Silvestre Filipe Gomes Relações Entre Língua Oficial E Línguas Locais Na Escola: Como As Crianças De Aldeias De Cabinda/Ang

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Silvestre Filipe Gomes Relações Entre Língua Oficial E Línguas Locais Na Escola: Como As Crianças De Aldeias De Cabinda/Ang Silvestre Filipe Gomes Relações entre língua oficial e línguas locais na escola: como as crianças de aldeias de Cabinda/Angola aprendem o português e em português Belo Horizonte Faculdade de Educação da UFMG 2014 Silvestre Filipe Gomes Relações entre língua oficial e línguas locais na escola: como as crianças de aldeias de Cabinda/Angola aprendem o português e em português Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação – Conhecimento e Inclusão Social – da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (FaE/UFMG), como requisito à obtenção do título de Mestre em Educação. Orientadora: Profa. Dra. Aracy Alves Martins Co-Orientador: Prof. Dr. Gilcinei Teodoro de Carvalho Linha de Pesquisa: Educação e Linguagem Belo Horizonte Faculdade de Educação da UFMG GOMES, Silvestre Filipe. XYYYz Relações entre língua oficial e línguas locais na escola: como as crianças de aldeias de Cabinda /Angola aprendem o português e em português / Silvestre Filipe Gomes. – Belo Horizonte: FaE/UFMG, 2014. 155f. Dissertação – Mestrado em Educação. Orientadora: Profa. Dra. Aracy Alves Martins Co-Orientador: Prof. Dr. Gilcinei Teodoro de Carvalho. 1. Língua oficial – Línguas locais de origem africana. 2. Cabinda. 3. Angola. 5. Leitura. 6. Escrita. Título. I Aracy Alves Martins / Gilcinei Teodoro de Carvalho II. Faculdade de Educação. Universidade Federal de Minas Gerais. CDD XXX.X Catalogação da Fonte: Biblioteca da FaE/UFMG Universidade Federal de Minas Gerais Faculdade de Educação Curso Mestrado Dissertação intitulada Relações entre língua oficial e línguas locais na escola: como as crianças de aldeias de Cabinda/Angola aprendem o português e em português, analisada pela banca examinadora constituída pelos seguintes professores: _______________________________________________________________ Profa. Dra. Aracy Alves Martins Orientadora – FaE/UFMG _______________________________________________________________ Prof. Dr. Gilcinei Teodoro de Carvalho Co-Orientador – FaE/UFMG _______________________________________________________________ Profa. Dra. Íris Maria da Costa Amâncio Membro Externo à UFMG – UFF _______________________________________________________________ Profa. Dra. Maria Lúcia Castanheira Membro Interno ao Programa – FaE/UFMG _______________________________________________________________ Prof. Dr. Victor Manuel Eugênia Semedo Membro Externo à UFMG – Universidade de Cabo Verde – Uni/CV _______________________________________________________________ Profa. Dra. Santuza Amorim da Silva Suplente Externo à UFMG – UEMG _______________________________________________________________ Profa. Dra. Míria Gomes de Oliveira Suplente Interno ao Programa – FaE/UFMG Belo Horizonte, 26 de maio de 2014. Aos meus pais, Filipe Gomes e Catarina Massevo; À minha esposa, Isabel Béua Pambo Tchitchi; À minha filha, Catarina Nsuami Zinga Gomes AGRADECIMENTOS A Deus, Pai todo poderoso, pelo dom da vida e por todos os benefícios que me tem proporcionado. Agradeço aos meus pais, Filipe Gomes e Catarina Massevo, que, apesar das dificuldades da vida, souberam dar-me o seu incentivo moral, o que é para mim uma grande bênção e apoio. Os meus agradecimentos ao Governo angolano, pelo apoio financeiro que prontamente me disponibilizou, através do Instituto Nacional de Gestão de Bolsas de Estudo (INAGBE); ao Setor de Apoio aos Estudantes Junto à Embaixada angolana no Brasil, pela atenção prestada em todos os momentos; à minha querida e inesquecível esposa, Isabel Béua Pambo Tchitchi, pela compreensão que sempre teve em relação aos mementos de abandono por causa deste trabalho; meus agradecimentos à equipe de orientação composta por PROFESSORA DOUTORA Aracy Alves Martins, orientadora, e por PROFESSOR DOUTOR Gilcinei Teodoro Carvalho, pela paciência em aturar a minha inexperiência em pesquisa científica; Aos PROFESSORES DOUTORES Ana Gomes Galvão, Maria Lúcia Alvarez (Lucinha), Maria de Fátima Cardoso (Mafá), Lucíola Licínio de Castro P. Santos, Júnia Sales, Maria Zélia Versiani Machado, Maria Lúcia Castanheira (Lalu), Isabel Frade, todas da Faculdade de Educação da UFMG, e Wander Emediato, Faculdade de Letras da UFMG, que, com muita dedicação, transmitiram os seus conhecimentos e forjaram em mim o pesquisador; à PROFESSORA DOUTORA Maria de Lourdes Dionísio, da Universidade do Minho em Portugal, que deu grandes contribuições à construção do projecto desta pesquisa. Meus agradecimentos se estendem a todos os colegas angolanos, brasileiros e Bissau guineenses, com destaque a Jeremias Guilherme Maria, Miguel Raúl Mazissa Zinga, António Chocolate, Ndombele Mayembe, Miguel Isabel Boa, Domingos Sambo, Manuel Domingos Nguvulo, Inês