Universidade Federal Do Pará Faculdade De História Programa De Pós-Graduação Em História Social Da Amazônia

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Universidade Federal Do Pará Faculdade De História Programa De Pós-Graduação Em História Social Da Amazônia 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE HISTÓRIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA SOCIAL DA AMAZÔNIA SILVIO FERREIRA RODRIGUES TODOS OS CAMINHOS PARTEM DE ROMA: ARTE ITALIANA E ROMANIZAÇÃO ENTRE O IMPÉRIO E A REPÚBLICA EM BELÉM DO PARÁ (1867-1892) Belém-PA, 2015 2 SILVIO FERREIRA RODRIGUES TODOS OS CAMINHOS PARTEM DE ROMA: ARTE ITALIANA E ROMANIZAÇÃO ENTRE O IMPÉRIO E A REPÚBLICA EM BELÉM DO PARÁ (1867-1892) Tese apresentada ao Programa de Pós- Graduação em História Social da Amazônia da Universidade Federal do Pará, como requisito parcial para a obtenção do título de Doutor em História. Orientador: Prof. Dr. Aldrin Moura de Figueiredo Belém-PA, 2015 3 Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) Sistema de Bibliotecas da UFPA _______________________________________________ Rodrigues, Silvio Ferreira, 1974- Todos os caminhos partem de Roma: arte italiana e romanização entre o império e a república em Belém do Pará (1867-1892) / Silvio Ferreira Rodrigues. - 2015. Orientador: Aldrin Moura de Figueiredo. Tese (Doutorado) - Universidade Federal do Pará, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em História, Belém, 2015. 1. Decoração e ornamento das igrejas - Belém (PA). 2. Arte italiana - Influência (Literária, artística, etc.). 3. Arte sacra. 4. Igrejas - Belém (PA). 5. Belém (PA) - História. I. Título. CDD 22. ed. 747.865098115 _______________________________________________ 4 SILVIO FERREIRA RODRIGUES TODOS OS CAMINHOS PARTEM DE ROMA: ARTE ITALIANA E ROMANIZAÇÃO ENTRE O IMPÉRIO E A REPÚBLICA EM BELÉM DO PARÁ (1867-1892) BANCA EXAMINADORA ________________________________________________________ Prof. Dr. Aldrin Moura de Figueiredo (Orientador) __________________________________________________________ Prof. Dr. Fernando Arthur de Freitas Neves (PPHIST/UFPA) _________________________________________________________ Prof. Dr.ª Caroline Fernandes da Silva (CAPES/PPHIST/UFPA) _________________________________________________ Prof. Dr. Karl Heinz Arenz (PPHIST/UFPA) ___________________________________________________________ Prof. Dr. Raymundo Heraldo Maués (PPGCS/UFPA) ____________________________________________________________ Prof. Dr. José Maia Bezerra Neto (suplente) (PPHIST/UFPA) ___________________________________________________________ Prof. Dr.ª Magda Maria de Oliveira Ricci (suplente) (PPHIST/UFPA) Belém-PA, 2015 5 Para minha mãe, Claudete Ferreira Rodrigues, por ter cuidado de mim até hoje. 6 AGRADECIMENTOS Quando comecei a pesquisar para esta tese, não foram poucos os momentos em que me retirei para lugares solitários, onde pudesse encontrar documentos e escrever histórias. Paradoxalmente, esses mesmos lugares pareciam cheios de vida por fazer vir à minha mente a lembrança daqueles que me acompanharam durante essa empreitada. A diversão acabou, mas a gratidão às preciosas companhias permanecerá em minha memória pelo o resto dos meus dias. Agradeço aos amigos que esperaram com ansiedade e torceram pelo bom andamento deste trabalho, como se mostraram Elna Trindade, João Marcelo Dergan, Patrick Dias, João Nei Eduardo da Silva, Madalena D’o Felinto, Moema Alves, Alexandre Dias, Lindianny Azevedo, Socorro Ruivo, Silvia Danielle Cunha Smith, Regiane Souza, Daniella Moura, Sinei Monteiro, Ana Léa Nassar, Anna Carolina Abreu, Anne Chagas, Vilminha e Vilma Reis. Agradeço à Pró-Reitoria de Relações Internacionais da Universidade Federal do Pará, na figura do pró-reitor Flávio Sidrim Nassar e de sua assessora Lindalva Canaan Jorge. Graças ao apoio dessa Pró-Reitoria, por meio de convênio com o Programa de Bolsas de Mobilidade Internacional Livre para Professores, do Banco SANTANDER (Brasil), pude viajar para Itália e ter contato com os arquivos e coleções artísticas de Roma. Certamente essa viagem foi de grande importância para o amadurecimento desta tese. Na cidade eterna também tive o grande prazer de conhecer e desfrutar da amizade de Elisa Natola, que me deu abrigo e informações sobre Roma. Fica aqui minha enorme gratidão por sua agradável e ótima hospitalidade. Vale dizer que isso não seria possível sem o apoio e compreensão de parte da equipe de História da Escola de Aplicação (UFPA), que fez um esforço para me liberar das tarefas docentes para que eu pudesse me dedicar integralmente aos estudos e pesquisas. Por isso, sou grato aos professores Tatsuo Ishizu, Paulo Costa, Mário Jorge, Expedito Costa, Antônia Brioso, Rosana Padilha, Cleodir Moraes, Arnaldo Marques, Danielle Moura e, especialmente, à Eliana Ramos, Elane Gomes e Conceição Almeida, que me acompanharam de perto. 