Publicado Doc 19/12/2006, Pág
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1 PUBLICADO DOC 19/12/2006, PÁG. 139 COMISSÕES EXTRAORDINÁRIAS E TEMPORÁRIAS RELATÓRIO FINAL DA COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO QUE APURA OS PROCEDIMENTOS DE LICENCIAMENTO PARA LOCAIS DE REUNIÃO COM LOTAÇÃO SUPERIOR A 100 (CEM) PESSOAS, DESTINADOS A ATIVIDADES COMERCIAIS, DE ENTRETENIMENTO E LAZER (PROCESSO Nº 0031/2006). SECRETARIA Fernando José Alfonso Aruta Cláudio Quintino Maurício Pontes Aguiar Acelina Acelismar de Oliveira Liliane Jun Ogura Sumário 1. Integrantes 2. Do objeto 3. Poderes 4. Legislação 5. Requerimentos e Ofícios 5.1. Eventos Temporários 5.2. Locais de Reunião 6. Oitivas 7. Do evento objeto da CPI 7.1. Tarde de Autógrafos RBD 7.2. Organograma Pão de Açúcar – oitivas 8. Dos demais eventos investigados 8.1. Relatório de vistoria eventos “Oásis” e “Santana” 8.1.1. “Oásis” (15/03/06) 8.1.2. “Santana” (17/03/06) 8.2. Relatório evento Jack Johnson – Arena Skol (07/04/06) 8.3. Relatório evento Manga Rosa no Tom Brasil (01/04/06) 8.4. Relatório evento Vegas – 1 Ano (02/06/06) 8.5. Relatório show Carnafacul - 2006 8.6. Relatório Tom Brasil 8.7. Rebeldes em São Paulo – Estádio do Morumbi (07/10/2006) 8.8. Relatório Cirque du Soleil 8.8.1. Da Vistoria 8.8.2. Do Relatório 8.9. Relatório Skol Beats - 2006 8.10. Relatório RBK Tops – Hotel Unique 8.11. Relatório Feirão da GM – Shoppings Eldorado e Center Norte 8.12. Relatório Boate Lótus 9. Análise dos documentos enviados e estatísticas 9.1. Análise de documentos 9.2. Estatísticas 9.2.1. Empreendimentos e eventos RELFINRDP08-0031-2006.doc 2 9.2.2. Relação entre os locais de reunião (bingo, restaurante, casa de show, casa noturna e assemelhados) e os eventos (shows, festas etc.) 9.2.3. Incidência de eventos e locais de reunião por Subprefeitura 9.2.4. Eventos e locais de reunião quanto ao licenciamento (AA Alvará de Autorização – ALR Alvará de Local de Reunião) 9.2.5. Situação dos eventos e locais de reunião com relação ao licenciamento 9.2.6. Comparativo com relação aos locais onde se realizaram os eventos 10. Conclusão 10.1. RBD - Extra 10.2. COVISA 10.3. CONTRU / SEHAB 10.4. CET 10.5. CECOM 10.6. Subprefeituras 10.7. Produtores Culturais 10.8. Cirque du Soleil 10.9. Eventos Públicos 10.10. Das Empresas de Segurança 10.11. Contrapartida Social 11. Considerações Finais 1. Integrantes Vereadores: Donato – PT, Presidente Adilson Amadeu – PTB, Relator Antonio Carlos Rodrigues – PL Lenice Lemos – sem partido (vaga cedida pelo PFL) Juscelino Gadelha - PSDB João Antonio - PT Adolfo Quintas - PSDB Goulart - PMDB Agnaldo Timóteo – PP 2. Do Objeto Considerando o requerimento de constituição de Comissão Parlamentar de Inquérito aprovado e apresentado pelo Vereador Donato - RDS 0031/2006 Considerando que esta CPI foi motivada pelo trágico acontecimento ocorrido no dia 04 de fevereiro de 2006, em Show realizado pela Banda mexicana “RBD” no estacionamento do Shopping Fiesta, na Zona Sul, onde 03 (três) pessoas morreram e mais de uma centena saíram feridas após tumulto ocorrido durante o evento, a presente CPI fundamentada no artigo 33 da Lei Orgânica do Município de São Paulo, constituída por 09 (nove) membros e com duração de 120 (cento e vinte) dias, objetivará a apurar imediatamente a responsabilidade pelos fatos ocorridos no dia 04 de fevereiro a fim de analisar a forma de tramitação e concessão de alvarás de funcionamento expedidos pela prefeitura para locais de reunião com lotação superior a 100 (cem) pessoas, destinados a atividades comerciais, de entretenimento e lazer e por fim, analisar toda a legislação vigente acerca do licenciamento destes locais e, se necessário, apresentar alterações na legislação pertinente. 3. Poderes As Comissões Parlamentares de Inquérito tem seus limites estabelecidos na Constituição da República de 1988, ínsitos aos artigos 49, inciso X, e 58 parágrafo 3º. No ordenamento Paulistano como já mencionado no objeto desta CPI regem-se pelos disposto nos artigos 32 e 33 da Lei Orgânica do Município e pelos artigos 89 e seguintes do Regimento Interno desta Câmara Municipal. Desse modo, são estes os poderes desta Comissão Parlamentar de Inquérito no âmbito do Legislativo Paulistano: RELFINRDP08-0031-2006.doc 3 ¡°Art. 32 – Às Comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe: (...). II – fiscalizar, inclusive efetuando diligencias, vistorias e levantamentos “in loco”, os atos da administração direta e indireta, nos termos da legislação pertinente, em especial para averiguar a regularidade, eficiência e a eficácia dos seus órgãos no cumprimento dos objetivos constitucionais, recorrendo ao auxilio do Tribunal de Contas quando necessário; IV – convocar os Secretários Municipais e os responsáveis pela