24 Nov 2015 Remix 19:30 Sala Suggia ‑­

À VOLTA DO BARROCO Ensemble ANO ALEMANHA Casa da Música

Peter Rundel direcção musical Wolfgang Mitterer electrónica

1ª PARTE 2ª PARTE Wolfgang Mitterer Pierre Boulez/Johannes Schöllhorn Darmstadt X, sobre a Abertura Darmstadt Douze Notations (1945/2011; c.15min.) em Ré maior, TWV 55: D15, de G. P. Telemann 1. Fantasque – Modéré (2015; c.10min.)* 2. Très vif 1. Ouverture – 3. Assez lent 2. Prelude – 4. Rythmique 3. Gigue – 5. Doux et improvisé 4. Menuet I e II – 6. Rapide 5. Harlequinade – 7. Hiératique 6. Loure – 8. Modéré jusqu’à très vif 7. Rondeau – 9. Lointain ­– Calme 8. Rejouissance 10. Mécanique et très sec 11. Scintillant Karlheinz Stockhausen 12. Lent – Puissant et âpre Stop (versão de Paris) (1965/1969; c.28min.) Wolfgang Rihm Chiffre III (1983; c.10min.)

Chiffre V (1984; c.8min.)

*Estreia mundial; encomenda Casa da Música PATRONO MAESTRO TITULAR REMIX ENSEMBLE MECENAS CICLO BARROCO

APOIO À VOLTA DO BARROCO PATROCINADOR OFICIAL ANO ALEMANHA

A CASA DA MÚSICA É MEMBRO DE regresso aos territórios germânicos. As aber‑ Wolfgang Mitterer turas de Telemann enquadram­‑se no modelo (OSTTIROL), 6 DE JUNHO DE 1958 da suite orquestral de estilo francês caracte‑ rística do Barroco tardio. Essas obras consis‑ Darmstadt X tiam numa sucessão de danças de corte, em forma AB ou ABA, frequentemente precedi‑ A ligação da contemporaneidade com o pas‑ das de uma abertura francesa. Essa abertura sado musical em Darmstadt é feita a partir da foi inicialmente desenvolvida para o teatro de adaptação de uma das suites orquestrais de ópera e caracteriza­‑se por uma secção lenta Georg Philipp Telemann (1681­‑1767) realizada e vertical de ritmo pontuado, o que traduz por um destacado compositor dos sécu‑ um contexto de solenidade, seguida por um los XX e XXI. A origem de várias aberturas fugato. Contudo, nem todos os andamentos orquestrais de Telemann encontra­‑se asso‑ se encontravam obrigatoriamente em tex‑ ciada à sua estadia em Frankfurt, cidade na tura de dança. Alguns poderiam remeter para qual se fixou em 1712, e onde desempenhou o outros contextos, como a Harlequinade desta cargo de director musical. Nessa altura, Tele‑ abertura, que remete para a atmosfera lúdica mann era já bastante conhecido e trabalhava da commedia dell’arte italiana. para outras cidades, entre as quais a vizi‑ A obra de Wolfgang Mitterer é um arranjo nha Darmstadt. Assim, reforçou a sua proe‑ da suite de Telemann em que o compositor minência enquanto compositor no espaço condensa e sobrepõe alguns dos seus ele‑ germânico num período de fusão dos diver‑ mentos, misturando­‑os com electrónica em sos estilos musicais barrocos e da emergên‑ tempo real. Paralelamente, a obra apresenta cia do pré­‑Classicismo. Numa época em que algumas reminiscências de uma aborda‑ a edição de música impressa começou a ter gem fragmentária e descontínua associada à alguma relevância e autonomia das relações recuperação do passado musical pelos seria‑ directas de patronato, Telemann dedicou­‑se listas. Assim, vários tempos históricos e câno‑ a dirigir a publicação das suas obras, o que nes interpretativos sobrepõem-se. Essa ten‑ permitiu que estas fossem tocadas por toda dência de refrescar repertório canónico do a Europa. passado, adaptando­‑o a novos meios, é uma A orquestra da corte de Darmstadt, então tendência do modernismo, patente na obra dirigida por Christoph Graupner, era um dos de compositores como Anton Webern. Wolf‑ mais destacados agrupamentos musicais da gang Mitterer é um proeminente compositor região, contando com a presença de músicos austríaco associado ao domínio da música de diversas proveniências. Nessa altura, era electroacústica, tendo leccionado nos Dar‑ normal enviar jovens aristocratas alemães mstädter Ferienkurse. Assim, o compositor para a corte francesa para estes complemen‑ estabelece contactos em tempo real entre tarem a sua formação nas diversas compe‑ uma Darmstadt barroca e uma Darmstadt tências sociais requeridas à nobreza cosmo‑ contemporânea através da reorganização polita. Assim, alguns desenvolveram o gosto e transformação de uma obra canónica do pelo repertório musical francês, levando­‑os passado através de um filtro pós­‑serial com as encomendar obras nesse estilo após o seu recurso a meios electrónicos.

