Lei Da Tv Paga: Os Mediadores Na Constituição De Uma Rede Audiovisual
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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE COMUNICAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO PEDRO ANDRADE CARIBÉ LEI DA TV PAGA: OS MEDIADORES NA CONSTITUIÇÃO DE UMA REDE AUDIOVISUAL Brasília 2015 UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE COMUNICAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO PEDRO ANDRADE CARIBÉ LEI DA TV PAGA: OS MEDIADORES NA CONSTITUIÇÃO DE UMA REDE AUDIOVISUAL Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Comunicação da Universidade de Brasília (UnB) como requisito parcial para a obtenção do Título de Mestre em Comunicação. Orientadora: Profa. Dra. Elen Cristina Geraldes Brasília 2015 Caribé, Pedro Andrade. Lei da TV Paga: os mediadores na constituição de uma rede audiovisual -- Brasília, 2015. xxix, 181f. Dissertação (Mestrado) Universidade de Brasília. Faculdade de Comunicação. Programa de Pós-Graduação em Comunicação. Título em inglês: The paid TV law: the mediators in the audio-visual net’s constitution 1. Políticas de Comunicação e Cultura 2. Lei da TV por Assinatura 3. Teoria Ator-Rede 4. Audiovisual UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE COMUNICAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO Diretor da Faculdade de Comunicação Prof. Dr David Renault. Coordenador do Programa de Pós-Graduação Profa. Dra. Thais de Mendonça Jorge Brasília 2015 BANCA EXAMINADORA PRESIDENTE DA BANCA _______________________________________________ Profa. Dra. Elen Cristina Geraldes Professora Adjunta do Departamento de Comunicação da Universidade de Brasília, Faculdade de Comunicação – FAC-UnB TITULARES _____________________________________________ Profa. Dra. Ruth de Cássia dos Reis Professora Adjunta do Departamento de Comunicação da Universidade Federal do Espírito Santo Departamento de Comunicação - UFES _____________________________________________ Prof. Dr. Murilo César Ramos Professor Aposentado do Departamento de Comunicação da Universidade de Brasília, Faculdade de Comunicação – FAC-UnB SUPLENTE _____________________________________________ Profa. Dra. Dácia Ibiapina da Silva Professora Adjunta do Departamento de Comunicação da Universidade de Brasília, Faculdade de Comunicação – FAC-UnB Ao menino e futuro homem, Heitor. AGRADECIMENTOS A rede a que estou integrado é tecida muito além da vida de carne e osso, é composta por sonhos, ideias, espíritos e almas. Todos fluindo em muita água. Começo pedindo permissão e agradecendo aos Orixás e Caboclos por conectar minha história terre- na com desafios e prazeres sem tempo e espaço. Agradeço também aos membros da família Vintém por cuidar da conexão com estas entidades e me acolher independente da distância, em especial a Mãe Marlene. Neste mundo, fui gestado nas águas do ventre de minha mãe, Flor. Esta dádiva sempre se fez com a doçura e compreensão a fim de me tornar uma pessoa melhor para mim e aos que me cercam. Ao meu pai, Coió, devo o respeito e forças da espada para enfrentar um mundo nem sempre doce, mas em que a integridade e alegria de dona Wanda devem estar sempre presentes. Aos meu irmão mais velho, Uel, e minhas irmãs caçulas, Jujuba e Maricota, por manterem uma ir- mandade olho por olho. À Dani, meu amor e companheira, agradeço por estar ao meu lado nesta e outras tantas caminhadas. Só nós dois sabemos os desafios enfrentados, bem como a imensidão da alegria ao constituir uma família e acordar diariamente com o sorriso de nosso Heitor. Aos seus pais, ‘seu’ Vieira e dona Cé- lia, pela ajuda e amor ao nosso filho. Aos amigos que os caminhos se cruzaram na querida Bahia, vocês estão sempre presentes. Nestes quase dois anos em Brasília, a rede a que estou integrado fortaleceu ou encontrou vínculos a serem cultivados. Ao colocar o pé na cidade fui acolhido de forma altruísta por Romana e Marcy, a elas tenho toda gratidão por permitir uma tranquilidade inicial nesta jornada. A Venício e a Murilo, os prazerosos encontros, a experiência, o apoio e o reconhecimento. A dona Eva, a mão permanen- temente estendida. A Gésio, a rara lealdade e integridade. A Ju Nunes pela proteção. Ao ‘cumpadre’ Xica e à ‘cumadre’ Cleide, por perpetuarem a cumplicidade dos encontros aos nossos filhotes. A Laurita, pela amizade que atravessa o século. Aos Filhos de Lá Ele pela recepção generosa regada a dendê. Aos irmãos africanos, em especial Temothée e Arthur, por reconectar à infância. Aos colegas, professores e funcionários da Universidade de Brasília que tiveram uma relação franca e propositiva, proporcionando crescimentos intelectual e humano. À orientadora Elen Geraldes, por sua contribuição em todo o percurso, principalmente por entrar com firmeza, confiança e solidariedade neste e em futuros desafios. À CAPES e ao CNPQ por conceder uma bolsa fundamental para o