Universidade Federal Fluminense Instituto De Letras Karla Menezes
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Universidade Federal Fluminense Instituto de Letras Karla Menezes Lopes Niels FANTÁSTICO À BRASILEIRA: MANIFESTAÇÕES DO FANTÁSTICO NO BRASIL OITOCENTISTA Niterói Abril de 2018 Universidade Federal Fluminense Instituto de Letras Karla Menezes Lopes Niels FANTÁSTICO À BRASILEIRA: MANIFESTAÇÕES DO FANTÁSTICO NO BRASIL OITOCENTISTA Tese apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Doutor ao Programa de Pós- graduação em Estudos Literários, da Universidade Federal Fluminense, área de concentração: Literatura Comparada. Orientador: Prof. Dr. José Luíz Jobim Coorientador: Prof. Dr. Flavio Garcia Niterói Abril de 2018 Universidade Federal Fluminense Instituto de Letras Karla Menezes Lopes Niels Tese apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Doutor ao Programa de Pós- graduação em Estudos Literários, da Universidade Federal Fluminense, área de concentração: Literatura Comparada. Aprovada em ____/____/2018 Banca Examinadora: ______________________________________ Prof. Dr. José Luís Jobim (Orientador) ______________________________________ Prof. Dr. Flavio García (Coorientador) ______________________________________ Profa. Dra. Maria Elizabeth Chaves de Mello ______________________________________ Profa. Dra. Maria Cristina Batalha ______________________________________ Prof. Dr. Júlio França Niterói Abril de 2018 DEDICATÓRIA Para Luiz Filipe, meu filho amado. AGRADECIMENTOS A todos que, direta ou indiretamente, me auxiliaram nesta jornada, muito obrigada! À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, pela bolsa concedida entre 2014 e 2017 para a realização deste trabalho. Aos professores, pesquisadores e colegas membros do GT (ANPOLL) “Vertentes do Insólito Ficcional” e do GT (CNPq) “Nós do Insólito: vertentes da ficção, da teoria e da crítica” pelas trocas incessantes. Às amigas Carine Lima, Fernanda Pantoja, Luciana Esteves e Sheila Praxedes, por não me deixarem esmorecer. Aos colegas do CEFET-Rj, campus Maria da Graça, pela injeção de ânimo de que eu precisava entre 2016 e 2017. Ao meu marido, Filipe Niels, pelo apoio constante apesar das adversidades por que passamos nestes últimos quatro anos. E, por fim, aos meus pais, pela ajuda concedida nos momentos finais desta empreitada. Para alguns, o resultado parecerá insuficiente. Porém, na aritmética da precariedade, Brás Cubas encontrou motivos para celebrar um pequeno saldo. Pouco, dirão muitos. E é verdade. Mas um saldo pequeno não é o mesmo que nada. João Cezar de Castro Rocha RESUMO NIELS, Karla Menezes Lopes Niels. Fantástico à brasileira: manifestações do fantástico no Brasil oitocentista. 2018. 156f. Tese (Doutorado em Estudos da Literatura) – Instituto de Letras, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2018. Durante muito tempo, a literatura, que não era pautada no registro documental e na (re)duplicação de realidades foi, em certa medida, rechaçada pela crítica. Nesse sentido, o caminho aberto pela produção de cunho fantástico de Manuel Antônio Álvares de Azevedo teria sido obstruído pela ascendente literatura que seguia os moldes de um José de Alencar (cf. Gabrielli, 2004). Fora somente a partir das décadas de 1970 que começara um movimento de resgates de contos, novelas e romances de cunho mais imaginativo. Daí o surgimento de uma série de antologias e contos fantásticos que outrora estiveram esquecidos. Isso, somando-se à profusão de estudos acerca do gênero desde a década de 1970 com a publicação e tradução de estudos seminais como os de Tzvetan Todorov, Jean Bellemin-Nöel e Irene Bessière, aumentou o interesse pelo estudo de narrativas de cunho fantástico. É contínuo o crescimento do número de teses e dissertações que se dedicam a resgatar e analisar contos de autores canônicos (e não canônicos) que escreveram obras do gênero em causa. Se, de fato, houve uma produção de literatura fantástica que se deu à margem do cânone a partir da publicação de Noite na taverna, em 1855, que produção seria essa? Que características formais e temáticas assumiu? E que diálogo essa estabeleceu com a literatura fantástica que se produzia na Europa? O presente trabalho, a partir da análise de contos Álvares de Azevedo, Fagundes Varela, Machado de Assis, Aluísio Azevedo e Inglês de Souza, pretende debruçar-se sobre essas questões, tomando por base os estudos seminais acerca do fantástico. Palavras-chaves: Fantástico; Oitocentos; Literatura Brasileira; Álvares de Azevedo; Fagundes Varela; Machado de Assis; Aluísio Azevedo; Inglês de Sousa ABSTRACT For a long time the literature that was not based on the documentary record and (re) duplication of realities was, to some extent, critically rejected. In this sense, the way opened by Manuel Antônio Álvares de Azevedo's fantastic