3 da época, sobretudo nos movimentos de Karlheinz Stockhausen pendor vanguardista. MÖDRATH, 22 DE AGOSTO DE 1928 Stockhausen será a figura de proa desse KUERTEN, 5 DE DEZEMBRO DE 2007 movimento em territórios germânicos, tendo frequentado os cursos de Darmstadt a par‑ Stop (versão de Paris) tir de 1951. Posteriormente, estudou em Paris com e fundou e dirigiu os Os Darmstädter Ferienkurse começaram Cursos para a Nova Música, em Colónia, a a ser realizados em 1946 e rapidamente se partir de 1963. Em 1968, esses cursos sazo‑ tornaram uma referência da música con‑ nais deram origem ao Instituto para a Nova temporânea. Inicialmente promovidos por Música, que funcionava de forma mais per‑ Wolfgang Steinecke (1910­‑1961), esses cur‑ manente e que contava com Stockhausen sos tiveram um grande impacto na formação para dirigir a classe de Composição. Stop e na divulgação de compositores associados é composta nesse preciso contexto e em às novas correntes estéticas do pós­‑Segunda ambiente de palestra. Num seminário reali‑ Guerra Mundial, sobretudo ligados aos cha‑ zado em 1965, o compositor esboçou a obra mados serialismo integral e pós­‑serialismo. e descreveu o processo da sua composição. Assim, tornaram­‑se um ponto de passagem Stop existe em várias versões com instru‑ obrigatório para uma geração de músicos mentação diversa, mas baseada em vários como Karlheinz Stockhausen, Pierre Boulez, grupos de câmara. Neste concerto será Luciano Berio, Bruno Maderna, Luigi Nono, apresentada a versão de Paris, composta Sylvano Bussotti ou Karel Goeyvaerts. Para‑ em 1969, para seis grupos de instrumentos. lelamente, receberam a visita de proemi‑ Esse mecanismo permite uma segmentação nentes modernistas como Edgard Varèse do som pelo espaço, sendo que a espaciali‑ ou Olivier Messiaen. Apesar desta inclina‑ zação do som tem sido uma das preocupa‑ ção para os modelos construtivistas associa‑ ções mais importantes dos compositores do dos ao serialismo, compositores como John pós­‑guerra. Apesar desta não ser a primeira Cage, Morton Feldman ou Iannis Xenakis versão de Stop, foi a primeira a ser estreada, também apresentaram as suas obras nesse em 1969. Essa estreia deu­‑se em Paris a 2 evento. Na altura, a Europa encontrava­‑se de Junho de 1969, sob a direcção de Diego no rescaldo da Segunda Guerra Mundial e Masson, um destacado maestro e promotor na consolidação do que veio a ser a Guerra das novas estéticas musicais. Fria. Posto isto, a reconstrução das institui‑ Stop ilustra o complexo raciocínio do ções culturais europeias foi um imperativo compositor, que então se encontrava a para diversos países. Nesse contexto, a valo‑ expandir os modelos serialistas cultivados no rização e promoção das novas estéticas esti‑ início da sua carreira. A obra é dividida em 42 veram ligadas à emergência de uma nova secções. A duração de cada uma dessas sec‑ visão da Europa numa perspectiva inovadora. ções encontra­‑se relacionada com a Sequên‑ Paralelamente, as inovações tecnológicas cia de Fibonacci, um matemático italiano desenvolvidas ao longo do conflito vieram a da Idade Média. A recuperação de modelos ter um grande impacte na produção musical matemáticos na composição musical é uma