administração direta e indireta; IX – solicitar informações ou depoimentos de autoridades e cidadãos; XII – requisitar, dos responsáveis, a exibição de documentos e a prestação dos esclarecimentos necessários; Art. 33 – As comissões Parlamentares de Inquérito terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, alem de outros previstos no Regimento Interno, em matéria de interesse do Município (...) Parágrafo 1º - As Comissões Parlamentares de Inquérito, no interesse da investigação, além as atribuições previstas nos incisos II, IV, e XII do parágrafo 2º do artigo 32 e daquelas previstas no Regimento Interno, poderão: I – tomar depoimento de autoridade municipal, intimar testemunhas e inquiri-las sob compromisso, nos termos desta lei; II – Proceder às verificações contábeis em livros, papéis e documentos de órgãos da administração direta, indireta e fundacional. A propósito dos poderes de investigação próprios de CPI instaurada no âmbito do Poder Legislativo, decidiu o Supremo Tribunal Federal: “às Câmaras legislativas pertencem poderes investigatórios, bem como os meios instrumentais destinados a torná-los efetivos. Por uma questão de funcionalidade elas os exercem por intermédio de comissões parlamentares de inquérito, que fazem as suas vezes. Mesmo quando as comissões parlamentares de inquérito não eram sequer mencionadas na Constituição, estavam elas armadas de poderes congressuais, porque sempre se entendeu que o poder de investigar era inerente ao poder de legislar e de fiscalizar, e sem ele o Poder Legislativo estaria defectivo para o exercício de suas atribuições. O poder investigatório é auxiliar necessário do poder de legislar; “conditio sine qua non” de seu exercício regular. Podem ser objeto de investigação todos os assuntos que estejam na competência legislativa ou fiscalizatória do Congresso. Se os poderes da comissão parlamentar de inquérito são dimensionados pelos poderes da entidade matriz, os poderes desta delimitam os de sua matriz. De outro lado, o poder da comissão parlamentar de inquérito é coextensivo ao da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do Congresso Nacional...O poder de investigar não é um fim em si mesmo, mas um poder instrumental ou ancilar relacionado com as suas atribuições do Poder Legislativo” (HC-71039/RJ, Relator Ministro Paulo Brossard, julgamento em 07/04/1994). Alicerçada no modelo federal, a Lei Orgânica do Município de São Paulo, em seu artigo 14, inciso XV, estabelece ser competência privativa da Câmara Municipal: “fiscalizar e controlar diretamente os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta, acompanhamento sua gestão e avaliando seu resultado operacional, com o auxílio do Tribunal de Contas do Municipal, sempre que solicitado”. Portanto, o Poder Legislativo, para cumprir uma de suas funções institucionais, isto é, a fiscalizadora, esta dotado do poder investigar os atos da Administração que, porventura possam causar prejuízo ao Município, enfim, á população local. E um dos caminhos para cumprir essa função é criação de Comissão Parlamentar de Inquérito. No Estado Democrático de Direito vige o principio da Legalidade, ou seja, da reserva legal, segundo o qual a administração está adstrita ao que determina a Lei. É o que nos ensinam Marino Pazaglini Filho, Márcio Fernando Elias Rosa e Waldo Fazzio Junior: Todo o agir administrativo dos três poderes esta jungindo a lei, sendo vedado a Administração Publica extrapolar os limites por ela prefixados. Qualquer atuação estatal desconforme ou incompatível com o suporte legal, ou que extravase o espectro circunscrito RELFINRDP08-0031-2006.doc 4 pela Lei, está sujeita ao desfazimento. A lei é, a um só tempo, seu suporte o seu limite” ( in Improbidade Administrativa, pág. 15, Ed. Atlas, 4º edição). Verifica-se, pois, que o administrador da coisa publica deve zelar pela observância dos princípios consignados na Carta Magna para a Administração Publica: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Em caso de descumprimento poderá incorrer em ato de improbidade administrativa, nos termos do disposto na Lei nº 8.429/92, que dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício do mandato, cargo, emprego ou função a administrativa publica direta, indireta ou fundacional. Registra-se ainda que, segundo o parágrafo 4º do artigo 37 da Constituição Federal, “os atos da improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função publica, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível”. Cumpre frisar, por oportuno, que a missão de uma Comissão Parlamentar de Inquérito não se limita apenas à fiscalização, vai além, e transcende a própria fiscalização para sugerir, indicar rumos, abrir caminhos para aprimorar processos e corrigir falhas. 4. Legislação