production would have been obstructed by the ascendant literature that followed the path of Jose de Alencar (Gabrielli, 2004). It was only from the 1970s onwards that a movement of reintroduction of short stories, novellas and novels of a more imaginative character began. For this reason there is an emergence of a series of anthologies and fantastic tales that were once forgotten. This, in addition to the dissemination of studies about the genre since the 1970s with the publication and translation of seminal studies such as those by Tzvetan Todorov, Jean Bellemin-Nöel and Irene Bessière, increased the interest for the study of fantastic narratives. There is an increasing number of theses and dissertations devoted to retrieving and analyzing tales of canonical (and non-canonical) authors who have written works that belong to the genre in question. If indeed there was a production of fantastic literature situated on the margins of the canon from the publication of Noite na taverna in 1855, what kind of production would that be? What would be its formal and thematic characteristics? And what dialogue did it establish with the fantastic literature that was produced in Europe? The present work, through the analysis of short stories by Álvares de Azevedo, Fagundes Varela, Machado de Assis, Aluísio Azevedo and Inglês de Sousa intends to tackle these questions from the perspective of the seminal studies about the fantastic. Keywords: Fantastic; 19th Century; Brazilian literature; Álvares de Azevedo; Fagundes Varela; Machado de Assis; Aluísio Azevedo; Inglês de Sousa SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 11 1 O FANTÁSTICO: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS, CRÍTICAS E METODOLÓGICAS ..................................................................................... 14 1.1 Hesitação: essência do fantástico ................................................................... 19 1.2 O narratário, o leitor empírico e o leitor real: a identificação do leitor .... 27 2 ALGUNS CAMINHOS E (DES)CAMINHOS DO FANTÁSTICO NO BRASIL OITOCENTISTA .............................................................................. 33 2.1 O fantástico frente à estética real-naturalista ............................................ 40 2.2 Manifestações do fantástico no Brasil oitocentista: o fantástico ultrarromântico de Azevedo e Varela .......................................................... 50 2.3 Manifestações do fantástico no Brasil oitocentista: A verve fantástica de Machado e Aluísio de Azevedo ...................................................................... 53 2.4 Manifestações do fantástico no Brasil oitocentista: mitos, lendas e o fantástico em Inglês de Souza ....................................................................... 57 3 ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DA FICÇÃO FANTÁSTICA BRASILEIRA OITOCENTISTA: PROCEDIMENTOS FORMAIS .............. 59 3.1 O(s) “efeito(s) fantástico(s)” ........................................................................... 59 3.1.1 A narração em mise en abyme ........................................................................... 60 3.1.2 Efeito fantástico propriamente dito ................................................................... 66 3.1.3 Efeito de citação ................................................................................................ 67 3.2 A narração polifônica ..................................................................................... 68 3.3 A modalização da linguagem .......................................................................... 71 3.4 O não dito ......................................................................................................... 74 3.5 A construção do tempo e espaço ficcionais .................................................... 75 3.5.1 Espaços interiores .............................................................................................. 78 3.5.2 Espaços exteriores .............................................................................................. 80 3.5.3 Espaços híbridos ................................................................................................ 84 3.5.4 A ambientação noturna ...................................................................................... 87 3.6 A Personagem de autoridade .......................................................................... 91 4 ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DA FICÇÃO FANTÁSTICA BRASILEIRA OITOCENTISTA: SISTEMAS TEMÁTICOS ........................ 95 4.1 A evocação do the corpse bride e outras lendas ............................................ 94 4.1.2 Outras lendas ...................................................................................................... 98 4.2 O monstro e outras monstruosidades