4 característica das vanguardas estéticas da Mundial. As Douze Notations foram com‑ segunda metade do século XX, intensificando postas em 1945, e foram das primeiras obras um interesse cultivado por modernistas que Boulez publicou. Nessa altura, o compo‑ como Bartók, Debussy ou Webern. Assim, a sitor valorizava uma abordagem atomística escolha dos materiais musicais, feita de ante‑ e racionalista aos materiais musicais, reve‑ mão, condiciona todo o desenrolar da obra, lando uma clara influência weberniana. Nesse por vezes suspenso e interrompido. Neste contexto, cada nota é individualizada e tra‑ caso, destacam­‑se os tremolos estáticos e os tada de forma particular nos seus mais diver‑ solos dos diversos instrumentos, recorrendo sos parâmetros. a técnicas interpretativas características dos As Douze Notations formam um con‑ modernismos. Com as secções periodica‑ junto de curtas peças virtuosísticas basea‑ mente interrompidas, Stockhausen desen‑ das no experimentalismo serial, tendo sido volve uma noção de tempo musical simulta‑ estreadas em Paris a 12 de Fevereiro de 1946, neamente estático e dinâmico, sobrepondo­‑o por Yvette Grimaud. Assim, captam um a uma abordagem estruturalista pós­‑serial. momento­‑chave do percurso formativo do compositor, entre o dodecafonismo serial e o serialismo integral. A partir da década de 60, Pierre Boulez Boulez reformulou diversas peças de juven‑ MONTBRISON, 26 DE MARÇO DE 1925 tude, tendo começado a trabalhar numa ver‑ são para grande orquestra das Douze Nota‑ Douze Notations tions em 1978. A presente versão da obra Orquestração: Johannes Schöllhorn é uma transcrição feita em 2011 pelo com‑ positor Johannes Schöllhorn. Schöllhorn é Se Stockhausen encarna o paradigma do um compositor alemão versado nos mode‑ serialismo integral associado ao espírito de los seriais, tendo sido aluno de destacados Darmstadt na Alemanha Ocidental, Pierre compositores como Klaus Huber, Emma‑ Boulez foi um dos introdutores dessa cor‑ nuel Nunes e Mathias Spahlinger. No seu rente estética em França. Aluno de Olivier arranjo destaca­‑se ainda mais a valorização Messiaen no Conservatório de Paris, a sua de cada nota através do timbre, uma reminis‑ abordagem aos modelos seriais foi influen‑ cência da Klangfarbenmelodie associada à ciada determinantemente pelo contacto Segunda Escola de Viena. Esta técnica per‑ com o compositor e director de orquestra mite quebrar a noção de direccionalidade René Leibowitz, com quem estudou parti‑ sonora ao dividir as notas de uma série pelos cularmente. Leibowitz foi preponderante na vários instrumentos do agrupamento. Assim, promoção do cânone estético da Segunda a mudança de timbres complica a sua per‑ Escola de Viena em França, o qual foi expan‑ cepção enquanto parte do mesmo material dido por compositores das gerações seguin‑ musical. tes, como Boulez. Assim, um impulso moder‑ As aforísticas Douze Notations represen‑ nista para a atonalidade e para o serialismo tam diversas formas de abordagem ao seria‑ é intensificado e alargado em importantes lismo. A primeira centra­‑se na apresentação centros musicais após a Segunda Guerra da série em secções contrastantes em termos