Buissa, Eurico Ngunga, Inácio da Ressurreição Mamboma Luemba, Paulo Maldonado Suzi Buanga, Abel Mavungo, Casimiro Kambua Juliana Ndulo Cumba Josefa, André Ndoki Júnior, Joaquim Paka Massanga, José Lelo, Júlio Horácio Membe, Célcio, Maria Helena Canhice, Celsa Hinundipula Mércia dos Santos, Gracieth Teodoro Gime, Selpa Pemba Buza, Ana Bambi, Albetina Nvidi, Virgínia Batista Cá, Joela Có, André, entre outros que comigo partilharam os bons e maus momentos na formação na Universidade Federal de Minas Gerais. RESUMO Este trabalho, sob a temática “Relações entre língua oficial e línguas locais na escola: como as crianças de aldeias de Cabinda/Angola aprendem o português e em português”, surge de uma pesquisa realizada em três aldeias da Província de Cabinda, República de Angola, com o objectivo de estudar as relações que são criadas entre o português, língua oficial, e as línguas locais angolanas de origem africana, no processo escolar de ensino e aprendizagem. Partiu-se do princípio de que as crianças, nestas aldeias, aprendem o português na escola. Diante deste pressuposto, surgiu a questão: “Como as crianças que, a partir do seio familiar, falam uma língua local angolana de origem africana aprendem o português?” Com esta questão, foi feito um estudo exploratório que se traduziu em assistência às aulas, entrevistas às professoras, aos diretores e a alguns encarregados de educação das escolas primárias das três aldeias e no acompanhamento de aulas e dos momentos recreativos dos alunos. Dos dados coletados, constatou-se que, nas duas primeiras escolas, as de Zôngolo e Fortaleza, as línguas locais são silenciadas pelo português, língua oficial. Na escola de Chiela, a língua local angolana de origem africana é usada como meio para a compreensão do português, norma padrão, na sala de aula. Chegou-se a apurar, a partir das entrevistas com os encarregados de educação, que, mesmo nas aldeias onde, aparentemente, predomina a língua portuguesa, o ambiente familiar está marcado por um bilinguismo com intensidades diferentes. O mesmo se pode dizer das aldeias em que há forte presença das línguas locais, independentemente do nível de proficiência, o português convive com as línguas locais angolanas de origem africana. Nas aldeias mais próximas da cidade, o português é a língua maioritária das gerações mais jovens. Destes dados, pôde-se concluir que, em ambientes plurilíngues, como é o caso das escolas primárias das três aldeias, a consideração da realidade sociolinguística do aluno é um factor que promove aprendizagem no contexto escolar. Palavras-chave: Língua oficial; línguas locais de origem africana; escola rural. ABSTRACT This dissertation, which has as its subject “Relations between official and local languages at school: how the children from the villages of Cabinda/Angola learn portuguese and in portuguese”, arises from a research developed in three villages from the Cabinda Province in the Republic of Angola, aiming at the study of the relations created between portuguese (the official language) and local angolan languages with african origin as a result of the teaching and learning process. It was presumed that children from these villages learn the portuguese at school. In this perspective, a question emerged: “How do children who are taught by their families to speak a regional angolan languages learn the portuguese and in portuguese?” Having this question on mind, it was conducted an exploratory research that involved attending to classes, intervewing teachers, principals and some parents, accompanying the lessons and the leisure time of the students. To that end, the educational system of primary school in all of the chosen villages was analyzed. From the collected data, it was observed that in two schools, located in Zôngolo and Fortaleza, the local languages were silenced by portuguese. At a school of Chiela, the angolan local languages were used as a means to comprehend Portuguese in the classroom. It could also be noticed in interviews with parents that even in villages where portuguese is apparently predominant, the familiar atmosphere is marked by the presence of both the official language and the regional dialects, even though in different scales. The same pattern occurs in villages where local languages have a strong presence. Therefore, regardless of the proficiency level, portuguese is always present among the regional african dialects. In the surroundings of Cabinda, it could be perceived that Portuguese is the primary language used by the youngest generations. With the aforementioned data, it can be concluded that in a multilingual environment, such as in the case of primary schools from the three villages in Cabinda/Angola, taking into account the social practices and language reality of the student is a factor that contributes to the learning process at school. Key Words: Official language; local angolan languages
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