ISSN 2362‐6194‐ Volumen 5 (10) Diciembre 2018‐ pp. 83‐110 TUDO O QUE EU SEMPRE QUIS DIZER, MAS SÓ CONSEGUI ESCREVENDO, DE MARIA RIBEIRO: CAMINHOS CONTEMPORÂNEOS DO EPISTOLAR? EVERYTHING WHAT I ALWAYS WANTED TO SAY, BUT ONLY I GOTTA WROTE, BY MARIA RIBEIRO: CONTEMPORARY PATHS OF THE EPISTOLAR? TODO LO QUE SIEMPRE QUERÍA DECIR, PERO SÓLO CONSEGUI ESCRIBIENDO, DE MARIA RIBEIRO: ¿CAMINOS CONTEMPORÁNEOS DEL EPISTOLAR? Vanessa Massoni da Rocha1 Departamento de Letras Estrangeiras Modernas Universidade Federal Fluminense Rio de Janeiro.Brasil
[email protected] Traslaciones. Revista Latinoamericana de Lectura y Escritura, 5 (10) Vanessa Massoni da Rocha 83 Resumo A publicação da obra Tudo o que eu sempre quis dizer, mas só consegui escrevendo, segundo livro da atriz, diretora, escritora e colunista de jornal O Globo Maria Ribeiro, lança novas luzes acerca da epistolografia brasileira. Publicado em 2018, o livro faz alusão à pluralidade e ao patckwork (Diaz, 2002) que definem as cartas, se inscrevendo nos limiares entre correspondência e crônica, apontando para a interpenetração de gêneros na contemporaneidade e rompendo com a premissa do diálogo epistolar. Este artigo estuda a “espontaneidade epistolar”, a “verdade epistolar”, as interfaces entre literatura e epistolografia e busca observar os caminhos da epistolografia contemporânea, analisando a importância do destinatário, a publicação de correspondências de intelectuais e celebridades e as interfaces entre diversos textos marcados pela escrita de si (cartas, diários, autobiografias, textos SMS, Instagram). Trata‐se de atentar, igualmente, para como o gênero epistolar, considerado por Arrou‐ Vignod (1993) um gênero em extinção, continua a ser publicado nos dias de hoje no Brasil.