5 de dinâmicas, registos e timbres, valorizando o paralelismo. Na segunda obra destaca­‑se a Wolfgang Rihm vitalidade introduzida pelos glissandi e pelos KARLSRUHE (ALEMANHA), 13 DE MARÇO DE 1952 ostinati, cuja repetição contrasta com a pri‑ meira Notation. Seguidamente, os ostinati Chiffre III e V ocupam o lugar principal, numa curta peça na qual os diversos registos se sobrepõem e Wolfgang Rihm é um dos mais destacados interagem. A textura esparsa da Notation IV compositores alemães da actualidade. Ape‑ reforça uma atmosfera contemplativa, e, sar de ter frequentado os cursos ministrados na obra seguinte, destaca­‑se a oposição de por Stockhausen em Colónia na juventude, o registos e a angularidade melódica propor‑ seu estilo afastou­‑se dos modelos associados cionada pela série. Paralelamente, a Nota‑ à corrente liderada por esse compositor e por tion V recupera parcialmente a atmosfera Boulez. A adopção de um estilo plástico, em das obras de Webern, conciliando material que se fundem as influências de modernis‑ de características quase temáticas com uma tas como Mahler e a Segunda Escola de Viena abordagem pontilhística. O movimento per‑ com novas tendências expressivas é uma pétuo, a imitação e os ostinati caracterizam característica central no percurso de Rihm, a peça seguinte, que conduz a uma Notation que cedo começou a receber encomendas influenciada pela música de gamelão do Bali. de prestigiados promotores culturais. Essa A Notation VIII tem um carácter estático, em abordagem marca uma viragem em relação que o lento movimento dos materiais se faz aos modelos pós­‑seriais vigentes na Europa em torno de um eixo principal. Um ostinato e nas Américas após a Segunda Guerra Mun‑ que se torna progressivamente mais denso dial. Contudo, a simultaneidade de diversas e tenso marca a Notation IX, ao passo que a correntes estéticas é um dado central para peça seguinte se baseia na sobreposição de compreender esse período. Inclusivamente, uma melodia angular sobre um bloco sonoro compositores como Stockhausen recorre‑ grave. A Notation XI retoma uma atmosfera ram e codificaram cânones estéticos distin‑ contemplativa, dando lugar à Notation XII, tos e, por vezes, diametralmente opostos, ao cuja estrutura assenta em contrastes dinâ‑ longo da sua carreira. micos de blocos sonoros. Assim, aspectos A partir da segunda metade do século como o timbre, o registo, o ritmo e a dinâ‑ XX, diversos compositores concentraram­ mica vão­‑se afirmando centrais para o pen‑ ‑se na escrita de séries de obras relaciona‑ samento musical de Boulez, cujo sistema de das entre si. Os melhores exemplos desta distribuição de alturas sonoras se irá expan‑ tendência são as Sequenze, de Luciano Berio, dir nas obras seguintes. ou as Chains, de Witold Lutosławski. O con‑ junto das oito Chiffre enquadra­‑se nessa ten‑ dência. Rihm compô­‑las entre 1983 e 1988. Essas obras foram destinadas a conjuntos instrumentais de composição variada, encar‑ nando as necessidades expressivas de cada obra. Um ponto em comum nestas obras é o

6 recurso a complexos sonoros verticais está‑ ticos como geradores de material musical. Assim, esses elementos são divididos e repe‑ tidos, permitindo ao ouvinte compreender o processo de composição da obra. O recurso a uma métrica constante enfatiza essa sub‑ tracção e adição de elementos musicais, defi‑ nidos pela articulação e pelo timbre. Paralela‑ mente, o piano ocupa um lugar de destaque nestas obras, exceptuando em Chiffre VI. Essas características sobressaem em Chiffre III, composta em 1983 e dedicada ao Ensemble 13 e ao seu director, Manfred Rei‑ chert. O Ensemble 13 é um dos mais desta‑ cados agrupamentos alemães dedicados à música contemporânea, tendo estreado e gravado diversas obras de composito‑ res proeminentes. Chiffre III resultou de uma encomenda do Ministério da Cultura da região de Baden­‑Württemberg, onde o Ensemble 13 se encontra sedeado. A per‑ cussividade, reforçada pela escrita pianís‑ tica, e a constância métrica são elemen‑ tos fulcrais em Chiffre V, obra composta em 1984 e estreada em Paris a 3 de Dezembro do mesmo ano pelo Ensemble intercontempo‑ rain, sob a direcção de Gary Bertini. JOÃO SILVA