7 Por falar em acompanhar de perto, não poderia deixar de agradecer o apoio constante de Glauce Lêdo e sua providencial ajuda na fase final desta tese. Também sou muito grato à Rosa Arraes e Raoni Arraes que, em meio a tantos afazeres, encontrou tempo para reproduzir em fotografia boa parte das imagens que figuram no texto. Sou igualmente grato à Rosa Claudia e Luiza Pires, que me auxiliaram com toda paciência enquanto fazia este trabalho. Agradeço à Lilian Lopes, secretária do Programa de Pós-Graduação, pela competência e dedicação com que tem desenvolvido o seu trabalho em favor dos estudantes de mestrado e doutorado. Sua atenção especial ao processo final de entrega desta tese foi fundamental. Desde a graduação, passando pelo mestrado e dourado, tive excelentes professores que me deram a formação de historiador. Todos têm sido muito especiais para mim. Fica aqui minha gratidão para alguns deles, como Magda Ricci, Leila Mourão, José Alves Junior, Didier Lahon, José Maia Berra Neto e Maria de Nazaré Sarges. Além desses, sou particularmente grato a Rafael Chambouleyron, com quem tenho aprendido muito nos últimos anos. Por trás do que está escrito, esta tese guarda um prolongado processo de construção, que necessitou passar pela avaliação de outros abalizados entendedores do assunto. Nesse sentido, sou grato aos professores que contribuíram para os caminhos que tomei a partir do exame de qualificação, como Konstantin Richter, Flávio Leonel da Silveira e Antônio Maurício Dias da Costa. Suas sugestões e conselhos tornaram tudo mais claro para mim. Agradeço também à minha banca examinadora. A maioria são pessoas conhecidas de longa data, com quem convivo e travo laços de amizade. Caroline Fernandes da Silva é minha amiga desde a graduação e agora posso dizer que é muito bom vê-la em minha banca de defesa. Suas contribuições sempre são muito frutíferas. Os trabalhos de Fernando Arthur de Freitas Neves e de Raymundo Heraldo Maués revelaram-se fundamentais para a minha compreensão do processo de romanização na Amazônia. Obrigado, professores, pela contribuição que deram a esta pesquisa e por fazerem parte dos examinadores. Tenho uma enorme dívida de gratidão para com o professor Karl Heinz Arenz, de quem fui aluno no doutorado. Obrigado por tudo que me ensinou durante eses anos. Eu espero ter aprendido a lição. 8 Fora dos muros da universidade, fica a minha gratidão ao Padre Gonçalo e à equipe de funcionários da Catedral da Sé de Belém, que me receberam sempre muito bem durantes as pesquisas feitas no acervo artístico do templo. Espero ajudar a entender melhor as obras. Agradeço profundamente a toda minha família por ter me apoiado em todos esses anos de estudo, em especial aos meus irmãos Sabrina Rodrigues e Shirley Rodrigues. Finalmente vou desocupar as mesas e recolher meus livros. Não me verão debruçado sobre eles por enquanto. Farei um breve momento de pausa, só para tomar fôlego para o próximo mergulho. Por fim, agradeço a Aldrin Moura de Figueiredo, meu orientador e principal responsável por minha formação. Obrigado pelo privilégio de ser seu aluno e contar com sua amizade. Foi a partir de seus conselhos e sugestões que o gosto pela história e desejo da descoberta passaram a marcar decisivamente meus passos. Jamais poderei pagar tamanha dívida. Mais do que ensinar métodos e maneiras de interpretar a realidade histórica, suas aulas me levaram à busca da autonomia intelectual; seus exemplos, acredite, tornaram-me uma pessoa melhor. 9 Sou o diabo, mas gosto de entrar em templos, e até me interesso por eles. Luiz Demétrio Juvenal Tavares (1850-1907) 10 RESUMO Esta tese parte da análise da grande reforma na decoração da Catedral da Sé de Belém do Pará, entre os anos de 1867 e 1892, sob o bispado de Dom Antônio de Macedo Costa, para discutir a forte relação com a política cultural ultramontana e romanizadora gestada pela Cúria Romana e destinada a se propagar pelo mundo em resposta à secularização da sociedade. Se o catolicismo observa o modelo centrado na cidade eterna, a decoração dos edifícios eclesiásticos se inspira nos seus mais famosos templos. Na segunda metade do século XIX, Roma desempenha o papel de capital universal da cristandade e das artes sacras. Inspirado no ambicioso programa iconográfico do pontífice Pio IX, o bispo adotará os temas sacros por ele definido. A mensagem era clara. Depurar o culto e as artes seria parte do amplo processo de reforma do clero e da cultura católica pelo mundo. Diante da perda de espaço na sociedade devido aos movimentos de secularização, a Cúria romana imprimiu um grande esforço para manter intacto o papel de única autoridade moral e religiosa. O efeito dessa política foi o posicionamento de Igreja e Estado em campos opostos. No Brasil, o clero ultramontano se defrontou com as autoridades civis e seculares. Em meio a isso, a Catedral de Belém apresentou um ciclo decorativo conectado com o projeto romanizador de Dom Macedo Costa. Em consequência, a Amazônia estreitou
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