais na internet e várias outras formas de transmissão através de plataformas Mobile. O grupo investiu cerca de U$250 milhões nessa cobertura, o que evidencia a dimensão do evento, além da importância do mesmo para a companhia e para os públicos. Outro fator que demonstra a importância da cobertura para o Grupo é o fato de terem investido na construção de um estúdio no Parque Olímpico, de onde a quase totalidade dos programas da grade da TV Globo eram transmitidos ao vivo. Os processos de convergência consistem em “tanto um processo corporativo, de cima para baixo, quanto um processo de consumidor, de baixo para cima” (JENKINS, 2008, p. 46) e, nesse sentido, o grupo observou a importância da cobertura transmidiática tanto para os veículos de mídia quanto para os públicos. Através da transmissão por vários tipos de mídia, a Rede Globo tende a dominar a cobertura, oferecendo aos públicos diversas formas para acompanhar os Jogos. “Empresas ​ midiáticas estão aprendendo a acelerar o fluxo de conteúdo midiático pelos canais de distribuição para aumentar as oportunidades de lucros, ampliar mercados e consolidar seus compromissos com o público” (JENKINS, 2008, p.46). Nos casos de quem nem ​ sempre possui acesso à televisão para acompanhar as transmissões oferecidas pela TV aberta e nem mesmo pelos canais fechados, opções diferenciadas são fundamentais. Com um sistema transmidiático amplo, o público pôde acompanhar o evento pelos aplicativos disponibilizados pela Rede Globo ou até mesmo pelo site, que reproduzem ao vivo as transmissões da TV Globo na TV aberta. Essa cobertura transmidiática evidenciou a influência que os públicos exercem sobre o modo como as mídias decidem realizar as coberturas de megaeventos como os Jogos Olímpicos. A Rede Globo, que é reconhecidamente uma das empresas de mídia mais importantes, decidiu fazer uma cobertura que englobou diversas plataformas e maneiras de transmissão da cobertura. “A convergência exige que as empresas midiáticas ​ repensem antigas suposições sobre o que significa consumir mídias, suposições que moldam tanto decisões de programação quanto de marketing” (JENKINS, 2008, p.47), e assim a Rede Globo o fez, expandindo a área de consumo de mídia oferecida aos públicos. Isso reflete a política de ações transmidiáticas da emissora, que desde 2010, investe na área. Ou seja, a cobertura das Olimpíadas está inserida em uma nova ​ perspectiva que a Globo já adota há 6 anos. Outro aspecto que vale ressaltar, é que para uma cobertura ser configurada puramente transmidiática é necessária a participação do público. Neste cenário, a cultura participativa se faz necessária, para que assim, o público possa interferir na produção e circulação de conteúdos. Todavia o que se percebe é que o Grupo Globo criou espaços de participação, mas sempre sob a sua tutela, direcionando os espaços e as condições de participação nas transmissões. Portanto, a expansão de conteúdo pelas multiplataformas se configura importante para o fenômeno transmidiático, porém o engajamento e a participação do público ainda é modesta; configurando assim, uma cobertura transmidiática “incompleta” em sua essência. Recursos oriundos da Parceria Público Privada (recursos do COI e da prefeitura do Rio de Janeiro), também foram relevantes para a cobertura da imprensa, exemplificando a importância da transmissão para o evento. A PPP construiu dois centros de mídia para dar suporte às mídias audiovisuais, on­line e escrita durante as Olimpíadas. Além disso, foi construído um hotel com mais de 400 quartos para abrigar os funcionários de mídia durante menos de um mês e ainda, existia uma estrutura de apoio aos comunicadores que pretendiam fazer uma cobertura de aspectos que transcendiam os jogos. Concluímos que a cobertura jornalística em diversas plataformas é fundamental para criar espaços de participação do público, porém isso não garante que o espectador tenha um papel central no processo comunicacional, uma vez que o Grupo Globo direcionava os cenários de participação. Mesmo com as limitações, a relação entre as plataformas do grupo permitiram uma expansão das narrativas, fazendo crescer ainda mais a amplitude da cobertura; bem como referiu Henry Jenkins em passagens citadas no trabalho. ​

● REFERENCIAS ­ Links referenciados e Print Screams JENKINS, Henry. Cultura da convergência Trad.: Susana Alexandria. São Paulo: ​ Editora Aleph, 2008.

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Jogos Olímpicos Rio 2016: falta um ano! Veja campanha da Globo. Globo. 1:00. Disponível ​ em: “youtu.be/YBpj0pHP8jc”. Acesso em: 12 de setembro de 2016.