7 Iorque, e direcção com Michael Gielen e Peter Peter Rundel direcção musical Eötvös. O compositor Jack Brimberg foi tam‑ bém um dos seus mentores em Nova Iorque. A profundidade da sua abordagem a partitu‑ Entre 1984 e 1996, integrou como violinista o ras complexas de todos os estilos e épocas, a Ensemble Modern, com o qual mantém uma par de uma grande criatividade dramatúrgica, relação próxima como maestro. Na área da tornou Peter Rundel um dos maestros mais música contemporânea tem desenvolvido requisitados pelas principais orquestras euro‑ colaborações com o Ensemble Recherche, peias. É convidado regularmente para dirigir a Asko|Schönberg Ensemble e . Orquestra da Rádio da Baviera, Orquestra Sin‑ É convidado regular do Ensemble Resonanz, fónica Alemã e Orquestra Sinfónica da Rádio Ensemble intercontemporain e musikFabrik. de Berlim, Sinfónica da Rádio de Estugarda, Foi Director Artístico da Orquestra Filar‑ Sinfónica WDR de Colónia e orquestras das mónica Real da Flandres e o primeiro Direc‑ rádios de Hamburgo, SWR de Baden­‑Baden, tor Artístico da Kammerakademie de Pots‑ Frankfurt, Saarland, ORF de Viena e Orquestra dam. Em 2005 tornou­‑se maestro titular do Nacional da RAI de Turim. Remix Ensemble Casa da Música no Porto, e Dirigiu estreias mundiais de produções na desde então tem obtido grande sucesso com Ópera do Estado da Baviera, Festwochen de este agrupamento em importantes festivais Viena, Ópera Alemã de Berlim, Festival de Bre‑ europeus. Depois da aclamada produção Ring genz e Schwetzinger SWR Festspiele, traba‑ Saga (Wagner/Dove), gravada pelo canal de lhando com encenadores prestigiados como televisão ARTE, Rundel dirige a estreia mundial Peter Konwitschny, Peter Mussbach, Philippe da nova ópera de Francesco Filidei Giordano Arlaud, Heiner Goebbels, Reinhild Hoffmann, Bruno no Porto, Estrasburgo, Reggio Emilia, Carlus Padrissa (La Fura dels Baus) e Willy Milão, Caen e Paris. Peter Rundel dirige ainda Decker. O seu trabalho na ópera inclui o reper‑ De Materie de Heiner Goebbels no Armory Hall tório tradicional (dirigiu A Flauta Mágica na de Nova Iorque, uma produção que estreou na Ópera Alemã de Berlim e König Kandaules, Ruhrtriennale 2014, antes de dirigir a estreia Hänsel und Gretel e As Bodas de Fígaro na mundial de Agota, uma nova ópera de Helmut Volksoper de Viena) e também produções de Oehring, no Hessisches Staatstheater Wies‑ teatro musical contemporâneo inovador como baden. Colabora com a Orquestra da Rádio de Donnerstag do ciclo Licht de Stockhausen, Estugarda, Sinfónica NDR e Sinfónica do Porto Massacre de Wolfgang Mitterer e as estreias Casa da Música, entre outras, em concertos mundiais das óperas Nacht de Georg Friedrich que celebram o 80º aniversário de Helmut Haas, Ein Atemzug – die Odyssee de Isabel Lachenmann em 2016. Mundry e Das Märchen e La Douce de Emma‑ Peter Rundel recebeu numerosos prémios nuel Nunes. A produção espectacular de Pro‑ pelas suas gravações de música do século XX, metheus, que Rundel dirigiu na Ruhrtriennale, incluindo por várias vezes o prestigiante Preis foi premiada com o Carl­‑Orff­‑Preis em 2013. der Deutschen Schallplattenkritik, o Grand Peter Rundel nasceu em Friedrichshafen, Prix du Disque, o ECHO Klassik e uma nomea‑ Alemanha, e estudou violino com Igor Ozim e ção para o Grammy Award. Ramy Shevelov em Colónia, Hanôver e Nova