desenvolvimento do trabalho. À FAP/DF por apoiar na participação de eventos acadêmicos. Aos diálogos com Carla Gomide, Glauber Piva, Berenice Mendes e todos os entrevistados que ce- deram seu precioso tempo na constituição da rede “Lei da TV Paga”. Aos que lutam para ampliar a diversidade e pluralidade no audiovisual em circulação no país, prin- cipalmente aqueles que ainda não foram devidamente reconhecidos pelo Estado brasileiro. “Não sou prisioneiro da História. Não devo procurar nela o sentido do meu destino. Devo me lembrar, a todo instante, que o verdadeiro salto consiste em introduzir a invenção na existência. No mundo em que me encaminho, eu me recrio continuamente.” Frantz Fannon (in Peles Negras, Máscaras Brancas, 2008 , p. 189) RESUMO O tema deste trabalho é a configuração do conteúdo audiovisual no Brasil. Tal configuração é tratada parcialmente por meio da constituição da Rede “Lei da Tv Paga”. Essa Rede foca os grupos que atuam diretamente no audiovisual através da produção, programação e difusão do conteúdo, e tem como modelo normativo a Lei 12.485/2011, mais conhecida como Lei da Tv Paga. A Teoria Ator-Rede (TAR) é responsável pela base do arcabouço teórico-metodológico, e, a partir dela, são selecionados, inicialmente, elementos como: reportagens, vídeos, artigos, pesquisas acadêmicas e entrevistas exclusivas. Tais indícios são relevados sem desmerecer a capacidade de agência dos fatores humanos e não-humanos. O segundo passo é sistematizar as pistas em quatro mediadores: (I) grupos sociais; (II) Estado; (III) arquitetura tecnológica; e (IV) circulação do conteúdo. Os vínculos estabelecidos entre os atores e actantes dos mediadores formam a rede “Lei da TV Paga”. A terceira etapa é revisão revisão bibliográfica das pesquisas sobre cinema, televisão aberta e televisão por assinatura. Nessa revisão, foi possível descrever a presença elementos que constituem a Rede independentemente da estrutura moderna ou global, bem como uma concepção de audiovisual que desfragmenta a divisão entre políticas culturais e políticas de comunicação. O quarto momento é na passagem do milênio, quando alguns movimentos passam a constituir a rede com maior intensidade. A produção nacional e independente se fortalece nas transformações técnico-estéticas e mantém sua insatisfação com a políticas estatais após a criação da Ancine. O Ministério da Cultura passa a representar mais tais anseios, e responde em iniciativas como a II Ancinav, fortalecimento da comunicação pública e criação do FSA, todos lastreados pelo princípio da “Exceção Cultural” . O discurso em defesa da cultura nacional se cruzou com as Organizações Globo, em seu receio de perder espaço para grupos estrangeiros no seu movimento de saída da distribuição dos serviços de telecomunicações e sinergia em torno do conteúdo, porém não interessava avançar em reformas na TV aberta, e, sim, na manutenção do modelo de concentração, ratificado com a adoção do padrão de TV digital. Já a TV por assinatura formou uma identidade no conteúdo sob predomínio das majors estadunidenses e Globosat. Ela detinha um arranjo regulatório desatualizado, que serviu como ponto de partida para o Congresso Nacional debater, durante cinco anos, e aprovar a Lei da Tv Paga. Esta lei detém quatro pontos destacáveis para futuras reformas regulatórias, porém restritos à lógica de serviço privado: o primeiro deles é uma visão mais holística do audiovisual ao relacionar diversas plataformas e mecanismos de produção. O segundo é o aperfeiçoamento quanto aos perfis do conteúdo, em especial, ao adotar o conceito de espaço qualificado. O terceiro são os mecanismos novos ou aprofundados para estimular ou proteger o conteúdo audiovisual brasileiro, independente e regional. Por fim, o quarto é determinar limites à concentração na cadeia produtiva. Deste modo, o presente trabalho pretende contribuir com as pesquisas sobre a configuração do audiovisual e das Políticas de Comunicação e Cultura num cenário de entraves regulatórios. Palavras-chave: Políticas de Comunicação e Cultura. Lei da TV por Assinatura. Audiovisual. Teoria Ator-Rede. ABSTRACT The theme of this work is the configuration of the audiovisual content in Brazil. That configuration is treated partially by the net of “Pay TV Law”. It focuses in the groups that work directionally with the audiovisual through production, programming e diffusion of content, and has as model the law 12.485/2011, knowing as the Pay TV Law. The theory Ator-Rede (TAR) is responsible by the base of the theoretical and methodological structure, and, from this theory the same elements are initially selected shuch as: news reports, videos, articles, academics researchers and exclusives interviews. Such evidence are revealed without debunk the act capacity of the human and non-human factors. The second step is to systematize the tracks in four mediators: (I) social groups