8 A obra de Wolfgang Mitterer contém mais Wolfgang Mitterer electrónica de 160 composições, incluindo Amusie (para seis músicos, altifalantes e órgão de igreja Wolfgang Mitterer nasceu em 1958 em Lienz, avariado), Crushrooms, String Quartet 1.3, Tirol Este. Os primeiros anos da sua vida foram Brachialsinfonie (escritas para o Quarteto de preenchidos com instrumentos de sopro e cordas Klangforum Wien), Und träumte selt‑ música de igreja. No final dos anos 70, fre‑ sam (para soprano, pequeno coro e ensem‑ quenta a Escola Superior de Música de Viena. ble), Ka und der Pavian (para coro, treze músi‑ Estuda órgão com Herbert Tachezi e composi‑ cos e instalação sonora), Net­‑Words 1­‑5 (para ção com Heinrich Gattermeyer. Em 1983 inicia onze músicos e 8­‑pistas), Fisis (orquestra estudos em música electroacústica na EMS sinfónica) e a ópera Massacre, apresentada em Estocolmo. Em 1988, em Roma, recebe numa nova produção com o Remix Ensemble uma bolsa do Ministério da Educação. Casa da Música no Teatro Nacional de São Por esta altura, já se empenha na explo‑ João do Porto, no Grand Théâtre de Reims, ração de música experimental fazendo parte no Théâtre de Nîmes e na Cité de la Musi‑ de diversos grupos, tocando uma varie‑ que em Paris. A Orquestra Sinfónica do Porto dade de estilos: jazz, música popular, new Casa da Música estreou a sua peça 15 minu‑ wave e noise. Trabalhou com grupos como tes for 13 morphs na Konzerthaus de Viena, Hirn mit Ei, Call Boys Inc., Pat Brothers, Dirty em Setembro de 2010. Em 2013, o Remix Tones, Matador e músicos como Linda Shar‑ Ensemble estreou Spiccato, para ensem‑ rock, Gunter Schneider, , ble, 3 guitarras eléctricas, 3 baixos eléctricos Klaus Dickbauer, Hozan Yamamoto, Tscho e electrónica. Em Abril de 2015 foi estreada Theissing e . a obra Run para gaita­‑de­‑foles, binioù kozh, A força criativa da qual a música de Wolf‑ bombarda e trélombarde (instrumentos tra‑ gang Mitterer emerge encontra­‑se no impre‑ dicionais da música bretã) e electrónica – visível e inesperado. Junta ensembles vocais uma encomenda do Théâtre de Cornouai‑ com instrumentação electrónica, associa lle interpretada pelo quarteto Sonneurs de sons captados em serrações com órgãos Erwan Keravec. de igreja antigos ou coros de mil vozes com A sua discografia inclui Coloured noise vários instrumentos de sopro. Foram­‑lhe com o Klangforum Wien (Kairos), Das Tapfere encomendadas obras pela Wiener Festwo‑ schneiderlein, Sopop com Birgit Minichmayr, chen, Steirischen Herbst, Wien Modern, Wie‑ In Sturm com Georg Nigl, a ópera Massacre, ner Konzerthaus, Tiroler Festspielen Erl, Stop Playing para órgão solo e Box Blocks Klangspuren Schwaz, ORF, WDR e SRG. com Marc Ducret, Peter Kollreider e Herbert Recebeu vários prémios pela sua obra Pirker (Col Legno), entre outros registos. como músico e como compositor: o Schall‑ Wolfgang Mitterer leccionou a disciplina plattenKritik para melhor gravação, o Ars de “Música e Computador” na Universidade Electronica Award, o Max Brand Award, o de Música de Viena. Futura Award e o Emil Berlanda Award, entre muitos outros.

9 Entre os projectos para 2015, merece REMIX ENSEMBLE CASA DA destaque a estreia mundial da ópera Gior‑ MÚSICA dano Bruno de Francesco Filidei, no Porto e Peter Rundel maestro titular em Estrasburgo. Apresenta­­‑se no Printemps des Arts de Monte Carlo, Elbphilharmonie de Desde a sua formação em 2000, o Remix Hamburgo e festival Wien Modern (Viena), e Ensemble apresentou em estreia absoluta leva novamente à cena a ópera Massacre de mais de oitenta e cinco obras e foi dirigido Mitterer, no Théâtre du Capitole de Toulouse. pelos maestros Stefan Asbury, Ilan Volkov, O Remix tem onze discos editados com Kasper de Roo, Pierre­­‑André Valade, Rolf obras de Pauset, Azguime, Côrte­­‑Real, Pei‑ Gupta, Peter Rundel, Jonathan Stockham‑ xinho, Dillon, Jorgensen, Staud, Nunes, Ber‑ mer, Jurjen Hempel, Matthias Pintscher, nhard Lang, Pinho Vargas, Wolfgang Mitterer, Franck Ollu, Reinbert de Leeuw, Diego Mas‑ Karin Rehnqvist, Pascal Dusapin e Luca Fran‑ son, Emilio Pomàrico, Brad Lubman, Peter cesconi. A prestigiada revista londrina de crí‑ Eötvös e Paul Hillier, entre outros. tica musical Gramophone incluiu o CD com No plano internacional apresentou­­‑se em gravações de obras de Pascal Dusapin, pelo Valência, Roterdão, Huddersfield, Barcelona, Remix Ensemble e a Orquestra Sinfónica do Estrasburgo, Paris, Orleães, Bourges, Reims, Porto Casa da Música, na restrita listagem de Antuérpia, Madrid, Ourense, Budapeste, Nor‑ Escolha dos Críticos do Ano 2013. rköping, Viena, Witten, Berlim, Amesterdão, Colónia, Zurique, Luxemburgo e Bruxelas, incluindo festivais como o Wiener Festwo‑ chen (Viena) e o Agora (IRCAM – Paris). Entre as obras interpretadas em estreia mundial incluíram­­‑se duas encomendas a Wolfgang Rihm, o concertino para piano Jetzt genau! de Pascal Dusapin no programa de encerra‑ mento do Festival Musica de Estrasburgo, Le soldat inconnu de Georges Aperghis (uma encomenda da ECHO) e Da capo de Peter Eötvös. Fez a estreia mundial da nova produ‑ ção da ópera Quartett de Luca Francesconi, com encenação de Nuno Carinhas, apresen‑ tada no Porto e em Estrasburgo. O projecto Ring Saga, com música de Richard Wag‑ ner adaptada por Jonathan Dove e Graham Vick, levou o Remix Ensemble ao Festival Musica de Estrasburgo, Cité de la Musique em Paris, Saint­­‑Quentin­­‑en­­‑Yvelines, Théâtre de Nîmes, Le Théâtre de Caen, Grand Théâtre du Luxembourg e Grand Théâtre de Reims.

10 Violino Tuba/Trompete baixo Angel Gimeno Adélio Carneiro José Pereira Percussão Viola Mário Teixeira Trevor McTait Manuel Campos Irma Skenderi Piano Violoncelo Jonathan Ayerst Filipe Quaresma Vítor Pinho Vanessa Pires

Contrabaixo António Aguiar

Flauta Stephanie Wagner

Oboé José Fernando Silva Francesco Sammassimo

Clarinete Vítor J. Pereira Ricardo Alves José Eduardo Gomes

Fagote Roberto Erculiani

Trompa Nuno Vaz Telma Gomes

Trompete Ales Klancar

Trombone Ricardo Pereira MECENAS PROGRAMAS DE SALA MECENAS CASA DA MÚSICA APOIO INSTITUCIONAL MECENAS PRINCIPAL CASA DA MÚSICA